Junto por obrigação e opção escrita por Luckypanda192


Capítulo 4
Novos amigos?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora



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—Redmmmmmmphfff

Tentei gritar, mas a mão tapava minha boca com força. Me debatia, porém o braço que me agarrava era forte demais.

—Shh... Você não quer voltar para a gaiola, quer?

Eu paralisei, tremendo, sentindo um calafrio descendo pelas costas. Essa voz... Eu me lembro dessa voz...

—Você achou que poderia escapar tão fácil assim? Você é nosso precioso experimento.

Tentei reagir, mas meu corpo não me obedecia. Só consegui tremer, deixar algumas lágrimas escorrerem e sentir medo, muito medo.

— Que roupas bonitas você está usando. Seria uma pena se o laboratório não permitisse esse tipo de vestimenta. Afinal, atrapalha nossos exames.

Enquanto mantinha a mão na minha boca, ele passou a mão por debaixo da minha camiseta.

—Oh! Parece que você engordou também. Ainda bem que eles cuidaram muito bem do nosso experimento. Seria terrível se todo nosso esforço fosse jogado fora.

A voz dele sussurrando no meu ouvido... Tentava produzir algum ruído,mas só saia um som inaudível. Meu corpo tremia tanto de medo que eu não sabia quanto tempo conseguiria permanecer de pé.

—Você ganhou um nome, não é? Não entendi o motivo disso, afinal você já tem um nome. Você sempre foi e sempre será o experimento 9807, nosso maior sucesso.

Vou voltar para o meu pesadelo. Por favor, não. Não quero voltar pra lá!!

As lágrimas escorriam loucamente pelo meu rosto, minha visão estava embaçada. Só cosegui ver uma mancha se distanciando lentamente.

Red, por favor... Me ajude.

— Vee, use Psíquico.

Senti que a pessoa atrás de mim foi empurrada para trás, me soltando. Trêmulo, caí de joelhos. Na minha frente, tinha uma mancha rosada.

—Merda! Eu volto pra te buscar depois. Kadabra, teletransporte.

— Cobalt!

Eu levantei a cabeça lentamente, aterrorizado.Não consegui ver nada, mas reconheceria e aquela voz em qualquer lugar.

— Red....

O moreno se ajoelhou na minha frente.

— Desculpa Cobalt. Eu demorei pra perceber e ainda deixei ele escapar. Você está bem? Ele te machucou?

—Red...

Eu me joguei em cima dele, mergulhando meu rosto no peito dele e o abraçando.

—Red, eu estou com muito medo!

Comecei a chorar alto, encharcando a roupa dele. Todas as memórias, tudo que eu passei naquele pesadelo vieram a minha mente de uma vez só. Aquela tortura diária, aquelas sensações, não queria mais aquilo. Queria poder esquecer tudo, colocar numa caixa e jogar fora, mas sentia que seria assombrado até o fim da minha vida. Não queria mais ser tratado como coisa. Senti o abraço do Red e um carinho na minha cabeça.

—Shh, calma... Está tudo bem ... Já passou... Eu estou aqui agora..

—Por que Red? Por que isso aconteceu comigo?

—E-eu não sei Cobalt... Mas tenho certeza que a culpa não é sua. Você não fez nada para merecer isso.

Devagar, consegui parar de chorar, ouvindo a voz de Red, sentindo o carinho dele, mas continuava tremendo de medo. Aquela voz sussurrava na minha cabeça.

— Ei, Cobalt. Nós precisamos ir, vamos para um lugar mais seguro. Consegue se levantar?

Tentei forçar minhas pernas, porém estavam trêmulas demais para se moverem. Balancei a cabeça negativamente. Parecia que tinha voltado para aquele quarto. Red sorriu gentilmente.

— Tudo bem, me deixa pensar um pouco... Já sei! — Ele se ajoelhou de costas para mim. — Vamos, suba que eu te carrego.

Contornei meus braços em volta do pescoço dele e Red me levantou com certa dificuldade, engordei desde a última vez que ele me carregou assim. Assim, começamos a avançar pelo corredor, com o Pokémon nos seguindo.

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— Você está atrasado, Red.

—Desculpa, Blue, nós tivemos alguns problemas.

Eu olhei por cima do ombro do Red para ver o amigo dele. Os dois tinham a mesma altura. Ele tinha um cabelo marrom claro espetado, olhos verdes analíticos e frios. Sua pose esbanjava de superioridade, como se já tivesse derrotado muitos desafios.

—Ei, Cobalt, não vai dar oi pro Blue?

—O - oi.

— Esse é o garoto que salvamos outro dia, Red? Aquele que você disse ser alegre, vivo, etc. e tal? Parece mais uma criancinha chorona daqui.

Me escondi atrás da cabeça do Red. Não gostei do Blue, queria sair logo dali.

— Ei! Pega leve com ele, Blue. O garoto não está nas melhores condições.

— Claro, porque é muito justo você ficar de babá, se divertindo enquanto eu faço o trabalho pesado.

—Nós oferecemos ajuda, mas você preferiu fazer tudo sozinho coo sempre.

—Tanto faz. Vamos ao meu escritório, descobri muitas coisas naquele lugar.

Fomos de uma sala gigante meio destruída a uma menor com mesas, armários e muitos, muitos papéis. Red me colocou numa cadeira, sentou ao meu lado enquanto Blue sentava do outro lado. Eu já não tremia mias tanto, mas anda mantinha minhas mãos no colo, nervoso. Blue me olhava de ima pra baixo, sem fixar nos meus olhos. O Pokémon do Red pulou no meu colo, se deitando, balançando sua cauda. Seu nome era Vee, eu acho.

