E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 24
Why don’t you scream a little louder?


Notas iniciais do capítulo

30 reviews, capítulo novo. Como prometido, eu vou cumprir.
Espero que gostem, ok?



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O casamento de Bento e Mayara foi marcado para uma semana após o incidente no show de Palmira Valente. Em primeiro momento, seria apenas algo simbólico, levando em conta que a papelada demorava cerca de um mês para ficar pronta.

Wilson, Tito, Mel, Vinny, Salma e Gilson tentaram convencer Bento a mudar de ideia, ressaltando que não era necessário se casar para assumir seu filho, mas o rapaz não deu bola. Ele disse que faria o que precisava ser feito, e isso era casar com Mayara e dar ao filho uma família de verdade.

_ Uma família de verdade precisa, acima de tudo, de amor. – seu pai lhe avisou, na manhã do casamento – Mais vale você amar seu filho e ser feliz, mesmo vivendo separado da mãe dele, do que viver infeliz com a Mayara, dando um lar desestruturado para a criança. Eu falo isso por experiência, você sabe que eu e a Damaris vivemos assim por anos.

_ Pai... Eu não posso deixar meu filho sozinho com ela. – suspirou Bento, arrumando o terno – E eu sei que eu posso ajudar a Mayara. Eu já pude uma vez, posso de novo. Eu posso fazer ela voltar a ser uma pessoa boa, a pessoa que eu me apaixonei quando criança. E eu, ela e o nosso filho poderemos ser felizes, uma família de verdade, com muito amor e carinho.

_ Você é quem sabe meu filho. – o empresário deu um tapinha nas costas dele – Estaremos esperando lá embaixo.

~*~

_ Porque nós viemos mesmo? – perguntou Fabinho, enquanto ele e Giane entravam no jardim dos Rabello.

_ Porque minha mãe implorou que eu viesse. – a jovem suspirou – Ela não dura mais cinco dias, tenho certeza. Se ela chegar a próxima semana, já acho um milagre.

_ Você parece conformada. – ele avisou o pai da moça, a guiando até ele.

_ Tenho trabalhado nisso nos últimos meses. Mas sei que na hora não vou me conformar. – a corintiana suspirou – Olá pai.

_ Minha filha. – o homem beijou seu rosto – Sua mãe está na primeira fila, esperando vocês.

_ Não vamos sentar lá. – explicou a jovem – Vamos sentar mais para o fundo. Só estou aqui porque a mamãe pediu muito. Por mim, nunca mais olhava na cara da vagabunda da Mayara.

_ Eu também só vou levá-la ao altar a pedido da sua mãe. – garantiu o homem – Espero pelo dia que vou levar você.

_ Pai. – Giane corou levemente, enquanto Fabinho ria.

_ Pode ficar tranquilo tio, minhas intenções com sua filha são as melhores. – prometeu o publicitário, abraçando a morena – Bom, nós vamos nos sentar. Vá buscar a noiva.

O casal caminhou para um dos bancos, sentando lado a lado, com os dedos entrelaçados. Começaram a conversar a assuntos cotidianos, como por exemplo, a cor que pintariam a sala, das toalhas do banheiro, se compravam sofás ou poltronas.

_ Mobiliar um apartamento é complicado. – riu Fabinho, e Giane teve que concordar – Acho que é porque somos duas pessoas.

_ Já somos um casal “velho”. – riu a moça, deitando a cabeça no ombro dele – Morando juntos, mobiliando a casa... Só falta passarmos os sábados a noite em casa vendo novela e comendo sopa.

_ Que fique registrado, odeio sopa e novela. Nós vamos sair, todos os sábados, até que tenhamos filhos. Quando isso acontecer, vamos fazer algo mais família. – ela corou diante das palavras dele.

_ Fabinho, é cedo para falar de filhos.

_ Relaxa pivete, ainda quero te aproveitar muito antes de encher teu bucho. – os dois riram, quando viram alguém se aproximando.

_ Fábio, Giane. – Malu e Maurício não estavam de mãos dadas, apenas juntos. O rosto do rapaz estava marcado pelos socos de Fabinho.

