Dramione - O amor do Bruxo e da Sangue-Ruim escrita por Charlotte


Capítulo 7
A aposta


Notas iniciais do capítulo

I'm back! Finalmente a inspiração voltou, e a todo vapor, e aqui está um novo cap que ficou consideravelmente grande (compensa um pouco a demora, hehe). Beijos e boa leitura! :)



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–- HERMIONE? – uma voz ecoa atrás de nós, e eu desejei nunca ter nascido.

Agora eu realmente estava encrencada.

Malfoy se assustou, mas logo começou a sorrir, e eu contei até mil para não empurrá-lo de uma escada. Rony estava de pijamas, com o cabelo todo desgrenhado, e sua boca formava um perfeito “O”. A essa altura, meu rosto já estava um pimentão, e eu procurava desesperadamente uma desculpa que justificasse a cena.

–- Mas o que? – Rony disse, de forma arrastada, e seus olhos fracamente abertos. Percebi que ele não estava acordado de fato, apenas em uma de suas crises de sonambulismo. Ele deu dois soquinhos nas têmporas e balançou a cabeça em negação. – Estou sonhando, só pode ser.

–- Sim, é tudo um sonho. Agora volte para a sua cama, Ronald Weasley! – tentei imitar a Sra. Weasley, sem muito sucesso. Felizmente, pareceu funcionar com ele.

–- S-sim, mamãe. – ele voltou pelo corredor de onde viera, e eu suspirei, aliviada. Malfoy estava às gargalhadas.

–- Só o Weasley para cair em uma imitação tão fajuta... – ele disse, enxugando as lágrimas dos olhos.

Não aguentei, e parti pra cima dele. Malfoy segurava meus pulsos om dificuldade, e eu continuei a me debater.

–- Seu maldito! Cafajeste, nojento! A culpa é toda sua! Nada disso teria acontecido se você... – suspirei pesadamente.

–- Lembrando que você estava me “prendendo” – ele fez sinal de aspas com as mãos. – e agora vem dizer que a culpa é minha?

Apesar de tudo, ele estava certo. Mesmo sem querer admitir, eu queria. Se Rony não tivesse aparecido, nós continuaríamos provavelmente até eu recuperar meus sentidos.

–- A culpa é sua! Você... você mexe comigo...

Malfoy sorriu, galanteador.

–- Bom saber disso... Eu te levo à loucura, assim como você faz comigo, Granger... – ele se aproximou de mim, e eu respirei fundo, me afastando.

–- Eu não vou ser “mais uma” para a sua coleção de garotas me entendeu bem? Só disse que você mexe comigo, mas não disse em qual dos sentidos da expressão.

–- Você não é mais uma, acredite.

Eu odiava a ideia de estar “apaixonada” por um sonserino, e odiava ainda mais o fato de esse sonserino ser Draco Malfoy, o aluno mais irritante, estúpido, galinha, metido e detestável da história de Hogwarts.

–- Não sou? Prove! – eu disse, dando-lhe as costas e andando decidida para a Sala Comunal.

Ele segurou meu braço e me encarou. Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. Estava difícil resistir.

–- Provar? Ótimo. Vamos ver até onde você pode resistir... – ele me puxou, me beijando novamente, mas desta vez eu o empurrei.

–-Você não me ama, eu não te amo. Nós nos odiamos. Como sempre foi e sempre será. Isso foi um acidente, que nenhum de nós queria.

–- Você me ama. – ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–- Claro que não! – eu disse, ainda que meus pensamentos dissessem absolutamente o contrário.

–- Não negue o que está estampado na sua cara.

–- Pare de ser idiota, ainda que no seu caso, seja impossível!

–- Você beija melhor do que fala...

–- NÃO... ouse tocar em mim de novo.

–- Calma, não fiz nada ainda...

–- E nem vai fazer!

–- Pode apostar, Granger, eu ainda vou fazer você assumir que me ama. E se prepare, porque não vai ser nada fácil pra você.

–- Não vai ser nada fácil pra você. Pode apostar como não.

–- Bem, se você ceder, eu já terei minha confirmação. Se eu ceder, aí você é quem sabe.

–- Temos um trato?

–- Temos um trato. – nós dois balançamos as mãos e nos encararamos por um tempo. Dois segundos depois já estávamos nos beijando novamente.

–- Começamos amanhã... – eu disse, em meio ao beijo, e Malfoy só conseguiu sorrir da situação.

