– Titta
– Mãe?
– Titta
– Mãe? Onde a senhora está? – saía a procurar pelo lugar escuro e sem matéria,cercado apenas por névoas negras
– Estou aqui filha
– Onde? Não consigo vê-la – tentava enxergar expantando a forte fumaça que embaçava a visão
– Estou aqui. Olhe para baixo
E a menina volta seu olhar na direção indicada,e nota seu colar brilhar,emitindo uma intensa luz,era dali que saía a voz. E ela vagarosamente,toca o objeto. E ao fazê-lo,a luz se torna mais forte,tirando qualquer visão que pudesse ter tido naquele momento,e ao cessar,eis que a sua frente surge a mulher antes presa lá dentro. Seu semblante era terno,semelhante a uma aparição divina. Um espírito vivo,o qual Tittannia não esperou para ir de encontro,e abraça-la em prantos.
– Senti tanto a sua falta – soluçava – está viva! Por que me deixaste?!
– Filha........ – afastava-a um pouco,forçando-a a encara-la – eu nunca abandonei você,nunca! Enquanto estiver com esse colar,eu sempre,sempre estarei com você,lembra?
– Então é verdade....... você estava mesmo aqui. Mas quem sabe se eu quebra-lo,você não fique de vez comigo – retirava o colar do pescoço
– NÃO! – interrompia o movimento
– Por quê não?
– Se fizeres isso,irás libertar o mal dentro de você
– Não entendo....... libertar o mal? Do que está falando?
– Tittannia,haja o que houver nunca,nunca tire esse colar,muito menos quebre-o está bem? Nunca!
– Não sei do que está falando,é apenas um colar! Se estás presa nele,se o quebrar irei liberta-la,e poderás viver conosco! Irei liberta-la! – joga o colar ao chão com máxima força,fazendo- se despedaçar
– NÃÃO!!!! – exclama a mulher em desespero
O tal objeto,ao se desfazer,começa a mudar a áurea do lugar. O semblante de Tittannia se altera totalmente,tomando a forma de algo maligno,emitindo uma imensa energia treval. Seus olhos tomam um tom avermelhado,ela emitia imensos raios de luzes resultante do imenso poder que saíam de seus póros,sombras a cercavam..... Uma forte ventania se apossava do lugar,sua expressão era sobrenatural,Tittannia não era mais a mesma,jaz ali um verdadeiro demônio.
– Titta.........não titta,pare....... TITTA!!!! – a mulher é atacada,e sua cabeça decepada cai ao chão frente a criancinha que observava a cena portando seu ursinho de pelúcia
– NÃO!!! – despertava Tittannia arfando intensamente,confusa,olhando para todos os lados atordoada. Encara seu colar que estava da mesma forma,observa suas mãos já trêmulas,de sua face escorria um frio suor.
Depois de alguns minutos voltando a si, Tittannia para para observar o lugar. Estava dentro de uma espécie de sela,em forma de quadrado,sob o chão empoeirado nada tinha se não alguns restos de papéis velhos misturados a embalagens,possuía um certo mal cheiro,e era altamente desconfortável.
– Aron? Aron,está aí? Sophie? Taiton?
........................................
– Tem alguém aí?
– Ora,ora............ veja quem acordou! – surgia uma nova mulher de expressão amedrontadora
– Quem é você? Onde estou? VAMOS ME DIGA!!
– Calma calma criança. Ainda é muito cedo para saber. Deveria ter um pouco mais de cautela,afinal........... não é educado tratar sua anfitriã assim – sorria pretensiosamente
A mulher era realmente diferente de tudo que já havia visto. Sua simples presença causava-me um imenso arrepio e sensação ruim,como se estivesse próximo ao próprio diabo. Porém,sua aparência não se assemelhava. Era alta,de cabelos vermelhos e longos,preso em uma só trança de lado,que ficava exposta sobre seu ombro esquerdo,deixando uma ou duas mechas a solta. Tinha a pele um tanto bronzeada,seus olhos castanhos causavam-me um incômodo maior,era como se estivessem lendo minha alma. Vestia um vestido longo,preto com alguns detalhes vermelhos,mas desprovido de estampa,tinha as mangas compridas e largas. Ela parecia me analisar dos pés a cabeça,como um predador observando sua presa.Seu sorriso era um tanto sádico,mas não se assemelhava com o de Taiton,o dela possuía algo mais tenebroso.
