Rebelião escrita por Nina F


Capítulo 19
Capítulo Dezessete


Notas iniciais do capítulo

Está um pouco difícil soltar os capítulos, mas ok. Boa leitura!



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Eu fico lá, parado, por vários instantes e vejo a estrutura do restante do hospital ceder diante dos meus olhos. As pessoas feridas, seus parentes e também a equipe médica do 13. Todos eles estão mortos, e eu também me sinto um pouco como tal depois disso. Boggs chega até nós e eu já estou esperando a represália. Seu rosto está inchado e eu tenho a impressão que isso foi causado pelo ruído que escutei encanto escalávamos a escada de acesso até os ninhos do armazém. Talvez tenha sido Gale.

– Vamos voltar para a pista de pouso. - ele diz, apenas.

Eu esperava no mínimo raiva, mas Boggs só parece um pouco conformado com o que fizemos. Como se já esperasse esse tipo de coisa vindo de nós. Eu estou completamente quebrado e tenho uma dor terrível na perna direita. A adrenalina de antes abaixa e eu escuto os protestos do meu corpo. Katniss machucou a perna seriamente, tanto que não consegue andar sozinha e Boggs tem de carregá-la. Violet e eu ainda estamos ligeiramente inteiros e conseguimos andar com nossas próprias pernas. Um aerodeslizador menor está nos esperamos e nós decolamos de imediato. Ele não possui bancos, me modo que o sistema é cair onde estiver e tentar se recuperar. Eu me sento escorado numa parede, com Violet ao meu lado, e analiso os estragos.

Realmente tem algo de errado. A dor na minha perna é ocasionada por um sangramento. Boggs aparece ao nosso lado e estende uma atadura à Violet.

– Amarre na perna até chegarmos e vai ficar tudo bem. Se quiserem dormir um pouco...

Ela faz o que ele manda, fazendo uma careta.

– Eu não esperava por nada disso. - ela diz, encostando a cabeça contra o metal e me olhando.

– Nem eu. Mas o que a gente queria? Aceitamos tudo isso quando aceitamos sermos os Tordos, já devíamos estar preparados para esse tipo de coisa. Eu acho.

– Quem é que está preparado para algo assim? - ela sussurra. - Ninguém, Cato, ninguém.

Inconscientemente ponho a mão sobre o ferimento da minha perna, fazendo Violet arregalar os olhos.

– Está sangrando! - ela exclama, ainda que baixo.

– Não foi nada demais. - dou de ombros.

– Foi um estilhaço de bomba, e isso não é pouca coisa. Espera aqui.

Ela se levanta e vai atrás de Boggs. Sem maiores explicações a ele, ela volta e traz uma atadura consigo. Violet ainda está mancando ligeiramente, quando se abaixa e faz o curativo improvisado em mim, quando ela acaba puxo-a para se sentar entre as minhas pernas. Quando ela diz que eu estou gelado, digo que deve ser pelo susto. Mas não é. Eu estou me sentindo mal, a imagem daquele hospital não para de passar diante dos meus olhos. Durante todo o resto da viagem, enquanto alguns dormem, incluindo Violet, deitada em mim, o que eu faço é me lembrar de tudo. Aquelas pessoas se tornaram mais fantasmas que me atormentarão durante a noite.

Quando chegamos é uma leve correria. Assim que o aerodeslizador pousa e as portas se abrem uma equipe de médicos adentra a nave correndo. Devem ter avisado que Violet, Katniss e eu nos ferimos e eles não podem se dar o luxo de nos perderem. Uma cadeira de rodas me é oferecida, mas eu recuso e vou andando mesmo pro hospital. Katniss é levada por Gale, completamente apagada, e Violet é separada de mim quase que de imediato. Sou levado a uma sala, aparentemente, para procedimentos cirúrgicos, mas mal percebo o que estão fazendo comigo porque tudo que minha cabeça faz é girar e eu me sinto terrivelmente enjoado. Tenho a plena certeza de que ouço a voz de Enobaria, misturada a de Haymitch, e sinto um tubo sendo espetado ao meu braço. Em questão de segundos eu apago.

As imagens do bombardeio e das pessoas do Distrito 8 se repetem incansavelmente na minha mente, até que elas são substituídas por luzes brancas que me cegam. Meu primeiro impulso e colocar os braços a frente do rosto e talvez voltar a dormir, mas eu quero saber onde estou. Lentamente, para me acostumar com a claridade, eu abro os olhos novamente e focalizo um quarto de hospital. Esse é diferente do qual em que acordei quando cheguei aqui, é mais amplo. Penso que talvez deva ser a enfermaria, mas ao meu lado só possui uma única cama vazia. Os tubos foram retirados do meu braço e eu me sinto extremamente zonzo, não sei que horas são e nem que dia é hoje. Pelo meu conhecimento, eles podem ter me apagado por dias. Há um criado ao lado da cama com dois sacos de plástico lacrados em cima. Dentro deles pequenos pedaços de metal que julgo serem os estilhaços de bomba que foram retirados. Minha panturrilha e meu braço direitos estão enfaixados.

