Bom, esquecendo um pouco essa parte de “amizade de cúmplices”, fomos ao que realmente era importante naquele momento... Limpar a cena do crime. Não era fácil tirar todo o sangue que se espalhou e encontrar um local para esconder o corpo do homem que estava lá caído e ensanguentado no meio do quarto... É, até poderia ser difícil, mas como eu tinha uma amiga “ninja” no quesito: Morte, Sangue, Terror, Crime e Assassinato... Acabou que foi bem menos complicado do que imaginava.

Fomos para a cozinha e pegamos todos os produtos de limpeza que tinham guardados, tinha bastante coisa para usar – Não sei por que ela tinha tudo aquilo, a casa não precisava de muita limpeza, mas ainda sim era bem empoeirada, tirando o quarto da Amy – Depois disso fomos até o local do crime e começamos a limpar o sangue das paredes, dos objetos e para finalizar o chão. Depois que tava tudo limpo, ainda faltava dar um jeito no homem, arrastar ele do jeito que estava ia sujar a casa toda, então pegamos os panos e tapamos as partes cortadas para que o sangue não derramasse mais... Assim tudo já ficava mais e mais limpo.

Eu e Amy pegamos o corpo e levamos até um porão que não tinha visto, estava escondido de baixo do sofá da sala. – Amy não achou que teria necessidade de mostrar, mas no fim das contas teve. Lá dentro era muito escuro, e tinha algumas coisas esquisitas... Amy disse que gostava de colecionar coisas que a maioria das pessoas considerassem assustadoras – Assim que chegamos no centro da sala, vi um baú bem grande, velho e empoeirado. Amy abriu ele e dali saíram alguns insetos e mais sujeira.

–-- Vamos colocar o corpo aqui, com o tempo os insetos vão ir comendo os restos dele... E se isso demorar demais eu dou meu jeito. – Disse Amy com uma expressão seria.

–-- T-Tudo bem... Espero que isso funcione... – Disse um pouco preocupada.

Colocamos o corpo lá dentro, ficou meio apertado, mas fazendo um certo esforço conseguimos fechar o baú. – O porão continuava normal, não derramou nem uma gota de sangue graças aos panos que colocamos nos ferimentos. – Para mim o trabalho já estava completo, mas estava errada.

–-- Olha, eu tive uma ideia... Meu pátio é grande, podemos enterrar o baú com o corpo lá! É perfeito! Ou pelo menos ajuda a que ninguém encontre isso... Vamos lá! Tenho uma pá no meu pátio, e tem partes deles cheias de arbustos, vamos enterrar nessas partes. – Disse Amy animada indo pegar um lado do baú.

–-- Acho que tem razão... Mas do seu pátio podem nos ver, não? – Disse ainda preocupada.

–-- Não, aqui onde moro tem poucas pessoas, e... Bom, ninguém repara muito essa minha casa, dizem que é assombrada ou coisas assim. E para melhorar tudo, graças ás arvores e arbustos ninguém vai conseguir nos ver! Perfeito, não? – Disse Amy cada vez mais animada.

–-- “Para melhorar tudo?” “Perfeito?” Não acho que esse seja o melhor jeito de dizer, mas de certa forma ela estava certa... – Pensei, enquanto ia até o baú pegar em um de seus lados e ajudar Amy á leva-lo para fora.

Assim que chegamos no local... – Um cantinho do pátio cheio de arbustos bem feios – Amy me alcançou uma pá e disse para eu ir cavando, o mais fundo que pudesse e que ela ficaria de olho nos arredores. – Admito, com toda aquela situação eu me sentia em uma cena de filme! Era até divertido se esquecesse um pouco que o corpo morto era de verdade... E que realmente estava morto... – E assim, lá fui eu! Cavar a cova mais funda do universo! He-He!

Um tempo depois finalmente estava pronto, e assim sai do buraco da cova e chamei Amy para me ajudar á empurrar o baú lá pra dentro...

–-- Então, fizemos um bom trabalho, não acha? – Disse Amy com um sorriso de satisfação.

–-- É, acho que sim... Com certeza não deixamos rastro nenhum! – Disse com um sorriso.

–-- Sabe, isso mesmo que tendo seus motivos... É um crime... Não queria envolver você nisso, mas... Agora não tem mais volta. – Disse Amy agora seria.

–-- Eu sei... Então, vamos enterrar? – Disse olhando para o baú.

Amy abriu um pequeno sorriso tímido, no fim das contas – Mesmo não sendo a historia de amizade mais fofa do mundo – Ela parecia gostar muito de tudo aquilo que estávamos passando, e na verdade, por mais insano que pareça... Eu também estava. – E assim fomos empurrando o velho baú até ele cair dentro dá cova, e assim pegamos pás e começamos a enterra-lo. E assim que estava tudo tapado com a terra, peguei um bocado de folhas e gravetos para por em cima. – Creio que assim iria esconder melhor o buraco. – Amy concordou, como também adorou a ideia!

Assim que estava tudo feito, fomos ás pressas para dentro da casa e assim também diretamente para o quarto. Nos sentamos na cama e suspiramos um pouco... Foi um trabalho difícil e complicado, mas valeu a pena!

–-- Conseguimos! Isso não é demais Lucy?! Eu estou me sentindo animada! He-He!T-Ta... Eu sei que isso é meio errado, mas a adrenalina... É um show! – Disse Amy quase que pulando de tanta animação.

–-- B-Bom... A Adrenalina realmente me afeta, mas não consigo me animar tanto. Sabe que ainda temos chances de ter problemas com isso, não é? – Disse novamente preocupada.

–-- Não se preocupe, não vai acontecer nada... E se acontecer eu prometo não te envolver, prometo! – Disse Amy me mostrando o mindinho para fazermos “A Promessa”.

–-- O-Obrigada Amy... – Disse entrelaçando nossos mindinhos e dando um doce sorriso.

–-- Mas então, já esta tarde! Acho melhor você ir pra casa. – Disse Amy se levantando e me levando até a porta da casa rapidamente.

–-- É verdade... B-Bom... Eu vou indo então! Até mais! – Disse enquanto me afastava da casa.

–-- Até mais Lucy! Nos vemos amanha!! – Disse Amy com um sorriso enquanto se despedia.

E esse foi “O Dia Sombrio...” Depois desse dia, minha vida nunca mais foi a mesma...