1939 escrita por Anna J Veron


Capítulo 1
Things We Said Today - Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! ^^

Bom, aqui está o culpado pela minha eterna demora das atualizações de minhas outras fanfics. Eu e minha amiga entramos em um concurso de histórias e passamos esses últimos dias pensando realmente sobre o que iriamos escrever. É claro que seria algo homossexual por isso tivemos um trabalho dobrado. Queríamos algo com impacto e depois de assistirmos o Menino do Pijama Listrado, cá está a nossa história. Infelizmente não ganhamos, mas ficamos em terceiro lugar. o/

(Nós lemos as outras duas histórias e gente, mereceram ficar na posição que ficaram. Eram realmente boas. Nós nos surpreendemos por uma história homossexual ficar em terceiro lugar. Realmente ficamos surpresas e recebemos elogios dos 'jurados'. Nos orgulhamos ^^)

Eu pedi para ela se eu poderia postar nossa história aqui, porque como a história também pertence a ela eu não poderia tomar a decisão sozinha, ela disse tudo bem e aqui está a nossa história vencedora do terceiro lugar. ^^

Eu realmente espero que gostem e expressem suas opiniões. Nós duas agradeceremos.
A história passou por uma breve mudança já que não poderia ter insinuação de sexo na original. ^^

Boa Leitura!

Ps: Essa história também está disponibilizada para leitura no site do AnimeSpirit! ^^

Ps²: Desculpem-me qualquer erro. Eu perdi a original, a que mandamos para o concurso. Ela estava betada, mas não consegui achar. Esse é o rascunho, mesmo que eu tenha dado uma olhada antes de postar deve ter algum errinho ali ou aqui... Desculpe por isso. Concerto o mais rápido possível.



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Antes de qualquer movimento com seus olhos diante destas próximas palavras saiba que não é uma história de amor como outra qualquer. O ser humano ama o que não tem, e este é só mais um episódio da vida humana e suas contradições ao amor. Confesso que sou egoísta, aliás, sempre fui. Mediante a tantos episódios desta vida, o viver nos torna egoísta. Em 1939, sentado em minha sala não muito bem mobiliada, ouço notícias nas rádios de uma nova oportunidade para nós alemães. Nunca fui de ter muito, mas como todo jovem sonho com um futuro melhor. Levantei-me, apanhei o casaco ainda molhado do sereno da manhã, e segui em rumo a me alistar as forças armadas, já estava decidido. Ao abrir a porta, vi soldados alemães marchando em meio às ruas, e aquela visão me trazia o sentimento de ganância e poder. Estava frio, o vento batia em meu rosto de maneira árdua, fazendo-me sentir cada cheiro, cada parte daquele momento em que iria passar a ter alguma importância para meu país, além de ter a mera função de grampear papeis em uma pequena fábrica, onde nada que fazia era valorizado.

Em meio às ruas eu pude ver o que realmente estava acontecendo com a Alemanha. Vi pelo caminho pessoas doentes, jogadas como se fossem apenas um animal sujo e sem importância. Eu as achava tão sem escrúpulos. Mas talvez a vida seja assim, você é o que te ensinam. Cresci em uma família cristã, onde faziam questão de apontar defeitos em pessoas alheias, me deixando cada vez mais a par de como seria minha vida daí para frente. Sempre fui tão preconceituoso, tão inatingível, tão ignorante. Mas sempre, apesar de todos os meus defeitos, eu não era um alemão de coração de pedra e sangue frio, a única coisa que pude sentir forapena.

Mesmo sendo uma coisa que não era vista por bons olhos naquela época, durante meu caminho eu pude ver casais se beijando em alguns becos. Fiquei me perguntando quando em minha vida eu seria um garoto normal que se apaixonaria por uma bela mulher e viveria uma vida bonita. A única coisa que me levava a me alistar era o reconhecimento de meus pais, e a vontade de servir ao país.

Em outro canto da cidade, não era tão capaz de imaginar que estaria uma pessoa que marcaria minha vida de forma tão brusca; que me faria escrever todas essas linhas e entrelinhas para lembrá-lo mesmo que seja em um pedaço de papel.

Hanan abria sua livraria ao mesmo tempo em que me dirigia a propósito de alistamento, cujas portas estavam escritas as seguintes palavras “Judeu sujo”. Ocorria ali então uma mera sincronia, onde começaria uma longa história em tão pouco tempo.

