Dramione - O amor do Bruxo e da Sangue-Ruim escrita por Charlotte


Capítulo 22
"Isso, meu amigo, foi Pansy Parkinson"


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Percebi que a cada capítulo, eu escrevo mais. Esse aqui está realmente GIGANTESCO, espero que não se cansem de ler. Vou tentar me controlar mais.
Beijos a todos e boa leitura :)



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Gina não tinha conseguido dormir. Sua ansiedade não permitira que ela sequer pregasse os olhos naquela noite.

Eram quatro e meia da manhã quando levantou, sem aguentar mais ficar deitada. O sol ainda não tinha nascido. A garota caminhou para o banheiro, para tomar um banho, e ocupar o campo de Quadribol, que estava vazio àquela hora. Depois de tê-lo feito, e dado o último retoque em seus cabelos, ia se dirigir à porta, mas notou algo estranho.

A cama de Hermione estava vazia, e permanecia arrumada.

A ruiva começou a ficar preocupada. Hermione apenas não voltaria se algo realmente importante ou ruim tivesse acontecido. E então, um pensamento ruim piscou em sua mente, e ele tinha nome: Pansy Parkinson.

Sem perder mais tempo, correu para onde achava ser o posto da menina, e ver se suas teorias estavam corretas.

Sua angústia atrapalhava um pouco, pois os pensamentos insistentes de tragédias que poderiam ter acontecido com Hermione. Ao virar um corredor aleatório, parou abruptamente e sorriu. A cena em sua frente era engraçada para quem dizia sentir apenas ódio.

Draco estava deitado, encostado na parede, em uma posição talvez não muito favorável, e, encostada delicadamente no peito dele, estava Hermione, com um livro sobre seu abdômen. Os dois pareciam-se mais do que um casal do que dois inimigos, e a cena fez Gina rir.

Dessa vez, um pouco mais aliviada, a garota resolveu não incomodá-los, e fez seu caminho até o campo de Quadribol.

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Pansy estava atordoada. Não tinha conseguido achar seu caminho até as masmorras, e então decidiu usar a Sala Precisa. Ela permanecia no mesmo estado deplorável do dia anterior, após o beijo com Potter.

Potter.

Ela ainda não tinha compreendido o que tinha acontecido. Quando eles trombaram no corredor, e ela o analisou melhor, se sentiu estranhamente atraída por ele. De alguma maneira, o modo rude como ele se dirigia a ela, a intensidade de seus olhos incrivelmente verdes, seus cabelos desgrenhados que lhe davam um charme próprio, e o corpo definido pelo Quadribol faziam seu coração falhar uma batida (muito embora ela nunca, nunca fosse deixa-lo saber disso.).

Mas para contradizê-la, havia sua consciência, que relembrava que todo aquele alvoroço por Harry era extremamente errado. Ele era um inimigo, grifinório, traidor do sangue.

E por um momento, Pansy entendeu Draco. O que era proibido e errado era muito, muito mais atraente.

A garota olhou-se no espelho, que refletia seu corpo inteiro. Seu pulso e sua coxa tinham marcas da mão firme dele. Seu cabelo estava completamente desgrenhado, como se ela tivesse acabado de sair de uma ressaca muito forte. Ainda havia batom borrado em volta de sua boca. Precisava tirar aquelas marcas de si, e fora tomar um banho.

Enquanto deixava a água cair sobre seu corpo, levando o suor, o rímel e o batom consigo, refletia sobre tudo o que tinha acontecido. Não devia ter retribuído. Mas estava tão mal, e tão triste, que uns amassos não iam fazer a menor diferença. Nem que fosse com Potter. Aliás, ele beijava muito bem.

A garota riu com esse pensamento. Há pouquíssimo tempo atrás, ela nunca poderia imaginar que pensaria coisas tão pervertidas com um garoto que não fosse Draco – especialmente não o Potter para isso.

Ele podia ser bonito e beijar muitíssimo bem, mas Pansy percebera que retribuíra mais por desespero do que por outra coisa. Não sentia absolutamente nada por Potter. Seu alvo era outro. Loiro, bonito, rico, sangue-puro e sonserino. Seu Draco.

