Reasons to be Missed escrita por NallaTonks


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Passenger - Let her go Acoustic Version (http://youtu.be/MWziq1ndN7U)
Eu sei que a música é de 2013 e a história se passa em 2011, mas eu precisava colocar essa música aqui.



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— Muito bem, crianças. Eu quero parabenizar a todos. Mesmo ensaiando há pouco tempo vocês se dedicaram de verdade, assumiram um compromisso. Eu estou muito orgulhoso, pessoal. Eu nunca vi vocês tão sincronizados. Até mesmo Finn. Alias, onde ele foi?

Estávamos o fim do ensaio do dia. Schuester tinha razão. Nos realmente melhoraram. Definitivamente a coreografia não seria um problema esse ano, principalmente porque Finn dançaria invés de ficar balançando de um lado para o outro enquanto os outros tomam cuidado para não serem acertados.

Finn tinha saído há alguns minutos. O professor estava prestes a mandar alguém procurá-lo quando ele surgiu animado com outro rapaz.

Muito bonito, por sinal.

— Desculpe a demora, Sr. Schue. Eu trouxe um presente. - Ele olhou para Sam dando tapas nas costas do garoto. Finn tinha uma mão pesada, quase arremessou longe o pobre coitado. — Pessoal este é Samuel Evans, ele vai entrar no coral.

— Olá. - Samuel parecia tímido e, apesar de ser alto, diminuto perto de Finn.

— Oh, seja bem vindo, Samuel. Eu sou o professor Schuester, orientador do coral. Você realmente veio se juntar a nós? - Acho que vi os olhos do professor brilharem. Era o integrante que faltava para completar a equipe.

— Podem me chamar de Sam, por favor. E sim, eu costumava participar do coral na minha antiga escola. Mas eu não competia isso é um problema?

— Claro que não. Você tem algo preparado para nos apresentar?

Sam olhou para Finn procurando ajuda. Ele deu um aceno positivo e foi se sentar. Nós seguimos o exemplo. Exceto Puck.

Ele se aproximou do novato e o cumprimentou rapidamente antes de se juntar nós.

— Bom, eu não tinha nada preparado, mas tem essa música que eu curto muito. - Ele pegou um violão junto aos outros instrumentos - a banda estava dispensada dos ensaios por enquanto.

Os primeiros acordes eram familiares, mas só reconheci de fato quando Sam começou a cantar.

Well you only need the light when it's burning low / Only miss the sun when it starts to snow / Only know you love her when you let her go

Eu senti meus olhos enxerem de lágrimas e o ar sair de meus pulmões. Não podia acreditar. De todas as musicas, por que ele tinha que cantar logo essa?

You see her when you close your eyes / Maybe one day you will understand why / Everything you touch surely dies

— Quinn? Quinn, você está bem?

Eu senti uma mão tocando em meu braço, mas não podia dizer quem era.

Deus, eu não podia quebrar agora. Não podia.

Fechei meus olhos tentando respirar, mas o ar era pesado.

Staring at the ceiling in the dark / Same old empty feeling in your heart / Love comes slow and it goes so fast / Well you see her when you fall asleep / But never to touch and never to keep / Because you loved her to much / And you dive too deep

— Quinn, pelo amor de Deus, fala comigo. Por que você está chorando?

Only hate the road when you're missin' home / Only know you love her when you let her go / And you let her go

O som de aplausos e assobios me tirou da bolha de dor, mas eu não podia ficar lá.

Eu levantei as pressas, tentando sair o mais rápido possível. Precisava de um tempo para mim.

Já estava no meio do corredor quando senti alguém me puxar com força e colidir com o peito de alguém. Eu explodi em lágrimas enquanto me seguravam.

— Shhh, Q. Está tudo bem. Já passou. Está tudo bem agora. Vamos ficar bem.

Aquilo só fez o buraco em meu peito arder ainda mais.

xXx

Estávamos escondidos no auditório agora. A reunião do coral já havia acabado. Santana me enviou uma mensagem dizendo que estava com minhas coisas e que as devolveria mais tarde. Ela iria querer saber o que houve.

— Se sente melhor? - Eu assenti, me encolhendo mais em seu peito. A visão das cadeiras vazias chagava a ser melancólica. Muito apropriada.

— Sabe, eu sinto falta dela também. Às vezes eu fico lembrando aquele dia no hospital. Eu, você e a nossa menina. Fico pensando em como seria se tivesse dado certo, se tivéssemos como criá-la.

— Eu sinto muito, Puck. Eu sinto tanto, eu não queria, eu juro que não. - Ele me levantou do chão frio do palco, me colocando em seu colo.

— Hey, hey. Está tudo bem. Eu sei, eu sei. Olha para mim. - Eu senti suas mãos quentes envolverem meu rosto, me obrigando a encará-lo. Os olhos verdes estavam cristalinos de lágrimas não derramadas. — Eu sei, Quinn. Fiquei muito magoado admito. Mas eu sei que você fez o certo. Caramba, Q, nos temos dezessete anos. Seriamos duas crianças tomando conta de outra. Que futuro ela ia ter com a gente?

— Eu só queria que saber disso fizesse doer menos. É como se eu não me importasse com ela, mas não é verdade. A assistente social disse que o casal que a adotou é bom, que eles são boas pessoas e tem até outro filho adotado. Mas - Eu me interrompi. Sem palavras para colocar para fora o que eu sentia.

— Mas eles não são você. Não importa o quão bom eles sejam, sempre vamos pensar que talvez… Talvez nos pudéssemos ser melhores. Ninguém será bom o bastante para nossa filha.

— Desde quando Noah Puckerman é tão inteligente? - Ele riu, secando o resto das lágrimas em meu rosto.

— Desde que ele descobriu que não tem problema ser legal às vezes. Mas ele mata você se contar isso para alguém. Noah Puckerman ainda tem uma imagem a zelar.

— Você fala como Santana. - Não pude evitar uma gargalhada ao imaginar a cara dela se sonhasse que eu disse isso para Puck. — Eu acho melhor ir para casa.

— Tem certeza?

— Tenho. Estou bem.

Nos levantamos e fomos caminhando devagar até o estacionamento. Abraçados.

— Obrigada por tudo. - Eu disse assim chegamos ao meu carro.

— Pode contar comigo, sabe disso.

Eu o abracei forte. Ele me trazia tantas lembranças. Boas e ruins. Eu sabia que Puck sempre seria uma peça fundamental em minha vida, menos que nunca mais nos víssemos de novo, afinal, eu tinha pouco tempo. Mas nesse momento eu soube que tudo estava bem entre nós outra vez. E isso bastava.

Eu me afastei lentamente. Ele estava tão perto. Puck deu um beijo em minha testa, me fazendo fechar os olhos.

O toque dos seus lábios nos meus foi diferente dessa vez. Não era um sinal desejo como antes. Era um sentimento indubitavelmente mais forte.

Amor. Um amor fraternal que eu nunca pensei que fossemos capazes de compartilhar.

— Fique bem, Q. Tchau.

— Puck? - Chamei quando ele se virou para ir. — Você me perdoa?

— Sempre, Mama. Sempre. - Ele deu um dos sorrisos cafajestes que eram sua especialidade e que um dia fizeram meu coração acelerar. Hoje me fazia rir.

É, estávamos bem depois de tudo.


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Notas finais do capítulo

ask.fm/ApenasFlores



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