O melhor meio de encontro de duas pessoas é em meio à coincidência, onde apenas no olhar se percebe que aquela pessoa terá alguma importância em sua vida. Com Hanan foi assim, eram encontros casuais, onde ninguém sabia que haveria um.

Entrei certa vez em uma livraria em busca de um livro que relatasse sobre sonhos ou medos. Por acaso, ou destino, a livraria de Hanan me chamou a atenção. Sua frente era bem estruturada, com detalhes em verde, e ao lado de fora fui privilegiado com a visão de imensas prateleiras lotadas de livros de variadas cores e capas que tornava aquela livraria tão viva quanto às outras. Entrei com receio de não encontrar nenhum livro e sair de mãos vazias dali, voltando para casa sem nenhum consolo. Entrei, e enquanto folheava alguns livros, de trás de uma prateleira empoeirada me surgiu um homem alto, de boa aparência, barba tão bem aparada que formava traços em seu rosto e o deixava parecido com um desenho.

- Tem alguma preferência? – Disse ele.

- Como assim? – Disse aparentando medo e dúvida ao avistar um desconhecido me abordando dentro de uma livraria.

- Perdão. Não quis assustar-lhe. Apenas gostaria de saber se tem alguma preferência de livros para leitura. Meu nome é Hanan, sou dono desta livraria. – Disse ele sorrindo, tentando apagar a má primeira impressão que havia causado.

- Peço perdão eu pela grosseria anterior. Meu nome é Antonin. – disse. – gostaria de ler algo especifico para sonhos e interpretação de medos.

- É uma ótima pedida. Tenho alguns para te mostrar. – Disse Hanan guiando-me por entre as prateleiras empoeiradas e apertadas.

Neste momento, Hanan mostrou uma prateleira específica com o tema que tanto almejava. Após me deixar a vontade, sumiu novamente entre as prateleiras e após aquele dia nunca mais o vi.

Tentava o procurar por entre as ruas ou até mesmo dentro de sua livraria, mas é como se ele simplesmente sumisse. Como se ele fosse apenas uma ilusão minha dentro daquela livraria. Mesmo depois de alguns dias terem se passado nunca mais vi Hanan e sua biblioteca, antes cheias de livros, parecia ter sido destruída por vândalos na madrugada. Pichações tinham sido feitas e a biblioteca parecia abandonada. Uma pena. Gostaria de encontrá-lo e perguntá-lo o que teria acontecido, mas parecia quase uma missão impossível.

Cheguei ao alistamento e a única coisa que fiz foi preencher papeis e mais papeis. Aquilo alimentava minha ganância, e assim fiquei cego. Voltei para casa ignorando as pessoas jogadas e doentes que agora faziam parte da paisagem da minha adorada Alemanha. Ao chegar a casa, abri as cortinas e reparei que vários caminhões rodavam por ali, com soldados empurrando pessoas que antes eram minhas vizinhas e emprestavam-me vasilhas, cupons e geléias. Havia expressões tristes, pessoas gritando, sendo separadas de suas famílias como se não fosse um ser humano. Doeu-me, mas cego pela ganância, fechei rapidamente as cortinas e liguei o rádio para amenizar cada ruído desconfortável. As notícias dadas pela radio me eram tão boas perante o que via que creio eu ter me sentido impune ao que acontecia lá fora.

Passado alguns dias, bateram em minha porta. Pensei logo de inicio que seria mais um judeu pedindo dinheiro em portas erradas, mas para minha alegria naquele momento, era um soldado alemão me intimando para comparecer a sede. Rapidamente, peguei meu casaco e dirigi-me tentando disfarçar tamanha felicidade com o soldado, que parecia sério em todos os momentos. Já havia sido treinado, faltava-me agora apenas ser aprovado e chamado para servir a meu país. Ao chegar, sentei-me diante de vários soldados, que me encaravam dos pés a cabeça de maneira tão séria que de certa forma me aparentou. De um lado, um soldado gritava meu nome, e de outro, outro soldado chamava-me. Ao ter uma conversa séria, ter passado por testes e ter sido avaliado por vários outros soldados, fui aprovado. A partir deste dia minha vida mudaria completamente.

Peguei meu uniforme e fui mandado para servir em um campo, onde me disseram ser apenas um campo de lazer para pessoas não arianas. Corri para casa, arrumei minhas malas que já caía os couros externos, e segui em rumo de um caminhão juntamente com outros 11 soldados. Pelo caminho, ao sentir um cheiro desagradável, perguntei em voz alta, a fim de obter alguma resposta de algum soldado que ali estava.

