It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 18
Liberdade


Notas iniciais do capítulo

"Bom mesmo é curtir a vida adoidado!"
Augusto Branco



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Passei o resto do dia vagando pela mansão, tentando conhecer o lugar melhor e honestamente passar o tempo. No último andar comecei a ouvir vozes e percebi que vinha do escritório do meu pai. Como eu sei disso? Tinha uma plaquinha de ouro na porta com o nome dele. Sei que não deveria escutar atrás da porta, mas foi exatamente o que eu fiz, encostei o ouvido e tentei me concentrar no que conversavam. Reconheci as vozes de imediato, era do meu “querido patriarca” e... Pierre.

“- Nossa rapaz! Você parece arrasado, anime-se! Não tem motivo para essa carranca toda.

— Qual o seu problema? Tem noção no que me fez fazer?

— Ela é jovem, vai superar.

— Eu não teria tanta certeza disso.

— Cale a boca! Seu pedaço de merda! Não a conhece para saber disso!

— O senhor pode até ter razão, eu não a conheço bem, mas qualquer ser humano normal jamais o perdoaria.

— Sabe o que eu penso, que se ela me odiar pelo que mandei fazer... Não sei nomear qual o sentimento que reservará para você. Já pode ir, por hoje é só!

Tinha a impressão que o “ela” que se referiam era eu. Precisava falar com Pierre imediatamente.  Me escondi no final do corredor a sua espera. Assim que passou o encostei na parede.

— O que vocês estavam falando naquela sala?

— Nada que lhe diz respeito.

—Bem, não foi a impressão que vocês deixaram.

— Estava escutando atrás da porta senhorita?

— Não muda de assunto, minha paciência está bem pequena pra você?

— Vai buscar respostas com o seu querido pai, tenho mais o que fazer- disse desvencilhando-se.

— Eu estou falando com você- gritei.

— O que está acontecendo aqui?- meu pai indagou furioso.

— Parece que sua filha gosta de ficar ouvindo atrás da porta. Vocês que se entendam, com licença- disse Pierre insolente e foi embora.

— Como ousas ficar ouvindo as conversas alheias?

— Vocês estavam falando de mim, o que era?

— Não estávamos falando de você e meus assuntos não são da sua conta.  E nunca mais repita tal ato se não vai se arrepender amargamente- vociferou e saiu.

Estava furiosa, já era uma mulher adulta, mas estava sendo tratada como uma criança. Se ele pensa que vou aceitar essa situação de bom grado estava muito enganado. Fiquei com tanta raiva que poderia sentir minhas bochechas quentes com a vermelhidão. Saí a passos largos para fora da mansão. Ao chegar lá fora pedi ao motorista de plantão que preparasse o carro.

— A senhorita tem permissão para sair?- perguntou ele desconfiado.

Resolvi mentir, tinha quase certeza que meu pai não me deixaria sair, pelo menos não sem levar um monte de seguranças comigo ou pior ainda Pierre.

— Claro que sim, você acha mesmo que sairia sem permissão do meu pai. Acha que eu perdi a cabeça?- falei seriamente.

Ele não parecia muito convencido, mas foi buscar o carro mesmo assim. Talvez tenha sido meu olhar quase assassino que o convenceu.

Já dentro da limusine e fora da segurança do meu “lar” respirei me sentido livre finalmente.

— Para que lugar senhorita?

— Vamos para a cidade, me acorde quando chegarmos.

✨✨✨✨✨

— Senhorita? Senhorita? Chegamos.

Acordei lentamente, me acostumando com o ambiente. Decide que já que eles iriam me tratar com uma louca irresponsável que não é madura o suficiente para saber de seus assuntos, iria agir como tal. 

 - Pode me deixar em algum barzinho, acho que está muito cedo para uma balada não é mesmo?

— Acho que está muito cedo para beber senhorita.

— Essa não foi minha pergunta.

— Eu conheço um lugar.

 Chegamos a um local muito chique e ele parou para que eu descesse.

—Espere aqui senhorita, vou estacionar a limusine.

— Tudo bem.

É claro que eu não pretendia ficar nesse lugar e nem com uma babá no meu pé. Além do mais, não estava vestida adequadamente. Estava com calça jeans, uma blusa vermelha com um, sobretudo por cima. Assim que a limusine saiu do meu campo de visão peguei um dos táxis estacionados na frente do lugar.

  - Me leve para o estúdio de tatuagem mais conceituado da cidade.

 - Sim senhora.

Chegamos a um grande estúdio, paguei o táxi e desci. O que eu estava fazendo? Acho que foi um bug da mina cabeça. É claro que eu não faria uma tatuagem. Já que estava no centro resolvi andar.  Era final de tarde, a noite estava começando na cidade que nunca dorme. Caminhando vi um beco com uma porta e um segurança de guarda. Mostrei minha identidade e entrei.

Era um lugar muito agitado, a música estava a todo o vapor.  Estava lotado e havia homens e mulheres dançando pole dance. É claro que eu tive que vim parar num clube de strip-tease. Ia dar meia volta e ir embora, mas vi o bar e resolvi ficar. Só queria esquecer um pouco da minha realidade.

Me aproximei, tenho que admitir o barmen era muito lindo. Acho que por algumas horas poderia fingir ser uma pessoa normal, descontraída e flertar com ele.

— E aí, você vem sempre aqui?- disse e lancei o melhor sorriso sedutor que pude.

— Você pode fazer melhor que isso- respondeu ele com um sorriso torto.

— Desculpe, mas temo que não. Não faço muito isso- falei sinceramente.

Ele riu e me olhou solidário.

— Acho que devo lhe avisar que meu namorado é muito ciumento- falou ainda com um sorriso torto nos lábios.

Não consegui disfarçar minha cara de surpresa.

— Bem, além de mim tenho um drinque que inventei, mas devo avisar que ele é muito forte.

— É disso que estou precisando no momento.

Comecei a beber, perdi a conta de quantos copos já havia tomado. Me senti alegre, nem  lembrava meu nome. Apenas que estava com muita vontade de dançar. Mas o lugar tinha muita gente, estava apertado. Subi na mesa então, e comecei a balançar no ritmo da música.

O calor começava a ficar insuportável. Tirei o sobretudo, mas não passou.  Tirei a blusa, nunca deixando de dançar. Nossa como aquela música era boa. Ouvia algumas vozes gritando coisas para mim: “ Tira tudo gracinha.......Quanto é a hora para você ser exclusiva?......Gostosa...” Não estava prestando muito atenção , só queria dançar. Tirei a calça, finalmente o calor tinha melhorado.


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Notas finais do capítulo

Volteiiiiiiii, bem meus amores, sobrevivi a guerra, espero que tenha restado alguns soldados na batalha..kkkk’ Beijos, deixem seus comentários, estava com saudades!!



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