Rebelião escrita por Nina F


Capítulo 10
Capítulo Nove


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438019/chapter/10

Vejo a silhueta se balançar precariamente a cada bala que a perfura. Acho tão sádico, isso de desenharem humanos nos alvos, mas necessário uma vez que o nosso alvo na guerra sempre será outra pessoa.

Abaixo a arma e olho o estrago sem me aproximar, estouros de disparos ainda preenchem a sala.

– Duas cravadas, uma pegou de raspão no ombro. - murmuro.

– Você sempre treme no último tiro. - diz Violet suavemente, abaixando o próprio revólver.

Desvio os olhos do meu alvo para o dela, apenas uma encontrou o lugar no qual deveria ser o coração, ela faz de propósito. Violet odeia a ideia de acertar alguém com uma bala, foi difícil fazê-la por a mão em uma arma pela primeira vez, ela empalidecia sempre que estendia o braço para fazer a mira. Teve de se acostumar é claro, assim como eu tive, porque, de verdade, não é lá muito agradável atirar quando se imagina uma pessoa ali, morrendo ou se ferindo pelas suas mãos. De mortes nós já estamos cheios até o limite.

Nós somos os únicos na sala de tiro, tivemos instrução agora pouco mas pedimos um tempo extra. Quatro dias, é só o que temos, e ainda estamos no nível dois da turma de treinamento intermediária. Violet conseguiu me alcançar com uma rapidez impressionante, mas não é pra menos, no dia seguinte ao que permitiram que fossemos até o 2 ela já estava correndo dez metros a frente do resto de sua turma de iniciantes. Sua treinadora, soldado York, concordou que Violet deveria avançar um nível. Temos nos matado nos treinamentos, eu estou com alguns hematomas, minhas mãos ganharam calos pelo cabo áspero das armas e agora tenho quatro dias para avançar mais um nível e chegar ao treinamento avançado ou Coin cancelará tudo.

Toda a operação já foi montada, está tudo pronto há quase uma semana. Será uma equipe relativamente pequena já que não vamos poder chamar atenção, Plutarch estará no comando, como sempre. Haymitch se ofereceu para ir também, uma vez que Enobaria disse que não conseguiria nos entregar a uma situação tão problemática. Iremos num aerodeslizador menor, mais difícil de ser detectado, Violet e eu seremos deixados na floresta como sugerimos, seguiremos pela mata e pularemos a cerca do 2. A base rebelde fica um pouco longe da Falha, como estamos chamando nossa única entrada, e nós teremos de nos esgueirar até lá. Já falaram com os comandantes de lá, eles sabem como vai tudo ocorrer e vão nos esperar. Para sermos menos percebidos ainda tudo terá de ser feito a noite, quando escurecer. Coin também exigiu que dois soldados descessem conosco e ficassem nos esperando na floresta, uma vez que o aerodeslizador terá de ficar no ar, longe dali para não ser captado por nenhum radar. Para a minha surpresa os voluntários foram Boggs e Gale. Katniss quis ir, como eu fui com ela quando ela desceu até o Distrito 12 obliterado, mas eles não permitiram. Outra pessoa que quis ir quando soube foi Finnick, mas como deixá-lo ir quando ele passa um dia da semana em seu compartimento e o restante no hospital?

Não posso dizer que não estou nervoso com a coisa, mas não é nervosismo por conta do medo, é ansiedade. Uma vez que meus pais e Gabe estiverem aqui acabou, não terá mais nada que Snow poderá fazer para me atingir, ele não terá nenhum meio possível de me controlar. Eu terei Violet e eles a salvo, é o que importa. Com ela é mais difícil, estão realmente procurando, mas Tobias ainda não foi localizado. A única coisa que sabemos é que ele foi mandado para o Distrito 6 na época do massacre, mas daí não sabemos se ele se aliou de vez aos rebeldes de lá ou se permanece com os pacificadores. Ou se está morto. Enobaria está em cacos com isso e Violet está tentando se aguentar firme, mas não estão conseguindo sequer fazer contato com a base de lá ao que me parece.

– Eu estava pensando, - começa Violet, trocando o cartucho de balas de sua arma por um novo. - Talvez devêssemos dar uma pequena pressionada no Rogers.

