Burning escrita por Absolutas


Capítulo 40
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui está o capítulo 34+ um bônus para vocês, ok? Perdoe-me pela demora do capítulo anterior, vou tentar administrar melhor meu tempo, prometo!!
Boa Leitura!!



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CAPÍTULO 34

Quando acordei no dia seguinte, o êxtase era evidente em minhas feições; eu simplesmente não conseguia esconder a felicidade que sentia – principalmente depois de ontem, após passar a tarde inteira com Nathan.

Levantei-me da cama e arrumei-a – já aderindo à rotina dos afazeres domésticos – algo que eu não tinha que fazer no reformatório, mas que estava amando fazer aqui; uma vez que qualquer lugar é melhor do que aquele manicômio. Após me certificar de que os lençóis estavam devidamente esticados, me dirigi até o banheiro, onde escovei os dentes e tomei uma ducha rápida. Vesti o roupão e olhei a hora, feliz por estar cedo – ainda eram sete e quinze da manhã.

Sentei-me na beirada da minha cama, com meu cronograma – que eu havia retirado do painel – em mãos. Hoje era quinta-feira e, de acordo com a folha de papel que eu segurava, eu teria duas seções no CT4 que era o da prática das habilidades; e uma seção no CT1 que era o de luta. Suspirei. Eu nunca havia lutado antes, e pensar na possibilidade me deixava um pouquinho nervosa, contudo Jerry havia dito que havia pessoas para me ajudar caso eu precisasse, pessoas que, como Nathan dissera, moravam aqui a bastante tempo.

Após alguns segundos analisando o cronograma, fixei-o novamente no mural com o ímã e fui até o closet me vestir para meu primeiro dia de treino.

Fiquei um pouco em dúvida, não sabia o que vestir para treinar, então decidi me inspirar nos trajes que vi Katherine usar ontem, quando viera me acordar. Depois de alguns minutinhos de busca, consegui encontrar uma legging preta e um coturno da mesma cor, um top cinza e uma blusa branca e comprida que tinha a bandeira dos Estados Unidos estampada na frente, os quais vesti imediatamente. De volta ao banheiro prendi meu cabelo em um coque alto, puxando-o todo para trás e, depois de uma olhada rápida no espelho para me certificar de que estava vestida corretamente, saí do meu quarto e desci as escadas, indo para a cozinha.

Chegando lá, encontrei Katherine cortando um baguete em fatias finas em uma tábua de madeira, enquanto conversava com Chloe que estava empoleirada na beirada da mesa de jantar.

Katherine se interrompeu no meio de uma frase quando eu cheguei.

– Bom dia, Lorena! – cumprimentou-me com simpatia.

– Bom dia Katherine. – respondi. – Bom dia Chloe. - falei olhando para a garota morena sentada na mesa.

– Bom dia. – respondeu Chloe com um sorriso suave.

– Precisa de ajuda? – perguntei me dirigindo à Katherine.

Ela assentiu.

– Sim, você pode terminar de cortar o baguete, enquanto eu faço os ovos mexidos, ok?

– Claro. – concordei, assumindo seu lugar e fatiando o pão.

– Então Lorena, - começou Chloe. – está gostando daqui?

– Sim. – respondi. – É bem diferente de onde eu me encontrava antes...bem melhor, devo dizer.

– Como era esse... reformatório? – perguntou ela curiosa.

– Deixe de ser curiosa, Chloe! – Katherine repreendeu-a, enquanto quebrava alguns ovos na frigideira.

– Não, está tudo bem! – tranqüilizei-as. Respirei fundo e peguei um segundo baguete. Cortei duas fatias antes de começar a falar. – O reformatório é como se fosse um manicômio. Pessoas de qualquer idade podem entrar lá se forem consideradas uma ameaça a civilização. Nós dormíamos em dormitórios que se assemelhavam a celas. Havia grades em todas as portas, as quais eles trancavam todas as noites. – Com a exceção dos dias em que Nathan ia a minha cela, pensei, mas não disse isso em voz alta. – As refeições tinham hora certa e, se você se atrasasse, teria que esperar até a próxima refeição, além do fato de que a comida era horrível!

– Nossa! – exclamaram Chloe e Katherine em uníssono.

Eu sorri.

– Vocês não sabe como eu fiquei satisfeita quando Nathan e eu, com a ajuda do dom dele, pegamos comida na ala dos funcionários. – eu ri com a lembrança. – O sabor não tinha nem comparação.

– Vocês roubaram comida? – perguntou Katherine boquiaberta.

– Wow. – exclamou Chloe. – Deve ter sido excitante!

– E foi. – concordei, lembrando da adrenalina e da culpa após o feito.

