The Heart Never Lies escrita por Vanessa


Capítulo 5
Algumas semanas depois.


Notas iniciais do capítulo

Não demorei, o/
Agradeço aos comentários galera, eles que me motivam a continuar isso aq. Muito obrigada.
Boa leitura!



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Já se passaram duas semanas desde que entrei aqui. E nada de extraordinário aconteceu. Eu me aproximei bastante de Erin, Fred e Dylan. Se tornaram meus amigos aqui dentro. Ryan? Bom, esse ai é como o Dylan disse, estranho. Durante essas duas semanas que se passaram, trocamos apenas algumas palavras, nos falamos pouco, e tinha dias que nós mal nos víamos. É estranho, eu acabo sentindo falta dele no quarto, uma bosta isso. De todos que eu me aproximei, digamos que Dylan foi o que eu me apeguei desde o primeiro momento, ele é bacana. Eu poderia me apaixonar por ele. Poderia, só poderia. Isso não vai acontecer.

Por mais incrível que pareça eu não coloquei nada em risco durante esses dias. Escapava de vez em quando um “ai que tudo” ou um “ele é um deus grego” mas eu sempre dava um jeito de corrigir. Também as vezes eu batia palminhas com Erin, ou dava uns pulinhos bem gays, aqueles que meninas fazem bem, mas eu dava meu jeito sempre. Erin que sempre me olha com uma cara hilaria, eu compreendo ela, meus deslizes não são nada normais. Fred sempre me pega olhando para a bunda dos garotos e eu sempre dou de ombros e pergunto se ele não quer que eu olhe a dele também, ele sempre nega, mas eu acabo olhando. Já Dylan nem liga tanto pra isso tudo, ele percebe tudo, mas apenas finge que não vê nada. Eu acho que ele desconfia que eu seja gay ou sei lá. Bom, ele nunca me perguntou nada.

Durante esses dias eu não falei com nenhum dos meus familiares, John me ligou mas eu não atendi, fico chorosa quando falo com ele e sei que vou acabar pedindo para voltar. E agora que tudo começou a ficar divertido a última coisa que eu quero é voltar.

Durante mais uma aula tediosa de geografia, cujo a professora é uma velha chata que só de ouvir a voz meu estomago embrulha, eu dormi. Dormi feito um anjo com lindas azas rosas. Eu até sonhei que eu realmente era um, e até soltava uns puns cor de rosa, ai que tudo. Mas sempre tem alguém que acaba com toda a sua felicidade, e nesse caso, esse alguém se chama Dylan. Levantei da cadeira meio relutante e com uma imensa vontade de voltar a me jogar nela.

– Não dormiu não cara? - Mas tu ainda pergunta criatura? É claro que eu dormi.

– Dormi, mas tu me conhece, há qualquer momento do dia eu posso simplesmente fechar os olhos e apagar – Fiz “efeito” com as mãos. Ele riu.

– Você é bem afeminado para um garoto – Ele deu três tapinhas em minhas costas. Mas é claro que eu sou né criatura, eu sou uma garota, garota! Linda. Só que não.

– Dane-se, as garotas gostam de caras assim – De onde eu tirei isso?

– Aham, eu vou pegar uns conselhos contigo agora – Senti a ironia. Sorri

– Vai arrasar – Fiz careta e ele riu sendo acompanhado por mim.

Seguimos para o paraíso onde pessoas normais costumam chamar de refeitório ou cantina. Tanto faz, para mim é paraíso, onde tem comida é paraíso. Me sentei com a galera de sempre, porém dessa vez vi um movimento diferente na mesa, ou melhor, um ser diferente na mesa. Ele. Isso mesmo, o tão misterioso Ryan. Eu tô começando a achar que ele é algum tipo de mutante, que tem que ficar longe dos outros para não atacar ninguém. Menos Eliza, por favor.

Sorri e acenei com a cabeça, enquanto ele e os outros faziam um toque, daqueles que eu sou incapaz de fazer. Revirei os olhos e comecei a comer. Eles estavam falando de futebol então eu nem dei a mínima, esse assunto não me interessa nada. Fiquei olhando pro nada por um tempo até que escuto Ryan me chamar. É, eu estou começando a me acostumar com essa ideia de ser Jonathan.

– John, meu caro. Entrei no quarto hoje e encontrei na tua cama uma calcinha, que por sinal era uma tira, por acaso já andou pegando as garotas daqui e levando pro quarto? - Arregalei os olhos, por um momento pensei que eles saltariam. MAS O QUE? CALCINHA? EU DEIXEI MESMO UMA CALCINHA NA MINHA CAMA? O que eu faço agora cara? Eu corro e ligo pra mamãe pedindo socorro? Eu me jogo na frente de um ônibus qualquer que esteja passando nesse momento na rua? Eu peido? Hã...? Não, pera. Respira.

– É... é... - Pensa Eliza, pensa. - E-eu... coleciono calcinhas – Se mata depois dessa querida, acabou a vida pra você aqui. Coleciona calcinhas? Sério? Foi o melhor que conseguiu? Todos me encaram sério, com os olhos mais arregalados que os meus próprios. Depois de longos minutos me encarando, Erin quebra o gelo.

– Coleciona calcinhas? Garoto, você não é normal. Qual é? Tem taras por calcinhas? Você dorme com elas? - Todos -inclusive eu- riu. Mas olha só no que eu me meti.