– Pra quê? - eu tenho de elevar minha voz quando ela começa a disparar contra o alvo de novo. - Pra ele dizer que não estamos prontos?

Rogers é o nosso treinador e ele está nos segurando neste nível de propósito, segundo a teoria de Violet

– Mas nós estamos. - ela afirma dando uma pequena pausa para me olhar. - Podemos falar com o Boggs primeiro, ele pode convencer...

– Esquece, Violet. Vamos conseguir passar sozinhos.

Ela suspira derrotada e ergue a mão com fúria, descarregando o restante das balas. Ela é boa no tiro, como é boa em todas as outras coisas, não há uma arma a qual Violet não domine bem. Acho que, na verdade, ela nasceu mesmo foi para a briga querendo ou não.

– Guarda a mira porque temos treinamento de tiro de novo mais a tarde.

– Eu sei, com aquelas armas enormes. Uma dessas até que vai, mas atirar com aquelas é horrível.

Não nos demoramos muito em guardar as armas e sair da sala, é hora do almoço e todos já estão deixando suas tarefas para isso. Há uma pequena fila na entrada da sala de jantar, o que sempre acontece quando estamos muito em cima da hora, mas não demora muito e já temos nossas bandejas cheias em mãos. O caminho até a mesa não é realmente complicado, uma menininha que deve ter por volta de seus seis anos tromba contra as minhas pernas. Ela me olha assustada, mas sorrio e digo que não foi nada e ela logo sai sorrindo para perto dos pais de novo. Não falo nada, mas vejo Violet sorrir. E ela sorri de novo quando se depara com Finnick na mesa, sem a camisola do hospital mas com as roupas amassadas. Ele não aparece por aqui há alguns dias.

– Te deixaram sair de novo, Finnick? - pergunto quando nos sentamos, conseguindo sua atenção logo de primeira.

– É, acho que estão loucos pra me enxotar de lá. - ele diz com descrença.

– É bom que estejam mesmo, não aguento te ver naquele hospital. - Violet solta um suspiro dolorido. - Não sabe o quanto é angustiante te ver um dia na mesa e nos cinco decorrentes saber que está internado de novo?

Finnick ergue os olhos para Violet também com alguma dor ao que eu a encaro com um olhar de alerta. Não é culpa dele se não consegue se controlar.

– Desculpa, - ela me olha e então se volta pra ele de novo. - sei que não é porque você quer... Eu só estou muito pilhada esses dias.

– Tão pilhada que acabou de descarregar dois cartuchos de balas num alvo agora pouco. - tento mudar o foco do assunto e para o meu alívio Finnick sorri.

– Eu queria ter essas aulas de tiro e todo o resto, pena que ainda não posso.

– Pode sim, York me passou de nível por conta do meu treinamento antes dos Jogos, porque ela não pode te passar também? Daí você começaria com as instruções de tiro...

Finnick treina na turma iniciante, ele e Violet chegaram a treinar juntos durante algum tempo, mas suas recaídas fazem com que ele tenha muitas faltas o que o impede de avançar.

– Provavelmente porque não frequento todas as aulas. - ele dá de ombros.

– Pode não frequentar todas as aulas, mas quero que você esteja no nosso esquadrão quando formos para a Capital. - digo.

– Com certeza, essa eu nunca perderia. Prometo estar apto até lá.

Nem sei se realmente invadiremos a Capital e se, caso isso aconteça, estaremos lá, mas é um estímulo a mais para Finnick.

Já estamos no meio do almoço e Violet está tentando persuadi-lo para que ele entre de penetra em nossa aula mais a tarde, quando Boggs se aproxima da nossa mesa. Ele tem o garotinho seguro numa das mãos.

– Vocês dois, querem vê-los na Defesa Especial depois do almoço.

– Olá pra você também, Boggs. - resmungo.

Ele estreita os olhos ameaçadoramente para mim, mas Violet ri.

– Pra quê nos querem lá?

– Beetee tem algo pra vocês, têm que pegar antes de irem para o 2. - ele responde a ela. - Estão liberados da programação pelas próximas duas horas por causa disso.

Violet e eu nos entreolhamos confusos.

– O que é que ele quer nos dar? - pergunto.

– Surpresa. - Boggs diz simplesmente, já se afastando. - Mas sendo quem são vocês vão gostar.