- Que cheiro maldito! O que poderá ser? – Alguns soldados riram de minha pergunta, e ao meio de tantas risadas, um soldado alto com uma cicatriz perto da boca de disponibilizou a falar.

- Acho que é um novato mesmo. – ele riu. – É o cheiro dos campos. Você deverá se acostumar com ele já que está indo para lá.

- Ora, mas por que este cheiro vem dos campos? – Todos os soldados puseram-se a rir, e novamente o mesmo soldado se pôs a falar.

- Judeus sujos são queimados lá. – Na mesma hora me aterrorizei. Talvez não estivesse indo para um campo de lazer, ou talvez estivesse sido enganado ou sido feito motivo de chacota para os demais soldados que achavam que eu saberia o que estava prestes a encarar.

- Como queimam judeus? – Perguntei tentando evitar minha voz apavorada.

- Judeus são sujos, não farão falta. Se prepare, novato. Você irá queimá-los a partir do momento que entrar dentro daquele campo. – a voz do outro era de pura chacota e apavorado, calei-me, a fim de aparentar conformidade enquanto os soldados riam e comentavam minha falta de informação.

Chegando ao campo, o cheiro aumentava e parecia piorar a cada passo que me arriscava a dar. Ali havia pessoas com fome e sem alguém para ajudá-las.
Encarregaram-me de separar as pessoas que ali chegavam, levando-as para onde me foram designadas. Em meio a todas aquelas pessoas sendo separadas de suas famílias, vi que Hanan estava entre elas, ajudando idosos a descerem do trem enquanto era empurrado por soldados alemães. Queria correr e ajudá-lo. Talvez ele me reconhecesse da livraria, ou talvez apenas me odiasse por ser apenas mais um soldado alemão que o iria condenar a morte. Algo me chamava atenção em Hanan. Ali, parecia cansado e triste. Sentia vontade de cuidá-lo, tirá-lo daquele lugar e protegê-lo. No meio de toda aquela multidão sofrida e suja, Hanan foi sumindo.

Sempre me atraí por pessoas. Não importava gênero, eu sempre gostava de pessoas. Admiro-as pelo fato de ser sempre algo novo a ser descoberto. Pessoas têm o dom de dominar outras, de pensarem de maneira diferente e de viver cada uma por si.

Hanan usava um uniforme um tanto quanto grande para seu corpo e seus cabelos, antes um pouco cumpridos, agora não existiam mais. Eu não sei o que senti naquela hora, estava feliz por reencontrá-lo, mas meu coração doía a cada pancada nas costas que ele recebia do soldado ao seu lado.

- Soldado! – ouvi uma voz um pouco grossa atrás de mim e assim que me virei pude ver que era Thomas, o soldado que ficaria responsável por mim já que eu era um novato. – Seja bem vindo. – ele disse com um sorriso. Eu não conseguia entender o coração frio dos soldados que trabalhavam ali. Como ele pode estar sorrindo em um lugar desses?

- Obrigado. - Respondi tentando disfarçar minha voz amedrontada.

Thomas afastou-se de mim, e ao virar-se, seus lábios que antes sorriam, agora estavam sérios ao ver um judeu ao longe recolhendo do chão suas roupas que haviam sido derrubadas por soldados. Sem pestanejar, Thomas mirou e atirou no judeu, que morreu ali mesmo, estirado em cima de suas roupas, que antes brancas, agora estavam manchadas de sangue. Ao me deparar com aquela cena, olhei para onde estava Hanan antes, a fim de ver se ele estaria bem ou havia sido alvo de mais um soldado. Hanan não estava mais ali, e rapidamente percebi que talvez nunca mais o visse. Coube a mim a tarefa de vigiar uma ala do campo. Thomas havia dado ordens para que eu guiasse judeus para o trabalho forçado. Por um golpe do destino, ao entrar na cabana, vi Hanan já magro, mas sempre com boa aparência, deitado junto com outros judeus. Assim que abri a porta, todos os judeus se colocaram de pé. Eu tinha ali a oportunidade de falar com Hanan. Aproximei-me de Hanan e gritei em alto tom.

- Judeu sujo! Venha comigo. – Hanan parecia assustado, e sua expressão me dava vontade de cuidá-lo ou ao menos avisá-lo que nada de mal lhe aconteceria.

