Reasons to be Missed escrita por NallaTonks


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Não me matem...



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— 146 DIAS — 14/10/11, sexta-feira

— Muito bem. Acho que podem encerrar por hoje.

— Graças à Deus. - Quando Rachel finalmente declarou o ensaio do dia encerrado, Tina e eu caímos quase mortas no palco do auditório. Brittany parecia estar ligada em uma tomada de 220 volts. A menina dançou e cantou durante toda a tarde e ainda tinha energia para rodopiar e saltar pelo palco. Ela era mesmo um espírito livre preso em um corpo.

— Eu tenho que admitir que vocês fizeram muitos progressos nos últimos dias, isso, é claro, é mérito meu já que se não fosse por mim nenhuma das três teria se dedicado como deveriam. Tina, eu tenho certeza que Mike vai ficar orgulhoso de ver como você tem executado as coreografias dele com perfeição. Brittany, eu fico muito feliz que você não confundi mais as letras.

— São muitas palavras, mas a Sant tem me ajudado a exercitar minha memória. Ela disse que eu estou me tornando um gênio dos números. - Brittany finalmente parecia ter se cansado o bastante para sentar elegantemente no chão.

Eu mal conseguia respirar. Meus pulmões estavam em chamas. Mais uma vez eu me vi com o estranho desejo de que Rachel cuidasse de mim como ela havia feito com Finn na sala do coral.

— Estão dispensadas meninas. Nos vemos no coral na semana que vem, tenham um bom fim de semana.

Tina e Brittany foram embora logo em seguida, mas eu continuei onde estava. Algo se movia em meu interior. Me incomodava.

— Quinn? Você me ouviu? Já pode ir. - Rachel guardava as partituras e o pequeno aparelho de musica sobre o piano. Com algum esforço, me fiz levantar para ajudá-la.

— Eu tenho uma pergunta. - Por alguma razão eu me via tentando controlar a mim mesma para soar calma.

— Eu também, na verdade. Por que está me ajudando?

Parei o que fazia para olhar para ela. Rachel sempre foi conhecida por deixar seus sentimentos a flor da pela. Sempre a vista para quem quisesse ver e, nesse momento, a curiosidade e a confusão eram nítidas em seu rosto.

Aquilo doía. Sempre doía.

— Eu estou tentando, sabe. Eu estou tentando e você, de todo mundo nessa maldita escola, deveria saber. Você sempre tem um discurso na ponta da língua preparado sobre como alguém precisa se esforçar o tempo todo para ser melhor e como as pessoas ao redor devem ajudar esse alguém sem julgamentos, sem mágoas passadas porque ninguém deve enfrentar o mundo sozinho. No entanto, desde que eu voltei para a escola esse ano eu tenho tentado ser melhor e você não fez nada além de me julgar. Eu sei que, de todos, você foi quem eu mais maltratei e eu nunca terei palavras o bastante para dizer que eu sinto muito. Exatamente por isso você deveria saber a diferença.

Em algum momento eu tinha começado a gritar sem perceber. Uma fúria que não era minha parecia ter dominado todo o meu ser. Nublava meus pensamentos.

— Quer saber de uma coisa? Não vale a pena. Ninguém dá a mínima se eu sou uma santa ou o verdadeiro diabo. Ninguém se importa comigo, com o meu bem estar. Só importa o que eu posso fazer. O poder que eu tenho ou não. Isso é o que faz a diferença.

Rachel tremia, assustada com a minha explosão repentina. Por alguma razão, eu tremia tanto quanto ela. Minhas mãos em punho fechadas com tanta força que os nos dos dedos estavam brancos e eu podia sentir minhas unhas cortando minhas palmas.

A raiva. Potente. Viscosa. Obscura. Fluía através de mim de uma maneira que nunca tinha acontecido antes.

Todo esse esforço que eu vinha fazendo. Para que? Qual o objetivo.

Não tinha razão naquilo tudo. As coisas tinham saído do controle. Eu tinha deixado chegar naquele ponto.

Quinn Fabray uma perdedora do McKinley? Quinn Fabray tomando banho de slushie? Quinn Fabray equiparada à Rachel Berry?

Já chega.

— Q-Quinn. E-eu-

— CALA A BOCA. Cala a boca, Frodo. Eu não aguento mais ouvir a sua voz. É tudo o que eu tenho escutado a dias e já estou farta.

Em algum lugar, distante, na minha mente confusa, eu quase podia sentir algo. Ouvir algo. Era como se alguem estivesse tentando falar comigo pelos meus pensamentos. Eu só podia estar ficando louca. A loucura de Rachel Berry estava me contaminando.

xXx LEVY xXx

Lucy Quinn Fabray era uma humana excepcional, de fato. Outros humanos com o fardo que ela carrega já teriam sucumbido a loucura. Ou desistido.

Ela estava mesmo completamente focada na missão que lhe foi dado.

Quase.

A presença de Sam Evans era quase constante. Lucy e o jovem se comunicavam o tempo todo por aquele odioso parelho que ela chamava de celular.

Algo porém me preocupava. Com o passar do tempo a áurea de Lucy que estava começando a ser limpa tinha novas manchas escuras. Manchas que apareciam ocasionalmente. Quase sempre sobre sua cabeça, nos momentos de angustia. Manchas que nunca estiveram ali antes.

O mal ainda estava em algum lugar próximo. Cercando.

O inferior que eu havia avistado não se deixou ver novamente, mas ainda estava por ai e de algum modo estava tornando minha comunicação com Lucy difícil. Ela não sabia disso, porém a cada dia falar telepaticamente com ela se tornava mais complicado e meu esforço era maior.

Estava em seu quarto aproveitando o fato de que Lucy ainda estava na escola para inspecionar o lugar a procura de algo que pudesse explicar o fenômeno quando senti. Uma explosão de ira vinda de Lucy. Uma ira com uma sombra maligna que de maneira alguma poderia vir dela.

Corri até o auditório das escola.

Lucy tremia. O rosto vermelho. A ira contaminava todo o lugar. Era tão forte que no momento em que entrei senti uma barreira tentar me lançar para fora do ambiente.

A perversão daquele sentimento era tão grande que Rachel Berry era capaz de sentir. Mesmo que não pudesse explicar para si mesma porque se sentia tão ameaçada.

— Lucy! Lucy me ouça. Controle-se. Ache o seu eu interior.

A resposta nunca veio. Ela não podia me ouvir.

Minha conexão com Lucy estava perdida.

Você achou mesmo que podia ajudá-la?

O inferior. Está aqui.

Onde está, criatura corrompida?

Ela já estava perdida muito antes de você chegar. Ela é nossa. E não tem nada que você possa fazer. Espero que aproveite show. Estou só começando.

Apareça! Mostre-se e me enfrente.

O meu Lord vai amar isso.

Lucy saiu do auditório a passos duros. Sua mente estava bloqueada para mim, mas sua áurea não. Uma áurea contaminada pelo mal cujas intensões eram inimagináveis.

Que Deus a proteja.


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