Boggs se vai sem dar mais nenhuma informação, deixando a mim a Violet completamente aturdidos. Eu estou um tanto curioso também, não consigo imaginar o que Beetee teria para mim. Nós não nos demoramos muito em descer para a Defesa Especial, deixando Finnick perto do Centro Educacional no caminho.

A Defesa Especial nada mais é do que um labirinto de salas quase idênticas ao Comando, laboratórios e algumas outras de teste e pesquisa. Perguntamos por Beetee na entrada e somos levados até uma das inúmeras salas cheias de computadores. Ele está lá, em frente a uma das telas, resmungando baixo para o desenho de algo que reconheço como uma bomba, ao redor do desenho inteiriço há várias partes desecadas isoladas. Ele está tão absorto em seja lá o que for isso que tenho de pigarrear para que ele nos note.

– Já chegaram? - ele se vira para nós, claramente surpreso.

– Disse depois do almoço, Beetee. - diz Violet, para logo acrescentar como se fosse óbvio. - Já é depois do almoço.

Ele ajusta os óculos bambos sobre o nariz e olha de relance para o relógio no canto da tela.

– Ah, é claro que é. Estou aqui há uma hora, me perdi um pouco.

Beetee ainda faz uso da cadeira de rodas e aqui deram a ele uma motorizada de modo que ele vem até nós através dos controles no braço da cadeira.

– Venham comigo, os dois, preparei uma coisa pra vocês. - ele faz sinal para que o sigamos e nós os fazemos, devolta para o labirinto de corredores. - É claro, não pretendia mostrar isso agora, mas se vão entrar no 2 vão precisar disso. É sempre bom ter algum substituto para o poder de fogo.

Olho para Violet, mas ela encolhe os ombros.

– À propósito, não apareço lá em cima há um bom tempo. Vocês têm passado bem?

– Considerando que Coin está tentando nos matar de tanto treinar... - Violet resmunga, mas Beete ri baixo.

– Ela está certa se formos ver toda a situação, têm de estar bem preparados para o que vão fazer.

– E você, Beetee, quando vai poder andar de novo? - pergunto.

Ele suspira, dobrando à direita num corredor estreito.

– Eu já posso, na verdade, mas me canso muito rapidamente. De qualquer forma, esta cadeira é bastante confortável e eu estou feliz em ter transporte rápido à minha disposição.

Ele diminui a velocidade até pararmos em frente a uma entrada, “ARMAS ESPECIAIS” é o que está escrito acima de nossas cabeças, quatro soldados mal-encarados guardam a entrada. Eles pedem para ver à minha programação e à de Violet e negam nossa entrada quando não vêm a visita programada lá.

– Eu me responsabilizo por eles. - diz Beetee, mas eles não parecem estar se convencendo. - Ah, vamos lá, eles são os Tordos e estão autorizados a entrar aqui quando bem entenderem! Podem ligar lá pra cima para questionarem isso se quiserem!

Quando Beetee diz “lá em cima”, quer dizer o Comando, e ao que me parece esses caras não querem problemas com a Coin porque nos liberam rapidamente. Para entrar temos de escanear nossas digitais, retinas e também há uma conferência de DNA. No final ainda somos postos num detector de metais e revistados, o último passo se aplica estranhamente somente a mim e a Violet. Será que somos menos confiáveis por pertencermos ao Distrito 2?

– Que é? - ouço a voz irritada de Violet. - Vai querer conferir se não tem nenhuma arma no meu sutiã?

Eu me viro tão rapidamente que o guarda que estava me revistando cambaleia, mas o responsável por Violet tem suas mãos erguidas em rendição. Ainda sim fico de olho até que tudo esteja acabado. Ainda há alguns metros a serem percorridos e na entrada da sala de armamentos temos uma nova e inútil checagem de DNA. Eu assobio enquanto Violet suspira. A sala é ampla, mais como um enorme galpão. Nas paredes há todos os tipos imagináveis de armas, em um canto as mesas possuem filas e mais filas de armas de fogo, há lançadores e explosivos também. Também temos carros blindados aqui, alguns deles.

– E ainda não é tudo, acho que isso para vocês seja igual a uma loja de brinquedos para crianças.

– Bem por aí... - eu respondo, bobo.

