Capítulo 29:

Pov. Binho

Fiquei muito assustado quando a vi naquele estado.

Binho-ANA!

Ana- Fala baixo Binho! –Disse sussurrando.

Binho- Foi mal. O que aconteceu?

Ana- Eu caí!

Binho- Como?

Ana- Eu to com tanto sono que tropecei da escada e não consigo levantar.

Binho- Ta doendo muito?

Ana- Quando eu fico parada não, mas quando eu me mecho sim, bastante.

Binho- Ai meu Deus... O que é que eu faço agora?

Ana- Chama alguém pra ajudar, por favor!

Binho- Eu já to chamando, pera aí... – Eu disse meio atrapalhado.

Subi as escadas e fui ao quarto das meninas.

–Gente, venham aqui!

Mili- O que aconteceu?

–A Ana caiu da escada.

Todas ficaram muito preocupadas e desceram correndo. Enquanto isso eu fui ao nosso quarto e chamei os meninos. Quando a gente desceu as meninas já estavam tentando levantar Ana.

Mosca- Ta dando certo?

Vivi- Mais ou menos...

Cris- Dói quando ela se mexe.

Tati- Vocês não acham melhor chamar o Chico?

Pata- Ta doida? Ele vai ver a Ana com roupa de sair e vai saber que a gente fugiu.

Mili- A gente vai ter que dar um jeito de por pijama na Ana para chamar o Chico.

Ana- Mas ele vai querer saber por que eu caí da escada.

Bia- Você diz que foi tomar agua e tropeçou na escada.

Mosca- O mais difícil vai ser colocar o pijama.

Cris- Eu vou buscar lá.

Binho- E a gente sobe, porque não vai dar muito certo a Ana trocar de roupa com a gente aqui né?!

Matias- Não que pra você fosse um sacrifício... –Disse para mim.

Binho- Cala a boca Matias! – Disse enquanto subíamos as escadas.

Pov. Mili

Eu estava muito preocupada com a Ana, ela não conseguia se mexer direito e seria difícil colocar o pijama nela nesse estado. Tati chegou com o pijama e eu tentei encontrar a melhor forma de coloca-lo.

Mili- Bom... Agora que você conseguiu sentar vai ficar um pouco mais fácil.

Ana- Mais ou menos, a minha perna ta doendo muito, eu não consigo mexer.

Mili- Vamos todas ajudar, não é meninas?

Todas- Sim!!

Todas com muito cuidado ajudamos Ana tirar a roupa e colocar o pijama. Foi um pouco difícil mas a gente conseguiu. Agora a gente só precisava chamar o Chico.

Mili- Quem chama o Chico?

Bia- Eu chamo, mas alguém tem que ir comigo!

Cris- Ta com medo Bia?

Bia- Óbvio que não né Cris?!

Cris- Ta bom, tanto faz... Vamos!

Cris e Bia fora no quarto de Chico e o chamaram. Depois de um tempo os três voltaram para a sala e o Chico estava meio que sem entende as coisas.

Chico- O que ta acontecendo?

Pata- A Ana caiu da escada Chico.

Chico fez uma cara de assustado e de preocupação, ele foi correndo para ver como Ana estava.

Chico- Como você fez isso?

Ana- Eu... –Ela olhou para nós e Bia fez uma cara, para ela dizer o combinado. – Eu fui tomar água e tropecei na escada.

Chico- Pera aí... Eu vou tentar mexer a sua perna, se doer me avise.

Chico começou a mexer a perna da Ana.

Ana- Aaaai aai Chico, para!!! –Disse ela quase chorando de dor.

Chico- É só a perna que ta doendo?

Ana- Não, mas a perna dói mais.

Chico- Eu vou levar você para o hospital agora!

Chico pegou Ana no colo com o maior cuidado e colocou na vã do orfanato. Depois me lembrei dos meninos que estão esperando alguma notícia.

Mili- Pessoal, os meninos estão esperando uma notícia, lembram?

Pata- Verdade. Eu vou lá contar oque aconteceu.

Pov. Binho

Estávamos no quarto esperando notícias. Eu estava muito aflito e era difícil disfarçar.

