Fogos de Artifício escrita por Bruna Valdez


Capítulo 2
Captura da Bandeira


Notas iniciais do capítulo

Eu tava doida pra escrever uma Captura da Bandeira



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POV: Leo

– Cadê a Melanny? – perguntei quando Annabeth se aproximou.

– Oi pra você também, Leo – Annabeth disse.

– Oi – falei – Cadê a Melanny? – Percy riu e Annabeth sorriu – Resposta que é bom, nada, né?

Eles riram ainda mais.

– A deixei sozinha pra se arrumar e assimilar tudo isso, ora – Annabeth disse.

– Você está muito interessado na Melanny... – Percy falou.

Percy ia continuar falando, mas olhou para trás de mim e sorriu. Virei-me e vi Melanny chegando. Ela estava com os cabelos soltos, que eram maiores do que eu pensava, mas não chegavam até a Cintra. Usava um short jeans curto - mas não indecente - com a blusa do Acampamento Meio Sangue um pouco folgada, que a fazia parecer mais magra. Sua mão direita ainda estava enfaixada e o corte no rosto parecia bem melhor.

– Ela já foi reconhecida? – perguntei.

– Já. Ela é filha de Hermes – Annie respondeu.

– Parece que ela já roubou alguma coisa do Leo – Percy disse, rindo.

– Oi, Melanny – Annabeth me empurrou para poder falar com ela – Estávamos falando de você.

– Ah, estavam? – Melanny disse, sorrindo – Bom saber...

– Hoje temos Captura da Bandeira... – Annabeth disse e virou-se para Percy – É uma pena que o Chalé de Hermes esteja contra o Chalé de Atena. Você vai começar perdendo... Mas você é esperta. Vocês estão com o chalé de Poseidon, ou seja, vão perder.

– Desculpa, Sabidinha, mas dessa vez não... – Percy desafiou.

Annabeth olhou desafiadora para Percy, que sorriu. O jantar foi anunciado e nos sentamos nas mesas dos chalés de cada um. Na Captura da Bandeira, o Chalé de Hefesto estava junto com o de Hermes, o de Poseidon e o de Apolo. Percy conversava com Melanny. Ela estava com armadura e uma espada na mãe, fazendo um contraste enorme com seu rosto de porcelana. Percy me chamou, pedindo que eu ajudasse Melanny na batalha. Tudo bem. Muito bem. No planejamento da estratégia, Melanny só observava até que alguém perguntou se outra pessoa tinha uma ideia. Melanny deu um passo até o mapa, abrindo caminho entre os campistas mais altos do que ela e começou a falar.

– Nós podíamos deixar os arqueiros em cima dessas pedras e nessas árvores. Deixamos dois deles em cima das árvores perto da bandeira e um esgrimista no chão. Montamos a linha de defesa no córrego e no meio. O ataque espera a luta começar e avança. Lançamos dois patrulhas de cada lado para procurar a bandeira, porque eles vão estar esperando só em um dos lados, achando que não vamos investir tanto na procura e sim, na defesa. É a minha ideia. – ela falava apontando no mapa.

Todos encararam Melanny, impressionados com o ótimo plano. O silêncio durou até que ela o quebrou.

– O quê?

– Então, esse é o plano, gente. Chalé de Apolo em cima dessas pedras e dessas árvores... – Percy repassou o plano de Melanny.

Melanny e eu acabamos com a patrulha no lado esquerdo. Andávamos em silêncio e ela olhava para os lados, atenta.

– Foi um bom plano. – falei – Você é uma ótima estrategista.

– Obrigada – vi seu sorriso, embora estivesse escuro – Sempre gostei desse tipo de jogo.

Nesse momento, dois campistas de Ares apareceram, avançando para nós. Enquanto eu lutava, Melanny parecia se sair muito bem. Acabei me distraindo e fui desarmado. O campista de Ares me derrubou e avançou para mim. Melanny se colocou entre mim e o campista, defendendo golpes com a espada e girando para atacar. Ela o acertou na coxa e ele caiu. Ela lutava muito bem. Cinco pontos. Ela estendeu a mão e me puxou para cima.

– Tudo bem? – Melanny perguntou.

– Sim.

– Eu achei a bandeira – ela disse, apontando com a espada.

– Isso é covardia – admiti – Você viu a bandeira enquanto estava lutando e venceu, eu olhei para o lado uma única vez e quase morri.

– De nada – ela riu – A gente achou a bandeira. E agora?

– A gente corre pro outro lado.

Ela me entregou a bandeira e correu. Não encontramos outros campistas adversários, o que indicava que o plano de Melanny era realmente bom. Quando chegamos ao nosso lado, Melanny gritou para Annabeth, mostrando a bandeira.

– Comecei perdendo? – ela sorriu. Annabeth riu e baixou a faca.

– Eu acho que sim. Vamos nos retirar porque somos inúteis – eu falei e Melanny riu. Todos do nosso lado gritaram com a vitória e vieram parabenizar a Melanny e a mim. Melanny sentou-se numa pedra depois que as coisas acalmaram. Sentei ao seu lado. Ela olhava a bandeira, que tinha mudado de uma coruja (porque o Chalé de Atena tinha vencido da última vez) para um caduceu em chamas. Uma mistura estranha dos símbolos de Hermes e Hefesto.

– Pelo menos não vai sofrer bullying por ser novata – falei.

– Que bom – ela riu.

Percy se aproximou com Annabeth. Por que toda vez que eu tento falar com Melanny, sou interrompido? Percy convidava Annabeth para os fogos de Ano-Novo. Seria só semana que vem, na praia do Acampamento, mas isso me deu uma ideia fantástica.

– Fiquei sabendo que a estratégia do jogo foi sua, Melanny – Annabeth falou – É mais esperta do que eu pensei. Você também me surpreendeu, Leo.

– Não sou tão burro quanto você pensava? – perguntei.

– Apenas agradeça o elogio.

– Foi um elogio?

Annabeth fez uma careta, enquanto Percy e Melanny riam “discretamente”. Annabeth puxou Percy para longe com raiva. Ele ainda estava rindo.

– Não tenho certeza de que é seguro deixar Annabeth com raiva – Melanny disse.

– Não é. Mas é engraçado – respondi e ela sorriu- Sabe os fogos de Ano Novo? Na praia?

– Sei. Annabeth me falou deles.

Ela me olhou com curiosidade. Cometi o erro de olhar em seus olhos, perdendo a capacidade de falar.

– Você... Hum... É... – gaguejei – Quer ir aos fogos comigo? – falei baixo de mais para que La ouvisse.

– O quê?

– Hum... Você quer ir aos fogos comigo? – falei alto o suficiente dessa vez.

Pensei que ela fosse rir de mim e dizer “não” ou “claro que não”. Mas ela sorriu para mim.

– É claro. – ela disse.

–Que não? – completei.

– Eu quero ir aos fogos com você, Leo.

– Quer?

– Quero. Obrigada. - Melanny disse, ainda sorrindo e se levantou.

Eu a observei se afastar, sorrindo. Mal podia acreditar que ela tinha aceitado sair comigo. Melanny era a primeira garota realmente legal que aceitara sair comigo. Ela acaba de marcar mais dois pontos. Total de sete. Eu conseguir tomar coragem para chamá-la para sair, marcando três pontos ao meu favor. Quando ela aceitou, marquei mais dois. Cinco pontos para mim. Os pontos que eu marcava para ela não eram contra mim, mas contra qualquer outra garota. Os pontos que eu marcava para mim mesmo eram contra os outros garotos. Talvez, se eu conseguisse chegar aos dez pontos para mim, conseguiria ao menos um beijo.


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