[...] Quando um email de um remetente desconhecido havia chegado na caixa de entrada do e-mail coorporativo pessoal de Ronnie, há cerca de um mês atrás, deixando-a surpresa e com muita dúvida ao imprimir o arquivo anexo e se deparar com um convite inusitado numa letra cursiva e elegante.

“Elleanor McLuckyhill e Oliver – por enquanto só Oliver, mas em breve Oliver McLuckyhill – gostariam de convidar você para ser nossa madrinha de casamento”

O convite servia perfeitamente como uma boa desculpa para finalmente por seus planos em prática.

E seu plano envolvia estar naquele acampamento.

Um pedido para Hylla, a rainha das amazonas foi suficiente para que ela fosse designada para acompanhar como supervisora uma comitiva diplomática de guerreiras para o acampamento grego, que por coincidência sairia na próxima semana, servindo como seu trunfo e sua carona para chegar onde queria estar.

E é claro, Ronnie Vega não era do tipo que perdia uma boa festa.

Apesar de tudo, no fundo ela estava feliz pelo casamento dos antigos amigos da época onde ela havia sido louca o suficiente para se meter numa missão suicida. Matrimonio e homens não eram coisas que amazonas apreciavam, ainda mais quando as duas palavras estivessem relacionadas no mesmo contexto, mas Ronnie como uma mulher não podia ficar com raiva ao ver uma amiga feliz com sua decisão. Sem contar que, Oliver não parecia uma opção ruim quanto a noivo.

Por um momento, a filha de Hefesto se sentiu um frio na barriga irritante que não deveria estar sentindo e que estava atrapalhando sua postura confiante. Desde que havia chegado ao acampamento, uma força emanada do solo trazia uma sensação estranha, não sabia se algo tentava acolhe-la e expulsa-la dali.

Tentou calar seus pensamentos limpando sua mente enquanto a sola dos seus saltos deslizando sobre o piso quadriculado. Sua mão segurava um envelope com um grande laço vermelho atrás do corpo, guardando seu presente de casamento para a filha de Tique e seu noivo filho de Hipnos.

— Perdão, mas... Eu te conheço? — Uma voz anasalada e levemente familiar soou em seu ombro esquerdo, a fazendo virar e encarar um garoto um terno purpura de veludo, usando saltos altos amarelos e óculos de plástico translúcidos da mesma cor. — Acho que nunca te vi por aqui.