E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 45
And I can't find my breath




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No momento em que viu Giane caída no chão, foi como se todo o ar nos pulmões de Fabinho se esvaísse. Ele correu até a esposa, se jogando no chão e gritando o nome dela. Mas ela não se movia.

Sentiu um par de mãos o puxando, enquanto via os médicos se abaixarem ao lado de Giane. Nem viu quem era, apenas virou-se e abraçou a pessoa, tremendo de medo e desespero.

_ Calma, ela vai ficar bem. – era Bento quem estava ali, e sua voz era trêmula. Fabinho não conseguia se virar e olhar, com medo do que poderia ver. Ouviu as rodas da maca pelo corredor, enquanto passos se aproximavam.

_ O que aconteceu? – Silvério estava aflito, enquanto Fabinho soltava Bento e corria abraçar o pai – O que aconteceu?

_ A Giane escorregou e caiu. Ela desmaiou. – a voz de Bento saia sufocada – Mas é só o que sabemos.

Por sorte, era só isso. Mas a uma hora até que essa confirmação viesse, quase causou um ataque cardíaco no publicitário. E quando enfim o médico apareceu, avisando que a tomografia não havia apontado nada, e ela reagia aos estímulos visuais e de dor, todos puderam suspirar aliviados.

_ Não sabemos precisar quando ela vai acordar. Demos alguns remédios para a dor, que podem deixá-la grogue e sonolenta. – explicou o médico, enquanto o guiava para o quarto da morena – As enfermeiras virão periodicamente, e eu voltarei antes do meu turno acabar. Porém, qualquer coisa errada, o senhor pode nos chamar.

_ Muito obrigado Dr. Gabriel, de verdade. – Fabinho suspirou, apertando a mão do médico.

O rapaz entrou no quarto, encontrando a esposa deitada na cama. Havia um tubo levando soro ao braço dela, mas pelo menos não havia nenhum daqueles tubos de respiração assustadores. Uma vez havia ido ao hospital com o pai, para dar pontos no joelho, visto um homem entubado e ficado assustado.

Caminhou até a cama, beijando a testa de Giane e deixando-se suspirar aliviado. Sentou na cadeira ao lado do leito, segurando a mão dela apertado.

E ficou assim pelas próximas dez horas, até o momento em que ela começou a piscar. Foi como se o mundo saísse de cima de seus ombros, enquanto ele ouvia a voz dela falando sobre ter sonhado com eles.

Por fim, teve que se retirar do quarto para que a esposa fosse examinada. Decidiu que usaria esse tempo para pegar algo para comer, já que estava sem comer nada desde a festa de casamento.

Caminhou de maneira distraída até a máquina, selecionando um pacote de jujubas e outro de salgadinhos. Quando virou-se para voltar, seus olhos encontraram uma figura, sentada sozinha nas fileiras de cadeiras.

Dirigiu-se até Bento, sentando ao seu lado em silêncio. Abriu o pacote de salgadinho e estendeu para ele, que negou.

_ Você deve estar há quase vinte e quatro horas sem comer. – Fabinho lembrou – Morrer de inanição não vai ajudar em nada a Amora e o Kim.

O empresário nada disse, apenas apanhou um punhado de salgadinhos. Fabinho ficou em silêncio, fazendo companhia ao amigo de infância. Lembrou-se dele o abraçando no momento de desespero, quando estava sem chão. O mínimo que podia fazer, era retribuir.

_ A Giane acordou. – contou Fabinho, vendo Bento assentir, parecendo um pouco mais aliviado – A Amora vai acordar.

Bento soltou uma risada pelo nariz, e Fabinho não retrucou, tentando ser o mais compreensível possível. Se já quase perdera a cabeça com Giane desmaiando após uma queda, só conseguia imaginar quando Bento se sentia após ver a esposa cair, grávida, e sabendo que ela havia tido uma parada cardíaca e hemorragia.

E ainda tinha Kim... Sabia que em doze horas, as coisas não deviam ter mudado tanto. O garotinho provavelmente ainda estava na mesma, ou muito pouco melhor.

Queria poder ajudar, dizer algo que ajudasse Bento, mas não sabia o que poderia dizer. Então apenas colocou a mão em seu ombro e suspirou.

_ Vai ficar tudo bem, Zé do Parquinho. Vai ficar tudo bem.

~*~

_ Bela adormecida? – Fabinho bateu na porta, colocando a cabeça para dentro. Giane deu um riso fraco, o chamando com a mão – Eu perguntei para a enfermeira e ela disse que você pode comer alguns.

Ele tirou o saco de jujubas do bolso, e os olhos da esposa brilharam. Ele riu, sentando na beirada da cama, enquanto ela se ajeitava melhor.

