Além Das Fronteiras; Parte 2 : O Despertar! escrita por Shizzu


Capítulo 11
Enlace


Notas iniciais do capítulo

Bom, o capítulo ficou um pouco mais curto do que previ. Mas isto foi necessário visto os acontecimentos do próximo,que com certeza terá um clímax absoluto. Espero que gostem..
Boa leitura!
#Shizzu



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­Quando terminei de falar,a dúvida me tomou. Seu olhar ainda me contornava,e quando cessei, voltou-se ao chão. Me pergunto se ele realmente prestou atenção em tudo que disse,ou se havia dito algo desnecessário, ou me confundido um pouco no decorrer do diálogo. Sua expressão séria, limitava minhas suposições. Rendi-me ao ato de perguntar, receiosa ainda, mas curiosa para saber se teria ou não, seu apoio.

– Então...... sei que pode parecer confuso tudo que disse,mas... juro-lhes que não é de minha intenção fazer nada que comprometa a segurança dos Horda. Estou aqui para----

– Nos ajudar a derrotar Kell’Gash,isso eu entendi – retrucou sério,ainda sem me encarar

– Si-sim – concordei desviando também o olhar,para o lençol que se encontrava espremido entre meus dedos

– Bom, a sua história realmente não é algo muito comum. Pelo que disse,já passaste por muitas coisas para chegar até aqui. De alguma forma, já havia previsto que tudo isto aconteceria ? – indagou aproximando seu olhar curioso do meu relutante.

– Na verdade..... Não – afirmei tornando a encará-lo – Mas sabia,que de uma forma ou de outra, aconteceriam coisas que necessitariam da minha intervenção

– Como o que fez com a garota.... Sabia que mais cedo ou mais tarde,notariam sua anormalidade

– Sim,sabia – concordei sentindo-me um pouco desconfortada, o tempo que passei recostada na cabeceira da cama,já me trazia algumas dores musculares,ignorei.

– Elizabeth,não ? – diminuía a distância entre nós, deixando a ponta da cama,e se aproximando em direção à minha extremidade

Balancei a cabeça em tom afirmativo, observando sua aproximação.

– Vou lhe dizer uma coisa... – erguia sua mão esquerda lentamente, sabia onde ela iria pousar, não pisco – preste bem atenção... – ela já se aproximava, engoli a seco , interrompi minha respiração quando senti sua mão tocar a minha, ao senti-la aquecer-se quase instantaneamente , retirei o olhar da sua mão,e voltei-o a sua boca,que proferia algumas palavras, não entendi as primeiras,não havia prestado atenção ,pisquei duas,três vezes,recuperei a concentração – Você tem noção da responsabilidade que estarás carregando ? Do número de vidas que pesará em suas costas ?

– Sim,eu tenho – concordei apertando com mais força o tecido já amassado entre meus dedos

– Sabes também,que qualquer coisa que der errado,o mínimo que seja,irão lhe culpar... e as consequências serão muito ruins,e que não poderei intervir novamente

– Sim, eu sei! Mas estou disposta a correr este risco! – tornei a encará-lo,desta vez mais convicta

– Tudo bem então – retrucou em modo despreocupado enquanto levantava-se da cama,como se tivesse acabado de acordar numa manhã ensolarada de domingo – Bom, faça o que precisar, os elfos sangrentos estão a sua disposição,e se acaso precisares de algo,sabe onde me encontrar!

Nada respondi-lhes, só fiquei a observa-lo enquanto partia. Fiquei um pouco confusa com um último gesto seu, não sei dizer se foi uma impressão, ou minha visão turva, ou mera imaginação minha,mas.... juro-lhes que fui capaz de ver seus lábios se curvarem para o lado,seria.... Não,não! Uma impressão,sim... Agora já sozinha,paro um pouco para observar o lugar onde estava. Um quarto não muito luxuoso,mas com toda simplicidade que lhe é cabível,ainda sim é extremamente convidativo. Posso sentir um leve cheiro de lavanda, o chão está tão limpo que posso ver o meu reflexo, a mesinha de três pernas feita de madeira rústica, porta um pequeno abajour, uma bandeja com algumas guloseimas, o cheiro apetitoso atrai sons internos , meu estômago reclama comida.

Estranho, um cadáver sentir fome.... Não, por enquanto estava em forma humana, o tempo que estivesse naquela forma, teria as mesmas necessidades de um mortal. Após deliciar-me num demorado banho, vesti-me com algumas peças que encontrara pendurada na borda da cama. Paro frente ao espelho a fim de recolocar a fita que prendia meu cabelo. Tenho meus movimentos interrompidos,ouço um forte barulho,o bater da janela, uma ventania talvez, mas o clima estava seco, nem mesmo as folhas se mexiam, ou caíam.