– Bom,por onde começamos? – dava algumas passadas com as mãos juntas posicionadas a sua traseira. Ao virar-se,devido a ausência de cabelos em seu ombro direito,consigo enxergar algo que me chamara a atenção,uma marca de nascença,a mesma que eu herdara de minha mãe,ela parecia proferir algumas palavras,mas não estava prestando atenção,a mesma estava voltada ao seu ombro somente
– Essa marca......... – sussurrei tentando aproximar o olhar,o que atraiu o dela,que já havia mudado,estava frio,parecia irritada
Ela recua as passadas,e se põe a minha frente,encarando-me com uma expressão assustadora,sem movimentar um músculo sequer. E após alguns segundos começo a ouvir um som indescritível que ecoava em minha mente,mais que um simples zumbido,era fino e mais que um incômodo,sentia como se minha cabeça fosse explodir com tal som,logo meu corpo todo tremia de dor.
– Sabe......... não é educado prestar atenção em outras coisas,enquanto uma pessoa está falando com você – estreitava o olhar
– ARGH!! FAÇA ISSO PARAR!!! – gemia de dor enquanto pressionava a cabeça entre as mãos,já caída ao chão
– Está sentindo? Isso,são seus tímpanos se contraindo,mais um pouco......... e todos os seus neurônios explodem! Não é incrível?! – agora gargalhadas psicopatas se instauraram no lugar
– Fa-faça isso parar,eu....... não estou aguentando,faça isso parar,por favor – se contorcia de dor
– Hum,vejo que já está mudando seus modos. Acho que deveria ser sua professora de boas maneiras,o que acha?! Iria educa-la como uma verdadeira lady! - sorria animada – Ah é,você não pode responder. Irei deixar passar dessa vez – eis que repentinamente,a dor a deixa,trazendo um enorme alívio a Tittannia.
– O que você – ainda arfando – quer de mim? – indagava estirada no chão
– O que eu quero? Bom......... há tantas coisas que eu quero de você,é difícil escolher uma. Deixe-me pensar....... – colocava a mão sobre o queixo em tom pensantivo e analítico
– Que lugar é esse?
– Você está nada a mais nada a menos que na mais temida nação de todas............... Aliança!! – exaltou o lugar erguendo os braços no ar
– ALIANÇA?!
– Isso mesmo,a sua terra natal
– Hum? Do que você está falando? Por que eu estou aqui?
– Simples,por que VOCÊ vai nos garantir poder,por que você vai servir como ponte e anexar as duas nações e torna-las uma só! Os Horda pertencerão a Aliança logo logo,e você será a responsável por isso!
– VOCÊ É LOUCA!! Escute,não sei o que vocês querem comigo,mas pegaram a pessoa errada,não tenho poder nem para mim,quanto mais para dar a vocês,e nunca,nunca deixaria que tomassem minha nação. Vocês me enojam! – cospe rudemente ao chão em menção de nojo,o que enfurece a mulher
E a expressão de fúria anterior retorna um pouco mais agressiva. E Tittannia começa a tossir intensamente,quase sem fôlego,ela cai de joelhos,passa a massagear a garganta,as tosses se tornam mais intensas,até que ela vomita um média quantidade de sangue e submersos nele,algumas larvas e vermes que se remexiam.
– O que é isso?! – encarava incrédula com expressão de repulsa
– Hum,acho que o resultado de uma comida estragada talvez – ironizou a mulher sorrindo sarcasticamente
– Sabe que não é isso! O que você fez comigo?!
