E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 22
If you get lost, you can always be found


Notas iniciais do capítulo

MENOS DE 12 HORAS E TEVE 31 REVIEWS.
TRINTA E UMA.
Então vai ser assim de agora em diante vai ser assim: Só posto com 30 reviews ou três dias depois.
Fechou?



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A sala de espera de um hospital nunca é um bom lugar. Sempre há nervosismo, medo, ansiedade, dúvida... A incerteza que ronda esse lugar, faz dele um lugar de esperança ou descrença, depende do que ronda seu coração.

Para a família de um doente terminal, nunca é um lugar de esperança.

_ E então doutor? – perguntou Silvério, assim que o médico apareceu. O homem estava sentado sozinho, já que Mayara estava dentro do pronto-socorro, tomando alguns pontos no rosto, e Giane estava afastada, encolhida em uma cadeira, com Fabinho ao seu lado.

_ Piorando, como esperávamos. – suspirou o homem – Vocês sabiam que seria assim. As opções que temos é mantê-la internada ou mandá-la para casa, para que ela esteja em um lugar familiar.

_ Quanto tempo? – Silvério tentava não chorar. O médico colocou a mão no ombro dele.

_ Algumas horas, alguns dias, duas semanas... Não sabemos ao certo. Cada pessoa é diferente. – o doutor explicou – Você pode vir comigo? Preciso que assine alguns papéis.

_ Claro. – o homem o acompanhou, logo sumindo no corredor. Assim que eles sumiram, Giane começou a soluçar.

_ Hey, hey... Calma. – Fabinho a puxou, abraçando apertado – Calma, vai ficar tudo bem.

_ Me leva embora daqui. – implorou Giane, secando os olhos – Me tira daqui, por favor.

_ Você está com a chave da sua casa? – perguntou Fabinho, mas a moça negou veemente.

_ Me leva para qualquer lugar, menos para a minha casa. Aquele lugar não é a minha casa. – ela quase soluçava – Por favor, Fabinho, me tira daqui.

Ele assentiu, colocando seu paletó sobre os ombros dela e a abraçando. A guiou pelos corredores do hospital. Já sabia o lugar perfeito para ir.

_ Giane... – Silvério correu pelo corredor, mas a garota se agarrou mais ao rapaz ao seu lado. Fabinho fez um sinal que o mais velho esperasse, e o mesmo o fez.

_ Espere aqui. – sussurrou o publicitário, se afastando de Giane e se aproximando do pai da moça – Seu Silvério, eu vou cuidar dela, fica tranquilo. Ela não quer ir para casa, não quer ficar perto da Mayara ou da Samara. Ela vai estar segura e eu te manterei informado, está bem?

_ Tudo bem meu filho. Obrigado. – o homem apertou seu ombro, voltando para o corredor. Fabinho caminhou até Giane, a abraçando novamente e guiando para fora do hospital.

_ Para onde vamos? – perguntou ela, quando já estavam dentro do carro.

_ Para a minha nova casa. – avisou ele, ligando o veículo e saindo.

~*~

Ele estacionou na garagem coberta, na vaga de número 17. Desceu, dando a volta e abrindo a porta para Giane. Ela desceu em silêncio, ainda abatida com o que havia descoberto momento antes. Seu namorado e sua irmã a haviam enganado por anos, sua mãe sabia de tudo e não havia lhe contado...

_ Não liga para a bagunça, você sabe que eu acabei de comprar. – avisou o publicitário, abrindo a porta. A moça nem respondeu, apenas entrou e sentou no sofá – Você está bem?

_ O que você acha cara? – perguntou ela, se abraçando mais ao paletó dele – To me sentindo idiota. Não sei nem como eu passei por essa porta, com o tamanho de chifre que eu tenho na cabeça.

_ Esquece isso Giane. – pediu o rapaz, sentando ao seu lado – O Maurício é um idiota, e a Mayara uma vadia. Os dois foram estúpidos de terem aprontado com você, de terem jogado fora a chance de te ter na vida deles.

_ E porque eles fizeram isso? – ela sussurrou, a voz embargada – Porque a minha mãe fez isso Fabinho? Porque ela escondeu o que a Mayara estava fazendo? Porque ela deixou o Maurício me machucar?