– Achei que não fosse acordar hoje. - ouço a voz de Violet.

Ela está saindo do banheiro na camisola do hospital, mas já parece estar bem acordada. Pela barra da roupa consigo ver parte da atadura, onde ela foi atingida, seus antebraços também têm curativos.

– Dormi quanto tempo? - pergunto me sentando na cama.

– Não sei. Acordei há apenas alguns minutos, não sei por quanto tempo eles nos sedaram. Você está bem?

– Meio moído, mas bem. E você?

– Pelo menos estou inteira. - ela caminha até a cama ao lado da minha e se guincha para cima. - Embora os pontos estejam doloridos...

A porta se abre e por ela entra uma mulher baixinha em uniformes brancos do hospital e nossa mentora com cara de poucos amigos. A enfermeira se apressa em checar nossos sinais vitais, mas Enobaria para entre as camas e cruza os braços.

– Muito... adequado, o que vocês fizeram.

Violet e eu nos entreolhamos, sabemos que estamos encrencados. Está bem, muito encrencados.

– Eu concordo, - diz Violet. - foi realmente muito adequado. Se não tivéssemos subido naquele armazém, o pontoprop não está feito, os aerodeslizadores não teriam sido abatidos e teria ainda mais gente morta.

Enobaria lança a ela um olhar mortal.

– Vocês podiam estar mortos! Todos nós podíamos estar mortos! - ela grita, fazendo a enfermeira, que checava os curativos de Violet, se sobressaltar.

– Mas não estamos, Enobaria... - eu digo, sentindo minha cabeça rodar.

– Por um milagre! - ela respira fundo. - Não vou ficar aqui dando uma bronca, vocês já são um homem e uma mulher, não são mais adolescentes dissimulados, e sabem disso. Reconheço que aquilo deu certo, mas foi um golpe de sorte. Pelo amor de Deus, não se coloquem mais em risco desse jeito. Se fizerem algo assim de novo e simplesmente arrancarem seus comunicadores, não irão em missão alguma.

Violet e eu ficamos calados para nosso próprio bem, se tem uma coisa que não devemos fazer é irritar Enobaria quando ela já está irritada. Ainda mais aqui, que não há ninguém para cuidar da nossa segurança. A enfermeira checa rapidamente se não há sangramento algum nos meus curativos, e quando pergunta se estamos nos sentindo bem Violet reclama de dores nos curativos e eu digo que minha cabeça está um pouco dolorida. Quando ela sai para buscar os remédios necessários, Enobaria pede também que ela traga roupas decentes.

– Reunião no Comando dentro de vinte minutos. - ela nos explica.

– Quanto tempo dormimos? - pergunto.

– O resto da tarde e a noite toda, já está na hora do café da manhã.

Realmente está, porque, junto às roupas e a dois copinhos plásticos com alguns comprimidos dentro, a enfermeira traz o café da manhã. Enobaria fica nos supervisionamos enquanto comemos, o que não leva muito tempo porque a comida veio numa quantidade mínima. Apenas um pouco de pão e leite morno. Em alguns minutos Violet e eu já estamos prontos para ir, mas ainda vai algum tempo até convencemos os outros de que podemos andar até o Comando.

Não sei o que me espera naquela sala. Desobedecemos ordens importantes, Violet e eu podemos perder nossos comunipulsos, mas isso pouco importa. Eu ficaria feliz se isso acontecesse, mas... Katniss. Foi ela quem contrariou Haymitch primeiro, e se por conta disso a imunidade daqueles que estão na Capital ficar em risco?

– Os nossos astros! - é a primeira saudação que recebemos ao chegar ao Comando, e ela vem de Messalla. - Chegaram cedo.

Apenas Messalla, Cressida, os caras das câmeras e Katniss estão sentados à mesa. Katniss tem uma aparência pior que a minha e de Violet, ela está até mesmo numa cadeira de rodas.

– Acham que a concussão pode ter piorado. - ela explica quando nos sentamos. - Levaram alguns pontos?

– Uns bons. - eu respondo.

Por alguns momentos Cressida fala sobre como fomos incríveis. Ela e a equipe estão sorrindo tão orgulhosos que não há como não sorrir também, embora essa não seja a minha vontade. Eles se põem a reprisar as imagens verbalmente, mas eu apenas abaixo os olhos, só levantando-os quando sinto a mão de Violet sobre a minha por debaixo da mesa.