– Nada de mais,agora me diga,quem está enojando quem?! – arqueava a sobrancelha
– O que vocês querem de mim? Já disse que não tenho nada a vos oferecer
– Ah tem sim,e como tens!
– Não entendo,o que vocês podem querer com uma simples caçadora como eu. Diga,o que há por trás disso!
– Simples caçadora? - gargalhadas se instauram novamente – está na cara que não tens idéia de quem é,não é mesmo?
A encarava confusa
– Deixe-me narrar um pouco de seu passado. Um passado distante,onde você ainda não conhecia este tenebroso mundo.............. O meu passado e o da vadia da sua mãe
– CALE A BOCA SUA MISERÁVEL!! – se levantava e corria até a mulher,mas foi impedida por uma barreira mágica invisível,que ao tocar Tittannia,jogou-a longe queimando parte de seu corpo
– Ow ow ow.......... É melhor acalmar-se meu anjo,se não........ vai acabar virando carvão,se bem que não seria uma má idéia,essa pele pálida de defunto é devastadora! Bom,onde eu estava?
Tittannia profere algumas palavras,mas não se é possível ouvir. Mesmo que mecha sua boca,não consegue emitir nenhum som. Olha para a mulher enfurecida
– Awn o que foi querida? Perdoe-me,não consigo ouvi-la,poderia falar um pouco mais alto por favor? – colocava a mão sobre a orelha em sarcasmo – Ah sim....... não pode falar não é mesmo? É melhor assim,não gosto de ser interrompida
Mesmo sem emitir sons Tittannia proferiu as seguinte palavras........
– Maldita,não sabes o que a aguarda! Irei esfregar o chão com essa palha que chamas de cabelo,amassar os seus neurônios como se fossem uma maçã podre sua cretina!!
E ela volta a sentir dor,o que a faz cessar,e voltar ao chão
– Vamos,continue! Vou pressionar seu cérebro até ele explodir! Sei fazer leitura labial sabia?!
– Pro inferno,você e suas bruxarias!! – indagou mesmo sem som
– Menina insolente,devia quebrar osso por osso seu! Só não o faço........... por que ainda terei minha hora com você.,e quero aproveitar o máximo! Agora,fique quieta,antes que esqueça o pacto que fiz,e arranque essa sua maldita cabeça loira fora!! – exclamou a mulher,retirando o feitiço de dor sobre Tittannia – és igualzinha a ela,tão petulante quanto!
Tittannia já acalmara um pouco seus ânimos,e mesmo contra sua vontade,passara a prestar mais atenção na misteriosa mulher
– Voltando a minha narração........ – pigarreia – minha vez de contar o meu lado da história.Há muitos anos,havia uma certa jovem........ Linda e atraente,que por onde passava atraía olhares dos mais variados tipos,e um deles também a atraiu. O de um belo homem,forte,poderoso,preenchia todos os requisitos de homem perfeito. Deveras só uma mulher foi consagrada com seu amor. A mulher atraente,cujo todos desejavam,a mulher que injustiçadamente,teve sua felicidade arrancada de si!
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– Já chegaste?
– Ah sim,me deixaram vir mais cedo para casa hoje. Hum,que flores lindas,são para você?– apanhava algumas flores e inalava seu cheiro
– Para mim não,mas creio que és para vós
– Para mim? – encarava a outra moça incrédula
– Sim,veio a cá hoje mais cedo,um menino e deixou-me este buquê,mas não disse de quem era. Acaso estás com alguém? Não me diga que estais namorando?
– Eu? Ora,por certo que não. Mas que estranho,será que não erraram de casa?
– Isso eu creio que não. Afinal,tu és a única Elizabeth por aqui. Ande,veja logo o que diz o cartão! – apressava a moça anciosa
– Calma,calma – apanhou o buquê,e consigo o pequeno cartão de aparência simples,que logo se pôs a ler
Após percorrer o olhar vagarosamente linha pós linha,a moça terminara a leitura com um sorriso inocente entre seus lábios
– Ora mais que atrevido! – gargalhava espontaneamente
– Que foi?