_ Eu não sei tranqueira, eu não sei. – ele a puxou para seus braços, a aninhando ali. Ela deixou algumas lágrimas escorrerem, ensopando a camisa dele e a colando ao peito. Ele beijou os cabelos dela, fazendo-a se arrepiar.

A garota se afastou dele, observando seu rosto. Lembrou-se da noite na praia, na beira do mar. Lembrou-se do que ele havia dito dias depois, quando havia a deixado em sua casa.

_ Você vai ficar ainda mais metido. – suspirou ela, fazendo Fabinho arquear a sobrancelha.

_ Por quê?

_ Porque você vai ter razão, de novo. – ela avisou, antes de puxar o rosto dele para si e beijá-lo. Ele a afastou depressa – Que merda é essa?

_ Giane, eu quero muito ficar com você. Mas eu não sou estepe. – ele não parecia tão certo do que falava – E eu não quero me aproveitar da sua fraqueza.

_ Eu quero você. – ela disse, se levantando e caminhando até ele – Você sabe disso, você me disse isso. Se eu te amo, eu não sei. Eu não sei de mais nada, todas as minhas certezas sumiram. Mas eu quero você, agora. Quero você mais que tudo. Quero seus braços ao meu redor, como no campo de futebol. Quero sua boca na minha. Eu quero...

Mas ele não a deixou terminar de falar. Puxou-a para um beijo, jogando o paletó em seus ombros, longe. Começaram a caminhar as cegas, Fabinho a guiando para o caminho do quarto. Ela não havia dito explicitamente, mas aquilo ficara subentendido para ele.

Empurrou a porta com o corpo dela, chocando-se com a parede. Derrubaram o quadro emoldurado, fazendo-o se desmontar. Ele a içou pela cintura, chutando o que havia caído no chão, e caminhou até a cama.

_ Você tem certeza de que quer fazer isso? – ele perguntou em um sussurro, segurando o rosto dela entre as mãos.

_ É a única certeza que eu tenho. – ela garantiu, antes de estourar os botões da camisa dele com um puxão. Ele sorriu, a puxando para perto de si.

~*~

O som dos pingos de chuva na janela, quebraram o silêncio do quarto. Fabinho acariciava as costas de Giane ritmicamente, sentindo a pele macia sob seus dedos. Ela tinha os olhos fechados, mas não dormia.

_ Tá arrependida? – perguntou ele, a voz trêmula.

_ Nenhum pouco. – garantiu a moça – Eu imaginei tanto esse momento, e foi bem diferente do que eu imaginava. Mas posso dizer que foi melhor.

_ Porque eu sou o cara? – ele provocou, fazendo-a rir.

_ Porque eu sinto que, quando eu to com você, não preciso de máscaras. Que não há mentiras, segredos, nem nada mal entendido entre nós dois. – ela explicou, se apoiando no peito dele e o encarando – Você me enxerga por quem eu sou, e eu sei quem você é. Não tem sempre aquele pensamento de “o que está errado”. Do nosso jeito estranho, nós sempre estamos certos.

_ Eu adoraria que você dissesse que sua primeira vez foi ótima porque eu sou foda, mas adorei tudo que você disse. – ele fez Giane rir, antes de puxar seu rosto e lhe dar um selinho – Eu tenho que te dizer que essa foi a melhor... Hã, melhor da minha vida.

_ Melhor hã melhor? – Giane riu.

_ Eu não queria falar transa, parece desrespeitoso. – ele explicou, corando – Mas é a verdade. Eu já fiz isso várias vezes, e essa foi a melhor.

_ Melhor do que com a Dianna? – ela baixou os olhos.

_ Dez vezes melhor. – ele garantiu, acariciando o rosto dela – Como você fez isso pivete?

_ Fiz o que?

_ Virou meu mundo do avesso. – ele a abraçou mais apertado – Me deixou tão confuso sobre tudo.

_ Bom, não posso te dar todo o crédito pela confusão na minha vida. – brincou ela – E nem levar todo pela sua... Afinal, você se mudou para cá porque seu pai e sua mãe estão juntos, não é?

_ Moleque, não estraga. – ele resmungou, desviando os olhos.

