Junto por obrigação e opção escrita por Luckypanda192


Capítulo 2
Novidade




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Um sonho? Eu não sei. Estava tudo escuro, ma conseguia ouvir de longe um choro baixinho. Por algum motivo, aquilo me incomodava, me fazia querer procurar a fonte para fazê-lo parar de chorar. Ouvi um “Irmão” e tudo ficou quieto.

Bip... Bip... Bip... Bip... Bip...

Esse ruído irritante me acordou. Estava num lugar muito estranho, as paredes foram pintadas de branco; um pano gigante da mesma cor com um circulo vermelho cobria umas das paredes. Ao meu lado tinha uma caixa esquisita, com uma linha verde pulando, acho que o barulho vinha dali. Havia também uma barra de metal, onde penduraram uma bolsinha com um liquido transparente. Deixaram-me numa superfície macia, com a cabeça apoiada numa outra coisa macia e um tecido quente cobrindo o meu corpo. Um monte de fios saia do meu corpo magro. Sentei, minha cabeça doía, me sentia tonto e fraco. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Finalmente estava livre daquele pesadelo. Não conseguia acreditar por mais real que era. O meu desejo foi realizado da noite pro dia. Depois de tanto tempo, alguém ouviu meu pedido de socorro.

Passos leves, um clique e nhééé. Na porta, havia um ser rosa oval, com bracinhos curtinhos e um chapéu com uma cruz vermelha. No meio de seu peito, tinha uma bolsinha rosa escuro com algo parecido com um ovo. Aquilo caminhou até perto de mim e, quando percebeu que eu estava acordado, deu um pulo de surpresa, dizendo “Chansey Chansey” ou algo parecido, e saiu correndo.

Achei muito estranho. Onde eu fui parar? O ser voltou em menos de um minuto. E, dessa vez, não estava sozinho. Um homem vestindo um avental branco entrou com uma prancheta na mão.

— Você acordou ótimo. Como está se sentindo?

Não respondi. Quase que imediatamente me levantei, alerta. Minha respiração começou a acelerar. Os bips pareciam ter enlouquecido. Recuei lentamente.

— Não precisa ficar nervoso, você está seguro agora, mas preciso realizar alguns exames com você.

Quando ele deu o primeiro passo, fiquei numa posição defensiva, me apoiando nos joelho, pronto para reagir.

— Fica longe de mim...

— Calma, você está seguro agora, não precisa ficar com medo. Não vai doer.

Ele avançava cada vez mais

—Fica longe de mim.

— Tenho que verificar sua saúde. Sua vida pode estar em perigo. Preciso que você coopere para..

—Não Importa! Vai embora! Fica Longe de mim!

Eu continuei recuando, aterrorizado, até que cai, derrubando os objetos que estavam no meu lado. No chão, senti uma dor terrível, como se algo tivesse sido subitamente arrancado. Meu braço esquerdo sangrava. O homem veio correndo até perto de mim.

— Precisamos parar esse sangramento agora.

— Fica longe de mim! Eu o empurrei e fui me arrastando para trás até que me choquei contra a parede. Sem saída. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Todo aquele processo, todo meu pesadelo diário venho em minha mente, Eu tinha escapado daquele lugar e não iria voltar para lá. O homem suspirou.

Detesto fazer isso, mas você me deixou sem escolhas. Chansey, use canção de ninar, por favor.

O ser rosa começou a cantar. O sono começou a me acalmar, deixando meu corpo relaxado e minhas pálpebras pesadas. Em questão de segundos, cai no sono.

Acordei na mesma situação de antes, mas havia algo de diferente. Quando tentei me mover, não consegui, meus braços estava amarrados.Tentei me libertar pela força, mas não consegui. No fim desisti, ficando ali deitado, olhando para o teto.O que tinha acontecido? Que cosa era aquela e por que um “deles” estava ali? A porta se abriu, entrei em estado de alerta quase que imediatamente. Desta vez, tinha uma pessoa vestindo uma camiseta preta, um colete vermelho e um boné do mesmo tom.

—Você acordou então. Parece que deu muito trabalho pro pessoal daqui.

Essa voz...Parecia-me familiar. Ele se aproximou e encostou no meu ombro.

— Está se sentindo melhor, tirando o desconforto das amarras?

Eu acenei levemente com a cabeça.

— Ótimo, não sei se você e lembra de mim, mas meu nome é Red.

A imagem de uma silhueta estendendo a mão veio a minha mente

— V-Você-... Foi você que me tirou daquele lugar. Foi você que me salvou...

— Pode-se dizer que sim. Fui eu mesmo. Qual e o seu nome?

Abri a boca para responder, mas não encontrei a resposta.Eu simplesmente não sabia. Nunca pesnsei sobre isso antes. Fechei os olhos , tentando me lembrar de como me chamavam.Algo veio a minha mente, porém estava muito longe de ser uma boa resposta.

— Experimento 9808, eu acho.

Ele suspirou, pegando uma cadeira para sentar.

— Isso não é exatamente um nome, mas tudo bem, a gente resolve isso depois.Você se lembra de alguma coisa ou do porque de você estar ali?

— E-eu me lembro da minha mãe, mas não consigo me lembrar do rosto dela... Me lembro de alguém chorando enquanto eu me afastava e de ter sido jogado numa sala e ...

