E se fosse verdade? escrita por Vick Princess


Capítulo 11
Eu te amo.


Notas iniciais do capítulo

O ultimo.. :(

Boa leituraa :)



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– Tá legal. Ótimo. O que cê quer fazer? – Daniel perguntou levantando do sofá. – quer viajar pra Paris? Ver a torre Eiffel? Quer ver as ondas em Bali? Nos vamos. Qualquer lugar do mundo que aceite cartão de credito. Qualquer lugar. – Daniel dizia.

– Tem uma coisa que eu gostaria de fazer. – Julie disse um pouco envergonhada.

– Qualquer coisa. – afirmou Daniel.

– Ahh, eu sou péssima nisso. – reclamou.

– O que? O quê que é? – Daniel perguntou se aproximando novamente. Se sentou no sofá ao lado dela, os dois trocaram olhares.

[...]

Estavam deitados na cama, os dois de lado. Julie queria tentar um contato físico com Daniel.

– Nervosa? – Daniel perguntou.

– Um pouco. – admitiu.

– Por que? – Daniel quis saber. – Como pode ficar nervosa, se eu nem posso tocar você? – Julie se lembrou de quando estiveram no hospital e ela sentiu a mão de Daniel.

– É justamente por isso. Não consegue. Lembra no hospital, quando pegou a minha mão? Eu senti. O meu espirito sentiu. Não sei como, mas acho que se pudesse me tocar de verdade, eu acordaria de tudo isso. – Julie explicava em um fio de voz. Daniel suspendeu a mão. Julie retribuiu, e suas mãos se tocaram.

– Eu to quase sentindo. – Daniel disse fechando os olhos. Ainda não havia o contato físico, mas a ligação entre eles era inegável.

– Eu também. – Julie sorriu fracamente. – acho que sei qual é o meu assunto não terminado. – Julie afirmou.

– Qual é ? – Daniel quis saber.

– É você. – Julie afirmou com convicção.

[...]

No dia seguinte Daniel acordou com os raios de sol no seu rosto.

– Juliana? – a chamou abrindo os olhos com dificuldade por causa da claridade.

– Eu to aqui. – Julie respondeu sentada na cadeira perto da cama, olhava pela janela.

– Que bom, eu pensei que já tinha ido. De repente, eu sei o que fazer. Porque dessa vez, eu posso fazer alguma coisa. – Daniel dizia.

– Eu não to entendendo. – Julie estranhava aquelas palavras.

– Julie, quando nos conhecemos, eu repetia que você estava morta, mas era eu que estava morto, e você me trouxe de volta. Você me salvou. Agora é a minha vez de salvar você. – Daniel afirmou se aproximando.

– Como? – Julie questionou.

– Simples. Eu vou roubar o seu corpo. – o loiro respondeu naturalmente.

Daniel já estava saindo, se preparava para atravessar a rua.

– Daniel? Danieel?! – Julie tentava impedir. – ficou maluco? Não pode roubar um corpo. – o repreendia.

– Por que não posso? – Daniel olhava de um lado para o outro na avenida movimentada.

– Por que vai ser preso. – Julie respondeu de imediato.

– E dai, se acontecer alguma coisa comigo, acha que eu me importo? Pelo menos ganhamos algum tempo. – Daniel destravava a porta do seu carro. Julie bufou.

– As primeiras coisas que tem que saber, so pra começar a pensar.

– Você sabe. – Daniel a interrompeu. – é so ir me explicando.

– Vai precisar de uma Van e de alguém sem escrúpulos.

[...]

Daniel chamou o seu amigo Martin para ajudá-lo, ele é psiquiatra e tem uma van, agora estavam os três dentro da van.

– E o que nos vamos pegar? – Martin perguntou depois de passarem por uma ladeira.

– Suprimentos médicos. – Daniel respondeu.

– Não contou a ele!? – Julie reclamou, estava no banco de trás.

– Shh! – Daniel fez sinal para ela se calasse.

– Tem que contar! Oh Daniel, eu to achando esse cara familiar. – Julie disse olhando para Martin.

– Viu ele no bar. – Daniel sussurrou, mas Martin ouviu.

– Vi quem no bar? – Martin perguntou.

– Ninguém. Deixa pra la ta. Cuidado. – passaram por uma curva fechada e Daniel fez uma manobra perigosa.

– Tá... E estamos com toda essa pressa por que mesmo? – Martin questionou se apoiando na porta.

– É porque é uma liquidação de camas de hospital, sabe, eu sempre quis ter uma. – Daniel respondeu nervoso.

– Ah. Ótimo, agora vai ficar enfiado na cama. – Martin reclamou.

– Tem que contar pra ele. – Julie avisou.

– Ainda não. – Daniel respondeu entredentes.

– Ainda não o que? – Martin ouviu.

– Ainda não chegamos. – Daniel respondeu, já estava suando de nervoso.

– Ok Daniel. Me conta a verdade, a sua amiguinha imaginária apareceu pra brincar né. – Martin ironizou.

[..]

