– Eu sei um jeito de você brilhar – Helio diz para Amanda, já de manhã, após todos terem acordado.

– COMO?! – Amanda pergunta, animada.

– Lá na cozinha, fazendo umas panquecas – ele põe os pés na mesa.

– Como eu vou fazer panquecas? Não tem os ingredientes necessários.

– Tem sim, eu me levantei mais cedo e fui para os fundos. Lá tinha algumas galinhas e um saco de farinha de trigo. Peguei os ovos e saí correndo antes que elas me mordessem, vai que elas são zumbis também. – Helio fala, dando de ombros.

– E o leite, cabeção? – Amanda pergunta, revirando os olhos.

– Ah, tinha uma vaca lá atrás também – diz ele, apontando para os ingredientes que estavam em cima de uma bancada.

E assim eles viveram 26 dias à base de panqueca naquela pequena cabana. Até que em um belo dia de sol, Ambrose descobre que as galinhas não eram zumbis. Helio observava a paisagem, havia uma horda de walkers lá fora, e ele disse:

– Pessoal, façam silêncio, pois tem um bando de comedores de pele lá fora.

Ambrose entrava correndo para contar sua descoberta aos dois. Enquanto Amanda preparava mais uma panqueca para o café da manhã, o que ninguém esperava é que a “talentosa” iria querer imitar algum mestre cuca ou aqueles programas de culinária jogando a massa para cima para pegar com a frigideira novamente. O que não aconteceu, pois ela cai quente no rosto de Ambrose que dá um estridente grito.

–Aaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

–Ooops... – resmunga Amanda.

Helio ainda observava os mortos vivos e instantaneamente na hora do grito, eles mudam seu rumo em direção à cabana.

– Pessoal, agora lascou! Peguem o que puderem e saiam pelos fundos.

Helio pega a garrucha, as balas no saquinho e sua mochila, Amanda pega a faca que havia encontrado e as duas latas de feijão, que ainda não haviam consumido enquanto Ambrose, comendo a panqueca que havia caído em seu rosto pegava sua mochila e um saco vazio. Helio e Amanda olham pra ela sem entender o que se passava, mas não dizem nada.

– Prontos? – diz Amanda.

– Sim! - respondem ambos juntos.

Ao saírem, já era possível ouvir os mordedores pressionando a cabana tentando entrar nela. Finalmente é revelado o objetivo de Ambrose para com o saco até então vazio.

– O que você tá fazendo? Amanda diz.

– Ué? Estou garantindo a janta. - diz Ambrose, enfiando uma galinha viva dentro do saco. Atitude que faz as galinhas fazerem ainda mais estardalhaço, deixando os “Walkers” ainda mais atiçados.

Amanda e Helio não dizem nada, apenas mexem a cabeça desaprovando o que Ambrose tinha feito. Helio olha para todos os lados e pensa num plano. Para frente ele vê a vaca, que ele havia colocado em cima de uma carreta de trator, para o lado direito ele olha e vê um caminhão baú, desses de entrega de peixe, provavelmente vazio e para o lado esquerdo ele vê um carro encostado a um ônibus que estava de uma forma que trancava a rua.

– EUREKA! - Helio fala.

– O que foi? Tá ficando louco também? - pergunta Amanda.

– O que você quis dizer com isso Amanda? – Ambrose revira os olhos, bufando.

– Calem a boca e me ouçam! - diz Helio - Vou precisar da ajuda de vocês. O plano é o seguinte: Peguem quantas galinhas puderem e enfiem nesse saco, cortem a garganta delas e vão fazendo uma carreira correndo para o lado daquele carro com o ônibus atraindo os famintos suba para o ônibus e fiquem lá. Enquanto isso eu corro pro outro lado e pego aquele caminhão rezem para que ele funcione, vou dar a volta na quadra e vocês pulam no baú até eu achar um lugar seguro para que vocês possam entrar nele.

– Ah tá. E desde quando você sabe dirigir um caminhão? - Amanda revira os olhos.

–Ah... Você não conhece completamente seu mano, honey. – fala Helio, piscando para Amanda.

– Tá agora chega de papo e vamos botar este plano em ação. Ambrose diz, em um ato de sanidade.

Ambrose e Amanda saem pegando as galinhas, enquanto Helio corre para o lado do caminhão. Logo elas ouvem os “walkers” quebrando a porta e janelas, logo aparece um deles do outro lado. Elas saem correndo em direção ao ônibus Amanda corta o pescoço de uma das galinhas e joga no chão e assim vão fazendo uma trilha de galinhas mortas.