A garota ainda não entendia o porquê de o moreno tê-la beijado. Mas aquilo acabou a revigorando. Ela se sentia atraente, agora. E reconquistaria seu loiro, de uma vez por todas.

Ajustando seu uniforme uma última vez, ela sorriu para seu próprio reflexo, e saiu da Sala Precisa, que desapareceu às suas costas.

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Draco acordou. Suas costas doíam como nunca, e seus olhos arderam ao entrar em contato direto com a luz daquela manhã que vinha das janelas. Definitivamente não estava em sua cama.

Quando tentou se levantar, percebeu que havia uma Hermione completamente adormecida em seus braços. Draco começou a entrar um pouco em pânico com o fato de não se lembrar muito da noite anterior.

No entanto, à medida em que ele neutralizava sua respiração, as memórias preenchiam gradativamente sua cabeça. Depois de ter voltado da busca por Pansy, vira que Hermione tinha sentado no chão, e começado a ler um livro de um tal de William Shapeskeare, ou qualquer coisa parecida.

Era um autor trouxa, e como tudo que provinha deles, Draco repudiava. Mas daquela vez, interessou-se. A capa bem detalhada, as letrinhas douradas com o título delicadamente gravado davam um certo charme à obra. E Hermione parecia bem apegada à história. Decidira que daria uma chance.

À medida que a garota ia lendo, Draco percebera que não era um livro comum, e sim um script. Era um musical (o que Hermione disse ser como uma peça de teatro, só que com a maioria das cenas cantadas.). E para dar mais realidade, ela começou a realmente interpretá-las, com a voz serena e mais baixa para não acordar ninguém, muito embora, no corredor onde estavam, não acordariam nem as corujas, independentemente do barulho que fizessem.

A voz de Hermione era surpreendentemente suave, mas com um toque de sensualidade. As palavras do poeta/escritor trouxa pareciam ter sido escritas para a voz dela. Ficaram até altas horas assim, cantando e entrando na história, até o sono levar a melhor sobre os dois.

E naquele momento, Draco relembrava tudo com um sorriso bobo no rosto. O aroma do cabelo dela o inebriava, e apesar de tudo, era confortável o modo como ela tinha se aninhado em seu peito.

Entretanto, o garoto sabia que deveria ir. Havia o teste de Quadribol depois do café, e ele precisava estar presente. Além disso, se ela acordasse e se desse conta do modo como estavam, provavelmente o mataria. Mas ao mesmo tempo, Draco não achava justo deixa-la jogada ali no chão, capotada.

Como se você se importasse se é ou não justo deixa-la ali, uma parte de sua consciência retorquiu. Draco resolveu segui-la, ainda que não se sentisse bem com aquilo. Suspirando, depositou suavemente o corpo dela no chão frio do corredor. Ela era mais leve do que parecia.

Para desencargo de consciência, o loiro deixou um bilhete, explicando o ocorrido, (evidentemente, ocultando a parte em que ela adormecia em seu peito). e como ele teve que sair. Tendo feito isso, e agora, um pouco mais aliviado, deu uma última olhada no rosto de expressão tranquila da grifinória, e fez seu caminho até o refeitório.

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Ron estava possesso.

Hermione. A dúvida de ela ter ou não algum caso com Draco Malfoy o perturbava.

Fora ela, havia Lilá Brown. Tê-la em seu encalço o dia todo, e todos os dias da semana, e todas as semanas do mês fazia com que Hermione se afastasse ainda mais, o que era ruim. O ruivo não aguentava mais.

A cada nova trivialidade, os pobres tímpanos dele pareciam querer saltar para fora de suas orelhas, para nunca mais terem que ouvir aquilo. Além disso, estava respirando com certa dificuldade, pois o tempo que Lilá passava agarrada em seu pescoço devia ter esmagado sua traqueia.

A princípio, ele achava que seria uma boa alternativa para deixar Hermione louca de ciúme, o que automaticamente a faria correr atrás dele, arrependida, para reatar o namoro. Simples assim. Mas Hermione parecia querer complicar mais as coisas.

