Abri a porta do quarto e lá estava ela, minha baixinha, de cabeça raspada e minha mãe, dormindo, usando sua barriga como travesseiro, dei três batidas na porta e minha irmãzinha, falou:

–Oi, como foi a escola?-

–Bem, mas você está bem? Não está sentindo nenhuma dor? Quer que eu chame alguém?-

–Eiii, pare de se preocupar, tenho apenas 10 anos e sei oque está acontecendo… não se preocupe tudo vai ficar bem, hum… acho que deveria… acho que… grandão!- ela disse e me fez sorrir -

–Ok, pequena! Apenas se cuide! Vou acordar a mamãe para ela ir descansar em casa, ficarei aqui com você- ela sorriu e acordou minha mãe -

Conversei uns 30 minutos com minha mãe até convencê-la de que ela teria que ir pra casa descansar. Depois fiquei lá, desenhando, tirando algumas fotos pela janela e mostrando-as para minha irmã e lendo o Atlas com ela. Depois de umas 2 ou 3 horas, eu já estava rouco de tanto falar, bebi água e do nada alguém abriu a porta meio que desesperada. Fiquei olhando, reparando cada detalhe: uma menina ruiva, de olhos verdes, estava com uma touca verde e usava um óculos... era extremamente bonita.

–Aaaaah mil perdões, quarto errado. Sério, desculpa mesmo- e fechou a porta

Estava pensando até que ouvi minha irmã me chamar.

–Ei, estou falando com você!-

–A desculpe, estava pensativo, mas então, tenho que ir, falo pra mamãe vir aqui!-

–Tchau... grandão!-

–Tchau... Baixinha!- eu disse e sai.

Depois que fechei a porta alguém trombou em mim, e quase caiu, só não caiu por que eu consegui segurá-la. Era a menina ruiva, ela estava chorando muito, seus olhos estavam inchados.

–“Heeey” garota! Mais cuidado, ok?-

–Ok, ok, a culpa não é minha tá?- ela disse -

–Ei, desculpa. Por que você está chorando? - eu perguntei -

–Não te interessa- ela disse e saiu correndo -

Eu sai e fui na recepção, pra poder ligar pra minha mãe. Enquanto esperava na fila, vi Esther lá e chamei-a:

–Oque está fazendo aqui?- perguntei a ela -

–Vim te ver e ver sua irmã, você fala tão bem dela, que quis ver sua “baixinha”- ela disse fazendo aspas com os dedos.

Estávamos indo até o quarto da minha irmã, quando a ruiva apareceu e disse:

–Oh, desculpe por ter ter falado contigo daquele jeito- ela disse me entregando um papel- e hã... só abra quando estiver em casa, ou sozinho!-

Ela saiu e eu fiquei olhando a cara de Esther que dizia: QUEM É ESSA GAROTA THOMAS!!!?

–Ei, tá olhando oque?- eu disse-

–Quem é ela?!- disse calmamente-

–Uma menina que entrou no quarto da minha irmã por engano e esbarrou em mim e quando perguntei o porque dela chorar ela me “maltratou”- fiz aspas com os dedos-

Esther ficou pensativa...

–Ciúminho- ela deu risada- então oque tem ai no papel?-

–Não sei, só vou abrir quando estiver sozinho-

Chegamos no quarto e minha baixinha estava dormindo, Esther passou a mão na cabeça dela, fazendo carinho e eu estava encostado na parede me apoiando no “braço” do sofá, então Esther chegou perto de mim.

–Caramba! Sua baixinha é realmente baixinha- ela riu- e linda também, parece com você!-

–Na parte de ser baixinha? Sim, claro que sim- eu disse-

–Não seu bobo, na parte de ser linda, assim como você- elas pois sua mão sobre a minha-

No momento minha mãe chegou e rapidamente ela tirou suas mãos. Eu pensei: FUI SALVOOOOOOO! OBRIGADA MÃE!

–Ok filho, pode ir... mas quem é essa?-

–Minha melhor amiga- eu disse- Mãe, essa é Esther. Esther, essa é minha mãe Tracy-

–Prazer em conhece-la, agora vamos Thomas?-

–Aaah sim, claro, vamos- eu disse- Tchau mãe!-

Quando cheguei em casa, estava sozinho e abri o papel vi um número de telefone. Resolvi ligar depois.