– Cara, você consegue ser mais estranho que o Ryan – Dylan tentava conter o riso

– Eu não sou estranho, não perto do John. - Obrigado querido.

– Qual é galera, me deixe com minhas calcinhas – Isso soou gay demais, agora sim eles vão pensar merda. Eu estou pensando seriamente em ir atrás de um ônibus...

– Você é uma raridade cara – Todos riram. Me afundei na cadeira e sorri sem graça. Eu quero morrer nesse exato momento.

–.-

Depois daquele pequeno incidente no refeitório, nada de tão “espantoso” aconteceu. Seguimos para nossas respectivas aulas, e dessa vez Ryan foi conosco. E para minha sorte -ou azar- Ryan seria meu parceiro nas aulas de química. O traidor do Dylan me deixou aqui com o cara que viu minhas calcinhas, eu não devo estar nada com vergonha, imagina. E para piorar ainda mais o meu dia, o professor resolveu passar um trabalho em dupla e adivinha só quem é minha dupla? Isso mesmo, Ryan. Por um lado isso é bom, eu posso me aproximar mais dele e conhece-lo melhor. Quem sabe não nasce uma amizade? O trabalho não é tão difícil, mas caso ele não tenha entendido o que o professor falou, eu vou dificultar, só para passar um tempinho a mais com ele. Eu tenho que conhecer o carinha com quem eu compartilho o quarto.

O resto do dia foi simplesmente o tédio total. Eu não tinha nada de útil para fazer então resolvi andar pela escola, eu não conhecia nada aqui além do paraíso, o meu quarto e as salas de aula. Ah, claro, não vamos esquecer da árvore que eu sempre visito. Falando nela, cá estou eu sentada em baixo dela novamente, com o celular na mão, pronta para ligar para o verdadeiro John. Ele precisa de notícias não é?

Ele não esperou nem eu falar oi e já veio com sermão.

– Ei tampinha. Está tudo bem ai? Porque não me atendeu? Não ligou? Te pegaram e você tá na cadeia? - Ah, claro Jonathan. Tô ligando para você pagar a fiança, mula.

– Oi maninho querido, eu estou muito bem, obrigada. E estou ligando pra pedir dinheiro pra fiança, mula – O ouvi rindo do outro lado da linha.

– Ah, como eu senti falta desse seu humor azedo – Sorri.

– Tudo bem por ai? - Eu tenho educação as vezes.

– Sim, tudo tranquilo. E por ai? Anda aprontando muito? - Você nem imagina...

– Não, quase nada. O menino que divide o quarto comigo viu minhas calcinhas. Eu nem preciso dizer que eu surtei né? - Ele gargalhou

– E eu posso saber qual foi a desculpa? - Foi a melhor.

– Eu disse que colecionava calcinhas. Eu sei, sou uma tapada. - Ele gargalhou mais ainda. Tive que rir junto.

– Você não existe garota. Coleciona calcinhas? Que bonito Elizabeth

– Não gosto quando você me chama assim – Fiz careta.

– Eu sei pirralha – Senti falta disso

– Diga a mamãe e papai que eu estou bem. Ligarei em breve. Preciso ir agora. - Encarei o céu.

– Tudo bem. Se cuida

– Você sabe que não vou fazer isso – Sorri

– Eu sei. Não custa nada tentar, né.

– Tchau John. - Desliguei e respirei fundo sentindo o sono se aproximar de mim.

Levantei e segui para o dormitório, precisava de um bom banho. Espero que Ryan não esteja no quarto, preciso de privacidade também. Para meu azar, ele estava lá.

– Oi – Dei uma pulo quando ouvi sua voz. Ela se torna ainda mais grossa quando estamos a sós no quarto. Socorro.

– Vou para o banho – Peguei a primeira roupa que eu encontrei na frente e segui para o banheiro.

Quando tranquei a porta soltei o ar. É um medo tão grande quando ele tá por perto. Tirei o boné e libertei meus lindos cabelos. Me encarei um momento no espelho e sorri. Como que ninguém percebe meus traços femininos? Cegos. Melhor assim mesmo. Me despi e corri para o banho, relaxando ao sentir a água fria tocar minha pele. Eu precisava realmente disso. Tentei ser o mais rápido possível, para não ficar tão na cara ou ele pensar que eu estava vendo revistas e me masturbando. Me sequei rápido e coloquei as roupas. Como sempre largas. Juntei os cabelos na touca e sai do banheiro, dando de cara com um Ryan deitado me encarando.

Franzi o senho.

– O que foi?

– Você nunca tira a touca ou o boné, porque? Você é careca? - Claro, tenho a cabeça raspadinha.

– Não, só não gosto de mostrar meu cabelo mesmo – Dei de ombros e me joguei na cama.

– Mas ai, tu coleciona mesmo calcinhas? - De novo isso? Porque? Tortura.

– Isso de novo não, por favor – Corei e me virei para o canto

– Não precisa disso – Ele riu – Boa noite John – As luzes se apagaram

– Boa noite Ryan – Sussurrei fechando os olhos em seguida.


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Notas finais do capítulo

E então? Dá pro gasto? '-'
Comentem por favor, não cai os dedos -eu acho-
Bjs no core



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