– Teve o disparate de me chamar para um encontro,e ainda abreviaste meu nome para Liz,exala a intimidade que não vos dei!
– Ora deixe de coisas,o rapaz foi romântico em mandar este buquê,que por sinal és lindo!
– Hum... – analisava o cartão
– Então?
– Então o quê?
– Ora mais como é lenta,uma tartaruga em cima de uma lesma caminhando sobre o gelo é mais veloz que seus pensamentos! O encontro,vais?
– Ah,claro que não! – deixava o bilhete sobre a mesa
– Mas por que não?
– Achas mesmo que iria encontrar com alguém,cujo desconheço até o nome?! Nunca
– Mas ele mandou flores
– O que tem? Não sou tão barata para ser comprada com flores,se fosse assim,casaría-me com um coveiro. Viveria recebendo flores
– Mas seriam flores de cemitério,estas são de jardim
– Que diferença faz? Flores são flores,a menos que venham acompanhadas de defuntos
– Não compreendo-lhe,vive reclamanado da falta de pretendentes a altura,e renegas este que parece ser tão....... maravilhosamente perfeito!
– O fato dele mandar-me flores não faz dele um cavalheiro! – ajeitava as flores dentro de um vaso
– E o que faz de um homem um cavalheiro para você? Que voe pelos céus e que escreva seu nome sob as nuvens e faça cair flores por todo o planeta? Ou que roube a lua e a transforme numa escultura com seu rosto?
– Hum....... até que não seria má idéia. Iria adorar ver meu rosto todas as noites,e veria a cada
noite de uma forma diferente,já pensaste quão incrível seria?!
– Ah,eu desisto! Faça o que quiser,mas..... se eu fosse você,iria a este encontro. Pelo menos para conhecer a identidade dele,não conseguirás dormir pensando em quem deves ser seu pretendente! – afirmava com total convicção
– Acaso estás jogando-me uma praga?
– Nunca,jamais! Tome um chá irás precisar para dormir,e cuidado com os pesadelos!
– Pesadelos?
– Sim,irás sonhar sendo atacada por vários pontos de interrogação pulando sobre sua cabeça,e vários rostos desconhecidos atormentando-lhe a mente!
– CHEGA! Tudo bem,tudo bem....... você venceu,eu irei!
– Estás de prova Lily,ela que está indo por livre e espontânea vontade – falava ao gato preto,que afiava suas garras no sofá,sem ligar muito para a situação
– Ah claro! Eu irei tomar um banho,estou exausta! Continue ensinando ao Lily como ser um gatinho dissimulado
– Que horror! Lily é um bom garoto,não é Lily?! – apalpava a cabeça do bichano
– Ora Lucy,pare de fazer isso,ele não é um cachorro – revirava os olhos com intolerância
– Deixe-me trata-lo como quero,eu limpo suas caquinhas,você não tem direito de optar em nada aqui!
– Tsch! – a moça se esvai com a toalha sobre os ombros
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– Sem saber,apartir dali eu iria me apaixonar perdidamente por ele. Aquele ser desconhecido,seria o ser que pela primeira vez,iria arrancar-me um sentimento que me consumiria por inteiro,o tão falado amor!
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– LIZ VAMOS SAIA DESSE BANHEIRO!!
– Calma,ainda não terminei
– Ora,mas já fazes mais de duas horas que estás aí. Acaso se afogaste aí dentro?!
– Pronto! – saía a mulher já vestida para o encontro
– O que é isso? Se trocaste aí dentro?
– Sim
– Por que não foste até o quarto,iria ajuda-la a se trocar
– Por isso mesmo. Iria me espionar,e dar palpites desnecessários,prefiri me abster disso
– Obrigado pelo “ Não preciso de você,irmã inútil!”
