O Jogo dos Semideuses escrita por Walber Florencio


Capítulo 9
A Cornucópia


Notas iniciais do capítulo

Enfim, o tão esperado início dos Jogos o/ Que tenha início a matança!! Quero agradecer aos novos leitores... E espero que continuem comentando! ;)



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Toquei o tordo à procura de um conforto.

O tordo é um símbolo de revolução para o acampamento. Nos primeiros anos dos Jogos Vorazes, os semideuses fizeram de tudo para impedir que eles prevalecessem. Dentre as tentativas, houve uma levante histórica contra o Olimpo. Um pássaro se proliferou por toda Manhattan naquele ano e tomou os arredores do Empire State, assim como os semideuses rebeldes. Por isso, o tordo foi adotado como ícone da rebelião.

Enfim, a tentativa foi frustrada e como punição todo o acampamento tinha que mandar tributos. Nas edições anteriores a este episódio, só alguns deuses enviavam tributos, em geral, só os três grandes, Ares e Apolo. Mas a partir deste ano, todos os chalés deveriam mandar um casal de tributos para a arena.

E aquela foi a edição em que Damien se tornou vencedor!

Toca o sino da Cornucópia e o barulho de tributos pulando em água me trouxe de volta a realidade.

Perdi segundos preciosos me orientando...

A arena é no mar? A Cornucópia, um enorme chifre dourado, estava no centro um círculo com pelo menos oitenta metros de diâmetro, numa ilhota de areia. Nas bordas deste círculo imaginário, os 24 tributos emergiram de tubos. Havia doze faixas de terra equidistantes a cada tributo que ia até a Cornucópia. Perto do enorme chifre, uma série de mochilas de tamanhos diversos, com comida, água e armas.

Ao redor deste círculo, visualizei quatro ilhas. A mais próxima de mim estava a cem metros a nado. Era grande o suficiente para conter ótimos esconderijos por dias. E possuía uma vegetação fechada.

Neste momento, alguns tributos já estavam chegando a Cornucópia. Olho ao redor e encontro Percy. Ele olhou para mim e balançou a cabeça, como se não quisesse que eu fosse para a ilhota. Então pula no mar e nada em direção a ilha mais próxima de mim.

Mas decido seguir o conselho de Damien ao ver Malcolm correndo em uma das faixas em direção a Cornucópia.

Pulo no mar. A água salgada estava gelada. É extremamente mais difícil nada no mar aberto do que na piscina onde aprendi a nadar no Centro de Treinamento. Fico batendo braços e pernas sem sucesso por algum momento, mas logo consigo sair do lugar.

Chego à faixa de terra à minha esquerda e subo. Estava encharcada e isso dificultava a movimentação, mas corro o mais rápido possível em direção ao centro.

Quando estou a poucos metros da Cornucópia alguém pula em cima. Era pesado e acabo caindo. Viro-me e vejo Dakota tentando me acertar com uma maça medieval.

De repente uma flecha o atinge no meio da testa e seu sangue respinga em minha camisa. O filho de Dioniso cai morto e o empurro para a água, que logo se tinge de vermelho onde ele afundou.

Procuro quem atirou, pensando ser algum aliado, mas vejo Nadia, já buscando outra flecha na aljava e mirando em mim. Consigo desviar com um segundo de vantagem.

Corro desviando com destreza das próximas flechadas. Sou atingida de raspão por uma flecha na perna direita, na altura da coxa. Agradeço mentalmente por o dono deste arco não ser um filho de Apolo ou eu já estaria morta.

Consigo chegar a Cornucópia e apanho a primeira bolsa que vejo, usando-a como escudo para uma quinta flecha atirada contra mim. Atinjo Nadia com a bolsa e a menina tonteia. Aproveito para correr.

Nesse momento Cato pula em cima de Nadia e enfia violentamente uma faca na sua garganta. Fico tremula com a cena e me sinto culpada pela morte de Nadia, mas não interrompo minha fuga.

Quase tropeço no corpo já sem vida de Nora, a irmã de Dakota, e penso que o Sr. D deve estar furioso com seus dois filhos mortos em tão pouco tempo.

Apanho a sua bolsa e corro por uma das faixas de terra. Quando chega ao seu fim, pulo na água. Se nadar no mar já era difícil, nadar com duas mochilas era duplamente difícil.

Consigo chegar à praia, embora muito ofegante, da ilha em que Percy se dirigiu. Não em dou ao luxo de ficar muito tempo deitado e sigo para a selva.

Encontro uma árvore de folhagens espessas a quarenta metros da praia e subo.

Lá em cima vejo o que consegui apanhar. Na minha mochila encontro um pão envolto num saco plástico, o que impediu de ele ser molhado quando pulei no mar, um binóculo e um cobertor. Na mochila de Nora encontro uma garrafa de água mineral, um pacote de biscoito e uma adaga de bronze celestial, além de um cinto para pendura-la.

Com o binóculo dou uma olhada na Cornucópia. A cena que encontro é chocante. Pelo menos seis corpos estavam empilhados um sobre o outro como se fosse o prêmio dos carreiristas. Não olho a pilha por tempo suficiente para saber quem era, mas sabia que duas delas era Nadia e Nora.

Então visualizo os carreiristas. Estavam organizando as mochilas que restaram, que na verdade são quase todas. Poucos foram os tributos que chegaram a Cornucópia e saíram de lá com vida. Felizmente, fui um deles.

Thalia, Jason, Clarisse, Cato, Glimmer e Will formavam o grupo dos carreiristas, como era de se esperar. É quando mais alguém entra em meu campo de visão e noto que também se uniu a eles. Malcolm.

Não posso acreditar em meus olhos! Malcolm é um dos carreiristas? Isso deve ser inédito. Os carreiristas raramente aceitam outros semideuses que não são dos chalés 1, 5 e 7. As exceções eram filhos de Poseidon de vez em quando. Mas nunca houve um filho de Atena nesse grupo. Xingo Malcolm mentalmente.

Nesse momento ouço os canhões. Contei sete. Sete mortos. Restam 17 tributos.

Os canhões indicam que um tributo morreu. Durante os primeiros minutos dos Jogos eles nunca disparam os canhões no momento da morte, pois há muitas.

No fim do dia surgem no céu da arena as fotos dos tributos mortos naquele dia, para manter os sobreviventes atualizados sobre quem são seus oponentes.

Decido ficar no alto daquela árvore durante esta noite. Por enquanto, tenho comida e água suficiente para ficar tranquila. Aqui em cima estou protegida de oponentes sorrateiros. E daqui a pouco começa a escurecer.

Quando o Sol se esconde no horizonte, a temperatura começa a cair. Enrolo-me no cobertor e fico esperando as fotos dos mortos. Logo, toca um sino e os tributos surgem no céu. Em ordem de chalé. Katie e William, do chalé 4. Fico triste por eles, mas feliz por Percy e Amanda terem sobrevivido ao primeiro dia. Marvel, do chalé 10. Nadia, do chalé 11. Dakota e Nora, do chalé 12. E por último Lou Ellen, nossa parceira de aliança.

Fecho os olhos e tento dormir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Posto o próximo em breve o



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