– Está tudo bem? - ela me pergunta, baixo.

– Está. Só estou cansado.

Eu não quero dizer que estou mexido pelo que aconteceu, não quero dizer a ela como aquilo me afetou e está me deixando mal. Mas não adianta, sei que Violet percebeu que tem algo errado pelo olhar que ela me lança. Mas ela acaba não falando nada. Tento acompanhar o assunto na mesa, mas as únicas coisas que consigo pegar são os nomes dos cinegrafistas. Castor e Pollux, mas são tão parecidos que não sei se conseguirei distingui-los. A sala vai se enchendo aos poucos, mas ninguém nos lança olhares de raiva nem nada. Haymitch é o único a nos ameaçar pelo olhar e Fulvia chega de mau-humor logo depois. Boggs chega com uma máscara cobrindo parte do rosto, o que me leva a pensar que talvez seu nariz tenha sido quebrado.

Coin chega por último, numa conversa com Gale que parece não deixar Katniss muito satisfeita. Ela checa se todos já estão presentes e começa a reunião.

– Nosso Assalto Televisivo foi oficialmente lançado. Se algum de vocês perdeu ontem a transmissão das vinte horas de nosso primeiro pontoprop, ou as dezessete reapresentações que Beetee conseguiu levar ao ar desde então, vamos começar a transmiti-lo novamente.

Eu não posso deixar de erguer as sobrancelhas para a fala de Coin. Então nesse curto espaço de tempo as cenas já foram editadas e o pontoprop lançado dezessete vezes? Eu me pergunto se por acaso ainda estamos terríveis, parecendo marionetes desconjuntadas. As luzes diminuem e o silêncio se estende enquanto as telas individuais da mesa high-tech se ligam. Elas ficam escuras durante algum tempo, até que uma fagulha se acende no centro e lentamente se estende, tomando toda a tela. Parece tão real. Então vem o broche de Katniss e uma voz para mim tão conhecida diz:

Katniss Everdeen, Cato Stoll e Violet Beauregard, agora queimam.

Antes, ter a imagem associada ao fogo era coisa exclusiva de Katniss, mas ao que me parece, eles quiseram estender isso a mim e à Violet também. Só o que me intriga é a voz de Claudius Templesmith ditando a frase. Não sabia que ele estava conosco. Quando percebo o tordo foi substituído por uma imagem nossa, de pé sobre as chamas e fumaça verdadeiras no Distrito 8.

Quero dizer aos rebeldes que estamos vivos. Todos nós. Aqui, no Distrito 8.– sou eu quem começo falando. – Os aerodeslizadores da Capital acabaram de bombardear isso aqui. Crianças, mulheres e homens desarmados... Sem sobreviventes.

A imagem corta para o hospital destruído, com as pessoas correndo a volta dele, tentando salvar alguém que seja. É Violet quem prossegue falando.

Se há alguém aí que achou que talvez a Capital fosse nos tratar com justiça no caso de um cessar-fogo, está redondamente enganado. Vocês sabem quem eles são e o que fazem!– cortam para a imagem dela, apontando a desordem em volta de nós. - É isto aqui que eles fazem! Não temos de cessar-fogo, temos de reagir!

Não posso dizer que não aprovo o que vejo. Eles gravaram tudo, do começo ao fim e agora começa uma montagem da batalha. As bombas, as explosões, nossos ferimentos e toda a parte em que subimos no armazém. Durante um bom tempo nos mostram abatendo as aeronaves e... Ficou incrível. O corte vai diretamente para Katniss.

O presidente Snow está nos enviando uma mensagem? Bom, temos uma para ele. Você pode nos torturar e nos bombardear e queimar nossos distritos até que eles virem cinzas, mas está vendo isto aqui?

Nossa imagem se mistura à da insígnia da Capital, naquele aerodeslizador, sendo consumida pelas chamas.

Está pegando fogo! Se nós queimarmos...

... você queimará conosco.– dizemos Violet e eu juntos, no final.

O fogo se espalha pela tela no final, sobre ele a nossa nova frase de efeito criada em alguns segundos e no calor do momento, mas que acaba sendo muito melhor que a antiga:

“Se nós queimarmos, você queimará conosco”

O fogo continua a consumir tudo, até que a tele se apaga novamente.

O silêncio não dura por muito mais e os aplausos o rompem. As pessoas estão pedindo que Coin passe o filme de novo, mas tudo que eu faço é permaneçer pregado à minha cadeira, sem palavras. Sem cenas ridículas ou frases estúpidas. Isso sim é um pontoprop. Eu analiso cada detalhe enquanto a reprise passa, consigo ver o ódio nos nossos olhos, nossos rostos afogueados. Realmente parecemos líderes decentes.

