The Daughter of Darkness escrita por Meriane Ganter


Capítulo 1
Chegada ao Acampamento Meio Sangue




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Eu estava andando por um beco escuro e nojento, quando de repente ouvi uma voz, parecia vir de uma mulher atras de mim.

– Você não deveria andar sozinha a noite.. - disse a mulher com um sorriso provocador.

– E quem é você para me dizer o que devo ou não fazer? - Exclamei em tom desafiador.

– hum.. Abusada você, igualzinha ao seu papaizinho, seria um prazer levar sua cabeça ao meu mestre. - ela me olhou com um olhar malicioso e asqueroso. - Ah perdão, não me apresentei, sou Nérfis.. - se apresentou com ar de superioridade. Ante mesmo que ela terminasse eu gritei.

– Pouco me importa quem é você. - pois já estava ficando irritada com o jeito prepotente daquela mulher ridícula.

De repente pra minha surpresa, da manga do braço esquerdo, ela tirou um punhal verde com uma bola vermelha brilhante no meio do cabo, dessa bola escorria um liquido da mesma cor pela lamina prateada, o que me deixou fascinada, exceto pelo fato de que ela queria me matar com aquilo. Em questão de segundos ela estava em minha frente, a ponto de me apunhalar no estomago, quando pareceu não conseguir controlar a própria mão. Eu estava estática, não sabia se corria ou se ficava ali mesmo. Mas quando aquela mulher olhou em meus olhos foi como se ela tivesse sido petrificada, ela ficou imovem exclamando alto.

– Não!! Não é possível!! Não pode ser!! - eu estava totalmente confusa, por que ela estava falando aquilo? o que tinha em meus olhos? Com um chute no braço, lancei para bem longe o punhal.

Neste momento, Nérfis segurou meu braço e eu tentei o tirar o puxando inúmeras vezes, e então quando ela olhou novamente em meus olhos, parecia ter sede pelo meu sangue.

– Vou te matar com muito, mas muito gosto pirralha. - ao dizer isso, eu gritei para que me soltasse. Gritando de dor Nérfis soltou meu braço, e vi que sua mão havia sido queimada, gemendo de dor ela se virou.

– Você tem sorte de eu não conseguir toca-la, assim fica difícil de te matar como eu queria, é uma pena que eu tenha recebido ordens de te deixar viva, porem nada me impede de te dar uma boa surra. - Quando percebi, uma forte ventania me lançou contra a parede, me fazendo bater a cabeça e desmaiar.

– Ora acordou enfim.. - ouvi alguém falando acordei, estava em uma cama de belos lençóis azuis, que falo comigo foi um cara metade bode metade homem, o que realmente me assustou, mesmo eu gostando de ler livros sobre mitologia e sabendo que ele era um Sátiro.

– Que.. quem é você?? - exclamei assustada.

– Sou Ártur, venho te observando faz um tempo.. - disse ele me oferecendo um sanduíche muito apetitoso.

– Você esteve em varias famílias, e todas elas reclamavam que você dizia coisas estranhas, como ver monstros. - eu olhei assustada, como aquele sátiro podia estar me seguindo todo esse tempo sem eu perceber? sempre fui cuidadosa com tudo ao meu redor, pois sempre fui sozinha na vida.

– Pois bem.. - continuou ele. - eu sentava atras de você em sua ultima escola..

– Quando Ártur disse aquilo, logo me veio a memória que ele sentava atras de mim mesmo, era quieto, só observava.

– Espera.. me diz onde eu estou e por que me trouxe para cá.. - exclamei colocando a bandeja com o sanduíche para o lado.

– Acalme-se, já chegarei la. - disse Ártur me acalmando - Sei que sofre de dislexia e TDAH. Na noite passada, na qual você resolveu fugir do abrigo, eu estava te seguindo mas te perdi por um momento e foi quando você foi atacada por Nérfis. - enquanto ele falava eu mastigava aquele maravilhoso sanduíche, que era muito melhor e mais delicioso que a comida daquele lugar onde eu vivia. - Nérfis e uma das feiticeiras de Herius, um adorador de Cronos, você deve saber de quem estou falando não é, sei que adora livros de mitologia, mas confesso que estou curioso para saber de quem é filha, eu tenho um palpite mas Quíron pediu para que o guardasse para mim. - exclamou Ártur.

– Ártur não seja inconveniente, por favor.- disse Quirion - Permita-me me apresentar, sou Quíron, sou o diretor de atividades do acampamento meio sangue, e quero que saiba que e muito bem vinda ao nosso acampamento.

– Eu sou... - fui interrompida por Quíron.

– Sei quem você é, sei de onde veio e pelo que passou e.. admiro seu carácter e honestidade. - ele me deu um sorriso doce. - Bom, devo ir agora, mas, espero que se sinta em casa e que aprenda muitas coisas por aqui. - disse ele antes de sair pela porta. Ártur esticou o braço e me deu algo para beber, e pouco a pouco fui ficando sonolenta e acabei por fim dormindo.

Acordei com Ártur caindo logo a frente da minha cama derrubando um belo arco com um porta flechas vermelho.

– Me perdoe por favor, sou um pouco desastrado as vezes, mas volte a dormir você precisa descansar. - disse ele apanhando as flechas que estavam caídas no tapete ao pé da cama em que eu estava

– Quanto tempo eu dormi? - perguntei coçando a cabeça - Por dois dias inteiros.. - disse sorrindo

– O que?? como assim dois dias?? - exclamei levantando em um pulo.

– Eu fiz um chá com algumas ervas que apanhei perto do chalé de Deméter, só que acho que exagerei na dosagem, me perdoe. - disse ele enquanto apanhava as flechas que estavam caídas e derrubava as que já havia pego, criando assim um ciclo muito engraçado de pega flecha, derruba flecha.

