Blond Hair escrita por Achele Rocks


Capítulo 5
The Path Of Hell


Notas iniciais do capítulo

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"I hope that you see right through my walls
I hope that you catch me 'cause I'm already falling
I'll never let our love get so close
You put your arms around me and I'm home"

A loira disse por fim, virando-se e entrando no bloco. E eu apenas fiquei ali alguns minutos pensando no que acabei de escutar. Ninguém nunca havia me dito aquilo, ninguém nunca se importou comigo daquela forma, nem mesmo Marle. Susan era uma mulher sozinha e dependente, contudo muito forte.

Segui para dentro do bloco. Entrei em uma das celas e me deitei na cama de cima do beliche, já que Susan havia ficado com a de baixo.

O silêncio invadiu o local, ninguém ousava tocar no assunto do beijo. O sono tomou-me por completo e me impediu de qualquer pensamento sobre o que acabará de ocorrer. Acordei apenas quando Susan sussurrou meu nome, sussurrou é a palavra errada, literalmente gritou.

– Acorda, já é de manhã – Não utilizou a delicadeza.

Fiz uma cara de poucos amigos, entretanto rapidamente me levantei e comecei a arrumar minhas coisas. Susan ficava logo ao lado completamente receosa, apenas observando como se quisesse perguntar algo.

– Fale – Disse curto e grosso. – Mas pare de olhar com essa cara, está me deixando nervoso – Cocei a cabeça, arqueei as sobrancelhas e a observei esperando uma resposta.

– Vamos logo – Apenas ignorou o que eu acabarei de falar, como sempre...

Fingi que não a escutei e logo peguei minha besta nas mãos e comecei limpá-la.

– Tudo bem – Disse por vencida. – Por que me beijou? E para onde vamos? – Falou tudo de uma vez só, aliviada.

– Não sei – Falei ainda olhando para a besta.

– O não sei é resposta para qual das duas perguntas? – Indagou aflita.

– Pode ser para as duas – Balbuciei e prossegui – Mas realmente não sei, juro – Dessa vez olhei em seus olhos que estavam um tanto quanto brandos.

– Apenas vamos embora – Ordenou.

– Tudo bem – Cedi.

Botei a besta em minhas costas, peguei as mochilas e segui para fora. Subi na moto e a esperei, demorou mais alguns minutos para aparecer, longos minutos. Voltou com os cabelos molhados, com certeza havia tomado banho, pois estava mais linda do que já era.

– Devemos procurar seus amigos – Disse sentando-se na garupa.

– Mas eles não deixaram pistas, como poderíamos saber onde estão? – Indaguei virando o rosto em sua direção.

– Eu sei de alguém que pode ter pegado eles – Disse séria.

– Pois fale de uma vez – Ordenei.

– Tem uma parte da minha história que eu não te contei – Suspirou, ficou alguns minutos pensando e prosseguiu – Em uma das vezes que estava fugindo com Raul, conheci um homem. – Eu a interrompi.

– E o que eu tenho haver com isso! – Exclamei bravo.

– Calma, me deixe continuar – Botou o dedo em minha boca, sorriu sem mostrar os dentes e continuou. – Ele tinha construído uma cidade de verdade, nos apresentou a toda pequena população que morava lá, aceitou eu e Raul de braços abertos, fez até um veterinário da cidade trata-lo; era um lugar totalmente seguro, onde realmente Walkers não entravam. Havia muros grossos e vigilantes o dia todo. O uso de armas era estritamente proibido, já que supostamente não necessitaríamos devido à ausência de perigo. A vida dos habitantes era normal, os adultos trabalhavam, as crianças estudavam, todos tinham casas e conforto e comida nunca faltava. Até animais viviam lá aos montes – Deu ênfase nos animais, ela realmente os amava. E eu apenas escutava tudo aquilo incrédulo. – Eu pedia para ajudar na proteção dos muros, já que me considero uma boa atiradora, mas ele sempre me impedia, me mandava procurar outro tipo de trabalho. Então me apaixonei por aquele homem, no começo ele foi a melhor coisa que já havia acontecido em minha vida – Tirando o Raul, claro – o amor havia me cegado, eu não podia enxergar o que realmente acontecia naquele lugar. Foi um dia que o peguei conversando com seu conselheiro sobre um grupo de sobreviventes que ele queria suas cabeças. Quando viu que eu havia escutado um de seus “segredos”, me trancafiou muito tempo em seu quarto – Fez uma pausa para ver minha expressão – Ele possuía uma obsessão por mim e nunca soube o por que. Um dia consegui escapar com a ajuda de um de seus capangas. – Terminou com um longo suspiro.

