A Vingança escrita por Lara Ramos


Capítulo 38
E tudo se resolve!


Notas iniciais do capítulo

Genteeee!!! Esse é o penúltimo capítulo da fic =(
Cap bem zen, sem monstros, sem mortes e coisas desse tipo.
Espero que gostem.
Bjs, CupCake



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Anne e Jôh passaram mais uma semana na área hospitalar. Segundo os filhos de Apolo, Anne poderia continuar com suas atividades normalmente, mas Jôh ainda não podia se esforçar muito.
Quíron havia chamado os quatro na Casa Grande. Ele falou um monte de coisas sobre "nunca sair do acampamento sem autorização" e "se o Sr. D. tivesse dado falta de vocês, agora seriam golfinhos" e tal. Resumindo: castigo. Jôh e Nico teriam que lavar a louça por um mês e Anne e Leo iriam limpar os estábulos pelo mesmo tempo.

P.O.V. Jôh
Eu estava no meu chalé lendo um livro qualquer quando alguém bateu na porta. Suspiro e vou abrir, odeio quando interrompem a minha leitura.
– Oi! - diz Noah, um filho de Apolo amigo meu.
Sorrio, faz tanto tempo que não o vejo.
– Oi! Entra aí. - digo não muito animada, mas ele balança a cabeça negativamente.
– Você tem passado muito tempo ai dentro, precisa dar uma volta. Vamos? - o
garoto pergunta, me oferecendo o braço como apoio.
Cara, eu realmente não queria sair do meu chalé, mas sei que estou precisando pegar um solzinho, mesmo que não goste.
– Tudo bem.


Caminhamos um tempo em silêncio, enquanto me habituo com o sol em minha pele, as gargalhadas em meus ouvidos e cheiro da natureza em minhas narinas.
– Me conte. - ele diz. - Fale-me sobre a sua aventura.
Sorrio com a possibilidade de falar com alguém que não fala só sobre o Nico. - Maldita Anne! - Fale com o Nico! Tente, pelo menos! Argh!
Conto a Noah tudo que aconteceu, passo rápido pelo assunto "Nico", Noah entende o recado, comento sobre Helena e como não gosto dela, falo sobre as lutas mais legais, as mortes mais interessantes, a explosão e é isso.
– Nossa! Deve ter sido demais! Estou a um ano esperando uma missão e você consegue uma em sua primeira semana. - joga os braços para o alto.
– Não fique assim. - desarrumo seu cabelo. - Além disso, ficaria preocupada se você fosse.
Ele sorri.
– Ótimo. Tenho algo pra te contar. - faço sinal para que prossiga. - Eu
e Katie estamos namorando!
– Legal. - isso sai meio desanimado. Desde...?
– Faz uns quatro dias. - sorri radiante.
Acabamos de novo em frente ao meu chalé. Sentamos na varanda. Noah me conta sobre seus dias de paquera até os dias de hoje. Parece que houve muito romance e olhares até convencer Katie.
– Que lindo! - exclamo, mas sem muito ânimo... essas coisas me lembram Nico, seus abraços, seus lábios, seus olhos... Foram inesquecíveis.
– O que houve, sunshine? É o Nico? - Noah pergunta.

–Ééé... - prolongo o "é". - Aquele... imbecil! Nojento! Idiota! Criatura do hades!
– Isso ele é. - Noah comenta, isso me tira gargalhadas. O abraço.
– Mudando de assunto, posso fazer umas perguntas?
Ele assente.
– Noah, e se eu te dissesse que por um momento pensei em ir para o lado do mal? Sabe, naquele dia no poço... e quando eu matei eu gostei muito... Isso me torna alguém ruim?
– Johanna, você é ótima! Quer prova disso? Você está ferrada por causa de seus amigos e você foi torturada para protegê-los. A questão é que todos temos um defeito fatal, e o seu é essa sua... raiva.
Sorrio.
– Obrigada. - apoio minha cabeça em seu ombro.
Vejo Nico passar com uma expressão de raiva quando nos vê. Por um segundo seus olhos encontram os meus e nesse momento sinto um calafrio. Sinto saudade e vontade de correr para seus braços, mas não o faço, apenas desvio o olhar.
Uma lágrima escorre.
– Vou entrar. Tchau Noah, e obrigada... por tudo. - entro
e fecho a porta com leveza. Jogo-me na cama.

Estou indo em direção ao meu castigo. Tenho que lavar pratos por um mês, o que dá um total de 90 lavadas. Tudo aqui é mágico, por que a louça não?!
Mas o pior de tudo é que Nico vai estar lá.

