Eternit escrita por Uma Jujuba Azul


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, eu tive alguns, mentira muitos, problemas que complicaram a minha vida, mas aqui estou eu, Like a Fenix aqui hahaha, então leiam as notas finais que tem uma surpresa lá para vocês sobre o próximo capítulo e aproveitem esse!!



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“Memórias são como fantasmas que te atormentam até os últimos segundos de sua vida, te mostrando seus erros, seus acertos, seus sorrisos, suas lágrimas, suas angústias, seus medos, suas decepções, seus orgulhos...e esses fantasmas te assombram com cada um deles te levando a fazer loucuras, e quando você chega aos últimos segundos você vê que estes fantasmas te levaram a fazer loucuras, tanto boas quanto ruins, e você não se arrepende de nenhuma delas, nem mesmo desta última que está fazendo”

Em meio a lágrimas e aos pensamentos confusos que atormentavam minha mente, acabei adormecendo ali mesmo, no chão do meu quarto. Quando acordei, já muito dolorida pelo desconforto de dormir no chão duro e frio, notei pela janela o céu já coberto de nuvens e de poucas estrelas que ficavam observando a noite de Nova York lá do alto. Levantei-me e fui até o banheiro para passar uma água no rosto. O reflexo que acabei vendo no espelho não era uma imagem muito agradável, mas também não muito diferente do que eu já estava acostumada a ver: uma garota que aparentava ter 16 ou 17 anos, com o cabelo muito bagunçado, o rosto muito borrado de preto pela maquiagem pesada que antes carregava, os olhos inchados e muito vermelhos, tanto pelo choro quanto pelo sono que ainda insistia em dominar seu corpo, olhos de um azul elétrico que um dia foram lindos, mas que hoje, apesar de serem de um azul extremamente lindo e raro de se ver em olhos, eram sem brilho e apagados, olhos de uma pessoa que se tornara fria com o tempo e viu sua vida perder totalmente o sentido.

Voltei para o meu quarto e peguei meu celular que se encontrava jogado em cima da cama a fim de apenas verificar a hora, mas a tela mostrava: 20h59min; 4 chamadas perdidas; 3 novas mensagens. Tanto as chamadas quanto as mensagens eram de Nico. Eu provavelmente tinha desmaiado e não dormido para não ouvir o telefone tocar. Nico. Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios ao me lembrar dele, mas logo tratei de desfazê-lo, pois eu não podia e não queria ser apenas mais uma das garotas iludidas que ele seduz e leva para a “casa/motel” dele, depois a garota descobre o quão galinha ele é e fica chorando pelos cantos por ter sido enganada e por ter se apaixonado. A diferença que eu tenho é que, primeiro, eu já sei o quão galinha ele é, afinal eu vejo ele se agarrando com umas três diferentes por semana, e segundo, eu não vou ser idiota de me apaixonar por ele. Ok Thalia, você não vai ser idiota de se apaixonar por ele, porque você já está apaixonada por ele. Merda de consciência.

De repente, fui tirada de meus devaneios com a porta se abrindo. É só pensa no demônio que o filho dele aparece!

– O que você está fazendo capeta? – falei grossa.

– Oi pra você também Grace – disse ele.

– Quem foi a praga que te deixou entrar aqui?- perguntei- E o que você veio fazer aqui?

–Sua mãe. E eu vim porque fiquei preocupado. Não atende mais o telefone não? – ele falou se sentando ao meu lado na cama.

– Te interessa?

– Sim me interessa, eu quase morro tentando te ligar – exagerado – pra te avisar que você tinha esquecido sua correntinha lá em casa e você não atende. Eu fiquei preocupado ô grossa, morreu foi?!

– Infelizmente não, eu não morri. Agora me da a minha correntinha faz favor?! – falei mais mandando que pedindo.

– Tá lá em casa.

– Por que você deixou em casa se veio até aqui? – perguntei indignada com a falta de inteligência do Di Ângelo.