– Mas então, por que esse cara te ajudou? – Indaguei angustiado, esquecendo-me do grupo.

– Realmente não sei, ele me entregou o cavalo e deixou que eu seguisse em frente, então apenas fiz isso, sem olhar para trás. – Riu sem humor.

– E qual era o nome do dono dessa cidade? – Gritei.

– Costumavam o chamar de governador – Disse séria.

– E por que você acha que o grupo estaria lá? – Perguntei aflito.

– Por que o governador seria o único capaz disso – Disse como se fosse óbvio, com um sorriso cerrado em seus lábios.

– Ele é tão louco assim? – Sorri sem humor.

– Não, claro que não – Respondeu irônica.

– E você sabe exatamente onde fica essa tal cidade? – Indaguei sério.

– Se eu não soubesse não teria te contado toda essa história – Respondeu entediada.

– Então teremos que fazer uma visita a seu namorado – Respondi virando-me e dando partida na moto.

– Muito engraçado como sempre Daryl – Sorriu sem humor.

Ela me indicará o caminho corretamente e realmente à cidade ficava muito longe dali, teríamos longos dias de viagem pela frente, longos dias ao lado de Susan.

Foi uma viagem exaustiva, sem nenhum tipo de diálogo. Estava em alta velocidade a fim de ganhar tempo, quando Susan exclama:

– Aquela casa parece tranquila podíamos passar a noite ali – Apontou.

– É – Concordei seguindo com a moto até a frente da casa.

– Desta vez eu vou à frente e você me da cobertura – Falei e logo peguei minha besta nas mãos. Abri a porta da casa calmamente, dei um passo de cada vez com a maior cautela do mundo. Já Susan impaciente resolveu passar em minha frente, abriu as portas de todos os dormitórios e verificou-os, mas o que ela não viu foi um errante aproximando-se de suas costas. Peguei a faca que estava em meu cinto e matei-o silenciosamente, Susan vira-se para mim assustada e eu falo:

– Não sei como sobreviveu esse tempo todo sem mim – Um sorriso convencido surgiu em meus lábios.

– Eu sou muito cuidadosa ok? Apenas sabia que você estava ai – Disse envergonhada.

– Parece que este era único – Disse dando um leve chute no bicho.

Levei o corpo do Walker para dentro de um quarto afastado, afinal eu não queria vê-lo a todo instante, muito menos Susan. Quando voltei para a sala de estar Susan não estava mais lá, agora estava atrás de comida na cozinha. Aproveitei e fui até o banheiro verificar se ainda existia algum sinal de água... E para minha sorte sim, a caixa D’água deveria estar cheia. Fechei a porta, abri o chuveiro e entrei no box para tomar um banho. Fiquei algum tempo ali limpando todo meu corpo. Quando terminei fui atrás de Susan na cozinha.

– Olhe isso, temos comida dentro do prazo de validade – Disse alegre em quanto me mostrava os armários cheios. Observou-me por alguns instantes e falou – Credo, nem sabendo que temos comida você sorri.

Apenas continuei sério. Susan arrumou todos os alimentos que existiam naqueles armários sobre a mesa. Sentei-me quando percebi que já estava tudo pronto.

Tínhamos bolo velho, salgadinhos, bolachas, salsicha enlatada, algumas besteiras e um pão duro. Era com certeza o melhor jantar que eu já havia tido naquele mês. Sem pensarmos muito começamos a comer

– Temos até manteiga de amendoim, não acredito – Disse lambendo os dedos em quanto se deliciava com o pote.

– E eu nem precisei caçar – Falei de boca cheia.

– Você era um caçador? – Balbuciou enojada, desprendendo sua atenção da manteiga de amendoim.

– Eu sou. – Respondi convicto.

– Você ao menos tinha pena? – Indagou curiosa e surpresa.

– Eu tenho pena Susan, fale no presente – Suspirei e prossegui falando calmamente, controlando-me – Eu caçava para sobreviver, na verdade eu caço para sobreviver, agora ainda mais, para poder ter o que comer... Não é todo dia que encontramos uma casa recheada e tranquila como essa. Não sou um monstro de sete cabeças, posso às vezes – quase sempre – ser grosso, mal humorado e o caralho a quatro, mas não sou desumano – Suspirei mais uma vez – Pare de me comparar a estes errantes. – Disse por fim voltando a comer. E ela continuou a olhar-me completamente surpresa, o que eu acabarei de falar havia a deixado sem palavras.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... COMENTEM!!



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