Quando os Youkais Dominavam a Terra escrita por Kaoru Higurashi


Capítulo 22
Capítulo 22: O verdadeiro motivo


Notas iniciais do capítulo

Inuyasha pertence a Rumiko Takahashi e seus direitos são exclusividade dela.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/4386/chapter/22

O caminho pelos corredores apinhados de youkais não foi fácil. A cada momento Inuyasha tinha que interromper a corrida quase desesperada para matar alguns que se interpunham em seu caminho, Kagome e Rin se escondiam atrás do hanyou e o deixavam cumprir seu papel. O sangue já começava a se acumular em suas garras, o que enojava e incomodava muito ao híbrido, sem falar que já começava a se cansar - tinha que dar logo um jeito nisso. Kagome reconheceu o longo corredor com alguma poucas portas, uma delas era mais decorada que as outras e tinha um ar mais solene. Ela ficou levemente confusa ao ver que o hanyou as guiava rumo àquele quarto, o que poderia haver de importante ali numa hora dessas? Sem se importar com os olhares interrogativos das humanas, Inuyasha escancarou a porta do próprio quarto e o adentrou. À passos decididos ele caminhou diretamente em direção ao móvel bem em frente à porta, na parede oposta, onde em cima deste descansava uma brilhante e semi-nova espada. Sim, a mesma espada que quase custou a vida de Kagome por tê-la tocado; era esse o objetivo do hanyou.

Ele ergueu a katana de seu apoio horizontal com um certo cuidado calculado e a olhou por um instante em suas mãos. Em silêncio ele pediu que fosse capaz de usá-la desta vez, que não fosse como nas anteriores...

O sol já estava alto no céu e fazia sombra nas folhas das árvores frondosas do jardim. O jovem Inuyasha segurava a espada que fora presente de seu pai com ambas as mãos, ainda sentido o êxtase de possuí-la. Inutaishou estava logo atrás, assistindo como seria o desempenho do filho com a arma. O hanyou a tirou cuidadosamente da bainha e a empunhou como via o pai fazer. Estranhou que a katana continuava da mesma maneira de quando a desembainhara ao invés de se transformar como fazia nas mãos de seu pai. Voltou o olhar para trás procurando ajuda paterna e Inutaishou apenas incentivou:

- É natural que ela não se transforme na primeira vez que você tentar usá-la, apenas continue tentando.
O hanyou não gostou muito da resposta mas voltou-se para a arma e tentou concentrar-se. Quem sabe não fosse questão de concentrar energia... Olhou fixamente para a lâmina aguardando pacientemente a hora em que ela se tornaria uma grande alabarda em forma de canino, mas nada aconteceu. O jovem franziu o cenho e se concentrou mais, apertando sem que percebesse o cabo da espada, até que os nós de seus dedos ficassem brancos. Nada. Tentou embainhá-la e retirar de novo, mas o efeito continuava a ser o mesmo. Já sem saber o que fazer olhou suplicante para o pai:
- Por quê não se transforma?

O daiyoukai se aproximou alguns passos, calmamente, e ficou ao lado do filho.
- Por quê motivo você gostaria de usá-la? - perguntou.
- Por quê...? - repetiu a pergunta, sem entender – Ora, só quero usá-la.
- E depois que conseguir usar seu poder, o que fará com ele? - perguntou novamente, com paciência.
Inuyasha arqueou uma sobrancelha, não compreendendo onde seu pai queria chegar com aquilo. Respondeu então da maneira que achava ser a mais correta: - Vou matar inimigos ora, o que mais eu faria?! - disse, óbvio.
- Apenas isso? Matar por matar? - Inutaishou pareceu levemente decepcionado, pensou ter ensinado mais que isso a seus filhos.
- Não é pra isso que servem as espadas? - disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Até mesmo armas tem seus objetivos. Não se deve matar sem motivo. A Tessaiga não é uma espada comum Inuyasha – explicou – Ela sente as intenções de seu dono e se estas não forem boas ela não lhe obedecerá.
O hanyou voltou a olhar a espada, pensando naquelas palavras, depois voltou-se novamente para o pai:
- E que intenções seriam boas para a Tessaiga?
- Lembra do que lhe falei quando lhe dei a Tessaiga? De que ela lhe serviria para proteger alguém especial?