_ Você, no casamento do Bento? – perguntou Fabinho, se dirigindo a irmã.

_ E você Maurício? Veio conferir se o filho não é seu mesmo? – Giane perguntou ácida.

_ Papai pediu para eu vir no lugar dele. – explicou Malu, sentando ao lado do irmão – E o Mau veio me acompanhar.

_ Vocês tão mesmo juntos? – Maurício encarava as mãos da ex-namorada, entrelaçadas com as de Fabinho.

_ Você viu ela levando as coisas dela para minha casa, então sabe que sim. – Fabinho quem respondeu, beijando a cabeça da garota – E achei que tinha deixado claro que não queria você dirigindo a palavra pra minha garota.

_ Eu sei falar por mim fraldinha. – ela reclamou, mas não se afastou dele – Sim, nós estamos juntos Maurício, morando juntos e vai ser assim por um bom tempo. E se está curioso, eu transei com o Fabinho. – ela virou- se para o ex, que estava com os olhos arregalados – Satisfeito?

_ Você transou com ele? – Bento apareceu ao lado deles, os olhos arregalados – Como assim você transou com um cara que você nem namorava?

_ Falou o babaca que engravidou a Mayara na primeira tacada. – Fabinho rosnou, mas Giane o segurou.

_ Com quem eu durmo ou não Bento, é problema meu. – ela se levantou, ficando em frente ao amigo – Você devia é cuidar da sua vida. E presta atenção hein... Pela minha dor de cabeça, o negócio com o Maurício era voraz. Vai que o pirralhinho é dele hein?

_ Eu tenho certeza de o filho é meu. – o rapaz foi firme, olhando para a cunhada de maneira fria – E porque está aqui? A família senta no primeiro banco.

_ Essa vadia não é minha irmã. – garantiu Giane – Eu vim pela minha mãe. Mas pretendo ir embora logo. Qualquer coisa vai ser mais divertida do que ficar num casamento como esse.

_ Se seguirmos os meus planos, vamos transformar o apê em um parque de diversões melhor que o seu. – Fabinho murmurou, recebendo fuziladas – To sendo sincero.

_ Vá para o altar Bento, e assine sua certidão de óbito. – Giane tornou a sentar ao lado de Fabinho, lhe dando a mão. Bento ficou alguns instantes parado, observando ambos, antes de rumar para o altar – Adoraria ir em uma montanha russa.

_ Te faço sentir mais emoções do que uma, prometo. – Fabinho riu, dando um selinho na garota – Acho que a noiva vai entrar.

_ Vamos torcer para ela tropeçar. – Malu sussurrou, enquanto todos se levantavam.

Mayara surgiu no corredor, de braços dados com Silvério. O homem estava sério, enquanto ela sorria largamente. Quem não soubesse o que se passava, diria que o pai estava apenas triste por perder sua garotinha.

Ao passar pelo banco em que os quatro estavam, Mayara deu um olhar vitorioso, que logo se transformou, ao ver a irmã adotiva sendo envolvida pelos braços de Fábio Campana. Por um momento sua expressão ficou vazia, antes de reassumir o sorriso e encarar o noivo.

Talvez a coisa que Giane mais gostasse nos casamentos que ajudava na Para Sempre, era o olhar que os noivos trocavam na chegada ao altar. A noiva sempre estava emocionada e ansiosa, enquanto o noivo parecia em um misto de emoções, especialmente a felicidade e a sensação de “Meu Deus, essa mulher incrível é minha”.

Mas ali, Mayara parecia feliz por ganhar um prêmio, enquanto Bento parecia estar a caminho do matadouro. Ele deu um sorriso quando ela se aproximou, mas parecia tão mecânico...

Ele apertou a mão de Silvério, que deu um beijo rápido na testa de Mayara. Logo, o homem estava sentado com a esposa, enquanto os noivos iam para o altar.

Foi uma cerimônia simbólica, apenas para a benção dos pais e troca de alianças. Samara estava muito emocionada quando foi até o altar e assistiu a troca de alianças dos noivos. Giane estava incomodada em seu lugar, e Fabinho a abraçou apertado.

