Summer Love escrita por Brends


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa história foi feita tendo como inspiração a obra Diário de uma paixão de Nicholas Sparks e a música Summer Love.



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“E lá estava ela, em seu vestido rosa e sapato preto, era como uma boneca de porcelana. Tinha cabelos negros como a noite e olhos cor de mel, sua pele era levemente bronzeada e suas bochechas levemente coradas. Pablo nunca tinha visto garota como ela, que esbanjava simpatia apenas com o olhar, ele estava hipnotizado por sua beleza, sua beleza peculiar. Seu sorriso parecia sempre tão sincero e acolhedor que ele poderia ficar admirando ela por horas sem se cansar.

- Pablo, esta é Marina filha de Jorge e Sara. – a voz de meu pai me tirou do transe em que sua imagem tinha me colocado

- Prazer, Pablo. – estendi minha mão em forma de comprimento”

Esta é a lembrança que se passava por minha mente neste exato momento. Ve-la partir não era a pior parte, a pior parte era saber que tudo que passamos durante o verão poderia não fazer diferença em nossas vidas. Ela voltaria para a cidade e eu continuaria aqui e ela teria um futuro brilhante pela frente. Mal nos falamos esta manhã. Ela parecia estar me evitando ao máximo, tentando adiar nossa despedida. Mas nós sabiamos, sabíamos desde o começo que esse momento chegaria. Sabiamos que ela iria embora e eu não poderia fazer nada para impedir.

Encontrei o amor mas ao mesmo tempo o perdi. Todos diziam que eramos jovens demais para saber o que é amor, que não deveriamos ficar juntos e que não sabiamos sobre a vida. Mas é examente isso que eu não entendo: todos têm sentimentos. Não importa a sua idade o amor acontece para todos, e os adultos insistem em dizer que nós adolescente não somos capazes de amar como eles amam. Passei o meu verão descobrindo o que era o amor e o como era amar mas agora isso não passará de uma lembrança. Saber que não olharia para aqueles olhos cor de mel toda a manhã e que não ouviria sua voz melodiosa pela tarde enquanto olhavamos o pôr-do-sol, era doloroso.

Minha mãe me olhava com pena e isso parecia tão errado, não queria que sentisem pena de mim. Queria apenas que entendessem minha dor e que me deixasem senti-la. E aqui estavámos mais uma vez, na frente da grande casa com estilo colonial e a fachada verde claro e janelas brancas. Mas dessa vez não estávamos sorrindo um para o outro. Tinha lágrimas em seus olhos e suas mãos estavam trêmulas. Eu a acolhi em meus braços enquanto sentia seu cheiro pela última vez, nossos pais nos observavam de longe, fingindo estarem conversando.

- Não quero que prometa que vai escrever ou que vai ligar. Só peço que prometa que vai lembrar de tudo que tivemos – sua voz estava rouca e fraca, ela dizia aquilo com o pouco de força que ainda lhe restava

- Eu prometo! – eu não queria chorar na sua frente, pois queria que ela ficasse bem depois dessa despedida – Eu prometo que vou lembrar que você era minha no verão e, neste momento, desejo estar sozinho com você, encontrar algum lugar no qual pudéssemos nos esconder e fazer a última vez como se fosse a primeira!

Com essas palavras ela se rendeu ao último beijo antes que nossas vidas tomassem rumos diferente, depois daquele beijo nenhuma palavra foi dita, ela apenas entrou no carro e partiu, deixando para trás nosso amor de verão. As semanas que se seguiram foram as piores. Qualquer tarefa simples me trazia lembranças de momentos que passei ao seu lado. Meus amigos tentavam de tudo para me fazer esquece-la mas o que nenhum deles entendia era que eu não queria esquece-la, eu fiz uma promessa e pretendia cumpri-la até o meu último dia de vida.

Nove anos se passaram e eu continuo cumprindo minha promessa. Nunca esqueci Marina e toda vez que volto à minha cidade lembro de todos os momentos que vivemos juntos. Depois de tantos anos trabalhando para todos que ocupavam aquela casa, meus pais finalmente a compraram, toda vez que volto a essa casa e olho para fachada lembro do dia em que a conheci e do dia em que ela foi embora. Esse ano não seria diferente, eu voltaria e relembraria todos os bons e maus momentos que passei ao seu lado.

- Pablo, que bom que chegou! – minha mãe sempre dizia a mesma coisa e com o passar dos anos começou a me confundir com meus irmãos – Tenho uma surpresa para você, vamos entre!

Meu pai estava na sua velha cadeira de balanço, escutando seu velho rádio e lendo um livro. Meu pai nunca foi um amante da literatura mas com o passar dos anos, a idade pesando e a incapacidade de executar certos trabalhos fez com que ele arrumasse outro hobbie. Minha mãe estava muito animada com minha chegada e ficava repetindo que este ano as coisa seriam diferentes e bem animadas. Nenhum dos meus irmão viriam passar as férias com meus pais então descartei a idéia de termos uma reunião de família.