– Esta tudo bem.. deixe-me ajuda-lo com isso. - Eu levantei e fui ajuda-lo a apanhar as flechas que ainda restavam no chão.

– Olá.. - disse uma garota ao entrar no chalé enquanto Ártur e eu terminávamos de apanhar as flechas que ainda restavam no chão. - Meu nome é Agatha, Quíron me designou para leva-la para conhecer o acampamento, e enquanto não sabemos de quem é filha, ficara no chalé de Hermes, sei que esta um tanto quanto lotado, mas e lá que os campistas que ainda não foram "reclamados" ficam, só não de confiança à Santiago, ele é muito chato. - com um sorriso torto olhei para Ártur que afirmou com a cabeça e então eu a agradeci.

– E por fim.. aqui e o Pavilhão de Jantar, é aqui que todos os campistas lancham, almoçam e jantam, e que por sinal e para cá que vamos agora. - explicou Agatha.

– Bom, cada campista senta na mesa de seu chalé, mas como você ainda não tem um poderá sentar-se na mesa de Hermes, venha vou te levar até lá. - disse sorrindo para mim.

Assim que adentrei ao local, todos pararam e focaram em mim, notei que haviam conversinhas e cochichos, me senti estranha, como se fosse uma aberração.

– O que estão olhando? Nunca viram uma novata não, andem, voltem a comer suas comidas e parem de fofocar sobre a vida alheia.- Fiquei espantada com a atitude de Agatha, pois se ate o presente momento ela tinha sido amigável e educada. Assim que chegamos á mesa de Hermes, descobri de quem Agatha era filha.

– E ai enciclopedia. - disse um garoto da minha altura de cabelos e olhos castanhos, tinha expressão de calmo mas parecia ser bem travesso.

– Não enche Santiago! - Agatha me explicou que deveria ficar ali até ser reclamada.

– Mande meus comprimentos a sua mãe Agatha. - disse Santiago fazendo-a bufar.

Agatha Connor's é filha de Atena, a deusa da sabedoria, o que não me surpreendeu nem um pouco, pois Agatha tinha um bracelete com uma coruja, que me recordava de ter lido em um livro que a coruja seria o simbolo a deusa, sem contar na fisionomia que entregava bastante sua semelhança, longos cabelos loiros, torcidos em uma tranca no ombro direito e seu belo par de olhos cinzentos que pareciam te repreender só pelo fato de você respirar.

No momento em que estava passando por uma grande fogueira que fica no meio do pavilhão, houve um a explosão que me fez cair brutamente no chão, e nas chamas surgiu a silhueta de um homem.

– Helena, a quanto tempo que te procuro minha filha, como você cresceu, como está bonita.. - exclamou o homem nas chamas - Você deve estar atenta e preparada, pois sua vida corre perigo, peço que aprimore suas habilidades e esteja preparada. - e assim o homem desapareceu ficando apenas as chamas da grande fogueira e as expressões de desaprovação de muitos campistas.

– Bem.. parece que não vai mais ficar no meu chalé. - disse Santiago em tom de desapontamento.

– Mas saiba que à ajudarei no que precisar. - terminou com um sorriso acolhedor.

Eu ainda estava em choque, não exatamente por saber de quem eu era filha, mas sim por tudo isto ter ocorrido na frente de todos. Confusa e envergonhada, eu continuei no chão, não sabia o que fazia, eis que então um garoto ofereceu a mão direita e me ajudou a levantar. Alto, de cabelos pretos e belos olhos verdes, tinha algo naqueles olhos que eu não sabia ao certo o que era, mas me prendia de uma maneira intensa.

– Você esta bem? - perguntou inocentemente o garoto.

– Estou sim, obrigada.. - disse envergonhada. Como não conseguiria comer, pedi para Agatha me levar ate meu chalé.

– Bem.. é aqui, agora preciso ir, pois tenho que dormir, teremos um dia cheio amanhã. - disse Agatha, colocando uma das mãos sobre meu ombro e eu concordei com a cabeça.

Assim que adentrei ao chalé, dei de cara com um garoto sentado em minha cama.

– Ah.. finalmente nos conhecemos. - disse o garoto vindo em minha direção.

– Sou Nico di Angelo, sou seu meio irmão. - explicou ele.

– Você parece malvado.. - exclamei um tanto acanhada. - Não sou malvado - soltou um breve riso.

– Devo lhe contar que quando você passou por mim nos braços de Heitor, senti algo, como se tivéssemos uma ligação, e não é que temos mesmo, mas sinto que somos um tanto diferentes. - eu o olhei curiosa

– Diferentes? De que maneira exatamente? - perguntei inocentemente.

– Sinto que você é muito poderosa, vejo isso em seus olhos. - exclamou Nico.

– E como pode sentir isto?? - perguntei curiosa.

– É coisa de irmãos.. - disse dando um leve sorriso. - Apenas te recomendo que não tente fazer nada que não saiba, pode ser perigoso para você, aprimore suas habilidades antes de usa-las. - recomendou Nico. - Bem, devo ir agora. - disse Nico me abraçando e em seguida me beijando levemente a testa.

Confesso que pela primeira vez, desde que cheguei naquele acampamento, me senti bem e acolhida. Assim que Nico saiu segui em direção a minha cama, em cima dela tinha uma mochila com as poucas roupas que eu possuía, bem como uma camiseta laranjada que tinha escrito na frente "Acampamento Meio-Sangue", arrumei tudo em seu devido lugar e fui dormir naquela cama macia de lençóis vermelhos, demorei alguns minutos para fechar os olhos, mas sabia que d alguma forma, a partir dali, a minha vida jamais seria a mesma.


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