E como se não bastasse tudo aquilo, Harry agora que estava estranhíssimo. Estava mais quieto, cheio dos planos (os quais só compartilhava com Ron depois que já estivessem concluídos) e chegando além do toque de recolher.

Mas naquela manhã em especial, ele tinha superado todos os limites de esquisitice.

Ron estava deitado em uma das poltronas, esperando o dia amanhecer, e olhando para o teto, quando Harry chegou, cambaleando. Ainda que estivesse tudo escuro, dava para notar o quão pálido ele estava. Além disso, seu colarinho estava todo aberto, sua gravata estava torta, e seus cabelos, mais desgrenhados do que de costume. Quando ele se aproximou da lareira, a luz revelou que havia batom em sua boca.

Ron, estupefato, não suportou fingir que não tinha reparado, e chamou o amigo, aos sussurros.

–- Harry, o que é isso?

O garoto demorou um pouco para perceber que Ron estava falando com ele.

–- Isso o que?

–- A sua situação. Isso em volta da sua boca é batom? O que andou fazendo, huh? – Ron perguntou, balançando as sobrancelhas sugestivamente.

Harry suspirou.

–- Isso, meu amigo, foi Pansy Parkinson...

Ron paralisou. Achava que não tinha ouvido corretamente, o que era perfeitamente aceitável, com todo o falatório de Lilá em seus ouvidos.

–- P-pansy... Parkinson?

O moreno assentiu, passando o punho pela boca.

–- Está tão feio assim?

–- Veja você mesmo. – Ron apontou para a janela, que era capaz de refletir o lado de dentro da Sala Comunal, devido à escuridão. Harry caminhou até lá, e teve que conter um grito.

–- Caramba, Parkinson, o que foi que você fez...

–- Peraí. Parou. – Ron gesticulou, estendendo os braços. – O que exatamente você estava fazendo com Pansy Parkinson? Desde quando vocês tem uma relação além de ódio? E como você conseguiu beijá-la sem vomitar?

Harry riu.

–- Sem falso moralismo, Ron, ela é bonita.

–- Certo. Ela é bonita. Muito.

–- E gostosa.

–- Harry!

O moreno deu de ombros.

–- Eu não sei o que aconteceu, na realidade. Quando me dei conta, já estávamos nos beijando. E ao contrário do que você pensa, eu nunca tinha feito isso antes.

–- Mas foi do nada?

–- Não. Ron, eu... Eu devia ter te contado... – Harry começou a dizer, envergonhado.

–- Está brincando, vocês estão namorando?!

–- Claro que não! – o moreno exclamou, corando. – Aconteceu muita coisa antes de nos beijarmos.

–- Tipo?

–- Tipo, eu estava seguindo a Mione e o Malfoy de perto, com a capa e o Mapa. O plano estava todo pronto, mas...

–- O que? – Ron disse, aumentando o tom de voz. – Por que não me convidou?

–- Shh! – Harry repreendeu. – Por isso. Você ia dar o maior escândalo se caso nossas suspeitas estivessem corretas!

–- E a Parkinson não ia dar? Ela é bem mais escandalosa!

–- É, mas acontece que eu não pedi, e nem convidei ela. Ela simplesmente apareceu, e eu não tive como esconder.

Ron bufou.

–- E ai?

–- E ai ela gritou o nome do Malfoy, que por muito pouco não pegou a gente. Não vi nada além de uma sombra. E agora, pensando bem... Eu acho que a beijei mais pra calar a boca dela.

Ron ia assobiar, mas bocejou.

–- Whoa, cara, que bizarro! Você e Pansy, Malfoy e Hermione... Será que... Ah, dane-se. É melhor descansar. Hoje é o grande dia, precisamos estar bem.

Harry apenas assentiu, mas não prestou atenção realmente. Ao fechar seus olhos, a imagem de Pansy Parkinson dançava entre seus olhos. As poucas horas de sono que lhe restavam demorariam a passar.


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Notas finais do capítulo

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