- Lembro...
- Que motivo maior haveria do que proteger alguém que você ama? - e sorriu de forma compreensiva.
- Se eu quiser proteger alguém...a Tessaiga irá me obedecer? - indagou, de forma quase infantil. O sorriso do youkai se ampliou um pouco mais em ver que seu filho havia entendido a lição:
- Assim que a Tessaiga perceber que você tem um bom coração ela lhe servirá fielmente. - vendo que o filho o observava um tanto indagativo, explicou – Eu a fiz com esse propósito: proteger sua mãe. Por isso só um coração que deseja proteger pode dominar a Tessaiga.

Inuyasha ainda não estava muito certo de que entendera todo o significado daquilo, mas isso não o impediu de continuar tentando usá-la. Em todas as vezes falhou terrivelmente. Ele achava que proteger a si mesmo fosse um bom motivo, mas parecia que a espada não concordava com essa idéia. Depois de muitas tentativas fracassadas ele desistiu de tentar usar a Tessaiga. A guardava com carinho, sonhando um dia poder ter todo seu poder. Com o tempo ele se conformou um pouco mais com o fato de não poder usá-la, mas sempre tinha alguma esperança. E claro, tinha que agüentar Sesshoumaru dizendo que não fora uma boa escolha dar àquela espada poderosa a um hanyou inútil que nem sabia como usá-la e que ele é quem deveria tê-la recebido, por ser o filho mais velho. “Como se você tivesse boas intenções para usar a Tessaiga” - era sua resposta.

- “Agora tem que funcionar..” - Inuyasha pensou enquanto ainda segurava a arma. Rin e Kagome, curiosas já se engalfinhavam atrás dele, querendo saber o que ele fazia e por que demorava tanto. O  som de mais algumas paredes sendo derrubadas ali perto o fez voltar a realidade e ele rapidamente colocou a espada na cintura e se virou para as humanas.
- Vamos sair daqui.

[...]

Os corpos se acumulavam ao seu redor mas o youkai permanecia intocável. Ás vezes aparecia um inimigo mais forte, mas para Sesshoumaru isso não significava absolutamente nada e mais um cadáver se juntava aos outros. Ele parou por alguns instantes, sentindo o cheiro que o ar lhe trazia. O cheiro de Rin vinha juntamente com o de outra humana e do hanyou. Não havia sinais de sangue vindos da garotinha, o que significava que estava bem, e o fato dela estar junto com seu meio-irmão o deixou um tanto...aliviado? Por que estava se importando com isso agora? Cortou outro youkai com a Toukijin antes de terminar seu raciocínio:
- “Ao menos esse hanyou estúpido deve fazer alguma coisa direito.”

Inuyasha não pôde determinar o que acertou o teto acima deles enquanto fugiam, mas com certeza era algo grande, pois quebrou o telhado e a parede ao lado deste, deixando-os expostos às tropas inimigas do lado de fora. Rin e Kagome gritaram assustadas, mas o hanyou se manteve focado em uma enorme criatura de pelo menos seis ou sete metros, um estranho e gigante macaco com chifres pontiagudos e punhos poderosos – os quais usou para destruir parte do castelo. Antes que o saruyoukai atacasse novamente o hanyou pegou as duas humanas e num único salto as levou para o que sobrava do telhado:
- Fiquem atrás de mim! - ele avisou, sacando a Tessaiga e empunhando-a em frente ao corpo. As duas assentiram e se abraçaram, protegendo-se mutuamente.

Dali podia-se ver o tamanho do desastre causado, pouco sobrava em pé. Alguns soldados inuyoukais do castelo pareceram finalmente agir e matavam diversos youkais inimigos, mas o número deles só aumentava a cada vez, pareciam infinitos – apesar de fracos. Até Shiromaru lutava: o cão mordia e estraçalhava todos os que passassem por ele. Mais ao longe, Sesshoumaru derrubava youkais como moscas.

O demônio macaco abaixo deles pareceu enfim se dar conta de que seus alvos estavam no telhado, quase ao nível de seus olhos, e não demorou para preparar seus grandes punhos para outro ataque. Inuyasha empunhou com mais força a katana. A Tessaiga na mão dele ainda parecia uma simples espada, que apesar de nova nada tinha de especial. Kagome não deixou de pensar no que ele pretendia com ela:
- “Ele quer ganhar desse youkai com essa espada? Vamos todos morrer” - pensou desesperada.
- Confie em mim Kagome! - ele disse, como que lendo seus pensamentos. A garota até se assustou com isso, pensando se a audição dele era tão boa que podia até ouvir o que ela pensava. Mas o hanyou parecia mais concentrado na luta que se seguiria. Seu olhar determinado ia da ponta da espada ao youkai à sua frente, que erguia ameaçadoramente o punho em sua direção.
- “Tessaiga, por favor me empreste seu poder para que eu possa proteger quem eu amo” - ele desejou do fundo de seu coração. Quase no mesmo instante a katana pulsou em sua mão. Ele a fitou espantado enquanto ela ressoava e mudava de forma. Logo ela se tornara uma grande alabarda em forma de canino.