O levei até uma área mais afastada onde ninguém poderia nos ver, logo atrás de uma cabana que até então estava caindo aos pedaços. Era bem no final do campo, perto das cercas de arame que cercavam o lugar. Voltei minha atenção a Hanan e este estava com a cabeça baixa, pude ver pequenas lágrimas caindo contra aquele uniforme listrado que ele usava. Ele realmente parecia nervoso.

- Hanan. – o chamei, e devagar ele me encarou. Meu coração se acelerou assim que mirei seus olhos, mais azuis do que mar. Este parecia assustado, mas seu semblante mudou assim que percebeu quem eu era.

- Antonin. – ele sorriu. A única coisa que pude fazer fora abraçá-lo.

Escutava cada suspiro que Hanan podia dar enquanto conversávamos sobre como ele havia parado ali, mas sua camisa listrada sendo movimentada para cima e para baixo por estar ofegante e respirando muito rápido me prendia a atenção. Ouvi Thomas gritar meu nome e com isso, rapidamente, beijei Hanan para que ele nunca esquecesse que um dia eu estive ali. Um dia eu estive disposto a cuidá-lo e protegê-lo de qualquer mal que poderia lhe acontecer naquele campo. Feito isso, corri para atender a chamada de Thomas, que havia me estabelecido a função de eliminar judeus no dia seguinte.

Todos os dias era submetido a matar judeus, sempre com o medo de que algum dia Hanan estaria na fila com o destino de levar tiros a sangue frio. Marcamos um encontro em um determinado local, e assim nos víamos todas as manhãs. De relance, Hanan acariciou-me a face e disse que me amava. Aquilo fez com que quisesse jogar tudo para o alto e sair com ele daquele lugar horrível. O tempo passou, e eu fazia de tudo para cuidar da pessoa que eu amava.

~*~

Não tinha um lugar aonde poderíamos ficar sozinhos dentro do campo. Tira-lo daqui poderia ser perigoso tanto para mim, tanto para ele, mas eu queria ter um tempo a sós junto a Hanan. Iriam se completar exatamente um mês e meio que ambos nós estávamos dentro daquele campo. A aparência de Hanan tinha mudado, eu sabia o que faziam com ele, mas não tinha como eu, um simples soldado, mudar isso.

Eu ainda estava atordoado pelo meu ultimo ato semana anterior. Fora a primeira vez que levei judeus para a câmara de gás. Enquanto via homens e adolescentes entrando dentro desta, um aperto em meu coração me fez imaginar Hanan neste momento. Eu nunca deixaria que isto acontecesse a ele, nem que fosse para fugirmos, eu fugiria por ele.

Já fazia algumas horas que eu andava por volta do campo. Hoje seria um dia especial, era aniversario de Hanan. Não era um lugar propicio para se comemorar uma data tão importante, mas não é como se eu conseguisse o tirar de lá.

Prometi a ele que faria algo especial mesmo dizendo que não queria nada.

Ao longe pude perceber a existência de uma grande arvore bem nos fundos do campo. Ela conseguia ser maior do que a cerca que o rodeava, o que era uma oportunidade para algum judeu fugir. A única coisa que passava por minha cabeça era como os soldados puderam nunca ter percebido tal coisa. Mas era melhor deixar como estava, caso um dia Hanan quisesse fugir, ali estava à porta para a sua liberdade.

Antonin se aproximou lentamente e viu que o tronco desta era grande e um ótimo esconderijo. Seria ali aonde encontraria Hanan aquela noite.

~*~

A noite estava fresca. As nuvens se apoderavam do céu, por isso não deixava o brilho das estrelas iluminarem a noite escura. A lua estava minguante e parecia bem perto de onde Antonin se encontrava. Algumas horas antes havia conversado com Hanan e pedido para que este o encontrasse na grande arvore no final do campo as oito horas. Ele estava atrasado, mas não tinha como Hanan saber que estava. Depois de poucos minutos que pareciam à eternidade para Antonin, este pode ouvir barulhos de passos que a grama e algumas folhas secas faziam. Olhou sorrateiro com a idéia de que poderia ser outro alguém, mas seu rosto sério se suavizou quando viu que era Hanan.

O mesmo abriu um largo sorriso e correu para os braços de Antonin.

_ Oi meu amor. – Antonin dizia antes de beijá-lo apaixonadamente. – Feliz aniversário! – murmurou.