A primeira dose. A dor, a agonia, o medo , o pânico. Vinham realizar testes comigo, diziam que era pelo bem do progresso, que voltaria logo a minha mãe se eu os obedecesse. Décima dose. A gaiola, cada vez menor e mais perto do fosso. Vigésima dose. Vinham falar comigo para que não esquecesse como falar. Quinquagésimo dose. Cadê a minha mãe ? Centésima dose. Preso num pesadelo sem fim. Milésima dose...

Um toque me trouxe de volta ao presente.Estava tremendo e chorando involuntariamente. Algumas gotas escorriam pelas minhas costas. Red segurou minha ao e apertou firme.

—Está tudo bem, você está seguro agora. Pode ficar calmo.

Por algum motivo, a voz dele me acalmava, me dava uma sensação de segurança. Era completamente diferente de tudo que vivi a maior parte da minha vida. A porta se abriu. O ser oval roa de antes entrou carregando uma badeja, com um tipo de pote em cima. Quase fiquei alerta de novo, porém Red Apertou novamente minha mão.

— Relaxa, ela só veio trazer seu almoço. Eu vou te soltar para você ficar mais confortável, mas tente se comportar.

Ele despendeu o s meus braços e me ajudou a ficar sentado. O ser colocou a bandeja no meu colo e saiu pela porta.Um cheiro diferente vinha do pote, fazia minha barriga sentir um vazio, vibrar. Parecia um líquido marrom, fiquei olhando para ele sem saber o que fazer. Percebi que Red me observava, isso me deixava bastante desconfortável. Quando encostei no liquido, recuei imediatamente, derrubando um pouco na bandeja. Coloquei o dedo ferido na boca, por que aquilo tinha que machucar?

Ouvi um suspiro. Red estava cobrindo o rosto com a mão. Senti minhas bochechas esquentarem, eu estava fazendo algo muito errado mas não sabia o quê. Ele pegou um objeto metálico no lado do pote e colocou na minha mão.

— Tente usar isto, talvez você não se queime desse jeito.

Fiquei olhando pro objeto por um tempo.Tinha uma parte um pouco mais funda que o resto. Com muita dificuldade e esforço, consegui comer aquela coisa marrom, grossa e meio sem gosto, apesar de ter queimado minha língua antes que Red me ensinasse a assoprar para resfriar um pouco. O ser rosa veio tirar a bandeja e trocar a bolsinha na barra de metal.Aporta se abriu levemente.

—Pi pika pi.

— Pika, você chegou ! Vem cá!

Uma bola amarelada com listras marrons na costa pulou no colo do Red.

— Esse é um amigo meu, o nome dele é Pika. Dá oi.

A bola amarela pulou no meu colo. Tinha uma bola vermelha em cada bochecha, olhos vivo e um triangulo preto no meio do rosto, que era seu nariz, eu acho, porque ficou se mexendo enquanto ele me encarava. Suas orelhas eram compridas e com as pontas pretas. Fiquei um pouco nervoso por alguns instantes, mas ele logo virou a cabeça e sorriu:

— Pikachu!

Com certo receio, passei a mão na cabeça dele. Era macio, porém espetava um pouco.

— O que é ele?

— Um Pikachu, um Pokémon elétrico.Capturei-o na cidade de Pewter há muito tempo atrase desde então nos tronamos grandes amigos.

—O que é um Pokémon?

— Você não sabe?

Balancei a cabeça negativamente.

— Acho que já ouvi esse nome antes mas não me lembro muito bem.

Red coçou a parte de trás da cabeça e olhou nervoso para o pia, quero dizer, Pikachu.

Isso vais difícil do que eu pensei. Quanto tempo te deixaram trancado, hein?

—Red?

A porta foi aberta por alguém de cabelo azul.

—Posso falar com você por um instante?

—Claro. Eu já volto. Pode cuidar do Pika pra mim?

Ele saiu pela porta e a fechou. Fiquei passando a mão pelo corpo do Pikachu e brincando com ele. Conseguia ouvir vozes meio abafadas, pareciam estar discutindo, mas não dava pra saber sobe o quê.Tinha a sensação de que era sobre mim, porém não me importava. Estava feliz, escapei daquele pesadelo, nada podia dar errado agora.

Lentamente, fui ficando sonolento de novo. Bocejei algumas vezes, minhas piscadas ficaram cada vez mais lentas.Tentei continuar brincando com o Pika, mas não tinha tanta vontade quanto antes. Acabei fechando os olhos e dormindo novamente.

Corria sem para em um corredor, fugindo de algo. Lá longe, ouvia o mesmo choro de antes. Tentava chegar à fonte, mas parecia que ficava cada vez mais distante. De repente, bati contra uma parede invisível. Fiquei tentando quebrá-la, sentia que seria pego em breve e a fonte do choro estava logo atrás dela. Continuei batendo sem resultado, além da minha mão dolorida. Cansado, eu a empurrei. Esse simples movimento a fez sumir, revelando quem estava chorando. Era uma pequena bola azul. Eu encostei nela e tudo ficou escuro


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Notas finais do capítulo

Desculpa por demorar tanto pra escrever o primeiro capítulo, mas estava sem inspiração. Espero que agora consiga escrever com mais frequência.



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