– Lá se vai nossa canja. - Ambrose fala, passando a mão na barriga.

Logo os andantes começam a disputar as galinhas mortas, comendo tripas e corações e os rasgando com seus dentes podres.

– Deu certo! - Amanda berra, animada.

Enquanto Helio entra no caminhão e o funciona imediatamente. Surpreendentemente ele não vai fazer a volta na quadra e vai para o lado onde estava a carreta de trator com a vaca.

– Eu não acredito que ele está indo resgatar a vaca - diz Amanda furiosa.

– E vocês ainda acharam que eu era louca de querer salvar uma galinhazinha pra fazer uma sopa. - Ambrose diz.

– Cala a boca! - Amanda responde e Ambrose mostra a língua para a amiga.

– Vamos subir no ônibus como ele pediu. - diz Amanda, vendo que Helio conseguiu resgatar a vaca com sucesso e já estava indo dar a volta na quadra.

O que ninguém esperava é que, em pleno caos, algum babaca ainda teve a ideia de acionar o alarme do carro. Algum babaca mesmo, pois seu alarme era uma música e uma música um tanto quanto estranha. WHAT DOES FOX SAY? começa a tocar no carro. Amanda e Ambrose em já estavam no ônibus e Amanda GRITA:

– AAAHHHH!!! Eu AMO ESSA MÚSICA.

– AAAHHHH!! EU TAMBÉM! – Ambrose Diz.

Então as duas começam a fazer a coreografia da música como se estivessem se apresentando para os mortos vivos que por causa do barulho já estavam indo na direção delas.

Logo Helio chega com o caminhão e sua vaca no baú e as duas em pulam no baú. Deitam e se agarram nas antenas do caminhão para não cair. Helio arranca de uma forma sutil pegando um caminho que os levariam a Atlanta.

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– Droga! - Helio resmunga, depois de um dia inteiro ter se passado. - Por que essa porcaria de gasolina tinha que acabar agora?! Estamos chegando em Atlanta!

– Olhe pelo lado bom – Amanda dá um sorriso forçado – É menos coisa para andar! Ah é! ISSO NÃO É BOM!!!!

– Pare de gritar, por favor – Ambrose pede, descendo do caminhão – Acho que vamos ter que continuar à pé mesmo. Só faltam uns cinco quilômetros.

– Só? Só cinco quilômetros?! EU NUNCA ANDEI MAIS QUE DOIS EM UM DIA SÓ! - Amanda fala, sentando no chão.

– Nós não podemos ficar aqui sem fazer nada, não é? - Helio diz, puxando a irmã do chão.

– Isso mesmo! Pare de viadagem e vamos logo – Ambrose fala brava para a amiga, que resmunga.

Depois de umas quatro horas e de terem percorrido três quilômetros (Eles demoraram tudo isso pois tiveram que arrastar a vaca) eles encontram uma casinha. Era um pouco menor que a última, mas precisavam de um lugar para ficar e era tudo aquilo que tinham. Entraram na cabana, com facas na mão e mataram apenas um walker. As garotas se jogaram nos dois sofás que tinham na sala e tiveram que dividir a sala com a vaca enquanto Helio ocupava o único quarto da casa.

– Ambrose – Amanda falou, olhando para o teto.

– Hm? - pergunta a amiga, também deitada.

– Você sente falta do orfanato? - Amanda pergunta, desta vez olhando para Ambrose.

– Ahn, claro que não! Lá era tudo um saco! - Ambrose responde, virando para o outro lado.

– Mas... Eu sinto – Amanda diz.

– Muuuuuuuuuuu - a vaca muge. Seria uma loooooonga noite.

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– VAMOS! LEVANTEM! Temos um longo caminho pela frente! - Helio disse, jogando as duas meninas para fora do sofá e acordando a vaca.

– Ah, que coisa! - Amande resmunga, pondo as botas.

– Agora falta pouco – Helio falou, quando saíram da cabana e segurando a vaca por uma cordinha.

E então eles continuaram seu caminho. E dessa vez a vaca não teve que ser arrastada. Então depois de duas horas eles chegaram na entrada da cidade. Tinham carros abandonados na pista que saía da cidade, mas eles continuaram entrando. Cada vez mais.

– Como vamos achar as outras pessoas? - Amanda perguntou, enquanto eles viravam uma esquina. Helio arregalou os olhos – EITA NÓIS!

Centenas de walkers estavam lá, no final daquela rua. Eles viraram a cabeça estilo a menina do Exorcista e vieram em direção dos três sobreviventes.