– Não seja dramática,não quis dizer isso. Só que........ és meu primeiro encontro,e queria fazer tudo sozinha
– Hum,que seja,agora ande,estais atrasada!! Já vai escurecer,e do jeito que és,é capaz de se perder no caminho,vamos evitar esse desastre
– Falando desse jeito,até parece que sou um ser irracional!
– E és! Mas ninguém precisa saber disso – arrumava o vestido da moça
– Lucy.......
– Ah deixe para dar-me sermões depois,agora vá! E divirta-se
– Até parece que sou a mais a nova e você a mais velha
– Tecnicamente é assim mesmo. Agora deixe de gastar sua saliva comigo,e vá atrás do seu pretendente – empurrava-a em direção a porta
– ESPERE! E se acaso,não fores um pretendente, e sim um tirano?
– Bom,aí você delicadamente retira seu sapato,e atira nele, e sai correndo gritando “ SOCORRO,TEM UM TARADO ATRÁS DE MIM!!!”,que tal? – sorria animada
– Estou nervosa – pressionava o tecido do vestido
– Não fique,o máximo que pode acontecer é ele não gostar de você
– Isso não ajudou Lucy
– Mas.......... do jeito que és linda,ele com certeza gostará,so se certifique que ficarás de boca fechada,so pra garantir
– O que você quer dizer com------------
– NADA NADA! VÁ LOGO! – empurrou a moça para fora da casa e fechou a porta. Em seguida passou a observa-la em partida pela janela
Alguns instantes depois.............................
A moça chegara em seu devido destino,próximo a uma colina,frente a um extenso lago que refletia a luz da lua que estava cheia. Tornando o lugar o mais perfeito cenário romântico. Na extremidade da colina,encontrava-se apenas um homem. Era alto,seus cabelos pareciam ser castanhos e lisos,que esvoaçavam por causa da forte ventania ali,o que fez a moça cruzar os braços para aquecer-se do frio. Ele estava de costas,o que deu-lhe um mistério maior sobre sua identidade.
– Co-com licença...... – indagou relutante a moça
– Sim? – virou-se ao seu encontro
O homem era realmente portador de uma beleza exorbitante. Seus olhos castanhos tomavam um brilho esplêndido. Sua feição era encantadora,o que pela primeira vez,hipnotizara a tal moça,que já não conseguia conter a quantidade de sentimentos que se misturavam dentro de si,acelerando seus batimentos,dando a ela a sensação do falado “amor a primeira vista”!
– É......... perdoe-me mas....... quem é o senhor?
E o homem aproximou-se saindo da escuridão,e expondo mais claramente seu rosto,revelando de vez sua identidade!
– Oh céus! A-alteza! – ajoelhou-se fazendo-lhe uma reverência
O homem sorriu espontaneamente,atraindo o olhar da moça que por sua vez estava confusa
– Até quando vais ficar aí no chão?
– Até que o senhor dê-me sua benção
– Benção? E acaso tenho cara de santidade?
– Hum? – a moça o olhava tentando compreender o sentido de suas palavras
– Ande,levante! Se ficar assim,irás amassar seu vestido
– Perdoe-me senhor,mas só posso levantar-me depois que me der sua benção
– Ta bom então,irei me juntar a você – e o homem se pôs a sentar no chão,ao seu lado,confundindo ainda mais a mulher
– O que o senhor está fazendo?
– Hum? Apreciando minha súdita! – sorriu novamente,fazendo-a corar
........................................
– O quê? Até as santidades tem direito de apreciar seus devotos
A mulher continuava observando sem entender,esperando que ele esclarecesse o acontecido
– Posso ajuda-lo senhor?
– Pode,primeiro pare de me chamar de senhor. Só por que sou rei não faz de mim um bode velho! – ela taxava-o de esquisito com o olhar
– Ah,e me chame pelo primeiro nome
– Kell’Gash?
– Não,esse não! É muito.......... desagradável,parece nome de ervas mortíferas! Me chame de.............. Dan!
– Dan? – arqueava uma das sobrancelhas
– Sim,Dan! É simples,pequeno e fácil de lembrar!