Sem se impressionar, o saruyoukai o golpeou com seu punho. Inuyasha mal teve tempo de pôr a espada na frente para defender-se do soco, mas conseguiu bem mais eficazmente do que imaginava. Foi como se o golpe tivesse atingido uma parede, e atrás dessa parede chamada Tessaiga tanto o hanyou como as humanas permaneceram ilesos. O youkai, irritado por seu ataque não ter dado certo, golpeou outras várias vezes. Inuyasha movia habilmente a alabarda em forma de canino bloqueando todas as tentativas do monstro de ferí-los - só por que ele não conseguia usar a Tessaiga não queria dizer que não iria treinar para quando pudesse usá-la. Mas o macaco gigante era forte assim como seus ataques e parecia que sua força aumentava conforme sua ira, que se elevava cada vez mais. Pretendendo acabar logo com a luta o hanyou salta até o inimigo, e com um movimento abre um corte profundo no peito do mesmo, pousando novamente em frente as humanas que olhavam à tudo espantadas, enquanto isso o youkai recua atordoado.

Kagome simplesmente não conseguia tirar os olhos da cena. Tão concentrada estava, que não percebeu quando Rin correu pra longe dela. A pequena havia avistado seu amo no chão lutando e queria correr até ele (embora não fizesse idéia de como desceria do telhado).
- Sesshoumarusama! - tentou chamar a pequena.
- Rin! - finalmente Kagome havia notado o sumiço da garotinha e correu até ela, na tentativa desesperada de trazê-la pra relativa segurança perto do hanyou. E este também logo viu a ação impensada da humana.
- Kagome, não saia de perto de mim! - ele gritou em vão, pois ela jamais deixaria a criança sozinha.

Então tudo aconteceu muito rápido. Uma águia gigante veio não-se-sabe-de-onde, parecia voar diretamente das mais altas nuvens do céu pra baixo. Ela alcançou as humanas quando Kagome já seguraça Rin em seus braços tentando impedi-la de ir mais longe. A ave as envolveu quase completamente em suas enormes garras e sem parar um instante, continuou seu rápido vôo para algum lugar longe dali. Inuyasha só pôde ouvir os gritos das duas e se desesperar.

Kagome!! - ele fez menção de correr até o pássaro, mas uma enorme mão o acertou e o jogou para o lado contrário com tamanha força que quebrou uma das paredes com seu corpo. Ao abrir os olhos torpemente ele viu o macaco que o tinha acertado e que vinha em sua direção mais furioso do que nunca.
- Vou te matar, maldito hanyou!!

Sesshoumaru ouviu muito bem quando a menina havia chamado seu nome e viu perfeitamente quando ela foi levada pela águia gigante.
- Rin! - mas suas tentativas de seguir o youkai alado eram frustadas quando mais e mais inimigos o rodeavam por todos os lados. - Maldição! - a águia já estava longe agora...

Inuyasha encarou o saruyoukai, este estava fora de si. O macaco gigante abriu a boca e nela começou a se formar uma bola de energia azul, que aumentava de tamanho e seu brilho ficava cada vez mais intenso. Sem mal conseguir levantar, Inuyasha achava que não sairia vivo do ataque devastador, mas isso nem importava muito agora: não agora que tinha perdido Kagome. Enfim aquela energia toda foi descarregada como um laser sobre o cansado hanyou, que fechou os olhos por causa do intenso brilho e da iminente destruição. Qual não foi sua surpresa ao não sentir o ataque e abrir novamente os olhos e ver um gigantesco cão branco parado à sua frente:
- ...Pai?

O cão branco recebeu todo o golpe de frente, mas nem sequer um arranhão foi feito em seu corpo. O saruyoukai o reconheceu como o lorde Inutaishou e se arrependeu imediatamente do que fez, tentou recuar alguns passos, mas nada o salvaria da ira do general cão. O inyoukai o encarou com seu olhos vermelho-sangue e rosnou ameaçadoramente:
- Como ousam..? - a raiva emanava de cada palavra como veneno – Atacam meu castelo e tentam matar meus filhos. - era uma voz animalesca que logo foi substituída pelo rosnado nervoso.