Rafa- Ta tudo bem aí Binho?

Binho- O que você acha?

Mosca- Ui, ui, ui, ele ta estressadinho!

Binho- Cala a boca Mosca, será que você não percebeu a gravidade da situação? E se ela ficar tetraplégica?

Matias- Iih Binho, ta maluco? Ela conseguiu sentar e tudo, no máximo pode ter quebrado algum osso, só isso...

Binho- SÓ ISSO?

Thiaguinho- Porque ele ficou assim? –Disse meio sonolento.

Rafa- Ele e a Ana... –fez um coração com as mãos- Se é que você me entende!

Thiaguinho- A ta! –Disse rindo.

Nesse momento Pata abriu a porta com tudo.

Mosca- Ta maluca?

Pata- Calma, eu só vim falar que...

Binho- Eu não disse?! A Ana não vai poder mais andar, é isso? –Eu disse muito preocupado.

Pata ficou com uma cara de espanto olhando para mim.

Pata- Endoidou de vez Binho? O Chico a levou para o hospital.

Matias- A gente vai ter que esperar até amanhã pra saber oque aconteceu?

Pata- Aham... E agora é para a gente dormir porque pelo visto eles vão demorar.

Rafa- Aff, ninguém merece... Agora a gente vai ter que aguentar ele assim até amanhã! –Disse apontando para mim. Eu mostrei a língua como resposta.

Demorei, mas consegui pegar no sono, mas poucas horas depois a Ernestina veio com o seu querido amigo apito.

Ernestina- ACORDA CAMBADA!!

Thiaguinho- Nem deu pra dormir nada...

Mosca- É Ernê, deixa a gente dormir mais um pouco.

Ernestina- Por mim vocês dormiam o dia inteiro, assim eu não precisaria ter que aturar as brincadeiras de mau gosto que vocês fazem, mas a Carmem quer que todos desçam AGORA! – Disse dando um susto em todos com o seu “AGORA”.

Levantamos, nos arrumamos e descemos. Era impossível não notar na cara de sono de todos.

Pov. Mili

Descemos e ficamos esperando os meninos. Quando eles chegaram, a bruxa, quer dizer... Carmem começou a falar.

Carmem- Mas oque é isso?

Bia- Qual é o problema?

Carmem- Nada... Além dessa cara de bicho morto de vocês.

Pata- Nossa... Quanta consideração! -Disse fingindo estar decepcionada.

Carmem- Calem a boca. Eu vim aqui avisar que está tudo bem com a Ana, ela só quebrou a perna, mas já está tudo sob controle.

Mili- E onde ela está agora?

Carmem- Está á caminho com o Chico.

Cris- Ela não dormiu aqui?

Carmem- Não. O hospital estava muito cheio e por isso eles tiveram que ficar por lá mesmo.

Nesse exato momento Chico abriu a porta. Ana estava com gesso e muletas andando com dificuldades, e dava para perceber a cara de sono que ela estava, tadinha.

Ana- Oi gente!

Todos- Oi Ana!!

Formamos um pequeno tumulto na recepção da Ana, mais isso terminou com Carmem aos berros.

Carmem- SILENCIOO! Eu quero saber como a senhorita caiu das escadas.

Ana- Ué... Eu já disse. Fui pegar um copo de água e sem querer tropecei nas escadas e caí.

Carmem- Me diga uma coisa... Você já tinha tomado água quando caiu?

Ana- Já sim!

Carmem- Engraçado que isso tá me cheirando á mentira.

Ana- Eu não to mentindo.

Carmem- Não é isso que as evidencias dizem.

Ana- Como assim?

Carmem se direcionou para os sofás e pegou as roupas da Ana que estavam atrás do sofá. Não era possível, eu não acredito que a gente esqueceu de levar para o quarto. Ana nos olhou como se quisesse dizer: “Eu não acredito nisso”.

Carmem- Primeiro, a cozinha estava fechada e não tinha como em hipótese alguma você ter entrado lá. Segundo, oque significa isso? –Disse apontando para as roupas.

Continua...