– Mas para quê isso?
– Bom,é estranho vê-la chamar-me de Kell’Gash............. me faz parecer um tirano! E depois............ Dan vem de Dante,que foi um dos nobres guerreiros desta nação
– Entendo.......... Que fazes aqui?
– O mesmo que você
– Também estás esperando alguém?
– Não
– Ah,então não é o mesmo....
– Por que não?
– Estou esperando alguém
– Quem? Se quiser dizer claro......
– Não sei dizer – desviava o olhar
– Como não sabe? Estás esperando alguém que não sabes quem é?
– Acho que sim
– E como farás para saber que é realmente o alguém que estás esperando?
– Não sei........ Acho que......... só,saberei
– Isso não faz sentido
– Eu sei,mas........ acho que me corpo me avisará quando ele chegar
– E como farás isso?
– Não sei,talvez meu coração acelere,e minhas mãos comecem a suar,e comece a fazer gestos,e a pensar em um monte de coisas que não saberei responder,talvez me perca nessa multidão de suposições,e o medo me consuma e comece a tagarelar e----------
– Como agora? – a encarava um pouco mais atento,o que a fez parar por um momento e observar a si mesmo
Ele estava mais próximo,e sem perceber suas ações já a tinham entregado.
– S-sim,como agora........ – seu olhar havia pousado sobre o rosto do homem,e se recusava a sair de lá
– Hum...... – ele recua rapidamente,fazendo-a cair em si – Então........... acho que seu corpo está certo ao avisar-lhe
– Hum?
– Sou eu! – levantou-se
– Como assim é você? – questionou enquanto observava sua mão estendida a sua frente a fim de ajuda-la a levantar
– Eu sou o homem que espera................ Liz! - ela já estava quase de pé,mas ouvir a abreviação de seu nome e constatar que era ele,o homem das flores,soltou sua mão e quase caiu ao chão,mas ele para seus movimentos segurando-a pela cintura,deixando-a boquiaberta.
Os dois se entreolham por alguns instantes,se fosse expressar aquele momento,seria com fogos de artifícios,desenhando um coração de fumaça no céu e uma música de fundo..
– Perdoe-me não ter me apresentado desde o início,pensei que sua reação não seria a mesma se acaso soubesse. Perdoa-me? – ajoelhava-se segurando a mão esquerda da moça
– Oh não,não. Pelo amor de Deus,levante-se
– Perdoa-me?
– Mas não há o que perdoar! Por favor,se acaso alguém nos vê aqui,o que irão pensar?!
O homem a encara por um instante,e muda seu semblante,levanta-se e se recompõe.
– Algum problema?
– Vá!
– Como?
– Vá embora!
– Mas....... o que fiz? Perdoe-me senhor,não quis ofe--------
O homem já não mais a encarava,estava de costas,de semblante frio. Ela aproxima-se alguns passos...... egue sua mãos a fim de tocar seu ombro,mas desiste.
– Posso........ ao menos saber o motivo de ter mudado repentinamente?
– Você é como todos os outros – vira a lateral de sua face a encara-la – não consegue me ver como uma pessoa comum não é? Apenas como Kell’Gash,o todo poderoso e rei absoluto da Aliança,o qual todos temem! Não é?
A mulher limitou-se ao silêncio.Já cabisbaixa,não encontrava palavras que contradissessem aquilo.
– RESPONDA-ME! – ele a segura pelos braços rudemente,pressioando-os com força – VOCÊ TEM MEDO DE MIM NÃO É MESMO? SE ACASO MANDASSE QUE SE DEITASSE COMIGO O FARIA NÃO? SEM QUESTIONAR! COMO UMA PERFEITA V-------
O homem é interrompido pelo tapa que recebe da mulher. Que também havia alterado seu semblante. Ela o encarava furiosa,sua expressão havia mudado da água para o vinho!