No hospital, Julie o guiou até onde ficavam os suprimentos necessários.

– Vai pega a maca. – Julie o orientou quando entraram na salinha. – pega o medidor de pressão. – apontava para os aparelhos. – e um ventilador portátil, ali. Aquela coisa amarela. – apontou para a prateleira a frente deles.

– Tá fazendo o que? Isso aqui não é liquidação. – Martin o repreendia.

– Tá bom. Calma, eu sabia que você não viria se eu contasse, a minha amiga imaginária, não é imaginária. Ela é o espirito de uma moça em coma, que está la em cima, e vão desligar os aparelhos que a mantém viva. Nós temos que levar o corpo dela pra um lugar seguro. – Daniel esclareceu.

– Mesmo? – Martin questionou incrédulo.

– Mesmo. – Daniel garantiu.

– Era pra ter contado antes. – Julie disse.

– Ele não teria acreditado. – justificou.

– E acredita agora? – retrucou.

– Eu tinha que traze-lo ao hospital. - justificou de novo.

– Daniel, me deixa levar você pra ala psiquiátrica. La você pode receber ajuda. – Martin disse.

– Não dá tempo. São onze e meia agora. Ela vai estar morta em meia hora. – Daniel olhava o seu relógio de pulso aflito.

– Diz que eu sei que isso é demais pra ele. – Julie pediu.

– A Juliana tá bem atrás de você, ela está dizendo que sabe que isso é demais pra você. – Daniel disse apontando para o espirito de Julie. Martin se virou e não via nada.

– Mesmo? Ta bom, se ela está mesmo atrás de mim. Pergunta o que eu to fazendo com a mão. Pedra, papel ou tesoura. – martin levou a mão pra trás das costas fazendo gestos.

– Pedra. – Julie respondeu de imediato e Daniel repetia.

– Tesoura.

– Papel. – e Daniel repetia. Martin estava surpreso.

– Pedra de novo.

Até que Martin deu um cotoco.

– Ele tá fazendo sinal feio. – Julie disse.

– Tá fazendo sinal feio? – Daniel perguntou o repreendendo.

– Ok. As vezes a pessoa com alguma perturbação emocional. Pode ter momentos mediúnicos ta bom, mas mesmo se ela for de verdade. Sabe o que está arriscando por essa mulher? – Martin questionou.

– Sei. – respondeu de imediato.

– Por que? – Martin quis saber.

– Por que eu a amo. – pausou se virando para Julie. – Eu amo você! – afirmou sorrindo.

– Nunca tinham me falado isso. – Julie disse sorrindo abobada.

[..]

Daniel e Martin se disfarçaram de médicos, e agora levavam a maca para o quarto onde estava o corpo de Juliana.

– Daniel, agradece a ele. – Julie os seguia.

– Agradecemos muito Martin. – Daniel agradeceu empurrando a maca.

– Não to fazendo por você. – Martin disse.

– E ta fazendo por que? – Daniel questionou.

– Por que um dia eu vou precisar de ajuda para transportar um corpo, e quando esse dia chegar. Eu não vou querer desculpa esfarrapada. – Martin respondeu.

– Anda. Me põe na maca, rápido. – Julie orientou quando chegaram ao quarto.

– Ai meu Deus. Daniel. – Martin disse quando olhou para o corpo de Julie.

– Eu sei. Ela é linda né. – Daniel disse.

– Brigada, mas temos que ir. – Julie os apressava.

– Não é isso. É ela. É ela a mulher que eu ia te apresentar naquela noite. – Martin disse a reconhecendo.

– Eu ia conhecer a Juliana? – Daniel questionou.

– E ela também não foi porque sofreu o acidente. – dizia Martin.

– Era você. Então é por isso. – Daniel agora entendia tudo.

– Era você que eu ia conhecer. – Julie dizia, agora entendia tudo também.

– Perai. Como você a conhecia? – Daniel perguntou a Martin.

– Sou amigo da irmã dela, a Bia. Fomos namorados. – Martin respondeu.

– Eu sabia que conhecia ele. É o Tim Tim . – Julie se meteu.

– Martin é o Tim Tim ? – Daniel perguntou rindo.

– O que? Ninguém me chama de Tim Tim desde a faculdade. – Martin estranhou.

– Mais velho e cabeludo, mas é ele sim! – Julie afirmou.

– Foi ele que beijou a Bia no dia do casamento? – Daniel perguntou olhando para Julie.

– Como sabe disso? Ninguém sabe disso. – Martin estranhava cada vez mais a situação.

– É a Juliana. Ela está aqui. – Daniel apontou para o espirito de Julie.

– Ah meu Deus. Ela tá mesmo ai, não ta. – Martin agora acreditava no amigo.

– Eu te disse.

– Bom, vamos colocar na maca. Eu não quero que matem a irmã caçula da Bia. – Martin sorriu.

– Obrigado. – agradeceu Daniel. E eles colocaram o corpo de Julie na maca que trouxeram.

Ouviram vozes na porta do quarto.

– É o Nicolas. – Julie avisou ao dar uma olhadinha pela brecha.