—Então, Green, o que você descobriu?

—Todas as suspeitas da Polícia Internacional estavam corretas, mas tinha muito mais. Roubo, captura em massa de Pokemons são apenas a ponta do Iceberg. O que aquelas pessoas estavam fazendo... É completamente desumano. Sequestro de pokemons, de pessoas, tráfico de pessoas, orgãos e Pokémon, produtos ilegais e originais no mercado negro, experimentos e a lista via continuando e piorando.

Ouvia a conversa de longe, não me interessava tanto, embora os dois mantivessem um tom sério. Estava muito mais em passar a mão pelo corpo macio roxo de Vee. Seus olhos eram tão brilhantes quanto a joia em sua testa. Por algum motivo, ele parecia mais próximo de mim do que os outros pokemons, como se me entendesse. A conversa só me interessou quando ouvi meu nome.

—Descobriu algo de Cobalt?

— Você disse que chamavam ele de experimento 9807, não é?Parece que eles o tratavam de forma “especial”.

Green tirou uma caixa do chão e a pousou na mesa, fazendo a tremer. Havia coisas escritas que eu não entendia, mas a presença dela me atormentava, queria empurrá-la, derrubá-la da mesa, tirá-la da minha frente.

—Esses são os dados; registros informações. Basicamente tudo que eles sabem sobre você, Cobalt, e eles sabem de muita coisa.

Agarrei os pelos de Vee um pouco forte demais, tanto que ele levantou claramente irritado. As respostas sobre mim estavam dentro dessa caixa? O que eu sou? De onde eu vim? Nervoso, levantei a tampa da caixa. Dentro havia papéis separados por envelopes. Peguei um deles e abri. Papéis rabiscados e imagens, muitas imagens de um corpo extremamente familiar. Aquele era eu? Minhas mãos começaram a tremer. Cada foto me trazia mais lembranças daquele... Daquele...

Red colocou a mão obre a minha cabeça e tirou os papéis da minha mão.

—Você leu tudo, Blue?

— Uma boa parte. A maioria desses arquivos são registros detalhados diários do Cobalt. Esses caras são paranoicos, tem até um relatório sobre possíveis mudanças na íris.

— Eles não tinham um registro geral ou algo do gênero?

Acho que sim. — Ele começou a mexer nas caixas até que tirou uma pasta bem fina. Aqui está.

Red pegou e começou a ler. Seu rosto permanecia sério, concentrado e raivoso, talvez. Suas mãos amassavam a pasta levemente, parecia muito irritado com o que tinha naqueles papéis. Seus olhos começaram a faiscar. Eu segurei o braço dele, estava me assustando.

—R-red?

Ele se virou pra mim e reparei que seus olhos estavam molhados. Soltou um pequeno sorriso, relaxando.

—Desculpa, acho que me empolguei demais. Mas achei algo que possa gostar. Pelo o que diz aqui, você te 11 anos e faz aniversário no dia 21 de setembro.

Eu pendi minha cabeça para o lado, não entendia o que ele queria dizer. Um som estridente veio de repente, me assustando. Blue se levantou, foi até um canto, perto de uma caixa de metal e o ruído parou. Enquanto ele falava sozinho, Red me explicava o que era idade e aniversário. Eu havia passado tanto tempo assim naquele lugar?

—Quantos ano você tem , Red?

—18, assim como o Blue.

O de cabelos castanhos se sentou novamente, assentindo com a cabeça e soltando um longo suspiro.

—Aconteceu algo?

— Era meu vô, ele disse que o sistema de segurança foi ativado no laboratório. Eu dissseu devia ser só algum pokemno perdido, mas ele inisitiu que eu fosse dar uma conferida.

— Concordo com ele.

—Sério? Por que diz isso?

— Um daqueles cientistas loucos apareceu aqui no ginásio e tentou sequestrar Cobalt. Consegui salvar ele, mas o desgraçado conseguiu fugir usando um Kadabra.

—Entendo... Nesse caso, acho melhor eu ir dar uma conferida.

—Vou com você, tenho assuntos pendentes com aquele idiota.

—Parece que você se apegou mesmo ao garoto. Só não vai me atrapalhar.

—Orgulhoso como sempre , hein.

Os dois se levantaram. Red chamou Vee de volta e else colocaram as pokebolas num aparelho comprido da sala.

—Acho melhor deixarmos Coblat com a Crystal e o professor antes.

—Pode ser, ele vai ser mais útil lá.

—Eu quero ir com vocês!

Isso saiu quase como um grito. Os dois me olharam surpresos, no mínimo. Eu mesmo estava surpreso com a minha decisão. Olhei para o chão e fechei meus punhos, meio envergonhado. Aquele silêncio era desconfortável, porém Blue foi quem quebrou ele.

— Não.

—Não? Por que não?

—Não vou ficar carregando uma criança chorona que nem sabe se defender.

—M-mas eu quero ir...

—Pra quê? Pra servir de peso morto para nós dois? Pra servir de alvo?

—E-eu preciso ir lá! E-eu sinto que tenho que fazer algo ali. Por favor, me deixe ir com vocês. P-prometo não atrapalhar.

—Eu já disse que não! Red, me ajuda.

Um beep ecoou na sala. Nós dois ficamos encarando Red, esperando pala resposta dele.


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Notas finais do capítulo

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