Ao chegar vejo Nico já lavando alguns pratos. Não damos "oi" e nem nos olhamos. Enquanto lavo a louça deixo os ombros caírem. Em minha cabeça tudo que queria era odiá-lo, mas é difícil odiar alguém que você ama. Quero matá-lo,
mas sei que não conseguiria. Lembro dos momentos felizes que tivemos... Minhas mãos tremem de raiva por não conseguir matar esse garoto idiota! Assim, choro sem fazer barulho, enquanto lavo a louça.
Depois de um tempo vejo que ele percebe meu choro, entretanto não fala nada, o que me faz chorar mais ainda.

P.O.V. Nico
Deuses! Ela está chorando. O que se faz quando uma garota está chorando?... Acho que é melhor deixar ela quieta, vai que ela está com raiva e tenta me afogar na lava!
Assim vai ser melhor... pra nós dois.

P.O.V. Jôh

É meia-noite, estou em frente ao chalé de Hades, tomando coragem para bater na porta. Subo os degraus até a varanda, respiro fundo e bato na porta três vezes. Um Nico sonolento e de pijama abre. Me encara.

Eu... - bate a porta na minha cara. - Não
acredito! Seu imbecil! Eu te odeio! A partir de hoje eu vou te odiar para sempre! Ouviu bem, Nico di Angelo?! - faço a lâmina da minha adaga atravessar a madeira negra da porta. Não estou nem aí se alguém mais me ouviu, Nico não
pode simplesmente bater a porta na minha cara e sair vivo dessa!
Deixo minha adaga na porta e volto para o meu chalé, preciso pensar em alguma coisa.


Estou a alguns metros da minha varanda quando vejo alguém passando pelas sombras entre os chalés. Reconheço aquele ser.
– Anne?! - chamo.
Ela para e se vira lentamente, como se fosse um ladrão pego fugindo. Sorri.
– Oi.
– O que você está fazendo? Ou melhor, onde está indo? - olho
em direção ao seu chalé que fica do lado oposto ao meu, as luzes estão apagadas.
– Decidi dar uma volta. Hã... sabe, pegar um ar.
– Hum. - finjo que acredito.
– E você? O que está fazendo? - pergunta.
– Voltando do chalé do Nico.
Ela solta uma risadinha.
– E o que você estava fazendo lá?
Reviro os olhos, ela realmente acha que eu estava...? Não importa.
– Fui tentar conversar, mas ele bateu a porta na minha cara.
– E o que você fez?
– Eu não fiz nada!... Ainda. - sorrio. - Preciso planejar minha vingança.