– O cretino chegou quinze minutos antes. – Daniel reclamou.

– Assim que a irmã chegar. Estaremos prontos. – Nicolas falava ao telefone.

Daniel deixou Martin cuidando do corpo de Julie e foi até o Nicolas.

– Cuidado, ele é muito esperto. – Julie o avisava.

– Dr. Nicolas. – Daniel disse estendendo a mão em cumprimento. – Oi, eu sou Daniel Castellamare. – se apresentou.

– Diz que o Dr. Demétrius te mandou para uma avaliação final. – Julie orientava. Daniel repetiu.

– Não me passaram nenhuma instrução a respeito. – Nicolas estranhou. Ligou para o seu chefe para confirmar a informação. Mas antes que fosse atendido, Daniel lhe deu um soco.

– Daniel! – Julie o repreendia assustada.

– Ai meu Deus. Os delitos so aumentam. – Martin comentou ao ver Nicolas caído com o nariz sangrando.

Na correria pelo corredor. O aparelho que ajudava na respiração de Julie saiu. Os seguranças do hospital pararam Daniel no meio do corredor.

– Ai meu Deus. O tubo de respiração saiu. – Julie reparou.

A morena então sentiu o seu corpo ser puxado. Os Batimentos caridiacos diminuiam aos poucos.

– Não! Fica comigo. – Daniel em um impulso selou os seus lábios com um beijo. Mas então de ver a reação de Julie, os seguranças o seguraram.

Em alguns instantes Julie voltou do coma.

– Isso não é possível. – Bia disse ao ouvir o bip dos batimentos caridiacos da irmã voltarem.

Julie foi acordando, tossiu.

– Acho que bati a cabeça. – Disse fracamente ao tentar se levantar.

– Tudo bem. – Bia disse para os seguranças, que soltaram Daniel. O loiro se aproximou da cama de Julie.

– Oi. – disse Daniel sorrindo.

– Oi. – Julie respondeu com indiferença. Não o reconhecia.

– Sou eu.

– Desculpa, eu...

– Querida, é o Daniel. – Bia interrompeu. – Não se lembra dele?

– O apartamento. A cobertura. O jardim. – Daniel relembrava. – Nada. – abaixou a cabeça triste. Daniel saiu de la cabisbaixo.

[..]

Passou – se alguns dias e Daniel sentia falta de Julie, a mesma ainda não havia se lembrado dele. Hoje ela retornaria ao apartamento. E cada vez que passava pelos locais em que esteve com Daniel. Sentia que estava faltando alguma coisa. O mesmo ocorria com o loiro. O vazio da ausência estava grande para ambos. Julie passou pela rua da livraria de Jake. Ele até acenou para ela. Que estranhou.

Bia e seu marido, Felix, ajudaram Julie com as malas. Ela havia passado esses dias na casa da irmã.

– Nós sublocamos so por um mês. – Bia avisou colocando as malas no chão.

– Você mudou alguma coisa? – Julie perguntou. – To com uma sensação estranha. Falta alguma coisa. – disse Julie olhando em volta do apartamento.

– Mas tá tudo ai, do jeito que você deixou. – Felix garantiu sorrindo.

– Acho que foi por que passou muito tempo. – disse Julie e então se despediu da irmã e do cunhado.

Julie continuava com a sensação de que faltava alguma coisa. Sentia que algo estava diferente, so não conseguia identificar o que era.

A morena foi para o terraço. Ao chegar la, teve uma surpresa, se deparou com um enorme jardim. Daniel que o fez, cumprindo a sua promessa. Ele ainda estava la, regava as flores.

– Oi. – ele a cumprimentou. – Não se preocupe. Eu so queria que tivesse o seu jardim. – a tranquilizou.

– Como conseguiu chegar aqui? – perguntou olhando encantada para o jardim.

– A chave extra. Debaixo do extintor de incêndio. – respondeu.

– A ultima coisa que eu quero é assustar você. – Daniel garantiu. – adeus Julie. – já ia saindo.

– Espera! – Julie pediu. O loiro se virou com o seu sorriso característico. – A chave. Tem que devolver. – Julie justificou.

– Ah, claro. – Daniel pegou a chave no seu bolso, e se aproximou, os olhos dos dois se fixaram nesse instante como imãs.

– Da onde eu te conheço? – Julie questionava encantada com o par de olhos a sua frente.

– Dos seus sonhos talvez. – Daniel respondeu. E quando as suas mão se tocaram. Julie se lembrou de tudo.

– Não foi um sonho. – Julie disse ao “ver” as cenas que passavam como flashs por sua mente.

– Não. – Daniel afirmou. Puxou Julie pela mão, agarrou a cintura dela, e os seus lábios se tocaram, um selinho.

– Daniel. – Julie cessou o selinho. Sorriram um para o outro e voltaram, agora com um beijão de cinema.


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Notas finais do capítulo

Gentee..queria agradecer, a cada uma de vcs leitoras, que me acompanharam, me incentivaram..enfim..dedico esse ultimo capitulo a todas vcs