– Não,não o temo. O respeito,como qualquer outra pessoa que esteja numa posição acima de mim.Respeito,é o contrário de sentir medo. Poderia até não sentir medo,mas agora sinto-lhe repulsa. Vejo que o fato de ser rei,realmente não altera em nada sua estupidez que se equipara a de qualquer cretino!
– Que disse? – a encarava espantado
– Creio que o poder não tenha tirado sua audição! Com licença senhor,e tenha uma boa noite
– E-espere!
E a mulher interrompe seus passos
– Perdoe-me – estava cabisbaixo – não foi isso que quis dizer,eu só..........
– Queria descontar suas frustrações no primeiro que aparecesse,não é mesmo?
– Não,também não é isso. Só estou cansado das pessoas pondo-me rótulos,sem sequer saber algo ao meu respeito. Tudo que sabem é que sou o rei absoluto delas. Desde que me tornei rei,todos duvidam de minha capacidade,somente por causa da pouca idade,mas ninguém tem conhecimento algum ao meu respeito
– É verdade,assim como o senhor também não tem conhecimento algum sobre eles
– Que quer dizer?
– Que devia parar de agir como um reizinho mimado,e fazer valer o seu título. Caso contrário,terá um novo rótulo,imposto por mim mesmo,o de rei chorão!
– Como?
– Isso mesmo que ouviu
– Como se atreve a falar assim com um rei?!
– Com a boca oras! E se não estais lembrado,foi vós que me chamou até aqui,e ainda por cima me ofendeste. Então,aconselho-vos que esqueça de minha existência
– Não,não,espere! Estou sendo rejeitado por uma plebeia é isso?
– Sim! Se faz tanta questão de ser rejeitado por uma princesa,corteje uma!
– Não posso crer – espontaneamente gargalhadas se instauram no lugar
– Do que está rindo?
– De você
– De mim?
– Sim,acho que me enganei ao seu respeito. Realmente é totalmente diferente de tudo que já vi
– Oh,mas que belo feito! Daria-lhe um presente de recompensa,mas estou atrasada,então......... boa noite! – dá-lhe as costas,e ao caminhar,tropeça em alguns galhos ocultos pela escuridão. Sua queda é amparada pelo forte homem.
– Por que não me dá um beijo? Serviria-me de recompensa – aproximava-se
– Po-por que não dou-lhe outro tapa? Acho que ficaríamos quites – tentava recuar
– Se quiseres.......... fique a vontade plebeia!
– Mas que disparate principezinho!
Ele a ignorava e continuava a aproximar-se,e ela continuava tentando recuar. Seus lábios estavam tão próximos a ponto de um poder sentir a respiração do outro,a mulher já não se continha de ansiedade.
– Não – recua alguns passos – não posso
– Por que não? Não vais me dizer que é pelo fato de eu ser seu rei
– Não,quer dizer....... também! Mas......... eu realmente não posso fazer isso
– Por que não?
– Por que............. Por que.......... SÓ O CONHEÇO A QUINZE MINUTOS,ACHAS MESMO QUE IREI UNIR OS MEUS LÁBIOS AO DE UM HOMEM CUJO CONHECI A QUINZE MINUTOS??! ACHAS QUE SOU O QUÊ? ALGUMA MUNDANA?! NEM QUE FOSSE O REI DE UMA NAÇÃO,NÃO ME ENTREGARIA FÁCIL ASSIM!!
– Mas eu sou o rei de uma nação – ria da situação
– Que seja! Me entendeste oras! – cruzava os braços – agora,se o senhor me der licença,ESTOU DE PARTIDA!!
– Cuidado com os galhos – atrai atenção da moça que faz algumas resmungas e sai bufando,enquanto o outro permanece no lugar ainda rindo da situação
– É................ acho que é ela!
..................................x.........................................................................................x..........................
– É incrível não é? Mesmo sendo um primeiro encontro,já havia provocado tantas coisas,tantos sentimentos................ A partir dali,a linda moça,sem saber,já não tinha mais posse de seu coração. Em simples quinze minutos,já havia encontrado um amor de vida inteira!