A falsa ventania cessa, e retomo minha atividade anterior. Antes que pudesse dar o último nó, eis que a fita escapa de minhas mãos e é levada para fora da janela do quarto, que se encontrava aberta, como uma folha carregada pelo vento, ela se esvai. Mas antes que pudesse tocar o chão, ela para no ar, poucos centímetros acima da base da janela. Em tempos distintos, diria que tratava-se de um mero truque de mágica.

Mas não era a fita que flutuava, ela estava apoiada,ou melhor sendo segurada. E não demorou muito para que seu portador tomasse forma, e me estendesse a mão, devolvendo o objeto.

– Você aqui? – estreitei o olhar, recuperando a fita

– Sim, não aguentava mais esperar. E como não me deste notícias, vim a seu encontro – apoiava suas mãos sobre a base de mármore,tomando impulso para saltar e ultrapassar o obstáculo que os separavam, compartilhando agora o mesmo cômodo.

– Sabes que não pode vir aqui. Se acaso alguém o vires, estará tudo perdido

– Eu sei, eu sei! Não me subestime, só estou de passagem, graças a você – o indivíduo já se dirigia em direção a mesinha de guloseimas – E então, conseguiu formar uma “aliança” entre os Horda? Entendeu? Formar “aliança” entre os Horda.... – emitia algumas gargalhadas expelindo alguns restos de pão que escapavam-lhe à boca

– Poupe-me de suas gracinhas. E por Deus! Não ria desse jeito, quer que nos encontre aqui?

– Calma, não há com o que se preocupar. Você tem um verdadeiro “anjo da guarda” não? – arqueava uma de suas sobrancelhas, erguendo a maçã em sua mão direita

– Não sei do que está falando – desviei o olhar, apressando-me para arrumar a cama

– Ora Liz,não se faça de boba! É obvio que o “pirata” ta caidinho por você. Olha não é por nada não, mas... até que ele é bem atraente, e tem um olhar bem sedutor, mesmo sendo ausente de uma das visões. Que tal? Por que não aproveita seu tempo aqui e...... ahn? – mordiscava a maça com um olhar ainda mais malicioso

– Não creio no que estou ouvindo. O mundo está prestes a despencar sobre nossas cabeças e você está aí,a falar tamanha asneiras!

– Tsc! Para mim pouco me importa, já não pertenço mais a este mundo mesmo – dava de ombros

– Pois a mim – tomava a maça de sua mão bruscamente – importa! E lembre-se que é seu dever me ajudar,se não fosses por mim....

– Sim, eu já sei dessa história,repitira para mim umas mil vezes depois que voltara!

– Que bom que sabes, ande me ajude com essas coisas – despejava uma mala de couro marrom, antes escondida debaixo da cama

– Você é idiota ou o quê? Não acredito que trouxe essas coisas pra cá

– Ah, se conheço bem os Horda, eles não parariam para avaliar a mala de uma dama – abria o zíper já meio enferrujado com dificuldade, o que fosse que estivera ali, com certeza não seriam peças de roupa. – Pronta?

– E tem outro jeito? – cruzava os braços em recusa

– Ahn..... não,não tem! Vamos, temos que começar o ritual antes do anoitecer – já começava a retirada de objetos de dentro da mala, e a mão pálida e gélida toca-lhe o braço interrompendo-a

– Você tem certeza que é isso que quer fazer? – sua expressão mudara, a tensão no ambiente era facilmente notável – Sabe o que nos vai acontecer,não sabe? Sabes que poderia voltar a viver aqui com todos, sei que é isso que queres. Mas se fores adiante com isso......

– Eu sei,eu sei – recostei minha mão sobre aquela que consolava-me, rendi-me a um intenso suspiro, e com os olhos fechados, sorri – Não se preocupe – afirmei, pondo-me de pé novamente – Como você mesmo disse, não pertencemos mais a este mundo. Mas, é nosso dever garantir que ele continue existindo. Por isso, um último sacrifício se faz necessário

– Tsc! – cruzava os braços novamente- Só você mesmo pra me fazer voltar dos mortos pra morrer novamente em nome desses imbecis!

– Ora,não se faça de superior! Sei o quanto você queria se juntar a eles. E dentre esses “imbecis” que você chama, está minha filha..... Irei salvá-la custe o que custar! – cerrava os punhos chamando a atenção do indivíduo ali presente – Mas pra isso, há uma pessoa que preciso cuidar pessoalmente

– Acho que não será mais necessário – a satisfação em seu sorriso intrigava a bruxa

– Do que está falando?

E de dentro do casaco,sua mão retira algo que faz pingar algumas gotas vermelhas manchando o piso de madeira. Seu olhar percorre os pingos de sangue até seu causador, e da mão de seu aliado, vê-se um órgão espremido entre seus dedos, ainda pulsando mostrando a morte recente da vítima.

– O que você fez? – levava a mão à boca

– Digamos que..... temos um bruxo a menos neste mundo!


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Notas finais do capítulo

Uma pitada de mistério,pq né... Creio que o próximo sairá ainda esta semana!
#Shizzu



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