_ Obrigada. – o outro feliz respondeu.

_ Desculpe-me por comemorar uma data tão importante como seu aniversário em um lugar como este. – desculpou-se cabisbaixo.

_ Não fique assim seu tolo! – exclamou. – Desde que eu passe a noite de meu aniversário a seu lado, será o melhor deles. – sorriu.

Os dois se beijaram novamente e Antonin o levou para detrás do grande tronco. Este havia preparado um piquenique, algo simples para Antonin, mas algo mais importante do que imaginava para Hanan. Os dois aproveitaram da comida e assim que terminaram deitaram-se abraçados olhando o luar.

_ No que tanto pensas? – cochichou Antonin.

_ Tento imaginar nossa vida se eu não estivesse preso aqui. – respondeu levantando-se, passando a encarar os grandes olhos azuis do outro. – Eu trabalharia na livraria e quando estivesse em casa, faria o jantar e esperaria você voltar do trabalho. – sorriu triste. – Seria tudo diferente Antonin! Não teria encontro às escondidas e muito menos, medo. Eu sei que sente medo de me perder. – desabafou.

Antonin abaixou o olhar, não saberia o que dizer se Hanan continuasse seu discurso. Infelizmente essa era a triste realidade dos dois. Hanan era um judeu e ele, um soldado alemão.

_ Eu queria te tirar daqui. – falou mais baixo do que o normal. Se Hanan não tivesse os ouvidos bons, talvez nem ouvisse.

_ Eu sei... Eu sei! – beijou-o. – Desculpe-me por isso. Eu apenas estou cansado. – sorriu.

Hanan o beijou novamente e conforme o mesmo ia ficando mais intenso, ia se aproximando do corpo de Antonin. O loiro ia desabotoando a blusa do uniforme de Hanan e aquela fora a primeira vez que tinha tocado a pele do mesmo. Era macia... Linda. O beijo foi encerrado e os dois se encararam mais uma vez.

_ Tem certeza que deseja fazer isto? – comentou Antonin.

_ Seria o melhor presente de aniversário! – sorriu. Hanan se aproximou lentamente de Antonin outra vez e um novo beijo fora começado.

Hanan subiu sobre o abdômen do loiro assim que o mesmo conseguiu tirar sua camisa. O beijo ia ficando mais intenso. Antonin trocou as posições ficando por cima trilhando beijos desde o pescoço do menor até um de seus mamilos. O loiro brincava com os mesmo ouvindo pequenos murmúrios vindo de seu amado. Aquilo estava o excitando.

Trilhou os beijos até o cós da calça do outro retirando-a. Devagar massageava o pênis do menor enquanto voltava ao encontro dos deliciosos lábios do mesmo.

Os dois se amaram ali mesmo, debaixo daquela grande árvore. Um dos melhores momentos de sua vida, para ambos. Independente do que eram, deixaram as diferenças de lado que ainda os atordoava, em apenas alguns por centos, de lado e se amaram pela noite, fazendo juras de amor eterno, sendo assistidos apenas pelo luar.

Aquela noite ficou em minha memória e até hoje não serei capaz de esquece-lá.

~*~

No outro dia, saí a encontro de Hanan, mas ele não estava lá. Corri em sua cabana, mas fui avisado com uma das piores notícias que já teriam me dado até aí.

“Alguns soldados vieram e o levaram junto de outros homens.”

Senti uma imensa dor em meu peito, e assim corri pelo campo a fora à procura de Hanan. Corria entre judeus, vestidos com o mesmo uniforme e não o encontrava em lugar nenhum. Guiei-me para frente da fila que ficaria para sempre em minha cabeça, e lá estava Hanan atirado ao chão. Agora estava morto, e querendo ou não, eu também estava. Quando você ama alguém e o perde, você se perde com a pessoa.

Seu fim foi morrer com um tiro, jogado em meio a outros judeus, sendo apenas mais um identificado por números. Hanan nunca mais saiu de minha cabeça. Tive mulheres, tive homens, tive tudo que sempre havia desejado, mas nunca vivi o que tanto queria com nenhum deles. Assim ficou, Hanan em minha memória. Cada detalhe, cada momento vivido com ele permanecerão comigo, até o dia em que eu morrer, o levando comigo.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam???

É triste, eu sei! Mas do fundo do meu coração eu espero que tenham gostado e que expressem sua opiniões. ^^

Bye-bye~~ ;*



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