.................................x.........................................................................................x..........................
Alguns meses depois....................
– Aonde vais?
– Já disse-lhe mil vezes!
– Não estou gostando disso – resmungava a irmã desconfiada
– Disso o quê?
– Sabes do que estou falando,do fato de estar namorando com um homem desconhecido,que nunca vi
– Ele não é desconhecido,se chama Dan já falei. E ainda é cedo para que lhe apresente. Parece mais um general,temo quando ele vier aqui
– Hum? – carregava a espingarda – Por que?
– Nada,apenas temo um homicídio – apontava para a espingarda
– Ah,isso? – mirava – imagine,jamais atiraria em alguém,nunca matei uma mosca sequer
– Ah não,so uns cinquenta leões,cobras,garrataques,monstros............
– Tá,mas uma mosca não
– Que seja! Estou de partida
– Liz!
– Hum?
– Prometa-me que terás cuidado! Não confie tanto assim nas pessoas,podem parecer humanos,mas algumas possuem almas traiçoeiras
– Ah,não fale assim. Até parece que estou indo para a morte
– Não é isso.......... Sabes que me preocupo com você,desde que nossos pais........... emfim,tome cuidado
– Sim,sim. Até mais tarde
– Até!
....................................
– LUCY!!
– Sim?
– Eu te amo! – arranca um sorriso da irmã
– Eu também te amo – a garota se vai
Tempo depois..........................
A garota chega em uma floresta,a procura-lo........
– Dan?
Percorre alguns quilômetros em sua busca,sem resultado
– Dan? Tem alguém aí? – é surpreendida pelo rapaz,que a toma pela cintura de supetão
– Ah,que susto!
– Minha ausência de beleza é tão incomodativa assim? – vira para encara-la
– Não,o excesso que é! – beija-lhe os lábios com intensidade
– Senti tanta a sua falta!
– E pensa que eu não? Quase explodo a Terra para que passasse a girar mais rápido,e pudesse vê-la
– Mas que exagero! – se beijam novamente
– Liz!
– Sim? – sorria como uma criança
– Quer casar comigo?
– O quê?!
– NÃO!!! Você deve dizer,”sim aceito me tornar sua rainha”! Não acabe com a tradição
– Mas.......
– Não queres?
– Claro que sim! Mas,sou uma plebeia,plebeias não se tornam rainhas
– Você sim! A minha rainha! – beija-lhe de leve a testa – Mas,terá que ser daqui um ano
– Por que um ano?
– Tenho uns assuntos para resolver em Nortúndria. Só retornarei daqui a um ano
– Nortúndria? Mas é muito longe!
– Eu sei,mas........ prometo vir o mais rápido que puder
– Está bem.......... Mas,depois deste passado tempo,ainda................. vais me amar? – sua expressão era triste
– Para todo o sempre,meu amor! – unem seus lábios novamente com paixão
–------------------------------x--------------------------------------------------------------------x--------------------
Vendo assim,realmente parece uma linda história de amor,não é mesmo?! E é! Dan............Kell’Gash,foi o único e verdadeiro amor daquela linda moça. Porém,nem tudo é como nos contos de fadas. Com o passar do tempo,ela viu que Kell’Gash não era quem aparentava ser,e se arrependeu amargamente de ter confiado nele,um erro que custara muito caro! Mesmo assim,os dois se amavam! Ele realmente a amava,e ela queria se tornar rainha e viver ao seu lado para todo o sempre,porém........... não lhe foi permitido,graças a outra miserável mulher que arrancou sua felicidade. Uma maldita mulher que pôs um ponto final na história dos dois
Tittannia a encarava assustada,a mulher exalava um ódio mortal
– E essa infeliz mulher.............. sou eu Tittannia! Sua adorada tia,que após ficar presa no inferno durante vinte anos! Voltou para terminar o serviço,assim como dei um fim a sua mãe há vinte anos, agora.........darei um fim a você!