– Isso passou em toda Panem? - pergunta Katniss quando o filme acaba pela segunda vez. - O pessoal da Capital viu isso?

– Na Capital, não. - diz Plutarch. - Não conseguimos suplantar o sistema deles, embora Beetee esteja trabalhando nisso. Mas passou em todos os distritos. Passamos até no 2, o que pode ser ainda mais importante do que passar na Capital, a essa altura do campeonato.

– Claudius Templesmith está com a gente? - pergunto, sem me conter.

– Só a voz dele. - ri Plutarch. - Mas isso veio de graça. Ele disse essas palavras durante os Jogos de vocês, só foi preciso editar. - ele dá um tapa na mesa. - Que tal mais uma rodada de aplausos para Cressida, sua equipe fantástica e, é claro, para os nossos talentos na frente das câmeras!

Eu não sei como reagir a isso, porque ainda estou estupefato com que o acabei de ver, mas Coin não deixa a comemoração ir muito longe. Escuto, mais ou menos, algo sobre nosso nível de exposição ao perigo do combate, mas só penso uma coisa: ninguém contou à Coin o que nós fizemos naquele 8. Nem mesmo Boggs com seu nariz fraturado. Acho que estou ficando igual ao Finnick porque minha atenção só retorna para a discussão quando Coin pergunta quais são os próximos planos.

– Temos umas tomadas maravilhosas deles no hospital do 8. - conta Cressida, vendo sua prancheta. - A gente deve fazer um outro pontoprop usando essas imagens com o seguinte tema: “Porque vocês sabem quem eles são e o que fazem”. Vamos nos concentrar em Katniss, Cato e Violet interagindo com os pacientes, especialmente as crianças, o bombardeio do hospital e os destroços. Messalla está editando tudo. Também estamos pensando em fazer um programa Tordo. Salientar os melhores momentos deles, entrecortados por cenas de levantes rebeldes e tomadas de guerra. Podemos chamas isso de “Em chamas”. E aí Fulvia apareceu com uma ideia realmente brilhante.

Fulvia sai um pouco de sua cara amarrada.

– Não sei o quanto isso é brilhante, mas pensei que podíamos fazer uma série de pontoprops chamada “Nós lembramos”. Em cada um dos programas podíamos mostrar um dos tributos mortos. A pequena Rue do 11, ou Mags do 4.

– Um tributo a seus tributos, seria mais ou menos isso. - diz Plutarch.

– Isso é brilhante, de verdade, Fulvia. - diz Katniss. - É a maneira perfeita de lembrar as pessoas do motivo pelo qual a gente está lutando.

– Acho que podia dar certo. - diz ela. - Pensei que a gente talvez pudesse usar Finnick para fazer a introdução e narrar os quadros. Se houver interesse neles.

– Francamente, acho que quanto mais pontoprops “Nós lembramos” a gente puder fazer melhor. - diz Coin. - Vocês podem começar a produzir isso hoje mesmo?

– É claro. - diz Fulvia, sua irritação indo embora.

– Cato e Violet, - chama Plutarch. - o que acharam da ideia?

– Também acho que é brilhante, de verdade. - digo.

– Concordo. Acho que os tributos mortos merecem esse reconhecimento. - responde Violet.

– Ótimo, - ele diz, se inclinando para frente. - porque pensei que vocês pudessem participar. É claro que isso vai depender de sua estrutura psicológica, por isso não estou incluindo Katniss devido à sua concussão, mas... Queria que narrassem alguns desses “Nós lembramos”, de um jeito mais pessoal, entendem?

– Como “de um jeito mais pessoal”? - pergunto, confuso.

– Queria Violet gravasse um desses em homenagem àquela garota do Distrito 4, Kaya. E queria que você gravasse um falando sobre a sua parceira de distrito das septuagésima quarta edição, Clove. Pelo que percebi nas suas entrevistas ela era bem importante para você, não é?

Eu, lentamente, me recosto na cadeira. Eu não falo sobre Clove, digo, de verdade, desde que aconteceu. A morte dela foi a mais dolorosa de todas, ainda mais porque sei que a culpa foi inteiramente minha. Eu nunca deveria ter me afastado da cornucópia. Violet assente do meu lado.

– Eu posso gravar. - ela concorda.

Mas eu ainda fico em silêncio algum tempo. Eu não sei se conseguiria falar sobre ela para as câmeras, mas se é algo que vai fazê-la ser lembrada...

– Acho... - digo. - Acho que consigo.

Plutarch sorri com expectativa.

– Perfeito. Podemos começar a trabalhar hoje mesmo, presidenta.


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