– Por que eu vim ver se você estava bem e não trazer sua correntinha.

– Ok então vai lá buscar.

– Não - ele respondeu simplesmente.

– Como “não”, Di Ângelo?! – falei já me exaltando.

– Você vai até lá em casa comigo e busca Grace!

– Tá, então espera eu me trocar. – respondi empurrando ele para fora do quarto.

– Até parece que você estava vestida ontem a noite – ele falou rindo.

– Vai logo capeta!

Ele saiu do quarto e eu fechei a porta, tranquei rápido de roupa colando uma calça jeans escura, uma camiseta do R.H.C.P. e um coturno preto com tachinhas douradas. Perfeito.

Sai do meu quarto e encontrei Nico sentado no sofá da sala me esperando.

– Vamos logo di Ângelo – disse passando por ele e me dirigindo até a porta.

Subimos até o 13° andar em silêncio. Entramos em seu apartamento e logo de cara encontramos Hades, pai de Nico, sentado no sofá da sala.

– Hm, então parece que a punk é a vadia da vez não é Nico? – Hades perguntou rindo. Aquele cara estava começando a me irritar muito.

– Não enche. – Nico disse frio e me puxou pela casa até seu quarto e fechou a porta atrás de mim.

– Ok agora me devolve meu colar que eu quero ir embora. – mandei sendo grossa, afinal eu queria pegar o meu colar, sair dali e esquecer o di Ângelo, eu não seia idiota de esperar ele me trocar pela próxima vadia semana que vem.

– Não. – ele disse frio e se aproximando lentamente, de uma maneira que chegava a dar medo – Primeiro você vai me falar por que você está sendo assim comigo?

– O que? – perguntei quase gritando – Assim como di Ângelo?

– Você sabe muito bem Grace, você está sendo fria e arrogante comigo sem nem ao menos ter um motivo, afinal eu não fiz nada de errado.

– Ah garoto se toca. Você acha que eu sou mais uma das vagabundas que você pega, leva pra cama e depois joga fora para elas ficarem se lamentando e implorando para você voltar para elas? – perguntei mas não dei tempo para ele responder e continuei quase gritando com ele – Eu tenho mais com o que me preocupar, e eu não vou perder meu tempo com você, e se você espalhar por ai que comeu Thalia Grace – falei imitando sua voz no final – se prepare para não poder ter filhos. – sai do quarto batendo a porta e deixando um Nico em estado de choque atrás dela. Merda o que eu fiz?

Passei pela sala onde estavam Hades e Perséfone e sai do apartamento sem falar nada, apenas mostrando o dedo do meio para Hades que perguntou se eu já tinha tomado um pé na bunda.

Quando cheguei ao meu apartamento ouvi o barulho do chuveiro, minha mãe devia estar tomando banho. Fui até a cozinha beber um copo de água e vi algumas cartas em cima do balcão. Peguei-as e fui lendo. Contas, contas, contas, remetente Zeus, con...espera ai, eu quase deixei todas as cartas caírem voltando até a carta que dizia que o remetente era Zeus...meu pai...ouvi o barulho do chuveiro cessar, então peguei a carta, fui para o meu quarto e tranquei a porta. Minhas mãos tremiam, meu coração estava disparado. Meu pai. Zeus. Ele havia enviado uma carta. Abri o envelope e lá achei dois mil dólares e um papel, nele dizia:

Espero que este dinheiro seja o suficiente para o mês e também que Thalia esteja bem. Eu vou estar em Nova York semana que vem, eu sei que você já disse que ela me odeia e que não quer me ver nunca mais por eu ter abandonado vocês duas logo após a morte de Jason, mas se por acaso ela queira me ver eu vou estar hospedado no Hotel Plaza, perto da Quinta Avenida, vou ficar lá até quinta a tarde e se ela quiser marcar de nos vermos o meu número está no verso da carta.