_ Tá bom, não vamos mais falar nisso. – prometeu ela, se afastando dele.

_ Hey, onde você pensa que vai? – ele se indignou, vendo-a se levantar enrolada no lençol.

_ Tomar um banho, caçar o que resta da minha roupa e dormir. – ela corou, vendo-o se levantar nu.

_ Qual é pivete, já vimos tudo um do outro. – ele riu, a abraçando – E eu vou te acompanhar nesse banho, te dar uma roupa minha... Mas não garanto que vamos dormir.

~*~

Os raios de sol da manhã invadiram o quarto de Fabinho, banhando ele e Giane. Ele olhava a jovem adormecida em seu peito, memorizando cada detalhe do rosto dela, o balançar de seus cílios, o tremular de sua boca.

Viu o celular piscar e puxou com cuidado, vendo a mensagem de Silvia que havia deixado tudo que ele pedira na sala do apartamento. Devolveu o aparelho para o móvel ao lado da cama, voltando a observar Giane e a pensar nos detalhes da noite anterior.

_ Tá cheirando queimado. – ela resmungou, fazendo-o rir – Você vinca muito a testa quando está pensando.

_ Pelo menos eu penso. – ele retrucou, lhe dando um selinho – Está com fome? Providenciei um café da manhã para nós.

_ Como? – ela perguntou, sentando na cama e se espreguiçando.

_ Tenho meus contatos. – ele riu, jogando o lençol longe e levantando – Vamos?

Na sala, uma toalha de piquenique arrumada com itens de café da manhã. Giane corou, enquanto sentava ao lado de Fabinho.

_ Não precisava dessa produção toda. – garantiu ela, fazendo-o rir.

_ Qual é, queira você ou não, foi um momento especial na sua vida. Tenho que agir de acordo. – ela corou novamente, pegando um pedaço de bolo e mordiscando – Você fica com cara de mulherzinha agindo assim.

_ Lamento te desapontar meu amor, mas eu sou uma mulher. – ela retrucou, travando logo depois. Ele sorriu, beijando a testa dela.

_ Pode me chamar de amor, é um tratamento carinhoso. – ele a acalmou – Gosta de café puro? Leite?

_ Relaxa fraldinha, eu me viro. – ela riu, fazendo-o dar de ombros.

Comeram entre conversas leves e amenas, rindo vez ou outra de alguma provocação. Já era quase meio-dia quando perceberam a passagem do tempo, e Giane suspirou.

_ Eu não sei o que fazer. – admitiu ela – Não sei se consigo voltar para minha casa, me sentir em casa. Dormir no mesmo quarto que a Mayara, ficar perto da minha mãe...

_ Você me disse uma vez que eu devia perdoar a minha mãe. – ele segurou o rosto dela – Que se acontecesse algo com ela, eu nunca ia me perdoar. Sua mãe está fraca Giane, a beira da morte. Você não vai querer desperdiçar o pouco tempo que tem com ela.

A corintiana assentiu, bebericando sua xícara de café.

_ E quanto a morar com a Mayara... Você pode vir para cá. – ela arregalou os olhos – Relaxa maloqueira, não to te pedindo em casamento. É só que tem três quartos nesse apartamento, e eu só uso um. Pode ficar com o outro, até porque é mais perto do seu trabalho.

_ Eu não posso aceitar Fabinho. – ela negou, fazendo-o bufar.

_ Larga a mão de ser orgulhosa. – mandou ele – Você vai me fazer um favor, que é de me dar companhia. E bom... Seria bom ter você no quarto ao lado, se é que me entende.

Ela gargalhou, fazendo-o rir também.

_ Você é incrível, sério mesmo. – ela acariciou o rosto dela – Eu vou aceitar, mas é só até eu saber o que fazer com a minha vida e...

O celular começou seu escândalo, interrompendo a conversa. Giane pegou o aparelho, vendo que o pai ligava. Suspirou, atendendo.

_ Giane, sua mãe teve alta. – avisou ele – Nós estamos indo para casa. Onde você está?

_ Eu estou em casa. Na minha nova casa. – ela respondeu, sorrindo para Fabinho, e sendo retribuída.


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Notas finais do capítulo

E ae?
Gostaram?
Beeeijos