Não são só armas simples aqui, Violet e eu treinamos com elas a vida inteira. Essas são militares, maior porte, maior dificuldade em serem manuseadas, maiores estragos causados.

– Por aqui, vocês dois. - Beetee nos chama com um quê de riso na voz, provavelmente entretido com como estamos agindo.

Ele digita algo rapidamente num pequeno painel e uma porta lateral de abre, é uma sala menor, dotada de mesas sobre as quais vemos peças separadas dos objetos as quais pertencem. Algumas coisas estão cobertas por algo como lençóis brancos.

– É claro que tive de correr com isso, eu tinha mais algum tempo para que ficassem prontos, mas então surgiu essa missão até o 2. Faz parte do equipamento Tordo de vocês, isso é parte da parte na verdade, ainda não terminei o seu machado, Violet.

Violet arregala os olhos.

– O meu machado? Como assim o meu machado?

Beetee sorri e desaparece atrás de uma bancada, voltando com dois estojos pretos sobre as pernas. Ele empurra algumas ferragens e os deposita a nossa frente. Com um sinal, nós somos autorizados a abrir as caixas.

Eu xingo baixo quando destravo a coisa e abro a tampa.

Lá está, imponente e reluzindo pra mim, uma espada. O cabo cinza e a lâmina escura, provavelmente feita de um material incomum porque nunca vi uma lâmina cor de chumbo.

– Faz parte de toda a encenação para os tais pontoprops, - começa Beetee. - sabem como é, queriam mostrá-los caracterizados incluindo suas armas comuns na arena. Era para ser algo ilustrativo, mas tomei a liberdade de fazer armas de verdade para caso precisassem usá-las. Estou preparando um arco para Katniss também, mas como ela é mais quieta que vocês ainda não precisei terminá-lo. Não contem a ela. Como eu disse, falta o seu machado, Violet, estou tendo problemas com o sistema de retração das lâminas dele. É bem mais difícil que a espada do Cato.

– Minha espada tem um... sistema de retração? - eu estendo a mão para o cabo reluzente, completamente bobo.

– Acha que iria sair por aí carregando uma arma na cintura? É claro que notariam, não é?

Eu retiro a espada do veludo e sinto-a nas mãos, estranhamente pesada, mas não porque estou desacostumado. Ela realmente parece ter feita de chumbo e está zumbindo pra mim.

– É por conta de todo o maquinário dentro dela. - Beetee percebe minha confusão. - Ela também é inteligente, é uma arma sua e reconhece apenas a sua voz. Se precionar as estremidades laterais do cabo vai ver como a retração funciona, a lâmina não é inteiriça.

Pressiono meus dedos um pouco mais abaixo e a lâmina se desmonta, uma parte entrando na outra, retrocendo até que esteja não mais comprida que uma adaga. E eu fico olhando chocado, pressiono novamente e ela volta, o aço negro brilhando.

– Ah, me esqueci, suas lanças também não então prontas, também têm um sistema parecido.

– Sério, Beetee? Você projetou tudo isso? - eu sorrio, girando a espada nas mãos e me acostumando com o peso. - Ficou demais.

Ergo os olhos percebendo o silêncio e lá está Violet, curvada contra o seu estojo e absolutamente entorpecida. Ela tem suas facas de novo, seis delas enfileiradas, no mesmo aço da minha espada.

– Tenho apenas algumas amostras pra você aí, estou usando nas facas, nas flechas da Katniss e nas lanças o mesmo sistema. Normais, incendiárias e explosivas, vai conseguir diferenciar pelo relevo do cabo delas.

Eu executo algumas manobras enquano Beetee instrui Violet e então meus olhos voam para uma peça enorme, ocupando uma bancada quase inteira. Sem perceber, me aproximo e ergo a capa, franzindo o cenho para a coisa. Parece... Um tridente. É um tridente, um tridente high-tech desmontado e com uma aparêcia de inacabado.

– É para o Finnick, - ouço a voz de Beetee. - achei que ele precisaria de uma distração. Não conte a ele também, não sei se a coisa dará certo ainda.