Zeus

Minha cabeça estava a milhão. Como assim meu pai estava dizendo que eu o odiava, eu nunca falei isso, muito menos para ele, e mãe dizia que ele havia ido embora e dito que nunca mais queria me ver, quando eu era menor e perguntava por ele, ela dizia que ele não queira me ver, dizia que ligava para ele e ele dizia que não queria nada com o monstro que ele um dia chamou de filha, mas que agora tinha ódio e nada mais por mim. E ele ainda estava mandando dinheiro, nos sustentando.

Parei um pouco, respirei fundo e refleti sobre tudo aquilo por alguns minutos.

Claro! Agora o que a minha mãe falou faz todo o sentido. Ah aquela mulher desalmada que me colocou no mundo não prestava mesmo. Ela apenas estava me mantendo sobre o mesmo teto que ela pois assim meu pai mandaria dinheiro para ela, porém pelo que eu percebi na carta para isso acontecer eu deveria estar bem.

Peguei o numero que estava atrás da carta e disquei no meu telefone. Chamou uma, duas, até que na terceira vez ouvi a voz do meu pai.

– Alô? – eu fiquei em estado de choque. Ouvir a voz do meu pai depois de tantos anos.

– Alô?? Olha eu não tenho tempo para esses trotes idiotas de crian...

– Pai! –consegui finalmente falar.

– Thalia? É você?

– Sim – senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas respirei fundo e falei fria – Vamos nos encontrar para conversarmos. Segunda as seis da tarde no café do seu hotel ok?

– Combinado, as seis te espero lá minha filha...eu senti sua falta...

– Eu também – dito isso desliguei o tele fone e fiquei olhando para o teto do meu quarto até adormecer.

***

Segunda feira chegou rápido e a aula passou mais rápido ainda, e para a minha alegria Nico não foi na aula, mas admito que um pouco de preocupação por isso se instalou em mim, afinal ele não era de faltar a aula, para falar a verdade ele não havia faltado nenhum dia desde que chegou a escola. Quando me dei por conta já eram cinco e meia da tarde e eu tinha que sair logo para encontrar meu pai.

Fui até a frente do hotel pensando em o que eu iria falar, em como iria ser o encontro, depois de tantos anos sem ver ele... Me dirigi até o café do hotel e me sentei numa mesa bem afastada das outras, uns cinco minutos depois vi um homem alto, com os cabelos num tom grisalhos que lembravam o céu se preparando para uma tempestade, a barba por fazer dando um ar mais descontraído a figura séria que ele tinha, e os olhos azuis elétricos raros de se ver que parecem que vão te hipnotizar...olhos iguais aos meus... Ele se dirigiu até a minha mesa com um sorriso no rosto e eu não consegui evitar dar um também conforme ele foi se aproximando da minha mesa. Ele se sentou na cadeira a minha frente e ficou me olhando como se eu fosse um fenômeno raro que só se vê uma vez na vida.

– Oi – finalmente ele falou.

– Oi - respondi simplesmente.

– Então Thalia, eu sei que você me odeia mas...

– Espera - interrompi ele – eu preciso te explicar algo antes.

Eu contei a ele tudo o que minha mãe havia feito e ele acreditou numa boa, afinal eles já haviam sido casados e ele sabia muito bem do que ela era capaz. Ele me contou sobre a sua vida, que ele tinha arranjado outra esposa, teve outros dois filhos, uma família feliz. No final meus olhos estavam marejados.

– Eu te amo minha filha – ele falou.

– Eu também te amo pai – confessei.


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Notas finais do capítulo

Então, como um pedido de desculpas, além deste capítulo ter ficado enorme, o próximo que ue prometo postar logo logo, vai ser um capítulo bonus que será POV NICO LINDO MARAVILHOSO DI ÂNGELO!!!!
Genteeee a fic ta acabndo tipo só mais o cap bonus e mais uns tres e acabooouuuu :( mas a Thalia não pode ficar caindo pra sempre nhé?!



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