_ Ela está tão feliz de ver a Mayara casar... Ela encobriu a Mayara por tanto tempo... – a corintiana tentava engolir as lágrimas, enquanto o publicitário beijava os cabelos dela.

_ Mas vai ter algo que a Mayara nunca vai tomar. – ele segurou o rosto da morena – Você nasceu dela, você cresceu dentro dela, foi você que ela amou, carregou e trouxe ao mundo. E isso, nada pode apagar.

_ Você devia ouvir isso. – ela acariciou o rosto dele, que baixou os olhos.

_ E pelos poderes investidos a mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva Sr. Rabello. – o padre anunciou, atraindo a atenção dos dois. Eles encararam Bento e Mayara, que sorriam um para o outro. O homem pegou o rosto da esposa, selando os lábios de ambos de maneira suave.

E muito pensaram que ele estava cometendo o pior erro de sua vida.

~*~

_ Filha? – Silvério se aproximou da mesa onde Giane, Fabinho, Maurício e Malu estavam, sem conversar quase nada, num clima pesadíssimo – Sua mãe pediu para você ir tirar uma foto conosco e a Mayara.

_ Ela está forçando a barra. – reclamou a corintiana, e o pai suspirou.

_ Por favor, minha filha... – ela suspirou, assentindo.

_ Mas o Fabinho vai junto. – ela se levantou, puxando o rapaz pela mão. Ele foi sorrindo, os três se dirigindo a mesa do bolo.

_ O que ele faz aqui? – perguntou Bento, assim que os viu.

_ Ele é meu namorado, e vai estar na foto comigo. – avisou Giane, enquanto ele passava o braço por seus ombros.

_ Não sabia que vocês dois estavam juntos. – comentou Mayara, acariciando a barriga lisa. Giane bufou.

_ Porque, quer ele também? – Fabinho riu da namorada, vendo a cara de Bento e Mayara – Podemos tirar essa foto logo? Nós queremos pegar a sessão das 19h30 no cinema.

_ Você vai embora do casamento da sua irmã? – se horrorizou Samara.

_ Primeiro, ela não é minha irmã. Pode ser sua filha querida, mas não é minha irmã. – despejou Giane – Segundo, eu só vim porque você fez drama. E está fazendo agora por essa droga de foto. Então vamos tirá-la logo, para eu poder ir embora, tudo bem?

Samara assentiu, dando o braço para o marido. Ele deu o braço para a filha, sorrindo carinhosamente para ela. Fabinho a abraçou pela cintura, enquanto Mayara abraçava a mãe e Bento lhe dava o braço. O fotógrafo fez alguns cliques, em que as pessoas estavam com sorrisos mecânicos e forçados.

_ Bom, foi ótimo ver esse show de horrores, mas tenho coisa mais interessante para fazer em casa. – Giane abraçou o pai e a mãe – Se me dão licença.

_ Não vai nos cumprimentar? – perguntou Mayara, irritada.

_ Ah sim... Parabéns pelo golpe. E parabéns pela burrada. Vocês serão muito infelizes e eu tenho dó dessa criança. – ela deu um sorriso irônico – Passar bem. Fabinho, vamos.

_ Eu realmente amo essa mulher. – Fabinho gargalhava alto – Tchau queridos, abraço e sucesso.

Os dois saíram de mãos dadas, indo até a mesa e pegando a bolsa da moça. A família dela ficou estática, sem acreditar no que havia acabado de acontecer.

_ Nós vamos mesmo ao cinema? – perguntou Fabinho, enquanto entravam no carro.

_ Claro que não. Temos pay-per-view, telefone da pizzaria, vinho e camisinhas. Para que cinema? – ela deu de ombros, entrando no carro.

_ Meu Deus, transformei a maloqueira em um ninfomaníaca. – Fabinho se espantou – Que orgulho de mim.


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Notas finais do capítulo

30 reviews hein? HAHAUHUAUHAHUA
Mayara vadia, Giane diva, vem ne mim mundão