Burning escrita por Absolutas


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui está o capítulo 8 e, como prometido, está maior e melhor(na minha opinião, é claro) do que o outro.
P.S. Não quero abusar, mas eu queria muito que vocês comentassem. Preciso saber o que estão achando da história. Se tiverem idéias, críticas, elogios ( é claro! kkkkk) podem falar. Eu queria muito saber a opinião de vocês.



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CAPÍTULO 8

Duas maçãs, uma caixa de suco, um saco de biscoitos e uma fatia de bolo de laranja, foi tudo o que conseguimos pegar, porém, parecia um banquete se comparado com a lavagem de porcos que eles serviam no refeitório.

Estávamos em seu dormitório, escondidos, devorando toda a comida que pegamos.

O dormitório de Nathan, assim como todos os outros, era composto de uma cama pequena de solteiro, uma janela com grades de ferro e quatro paredes cinzentas. Mas mal reparei nos detalhes da cela, de tão faminta que estava.

– Isso parece o paraíso! – disse assim que terminei de comer o último biscoito do pacote.

– Meu dormitório? – perguntou ele com um sorriso malicioso.

– Não, toda essa comida. Há meses não como nada tão gostoso!

– Nem é tanta comida assim. – discordou – Da próxima vez, devemos levar um carrinho de supermercado.

– Tá legal! – zombei. – Só quero ver onde você vai encontrar um desses por aqui!

– Tenho meus métodos – disse ele, piscando para mim com um ar misterioso.

– Que você não vai me dizer quais são, estou certa? – perguntei.

– Certíssima.

– Por que não quer me dizer?

– Tenho meus segredos. Você também tem os seus, certo?

– Sim, mas, ao contrário de você, eu não fico dizendo frases enigmáticas para te deixar curioso sobre o que eles são. – respondi.

– Você está curiosa? – perguntou com um sorriso presunçoso.

– Qualquer um estaria. – tento escapar.

– Nesse caso, podemos fazer um acordo. – propôs.

– Acordo? – perguntei cautelosa.

– Sim. Quando estiver pronta para me contar seus segredos, eu estarei pronto para contar os meus à você. O que acha?

– Parece justo – disse dando de ombros.

– Então, aceita? – perguntou esperançoso.

– Não sei. – ele ergueu uma sobrancelha, como se me questionasse. – Tudo bem, eu aceito! – concordei. – Mas já vou avisando: Isso pode demorar um pouquinho.

– Eu sou paciente. Só temos que descobrir se você é. – dito isso, ele ergueu os olhos para me fitar intensamente. Seus olhos ainda não tinham voltado ao normal, o que me deixou ainda mais desconcertada enquanto encarava aquele par de safiras brilhantes. De repente comecei a ficar tonta, e então percebi me esquecera de respirar, tamanha a intensidade de seu olhar.

O que está acontecendo comigo? – pensei – Eu devo estar ficando louca... Se é que já não sou!

Rapidamente puxei ar para os pulmões e desviei o olhar, concentrando-me em pegar a maçã na minha frente e mordê-la.

Terminamos de comer em silêncio. Não conseguia pensar em nada para dizer, não depois daquele ataque de sensações do qual fui vítima, por causa de um simples olhar dele.

– Acho melhor voltarmos ao jardim, antes que sintam nossa falta... – sugeriu ele quando a comida acabou.

– Claro. – respondi já me levantando do chão onde estávamos sentados. Ele se levantou também e foi na frente, indicando o caminho.

Chegamos no jardim e nos sentamos no mesmo banco em que havíamos nos sentado antes.

– Ainda está com fome? – perguntou Nathan depois de alguns minutos de um agradável silêncio.

– Não, e obrigada! Se não tivesse me ajudado a assaltar a geladeira dos funcionários, eu provavelmente estaria inconsciente de fome nesse exato momento!

– Que bom que se sente agradecida! Porque eu acho que mereço um pagamento adequado por isso. – ele se aproximou um pouco quando disse essa última frase, os olhos vidrados nos meus, e notei que eles haviam voltado ao normal – estavam azul celeste novamente.

– Pagamento? – perguntei nervosa. Meu coração disparando nas veias, com sua proximidade inesperada.