Dando um impulso com as patas de trás o inuyoukai pula sobre o inimigo. Este viu como única saída lançar o mesmo ataque com que quase matara o hanyou, abriu então sua boca, concentrando e então liberando uma enorme quantidade de energia sinistra em Inutaishou. O general cão, para o espanto do saruyoukai, desviou o golpe com uma simples patada. Partiu então para cima do oponente, mordendo-o com seus afiados dentes e sem piedade arrancando pedaços do mesmo, que gritava por ajuda de seus aliados. Mas todos os youkais restantes fugiram no momento que viram o lorde chegando. Os pátios do castelo agora estavam vazios, exceto pela cena terrificante que se seguia ali.
Terminada a carnificina e vendo que seu oponente não mais se mexia, Inutaishou pareceu se dar por satisfeito e, voltando a forma de sempre olhou em volta, vendo todo o estrago que aquele ataque surpresa fez a seu castelo:
- Que bagunça. - tentou limpar o sangue que escorria de sua boca, com um certo asco, mas suas mãos também estavam empapadas do líquido vermelho – Maldição! - então deu meia volta para verificar o estado de seu filho mais novo e não se surpreendeu em ver que Sesshoumaru havia chegado antes.

- Você deixou levarem-na. - o irmão mais velho segurava o mais novo pelo pescoço, apertando mais conforme ditava as palavras – Não pode nem tomar conta de uma criança, seu inútil! - havia uma raiva rara de se ver em seus sempre frios olhos dourados, embora seu rosto se mantivesse o mesmo exceto pelo cenho franzido.
- Gh... - o hanyou se esforçava em respirar, enquanto segurava com as duas mãos, a única com que o irmão o segurava, na vã tentativa de se libertar.
- Como pude confiar a segurança de Rin a um hanyou fraco como você..? Nem consegue defender a si mesmo, como pensou que poderia proteger alguém? -  um pequeno e maldoso sorriso apareceu em seu rosto, coisa que fez até o meio-youkai sentir um arrepio em sua espinha – Sua amada humana também foi pega... O que vai fazer? Deixá-la morrer nas mãos do inimigo?
- Já chega, Sesshoumaru! - interrompeu Inutaishou, enérgico. O filho mais velho então soltou o outro, que caiu no chão ofegante, segurando o pescoço e tossindo.

Inuyasha não se sentia mal apenas por ter seu pescoço quase quebrado pelo irmão, mas também por que sentiu cada palavra que este lhe disse como punhaladas em seu coração. Tudo aquilo era verdade, ele não tinha força suficiente para se proteger e pensou que por ter conseguido usar a Tessaiga poderia proteger Kagome. Mas falhou terrivelmente. O gosto amargo da derrota e da humilhação o fazia odiar sua parte humana mais que qualquer coisa. Essa era sua fraqueza, sempre fora, e Sesshoumaru nunca hesitou em jogar isso em sua cara.
- Maldição!! - ele socou o chão com força, fazendo sua mão sangrar. Inutaishou pensou em dizer alguma coisa, mas decidiu que o melhor no momento era deixar o filho sozinho.

Adentrou o castelo – ou o que sobrara dele – sentindo o cheiro que o preenchia: cheiro de poeira, sangue e morte. Avistou as nuvens de cabelos brancos de Kaede, agora desalinhados, ao chegar mais perto viu que ela abraçava um corpo jovem de uma garota.
- Tsubaki... - ela ergueu os olhos pra ver o lorde youkai – Inutaishousama... - os velhos olhos estavam marejados de lágrimas.
- Kaede...
- Por quê isso aconteceu..? Por quê nos atacaram assim..? Por que tem que haver tanta morte....? - a última parte foi como um sussurro.
- Eles pagarão por isso, eu prometo.
- Inutaishousama.... - ela se curvou um pouco sobre o corpo frio de Tsubaki, como reverência respeitosa ao youkai – Sei que não é permitido funerais para humanos... Mas eu poderia apenas enterrar as escravas que foram mortas...? Ou ao menos Tsubaki... Eu mesma o farei...
- Enterraremos todos. - respondeu.
- Obrigada... - agradeceu fracamente, enquanto derramou mais algumas lágrimas sobre o corpo sem vida da jovem escrava.