São quase duas da madrugada quando volto ao chalé de Hades. Não bato na porta. Minha adaga continua lá. Dou a volta no chalé, procurando uma janela destrancada. Encontro a dos fundos, a abro com cuidado, tentando não fazer barulho. Espio lá dentro, está escuro, óbvio, mas não percebo nenhum movimento. Entro devagar, quase tropeçando em uma escrivaninha, e por pouco não derrubo uma cadeira.
Caminho na ponta dos pés até a cama de Nico, ele está dormindo como um... anjo. Eu poderia simplesmente matá-lo agora, enquanto dorme, seria tão fácil, mas... não consigo.
Pego uma adaga e pressiono a ponta contra seu pescoço. Preguiçosamente ele abre os olhos.
– O que você quer? - pergunta.
– Conversar.
– Você sabe que horas são? - ele puxa as cobertas até o pescoço.
– Sei. - o quarto está escuro, mas consigo perceber que ele volta a fechar os olhos. Pressiono ainda mais a adaga. - Levanta.
– Não. - responde, ainda de olhos fechados.
– Vou pedir só mais uma vez, levanta. - digo calmamente.
– Não quero.
Ok, a minha calma acabou.
– Que droga, Nicolas! Levanta agora! - grito.
Ele abre os olhos.
– Se você parar de gritar que nem uma louca, eu levanto. - diz. Concordo e tiro a adaga de seu pescoço.
Dou alguns passos para trás.
Nico levanta, se espreguiça, boceja e esfrega os olhos. Faz sinal para que eu comece a falar.
– Por que você está agindo assim? - continuo com a adaga apontada para ele. - Eu... não compreendo.
Ele suspira.
– Eu só quero... te proteger. - diz passando as mãos pelos cabelos. - Você não entende? - Sempre que eu estou perto de você você corre riscos, se machuca, e eu não quero isso.
– São riscos que devemos correr pelos amigos. Não é simplesmente porque você está perto de mim, isso VOCÊ tem que entender. Eu sempre vou estar correndo riscos, é a vida! E você sabe que eu não preciso de ninguém para me proteger. - abaixo a adaga. - Por um lado eu admiro esse seu... comportamento, eu não acredito que eu vou dizer isso, mas é muito fofo, - observação:
eu não costumo achar coisas fofas - mas por outro... sei lá, depois de tudo que
passamos eu... eu não esperava por isso, eu achei que as coisas seriam diferentes entre nós depois que voltássemos.
Ele baixou a cabeça.
– Eu... me desculpe. - diz, deixando os ombros caírem. - Eu
imaginei que seria bem mais simples me afastar de você, mas eu estava errado.
– Então por que você continua agindo dessa maneira?
– Porque assim vai ser melhor. Se não nos envolvermos vai ser mais fácil quando eu for embora...
– O quê?
– Eu vou passar um tempo viajando, depois vou ir morar com o meu pai.
– E você não ia me contar, não é mesmo?
– Você ia ficar sabendo por Leo, provavelmente.
Não consigo mais segurar as lágrimas.
– Você havia prometido que nunca me deixaria, eu acreditei em você, e agora você simplesmente vai embora, como se nada tivesse acontecido?! - talvez
eu tenha ficado um pouco alterada, porque mirei um ponto próximo a cabeça de Nico e atirei a adaga. Eu realmente queria acertá-lo, mas no fundo, lááá no fundo, beeem lá no fundo mesmo, algo me dizia para não o fazer, mesmo depois de tudo isso.
Quando a adaga passou raspando por Nico ele não expressou reação alguma, provavelmente já esperava que eu fizesse isso.
Andei pisando firme até a porta e a abri da maneira menos delicada possível.
– Espere! - ele disse segurando com força meu pulso antes que pudesse por o pé pra fora. - Por favor!
Por mais que quisesse sair correndo para qualquer outro lugar no mundo, eu decidi ficar e ouvir o que ele tinha a dizer.
– O que foi? - perguntei livrando meu pulso de sua mão e cruzando os braços.
– Você... está certa, eu fui um idiota...
– Foi? - ele pareceu não ligar para o comentário.
– Eu achei que conseguiria levar isso numa boa até ir embora, eu realmente achava que me manter distante ajudaria, mas isso só aumentou o que eu sinto por você. E eu acabei percebendo que, mesmo que nós não estivéssemos tendo essa conversa, eu nunca conseguiria deixar você, por motivo nenhum eu poderia ir sem levá-la comigo, porque eu simplesmente não sei mais viver sem te ver todos os dias. - ele fica falando todas essas coisas e eu penso: por que ele tem que ser tão fofo?! Eu estou braba com ele e o cara consegue me fazer sorrir depois de tudo isso!
Ficamos um tempo olhando nos olhos um do outro.
– Então...? - diz ele.
Suspiro.
– Lembra quando eu disse que iria te odiar pra sempre?
– Sei.
– Era mentira. Eu cheguei a conclusão de que é difícil, muito difícil, odiar... alguém que eu amo. - ele sorri, e pela primeira vez eu percebo como senti falta daquele sorriso. - Seu grandíssimo idiota. Precisava de tanto drama? - O
abraço pela cintura sentindo seu cheiro.
Sinto seus braços ao meu redor, me apertando protetoramente.
– Espera, você disse que me ama? - pergunta me afastando devagar. Vejo um sorriso se formar em seu rosto. Fico vermelha, baixo o olhar.
– Não foi bem isso... Er... Eu... Você ouviu errado.
– Não, - sorri colocando a mão em minha barriga, para assim me empurra levemente contra a parede. - eu ouvi direito.
Ergue meu rosto com o indicador, deixando-nos a centímetros um do outro.
– Repita, por favor. - pede ao pé de meu ouvido, fazendo um arrepio percorrer meu corpo.
– Não... - minha voz treme.
Seus dedos gelados escapam para de baixo da minha blusa. Aproxima mais nossos corpos com as mãos em meu quadril. Seus olhos tem um brilho diferente, suas bochechas estão coradas e seus lábios formam um sorriso tímido. Sinto cada respiração sua, sinto suas mãos geladas segurando firme minha pele quente, e sinto seu medo quando pronuncia as próximas palavras.
– Pois bem, eu falo, eu te amo Johanna.
Sorrio. Algo acende em meu coração, como se acabasse de chegar em casa depois de uma longa viagem.
– Eu tam... - não me deixa terminar, apenas para juntar nossos lábios. Sinto como se o mundo derretesse ao meu redor e nada mais existisse, é indescritível tamanha felicidade, os sentimentos queimam em minha pele fazendo o beijo se intensificar.

Minhas mãos escorregam de seus cabelos aos seus ombros e depois para a barra de sua camisa, enquanto seus lábios fazem uma trilha formigante do meu pescoço a clavícula.

Paramos para nos encarar, vermelhos, e ponderar sobre a ideia que vem a nossa mente. Depois de uns instantes sorrimos, concordando. Fecha a porta e me pega no colo, no melhor estilo recém-casados, me levando em direção a cama.


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Notas finais do capítulo

Uuuuhhh! CALIENTE!!! kkkkkkkkk
Ta, sério agora, o que acharam?
Queremos reviews, Okay? Okay.
Sorry pelos erros de digitação e tal, meu computador ta meio bugado.

Bjs e até o próximo (e último) capítulo.
CupCakeAzul