Inevitable escrita por Queen of Disaster


Capítulo 2
So strange but so tempting


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora. E antes da leitura gostaria de ressaltar que esse capítulo será breve (como já devem ter percebido pela quantidade de palavras) e com isso vocês não vão conseguir compreender muito coisa. Mas com o tempo, o tamanho dos capítulos vão aumentando, e as coisas irão ficando mais claras.
Boa leitura ;)



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León’s POV.

O despertador tocava estridentemente e eu sequer me mexera. Continuava deitado, imóvel, com a cabeça coberta todos os lençóis em cima da cama, só querendo que ele parasse sozinho e eu pudesse voltar a dormir. Sim, eu estava consciente de que aquele era o primeiro dia de aula e provavelmente todos os meus amigos estariam esperando minha presença hoje, mas minha vontade de ir era mínima.

Afinal, qual era a necessidade de ir para a escola no primeiro dia de aula? Eu poderia reencontrar meus amigos em qualquer outro dia da semana, se essa era desculpa para não faltar. E além do mais, não passariam nenhuma matéria importante. Então, simplesmente não tinha sentido. E era até melhor ficar em casa do que ter que aturar os mesmos idiotas de sempre e ficar escutando as baboseiras que fizeram durante as férias.

“É nosso último ano na escola e não podemos perder nada. Temos que aproveitar cada momento.” Era o que Francesca, minha melhor amiga, diria. Aliás, era o que ela dissera desde o início das férias, até o último dia delas, cujo foi ontem. Francesca amava a escola mais do que ninguém, e eu não conseguia entender o porquê disso. O que tinha de bom na escola? Aulas chatas, alunos imbecis e professores piores ainda. Tudo o que eu queria era que aquele ano chegasse ao fim o mais rápido possível.

Eu sabia que, se eu não saísse logo daquela cama e o despertador continuasse tocando sem cessar, em questão de segundos minha mãe irromperia pela porta do quarto e me faria sair dali a tapas. Com isso em mente, uni todas as minhas forças e por fim me levantei, me espreguiçando e querendo deitar novamente outra vez. Desliguei o despertador com violência e olhei no relógio do criado-mudo. Eu passara, exatamente, 25 minutos somente escutando o despertador tocar. Ou seja, já eram 6:25, e em 35 minutos eu já deveria estar a caminho da escola.

Tomei um banho rápido – quase dormi com a sensação agradável que dava a água morna do chuveiro, diga-se de passagem -, vesti a primeira roupa que vi pela frente, joguei os livros de qualquer jeito na mochila e mandei uma mensagem para Federico e Francesca – meus melhores e únicos amigos – avisando que já estava a caminho do inferno. Ops, escola.

Quando desci para tomar café – ou melhor, comer qualquer coisa no caminho – me dei conta de que minha mãe já saíra para trabalhar e só restara Tomás em casa. Revirei os olhos ao ter percepção disso e desejei silenciosamente que não cruzasse com ele nos dois minutos que levaria para pegar uma maçã na fruteira e enfim sair de casa.

Mas, como uma praga, assim que adentrei a cozinha, encontrei o desgraçado sentado no balcão. Este, revirou os olhos ao me ver, e lancei um olhar fulminante para ele. Tentei ao máximo ignorar sua presença, mas como eu já esperava, em questão de segundos ele começou a falar com aquela sua voz extremamente irritante.

– Ah, mas que maravilha! – falou em tom irônico. – Achei que minha manhã seria ótima, mas vejo que me enganei. Te ver estraga o dia de qualquer um.

– Poupe-se de tanto desgosto e saia da sua casa. Você não é obrigado a ficar aqui. – retruquei, enquanto dava uma mordida na maçã e me preparava para sair pela porta dos fundos.

– Se não fosse pelo meu pai, eu nem sequer pisava nessa casa. – falou com desdém. – Mas, como ainda sou menor de idade, sou obrigado a ir para onde ele quiser.

– Azar o seu. – respondi brevemente. – Tranque a casa quando sair, já estou indo.

Não esperei sua resposta. Rapidamente saí, e só pude ouvir parte de seus xingamentos, dizendo que eu não mandava nele e me chamando de estúpido.