[...]
O pequeno grupo não encontrou resistência para cruzar os portões dessa vez, pelo contrário, nem sequer encontraram-nos inteiros. Os ferros retorcidos que um dia fecharam a entrada para o grande jardim porém, não eram as únicas coisas quebradas por ali. Praticamente toda a fachada do castelo inuyoukai estava destruída, corpos de youkais enfeitavam o chão, assim como os de algumas escravas que tentaram fugir das paredes protetoras – quando estas ainda estavam de pé -, o carmim de seu sangue tingia a grama e um forte cheiro de morte chegava até os visitantes recém-chegados como se lhes desse macabras boas-vindas.

- Parece que não fomos os únicos a sermos atacados. - disse Miroku, observando o desastre.
- Deve ter sido obra do mesmo youkai. - respondeu Sango, que trazia em seus braços um passivo Shippou.

Andaram jardim adentro até encontrarem Inuyasha recostado à uma semi-inteira parede. Ele fitava o chão sem realmente enxergá-lo, a derrota parecia pesar sobre seus ombros caídos, a falta de expressão era no mínimo preocupante. Ele não pareceu notar a proximidade de mais alguém, ou ao menos não demonstrou notá-lo já que nem suas sempre atentas orelhas caninas se moveram ao som dos passos sobre o mármore quebrado. Por sua cabeça passavam mil pensamentos diferentes, entre eles os mais comuns eram onde estaria Kagome e se voltaria a vê-la algum dia. Miroku se aproximou mais, um tanto incerto do que fazer:

- Inuyashasama...? - tentou chamá-lo. O hanyou lentamente ergueu a cabeça para fitá-los, como se fosse a primeira vez que os via ali. Por um tempo ele apenas os fitou, não conseguia simplesmente associar os fatos e pensar em algo coerente para dizer. Mas o inegável fato deles estarem ali o atingiu:
- Por que voltaram? - perguntou fracamante.
- Também fomos atacados...
- Onde está Kagomechan? - perguntou Sango olhando em volta e não vendo a amiga. O hanyou fitou tristemente o chão sem dar resposta.
- Ela foi levada – respondeu uma voz fria, ao se virarem na direção dela, viram Sesshoumaru – Por culpa desse inútil fraco. - terminou com desprezo, sem sequer olhar para o irmão. Inuyasha franziu o cenho e cerrou os dentes, mas sem pretensão de defender-se. Sango e Miroku o fitaram de volta, interrogativos. Shippou finalmente levantou seus olhos também, incrivelmente inexpressivos se comparados a vivacidade de outrora:

- Foi obra dele, com certeza. - disse o kitsune.
- O que disse? - indagou o hanyou, confuso.
- Naraku. Ele nos atacou e causou a morte do meu pai... Ele os atacou também...

Então foi ele. - outra voz respondeu, todos se viraram para a figura esbelta de Inutaishou saindo da penumbra do interior do castelo – Eu já deveria saber. Ele me distraiu para poder atacar meu castelo e pegar o que queria.
O hanyou abriu mais os olhos em surpresa – Ele queria a Kagome!?
- Provavelmente.
- Mas... por quê? - ninguém respondeu, pareciam todos pensativos quanto à isso.

- Creio que pensar sobre isso não trará ela ou Rin de volta. - disse Sesshoumaru, frio como sempre, em seguida se virando e saindo.
- Detesto admitir isso, mas ele está certo. Tenho que salvar Kagome. - e dizendo isso o hanyou começou a caminhar parcamente para algum lugar.
- Pra onde pensa que vai desse jeito? - intercedeu Inutaishou.
- Já disse, salvar a Kagome.
- Mal consegue ficar em pé. - e olhou analisadoramente para o filho que, além de ferido se apoiava na própria espada para andar – Faz pelo menos idéia de pra onde vai?
- ....
- Se recupere primeiro antes de pensar em sair por ai e perder sua vida assim. - era aquele tom de fim de conversa. Inuyasha até pensou em retrucar, mas em verdade não tinha nenhum argumento em seu favor e sabia que o pai estava certo. - E quanto à vocês – ele continuou, fitando Miroku, Sango e Shippou – Podem ficar conosco.
- Agradecemos muito, lorde Inutaishousama. - Miroku fez uma profunda reverência, ao que Sango o acompanhou. Shippou em seus braços apenas seguiu o movimento, sem se mexer realmente.
- “Aguarde Kagome. Eu vou te salvar com certeza” - o híbrido fitou a Tessaiga em suas mãos - “Nem que para isso precise dar minha vida para ficar mais forte.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mil desculpas pela demora em postar. Agradeço muito as reviews e espero que continuem acompanhando.
Até mais.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando os Youkais Dominavam a Terra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.