Take My Heart escrita por Eileen Vongola


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Acho que demorei mais para pensar em um título do que para escrever a própria história. Criatividade level + de 8000, huehueh -q
Enfim, uma história curta, mas espero que gostem :D



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Kvothe estava sentado em cima do telhado aquela noite. Tocava seu alaúde enquanto observava o céu, onde parecia não caber mais nenhuma estrela. A lua estava encantadora, imponente e cheia de si. Enquanto tocava algumas melodias aleatórias, Kvothe colocava seus pensamentos no lugar.

Uma leve brisa passou, bagunçando seus cabelos ruivos. Lembrou-se do nome do vento, como se fosse um velho amigo. Parou de tocar, quando ouviu um barulho ali perto. Olhou para o lado e viu uma garota, andando em sua direção. Ela era bonita e esguia. Seus cabelos eram tão lisos que a brisa passava nos fios, balançando-os em um movimento tal como se estivesse embaixo d'água. A luz da lua refletia em seus olhos, tão claros quanto sua pele. Sentou-se ao lado de Kvothe.

– Olá Kvothe! – Auri sorriu. – O que trouxe para mim hoje? – Olhou-o curiosa. Havia algo estranho nela que fazia Kvothe perder-se completamente. Uma espécie de aura, como se ela fosse da terra dos Encantados. Não que ela fosse tão estonteantemente bela quanto Feluriana, mas havia algo de único naquela garota, que nem mesmo a beleza da Encantada o atraíra tanto.

– Trouxe uma maçã que acha que é uma pêra. – Kvothe disse, enquanto pegava uma sacola ao seu lado e abria para tirar as coisas que ali haviam. – E um anel dos encantados – E retirou da sacola um pequeno anel prateado. No meio havia uma pedrinha transparente, que quando a luz da lua batia nela, parecia refletir várias cores ao mesmo tempo.

– Ele é muito bonito! – Auri disse, enquanto Kvothe segurava sua mão para colocar o anel.

– Mas não pense que é um anel comum. – kvothe continuou. – Ele é um ladrão de cores! – E riu com o olhar surpreso de Auri. – E acho que ele tem boas histórias para contar.

– Então vou guardá-lo com muito cuidado. – Auri disse. Olhava o anel como se fosse um tesouro valioso.

– Mas e quanto a você? – O ruivo perguntou. – O que trouxe para mim?

A garota parou de admirar o presente, e retirou o colar que estava usando. Havia nele um pingente diferente, que Kvothe notou ser uma chave. Observou quieto, enquanto ela erguia a mão para entregar-lhe o colar.

– Trouxe uma chave. – Ela respondeu. – Mas não é uma chave comum. – E olhou para ele, como se esperasse que ele adivinhasse para que serviria aquilo.

– E que tipo de chave seria essa, Auri? – Kvothe perguntou. – Ela abre uma porta para o mundo dos encantados? – Ela balançou a cabeça, negando. – Uma porta para a lua? – Ele chutou. Sabia que não seria isso. E esse era mais um dos motivos para ele se sentir tão intrigado em relação à ela. Ele jamais entenderia o que se passava na mente de Auri. Nem que tentasse sua viva inteira. Poderia ter lá sua fama. Poderia saber o nome do vento, ter o alar mais forte dentre o de todos os seus colegas da Universidade, poderia ser Kvothe, o Sem Sangue. Poderia ser dotado de uma inteligência impressionante. Mas ainda assim, ele jamais compreenderia Auri. E isso o incomodava mais do que deveria.

– Você não é muito bom em adivinhar. – Auri disse. – Vamos lá, tente mais uma vez. – E sorriu, encarando Kvothe.

– Sinceramente Auri, eu não sei. – Suspirou. – Diga, o que exatamente essa chave abre?

Auri continuou encarando-o por alguns segundos. Achava engraçado ver-se refletida nos olhos de Kvothe. Aliás, ela adorava aqueles olhos. Pareciam duas pequenas esmeraldas, de acordo com ela. Quando disse isso à ele certa vez, sentiu-se feliz por ver que ele gostara daquela comparação. Desde então sempre pensava em um novo elogio para fazer a ele quando se encontravam.

Outra coisa que ela amava era a música. Para ela, ninguém no mundo sabia fazer música tão bem quanto Kvothe. Sempre que ficava triste, lembrava-se das melodias que ele tocava especialmente para ela, e isso deixava-a calma e muito feliz. Quando ele começava a cantar junto, ela fechava os olhos e deixava a música fluir por seus ouvidos, e às vezes, algo bem no fundo de sua mente parecia querer emergir. Como um passado distante, há muito tempo esquecido.

– Esta chave, querido Kvothe – Começou a dizer. – É a chave do meu coração.

Kvothe ficou realmente surpreso. Não esperava uma resposta como aquela. Pelo menos, não de Auri. Apertou a pequena chave na mão, como se temesse perdê-la. Encarou a garota, sem saber exatamente o que responder.

– Tem certeza de que quer me dar algo tão importante, Auri? – Kvothe perguntou.

– Mas é claro. – Ela respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia. – Isso é estranho, kvothe, quando estou longe de você, só o que consigo pensar é quando poderei vê-lo novamente. – Ela fitava-o enquanto falava. – Quando estou longe de você, começa a doer bem aqui. – Pegou a mão de Kvothe, e colocou por cima de seu peito, como se quisesse que ele sentisse seu coração batendo. Kvothe corou instantaneamente. – Acho que é justo te dar essa chave, pois dessa forma, você sempre poderá cuidar do meu coração. – E sorriu, com uma expressão inocente no rosto.

Kvothe apenas fitou Auri, pensando com cuidado no que iria responder. Um sentimento estranho parecia brotar em seu peito, algo tão inesperado quanto as palavras que acabara de ouvir. Talvez no fundo, kvothe soubesse o que aquele sentimento representava. Talvez estivera ali o tempo inteiro, e só naquele momento ele notara.

– Cuidarei dele para sempre, Auri. – Ele disse. – Eu prometo. – E delicadamente, beijou os lábios da garota. Temeu que aquele gesto fosse assustá-la e que ela sairia correndo dali, escondendo-se por semanas. Mas Auri apenas sorriu, as bochechas levemente coradas.

A garota deitou a cabeça em seu ombro, e fechou os olhos. Kvothe, então, pegou seu alaúde e começou a tocar suas melodias favoritas. E ficaram assim o resto da noite.

Kvothe poderia não compreender o que se passava na mente de Auri, mas agora, definitivamente, ele começava a compreender o que se passava em seu coração.


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Notas finais do capítulo

E um agradecimento especial para quem conseguiu chegar até aqui (se é que alguém conseguiu -q). Espero que deixe um humilde comentário, nem que seja pra dizer que a história ficou uma porcaria sahfidughfy.

E mais uma vez, um beijo para a mamacita Kori, e obrigada por tentar ajudar com sua criatividade sem limites para títulos hahaha.

Até mais! :D