_________________________________________________

Na manhã seguinte, acordei completamente exausta. Estava uma neblina espessa e a neve cobria boa parte dos arredores do castelo.

Tomei meu banho, me vesti e coloquei o cachecol e o gorro da Grifinória. Lembrando de como Gina tinha feito, arrumei a mim mesma e ficou melhor que o esperado. Com cautela, saí do quarto onde todas dormiam, e fui para a Sala Comunal. Um fogo leve crepitava na lareira, e um cheiro de café pairava o ar.

Saí de lá e fui vagando pelo castelo até chegar à biblioteca. Enquanto procurava um livro para me distrair, percebi que não estava sozinha. Ao me aproximar, a pessoa se assustou e derrubou a pilha de livros que estava segurando.

–- Neville? Que faz aqui tão cedo?

–- Ah, hum, oi Mione... Eu sabia que ia te encontrar aqui, por isso vim.

–- O que foi?

–- Preciso te contar uma coisa, e pedir sua ajuda.

–- Tudo bem, deixe-me só pegar alguns livros. Pegue uma mesa, eu já estou indo.

–- Ok.

Procurei pelas prateleiras e, finalmente, voltei à mesa em que Neville estava e me sentei lá. Despejei a pilha de meus braços, que caiu retilínea em um baque surdo.

–- Bem, agora diga...

Neville estava muito vermelho, e pensei que fosse expodir a qualquer momento.

–- B-bem... É s-s-sobre uma garota... – ele tapou o rosto com as mãos. – e eu gosto muito dela, mas não sei como dizer isso, e tenho medo de... você s-sabe... – ele baixou o tom de voz para que apenas eu pudesse ouvir, ainda que não houvesse mais ninguém na biblioteca. – levar um fora...

Apesar de já saber de quem se tratava, não disse nada para não envergonhá-lo. Decidi perguntar.

–- Eu não sou a melhor pessoa para conselhos amorosos, mas enfim... Ajudaria bastante se eu soubesse quem ela é.

–- Hum... E-eu... ela é... s-sabe, nós nos ap-proximamos muito desde a b-batalha da Ordem contra V-você-Sabe-Quem... – ele estremeceu. – e... e eu não sei disfarçar, não é? – ele perguntou, me vendo rir da situação.

–- Definitivamente não. É a Luna...

Neville ruborizou violentamente ao ouvir o nome de Luna.

–- Não tenha vergonha, Neville. Você é uma pessoa maravilhosa, garanto que qualquer iniciativa vai agradá-la.

–- Não, Mione... Eu sou um fracassado, e a única matéria que eu não me dou tão mal é Herbologia, que provavelmente não vai me levar a lugar nenhum. Sou péssimo em todo o resto. Ela é da Corvinal, onde todos são inteligentes. Imagine que vexame para ela ser vista saindo com o perdedor do Longbottom...

–- Não fale assim, Neville! Você está longe de ser um fracassado, e a pessoa não vai ficar com você pelas matérias de Hogwarts, e sim pelo o que você é. Além disso, todo mundo sabe que ela também não é lá muito de se importar com isso. Não é a toa que a chamam de Di-Lua Lovegood...

–- É, você tem razão.

–- E talvez por ela ser tão avoada que nem percebeu que está gostando de você também...

–- Ela gosta?

–- Ela fala em você o tempo todo, que vai te ajudar com as tarefas, coisa e tal. Quando ela perceber que isso é bem mais que uma amizade, tudo se tornará mais fácil. Ela só precisa de um empurrãozinho.

–- Eu não sei se devo...

–- Você vai conseguir, Neville. Confie mais em si mesmo!

–- Tudo bem, eu vou tentar. Obrigado por tudo, Mione! Sabia que podia contar com você...

Eu o abracei.

–- E sempre pode contar. Amiga é pra essas coisas... – eu disse, encabulada.

Neville pegou seus livros e saiu da biblioteca. Eu sorri. Sempre soube que os dois se gostavam, mas não conseguiam libertar seus sentimentos.

PLAM!

Pude ouvir o som se mais uma pilha de livros caindo. Sorri, revirando os olhos.

–- Cairam de novo, Neville? – eu disse, mas meu sorriso sumiu. Neville estava longe de ser visto. Pelo contrário.

–- Bom dia, Granger. Dormiu bem? – Malfoy disse, com seu tradicional sorrisinho sarcástico que me tirava do juízo perfeito.

Suspirei. Pelo visto o dia iria demorar a passar...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem, comentem, comentem!



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