Beetee deixa que Violet e eu peguemos nossos novos brinquedos e nos leva até alguns alvos montados próximos aos carros blindados e é aí que descobrimos porque Boggs nos deu parte da tarde livre. Somos liberados para permanecer na Defesa Especial e testar as novas armas, eu fico embasbacado com o poder de corte do novo material do qual é feita a minha espada. É bom ter algo conhecido nas mãos de novo, algo que me lembre de como tudo era antes já que agora as espadas que eu manuseava com tanta frequência deram lugar a armas e metralhadoras.

É preciso dizer que um guarda precisou montar um posto, portado de um extintor de incêndio? Violet colocou fogo em três alvos e então Beetee achou melhou que ela usasse apenas suas facas normais. Nem a autorizaram a por as mãos nas facas explosivas por enquanto, não aqui dentro.

Duas horas mais tarde nós precisamos ser postos para fora do arsenal porque não queremos deixar de lado a coisa mais divertida que já fizemos desde que chegamos. Pelo menos o que nos espera agora é a aula de tiro lá em cima, na superfície, mas também não passa de alguns tiros nos alvos a uma distância considerável. As turmas intermediárias são mais vazias de modo que conseguimos treinar sem termos de revezar nas armas, Violet e eu ficamos bem perto de Gale, que entrou na turma recentemente. Passamos uma hora inteira, perfurando alvos que são postos a uma distância cada vez maior.

– Tudo bem, são setenta metros agora, vamos ver quem de vocês consegue pontuar mais. - diz Rogers, andando atrás de nós. - Já devo previní-los de que é raro algum aluno intermediário conseguir uma precisão de atirador de elite...

Ponho a arma ao lado do corpo e desvio os olhos para as minhas costas, ele está bem atrás, posso ver seus olhos em mim e em Violet. Ele está nos testando, isso não é para nenhum dos outros, é exclusivamente para nós porque nenhum dos outros alunos conseguiria. Talvez a teoria de Violet esteja certa...

Quando somos autorizados ergo a coisa absurdamente pesada e faço a mira, é preciso segurá-la com as duas mãos. Violet e eu trocamos olhares rapidamente e vejo-a engolindo em seco. Somos autorizados a atirar e então nos mandam parar com um sinal. Rogers anda até os alvos e analisa cada um por algum tempo.

– Acho que já acabamos por hoje, - ele diz quando se aproxima de nós de novo. - estão dispensados. Menos os soldados Stoll e Beauregard...

Enquanto o restante da turma se afasta, depositando as armas no lugar delimitado, Rogers pede para que nós dois nos aproximemos.

– Algum problema, treinador? - Violet indaga com um pingo de ironia na voz.

– Sim... - ele cruza os braços e nos olha severamente. Rogers já deve ter seus quarenta anos, um porte bem parecido com o de Boggs embora tenha os olhos e o cabelo escuros. - Muitos problemas... Teria a pessoa que fosse o alvo de vocês.

Violet e eu nos entreolhamos confusos.

– Como assim? - pergunto eu mesmo cruzando os braços a frente do peito.

– Vocês passaram. - ele diz sem mais delongas, Rogers costuma ser bem direto. - Eu só precisava desta aula para passá-los de nível e vocês atiraram muito bem hoje, foram os melhores da turma toda. Acho que já está na hora de vocês irem para o nível avançado.

E assim, ele despeja em cima de nós que nós conseguimos, atingimos o nível avançado de treinamento no prazo de Coin. Rogers escreve duas notas apressadamente num bloco de papel e então as estende uma para cada um de nós, nos instruindo a levá-las até o Comando. Nós agradecemos a ele e nos apressamos em voltar para o Distrito 13 subterrâneo. Violet e eu andamos rígidos por alguns corredores até que o caminho esteja vazio. Ela é quem primeiro desacelera gradualmente ao meu lado até que estamos os dois parados.

Sem aviso Violet joga os braços ao redor de mim, me fazendo cambalear. Ela está completamente gelada.

– Nós conseguimos. - ela sussurra com o rosto escondido no meu peito. - Eles são nossos de novo, Cato. Vamos poder tirá-los de lá.

– É, nós vamos... Snow não pode nos ferir agora, ele não tem uma saída. - confirmo, abraçando-a. - Agora somos nós quem temos ele nas mãos, esses são os Jogos que nós podemos vencer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos e me mandem reviews, hein?!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rebelião" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.