Depois disso, a conversa foi ficando mais descontraída, Chloe começou a falar sobre como as pessoas que moravam com ela eram bagunceiras e que se pudesse, se mudaria para cá e, imediatamente me lembrei de Josh e da sua busca frenética ontem de manhã; aposto que ele ficaria muito feliz se Chloe viesse morar aqui.

Pouco antes de o café da manhã ficar pronto, Chloe foi embora e Ian entrou na cozinha logo depois, seguido de Kiara e Jéssica. As garotas colocaram a mesa e nos sentamos para comer. Eu estava quase terminando, quando Josh chegou, usando uma camiseta de malha azul clara e uma calça de moletom cinza – ambas amassadas, como se ele tivesse dormido com elas; e se sentou ao lado de Jéssica na mesa, a qual pareceu se iluminar com o ato inconsciente dele.

Terminei meu café da manhã e fui andando até o jardim, eu havia combinado com Nathan de nos encontrarmos lá hoje para ele me acompanhar no meu primeiro treino. Nathan tinha conversado com Jerry ontem à noite, tentando convencê-lo de que seria melhor ele me treinar, uma vez que já estávamos familiarizados, mas Jerry, insistindo que eu deveria me enturmar com os outros, disse que Nathan só poderia me ajudar com minha habilidade especial (ele tinha percebido a minha relutância em usá-la na frente das outras pessoas); as outras “aulas” por assim dizer, deviam ser dadas por outras pessoas. Sabendo que era o melhor que conseguiria, ele aceitou e eu fiquei feliz por saber que teria ele como meu professor em uma das minhas tarefas mais difíceis.

Cheguei no jardim e Nathan ainda não estava lá, então, me sentei na grama e fiquei observando o céu, azul e límpido, como estava hoje, sem nem um resquício de nuvens negras. Isso me fez recordar dos vários piqueniques em família que eu fazia com os meus pais, e em todas as vezes, o céu estava exatamente como agora. Soltei um suspiro carregado quando a dor familiar atingiu meu peito e, por instinto, soube que essa seria uma dor da qual nunca conseguiria me livrar, pelo menos não enquanto tivesse longe da minha família. Não estava tão concentrada na dor, para deixar de sentir que estava sendo observada. Desviei os olhos do céu azul e olhei em volta, afim de descobrir quem estava me fazendo companhia sem que eu percebesse.

Como o jardim ficava na entrada da Academia, eu tinha uma vista privilegiada do portão de entrada, e foi assim que consegui vislumbrar uma silhueta do outro lado do portão. Não consegui distinguir as feições de longe, porém havia algo extremamente familiar no tom ruivo dos cabelo compridos. Uma sensação estranha percorreu meu corpo e eu tremi. Intrigada com a situação, levantei-me do chão e avancei alguns passos em direção ao portão, tentando ver melhor. Notei, ao me aproximar, que era uma silhueta feminina. Andei mais um pouco e então, pude ver perfeitamente. Meus olhos se arregalaram quando uma enxurrada de lembranças me veio à cabeça. Eu a conhecia. Eu conhecia a garota ruiva que me observava do outro lado do portão.

– Taylor? – chamei, surpresa com a presença dela aqui. Ela me olhava fixamente enquanto eu tentava reconhecê-la e agora, ao me ouvir pronunciar seu nome, ela arregalou os olhos e, antes que eu pudesse achar possível, ela não estava mais lá; desapareceu subitamente em um vulto. Eu arfei com a rapidez do ato e corri até o portão.

– Taylor, é você? – mas não ouve resposta, não dela pelo menos, o único som era o de pássaros cantando freneticamente no topo das árvores. Fiquei olhando para a imensidão verde do outro lado do portão, as mãos envolvendo as grades como as de um prisioneiro que lamenta ter sido aprisionado.

– Lorena? – ouvi alguém me chamar e me virei de imediato. – O que está fazendo? Por que está aí?

Nathan me olhava com o cenho franzido, a expressão irradiava incompreensão.

– Eu pensei ter visto... – comecei, mas então considerei a hipótese de que talvez não fosse Taylor lá. De que talvez, a garota que eu vi, não fosse nada além da minha imaginação me pregando peças. – Nada. – disse por fim, a voz pouco convincente. Ele continuou me olhando confuso e eu dei de ombros tentando convencê-lo. Contudo, não surtiu o efeito desejado. – Vamos? - perguntei.

– Vamos... – disse ele, ainda parecendo confuso, mas estendeu a mão para mim e seguimos de mãos dadas até o CT4, onde eu teria o meu primeiro treino.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? - Não esqueçam de comentar.



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