_ Só não se meleca, porque a enfermeira me deixou te dar por baixo dos panos. – o rapaz brincou, fazendo Giane rir. Ele abriu o saquinho, caçando algumas – Vermelhas e azuis, suas favoritas.

_ Mas quem gosta do formato de ursinho, é você. – ela lembrou, enquanto colocava a bala na boca e gemia – Você não faz ideia da fome que to.

_ Relaxa, já pedi para trazerem algo para você e eu comermos. – ele sorriu, acariciando a mão dela – E, se tudo continuar assim, amanhã a tarde você vai ter alta.

_ Só amanhã? – ela reclamou.

_ Você precisa ficar em observação, porque sofreu dano cerebral. Vai ficar mais tapada do que já é. – ele alfinetou, recebendo um soco no ombro.

_ E a Amora e o Kim? – questionou a moça, vendo Fabinho suspirar.

_ Eu acabei de ver o Bento. Ele disse que a Mayara está na mesma, mas o Kim está reagindo bem aos remédios e demais problemas. – contou o homem – Se continuar assim, ficará aqui no máximo um mês.

_ Mas a Amora pode morrer? – ele deu de ombros.

_ Ela pode não acordar. – garantiu Fabinho, suspirando – Mas não vamos pensar nisso. Olha no que deu você ficar se coroendo com isso. Nós devíamos ter passado nossa primeira noite de casados em uma suíte de luxo, fazendo amor. Ao contrário, passei aqui no hospital, morrendo de preocupação. E agora, temos que adiar o Havaí.

_ Desculpa por isso, amor. – ela pediu, baixando os olhos.

_ Hey, sem autopiedade. Sabe que isso irrita. – ele acariciou o rosto dela – A única coisa é que vamos passar uma semana a mais lá, para compensar o tempo perdido. E você vai colocar seu vestido e se arrumar perfeitamente, só para eu ter o prazer de eu mesmo desfazer tudo.

~*~

Malu abriu os olhos, sentindo a cabeça pesar. Olhou o relógio e constatou que já passava das 10h. Viu que havia um copo de água e uma aspirina, e sorriu, se esticando para pegá-los.

Seu sorriso se alargou ainda mais ao ver o anel em seu dedo anelar direito, provando que ela estava noiva de Maurício.

_ Bom dia, dorminhoca. – a porta foi aberta rapidamente, fazendo sua cabeça ecoar e seu rosto se transfigurar em uma careta – Opa, desculpa. Ouvi você batendo na cabeceira, achei que já tinha tomado o remédio.

_ Não. É que esse anel é grande, sabe? – os dois riram, enquanto ele deitava na cama e lhe dava um selinho – Eca, bafo.

_ Ok, acho que não te vejo com uma ressaca tão forte assim, desde... – ele fez cara pensativo – Ok, nunca te vi assim.

_ Você teve sorte de não acordar comigo depois da nossa primeira vez. – Malu sentou, pegando o copo e a aspirina – Eu estava com uma ressaca das bravas, vomitando sem parar.

_ Quanto champanhe você bebeu, se me permite perguntar?

_ Bem mais do que deveria. – ela suspirou – Eu não me lembro de muita coisa depois do buque.

_ Você lembra do Fabinho e da Giane saindo? – ela negou.

_ Eles saíram de fininho né? Danados. – ela riu – Já devem estar indo para o Havaí, e nem se despediram de mim.

_ Amor, eles estão no hospital. – ela arregalou os olhos – A Amora teve um acidente, e o parto do Kim foi antecipado. Ele está em risco, e ela está em coma. a Giane e o Fabinho passaram por lá antes de ir para a lua de mel, mas aconteceu um acidente. A Giane caiu e bateu a cabeça, ficou inconsciente um tempo. Já acordou e está bem, mas vai ter que ficar em observação até amanhã.

_ E porque nós ainda estamos aqui? – a moça sentou depressa, gemendo de dor.

_ Calma, tá tudo bem. – ele a tranquilizou – Eu não queria te acordar com más notícias, mas achei que você merecia saber logo.

_ Mas a Gi tá bem mesmo? – Maurício confirmou – E a Amora e o Kim?

_ Ninguém sabe ao certo. O bebê está respondendo bem ao tratamento, mas a Amora continua na mesma.

Malu suspirou.

_ Será que vamos ter um dia de sossego na vida? – ela perguntou, fazendo Maurício rir.

_ Dificilmente. – ele beijou a testa dela – Toma um banho e nós vamos visitar nossa cunhada.

_ Adoro quando você diz “nosso”. – ela sorriu, se levantando da cama – Hã... Não quer me acompanhar no chuveiro?

_ Achei que nunca chamaria.


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