– Sim. – disse ele chegando ainda mais perto. Agora nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância e eu já podia sentir a eletricidade que passeava entre nossos lábios, provocando-me. Eu queria eliminar essa distância e tocar seus lábios com os meus, porém, eu estava paralisada pelos sentimentos que me assaltavam, sentimentos esses que eu nem conhecia. Então, esperei que ele tomasse a iniciativa. E foi o que ele fez. Nathan aproximou ainda mais seu rosto do meu, de modo que pude sentir o seu hálito quente banhar meu rosto, e quando nossos lábios estavam quase se tocando, ouvi uma risada conhecida atrás de mim.

Rapidamente me afastei de Nathan e me virei para ver quem era. NÃO ACREDITO! – pensei – ISSO NÃO ESTÁ ACONTECENDO!

– Vejo que você arrumou um amigo, Lorena. – disse Halle.

– O que você quer? Por que não pode simplesmente me deixar em paz? É pedir demais? – perguntei.

– Sim, é pedir demais. Eu odeio você. A sua presença me irrita. Eu queria acabar com você agora mesmo. – ele me lançou um olhar mortal ao me dizer isso e eu não consegui segurar o riso. Ela acreditava mesmo que podia acabar comigo?

– O que foi? – perguntou parecendo irritada.

– Avisa ao seu enfermeiro, para dobrar as doses do remédio. Por que não está funcionado. – ouvi Nathan soltar uma risada abafada ao meu lado.

– Eu. Não. Sou. Louca. – respondeu ele pausadamente, a voz tomada pelo ódio.

– É o que todos aqui dizemos! – informo-a.

– Você pode até ter razão – agora ela tinha brilho perspicaz nos olhos. – Eu posso até ser louca. Mas pelo menos, não sou uma psicopata.

– O que está insinuando? Que eu sou uma psicopata? – questionei-a mantendo o tom de voz sarcástico.

– Não fui eu quem ateou fogo em dois homens, matando-os carbonizados, foi?

– Como sabe sobre isso? – não pude evitar que minha voz falhasse agora. Eu estava aterrorizada!

– Então, você confirma a história?

Não consegui responder a está pergunta. Estava ciente demais de Nathan sentado ao meu lado, sua presença fazendo meu corpo ter reações estranhas. Não queria que ele soubesse disso. Pelo menos, não desse jeito, contudo, como posso negar isso? Como posso dizer que não os matei, quando os gritos agoniados deles ainda ecoam em meus ouvidos?

E por não poder negar, apenas engoli em seco e permaneci calada.

– Então, é verdade, não é? – insiste ele, com um sorrisinho perverso nos lábios ao me desmascarar na frente do único amigo que consegui fazer em todos os meses que fiquei aqui. – Sempre soube que você era perigosa, é por isso que nunca fui com a sua cara. – ela desviou o olhar do meu rosto, para olhar para Nathan. – Cuidado! Se eu fosse você, me afastava o quanto antes. Vai que ela fica com raiva e resolve atear fogo em você também... O que seria um desperdício! – acrescentou ele, olhando-o de cima em baixo, deixando-me irritada.

– E se eu fosse você – disse ele. – Ficaria calada. Já estorvou demais por hoje.

– Tudo bem! Mas depois não diga que eu não avisei – continuou – Mas sabe no que eu fico pensando? Que foi um desperdício de vidas. Tenho certeza que eram homens saudáveis, com longos anos pela frente. Homens honestos...

– Eram criminosos. – falei, a voz embargada pela culpa e pela raiva que eu sentia com suas palavras.

– Assim como você? – respondeu, a expressão cínica.

– Eu não sou...

– Vamos fingir que eu acredite em você. Vamos fingir que eles eram mesmo criminosos. Mas até criminosos sangue frios, têm família, Lorena. Família que os ama. Mas você acabou com isso. Matando-os, por puro prazer. Prazer de vê-los queimar. De ouvir os gritos de pura agonia...

Eu não suportei ouvir mais. Eu já não estava raciocinando direito. Suas palavras me feriam como ferros em brasa, queimando-me, assim como as minhas duas vítimas. A dor era insuportável.

Sem pensar no que estava fazendo, levantei-me até ficar cara a cara com ela.

– Você não sabe do que está falando. – disse entre dentes, segurando seus ombros com força, tentando fazê-la parar de falar.

E então, ela soltou um grito de dor.


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Notas finais do capítulo

Comentem, please!!



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