Tomás não era meu irmão, muito menos meu amigo. Isso já era evidente. Acontece que, há algum tempo, o namorado/noivo de minha mãe se mudara para nossa casa, e consequentemente, o filho infeliz dele veio junto. Minha mãe aceitou a presença do enteado de prontidão, afinal, ela se sentiria mal de negar isso para seu amado. E desde então, eu era obrigado a conviver com ele todos os dias de minha vida.

Eu até poderia tentar me dar bem com ele, se este não fosse um completo ridículo. Só ligava pra popularidade, além de ser mesquinho e esnobe. E o pior de tudo era que as pessoas idolatravam esse imbecil, como se ele fosse o maioral. Outro motivo pra eu odiar, com todas as minhas forças, aquela porcaria de escola. Inclusive, o trajeto até lá não foi muito longo. Essa era a única vantagem: ficava há dois quarteirões da minha casa.

– Amigo, há quanto tempo! – Francesca correu para me abraçar assim que pus os pés dentro do estabelecimento.

– O que você está dizendo, Fran? – Ri, abraçando-a de volta. – Nós nos vimos há dois dias.

Francesca sempre fora exagerada quanto a esse tipo de coisa. Queria sempre estar grudada em mim e em Federico 24 horas por dia. Então, dois dias, de fato, era bastante tempo para ela.

Ela se soltou de mim e me encarou com as mãos na cintura.

– É muito tempo sim, ok? – disse com cara de brava.

Revirei os olhos.

– Onde está o Federico?

– Ele ainda não chegou. Parece que vai chegar na segunda aula, como sempre. – Francesca balançou a cabeça negativamente e fiz o mesmo.

– Até no primeiro dia de aula? Ele não tem jeito.

– E você ainda se surpreende? Federico nunca teve jeito, nem nunca vai ter.

Concordei com a cabeça. Se eu era desinteressado e detestava a escola, Federico era três vezes pior que eu. Ele só se importava em ter fama com as garotas, nada mais que isso. Se ele não fosse tão legal, apesar desse fato, eu sequer chegaria perto de ser amigo dele.

Francesca e eu ficamos conversando mais um tempo no corredor da escola. Porém, dentro de poucos minutos, o sinal para o início das aulas tocou, e como teríamos aulas diferentes, cada um seguiu um caminho diferente.

Eu ia praticamente me arrastando até a sala onde teria minha primeira aula, que seria de trigonometria. O dia mal começara e eu já estava desejando voltar para casa. Sei que até agora tudo correra bem e não aparecera ninguém para me aborrecer, mas eu não me sentia bem naquele ambiente. Não me sentia bem junto àquelas pessoas, não me sentia bem em estar nas propriedades da escola.

Para mim, todas eram um bando de hipócritas, tanto os alunos como os professores. Claro havia algumas exceções, como meus amigos e algumas outras pessoas que eram realmente autênticas e sinceras. Mas a porcentagem era pouca. Todo o resto era dominado por indivíduos que gostavam de se esconder atrás de uma máscara. Aquilo me enojava, me trazia fortes náuseas.

Tentei expulsar esses pensamentos da cabeça, não querendo me estressar mais ainda. Eu era capaz de aguentar seis aulas inteiras com eles, eu conseguiria. Só não sabia como. Me vi tão perdido em meus devaneios revoltados que nem vi que vinha alguém em minha direção e acabei me esbarrando na pessoa com força total, quase levando-a ao chão.

– Me desculpa, eu não estava prestando atenção por onde andava. – perguntei, sem ainda saber de quem se tratava.

A garota cujo eu esbarrara remexeu-se, ajeitando a bolsa que estava pendurada no ombro e segurando os livros contra o peito com força. Eu ainda não vira o rosto da individua, pois a cabeça desta estava coberta pelo capuz da blusa que usava.

– Está tudo bem... – respondeu em uma voz quase inaudível e se retirou quase correndo.

Me virei e observei-a correr até vira em um outro corredor. Pude ver que usava roupas exageradamente escuras e botas. Perguntei-me quem se vestiria assim, já que estávamos em pleno verão e o calor chegasse a ser insuportável. Que garota estranha.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de ressaltar que boa parte da fic será principalmente narrada por León, e poucas vezes será narrado por Violetta, só em momentos cruciais. Posto o próximo logo, JURO.



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