- Vamos, porque ainda não guardou sua bagagem? Você só estava adiando sua surpresa!

Minha mãe parecia bem impaciente com a minha falta de pressa. Então, me pus a subir as escadas e quando passei pela porta de uns dos quartos uma coisa chamou a minha atenção: no canto esquerdo junto a comoda havia uma mala, uma mala preta que com certeza não pertencia ao meus pais, quem estaria conosco este ano? Rapidamente fui até meu quarto e larguei a mala em cima da cama e corri para o banheiro, precisava de uma banho para relaxar e então depois começar a interrogar minha mãe.

Assim que sai do banheiro fiquei observando o quarto, continha uma cama de casal, a mesma na qual Marina se entregou pra mim a primeira vez, um pequeno closet e uma cômoda com quatro gavetas. Estava tudo no mesmo lugar, minha coleção de bonequinos ainda estava sobre a cômoda junto com um pequeno som estéreo e minha coleção de gibis estava organizada em uma prateleira dentro do closet. Desfiz minha mala guardando as roupas em seu devido lugar e me vestindo ao mesmo tempo, logo ouvi minha mãe me chamando da cozinha. Mirei a janela que tinha vista para um ponto do lago e memórias me atingiram como chuva.

“Estávamos sentados no pequeno cais, ela me contava como era ter a vida totalmente controlada pelo os pais. Ela estava em um de seus habituais vestidos, com o cabelo preso e os pés descalços, parecia ainda mais linda assim totalmente simples e natural.

- Então, você tem namorado ou alguém? – não queria me decepcionar, mas eu estava com muita expectativa de que a resposta fosse negativa

- Na verdade não. Relacionamentos são uma grande besteira, nem acredito no amor. Eu sei que meus pais se amam e essas coisas mas acho que isso não aconteceria comigo! – ao mesmo tempo que fiquei feliz com sua resposta, fiquei triste”

Lembrar daquilo me doeu um pouco, saber que foi ali que ela admitiu não acreditar no amor e nesse mesmo local demos o nosso primeiro beijo. Tentei afastar aquela lembrança e desci para ver o que minha mãe queria.

- Então, a senhora vai me contar quem está aqui conosco? - perguntei adentrando o cômodo
- Vou deixar que ela mesmo lhe conte. Vá, ela está no lago. - Minha mãe tinha um brilho diferente nos olhos - Aproveite e leve esse suco pra ela!

Peguei os copos de sua mão e segui para o lago, creio que minha mãe esteja tentando me arrumar uma namorada mas eu já disse pra ela que sou perfeitamente capaz de arrumar uma quando estiver preparado para começar um relacionamento. Tinha uma mulher uma sentada no pequeno cais do lago, seus cabelos eram escuros como a noite e caiam em grandes cachos ate sua cintura, por um momento pensei estar vendo Marina. Mas isso não poderia ser verdade. A essa altura ela devia estar muito bem casada e com filhos.

Sentei-me ao seu lado e lhe entreguei um dos copos com suco. Ela pegou mas não olhou para mim e novamente pensei estar vendo Marina mas logo afastei sua imagem da minha cabeça.

- Eu adorava vir aqui no fim da tarde e assistir o pôr do sol - falei quebrando o silêncio

- Eu gostava ainda mais quando vínhamos aqui no fim da tarde e eu lia pra você minha poesias - ela finalmente falou e se virou pra mim
Meu coração quase parou com aquela imagem. Sim. Agora eu tinha certeza. Era Marina, a minha Marina. Ela sorria esbanjando sua simpatia enquanto eu me mantinha parado tentando absorver aquele choque.

- Pablo, você está bem?

Meus lábios se moviam mas o som das palavras não saiam de minha boca. Ela tocou meu braço para verificar se eu realmente estava bem, então notei que aquilo não era mais um de meus sonhos. Peguei sua mão e levei até meu rosto só pra sentir seu toque mais uma vez. Logo sua expressão de preocupação sumiu dando espaço ao seu lindo sorriso e só então as palavras pularam de minha boca.

- Eu me lembro de cada detalhe, foi neste mesmo lugar que você me disse não acreditar no amor, e começou a falar de como tudo isso era uma grande besteira. – não sei o porque de estar falando aquilo agora, mas parecia tão correto dizer aquelas palavras - E foi aqui neste mesmo lugar que você admitiu estar apaixonada por mim e demos o nosso primeiro beijo.

Agora foi sua vez de ficar sem palavras, seu sorriso agora era tímido novamente e seus olhos estavam marejados. Ela apertou minha mão e me guiou até a entrada da casa, para o mesmo ponto onde tínhamos nos despedido e eu feito a minha promessa de nunca esquecê-la.

- Eu prometi! Eu nunca escrevi, nunca liguei e eu sempre lembrei que você foi meu amor de verão! E nesse momento eu desejo um lugar onde pudéssemos nos esconder e fazer mais uma vez como a primeira vez - mais uma vez sua voz era rouca e fraca.

- Você sempre será meu amor!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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