Himitsu escrita por Casty Maat


Capítulo 1
Nenhum coração foi curado


Notas iniciais do capítulo

E lá estamos aqui de novo!



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Os dias de paz transcorriam de forma lenta. Afonso, a reencarnação da deusa da justiça, da guerra e da sabedoria, Atena, vivia os últimos meses do ultimo ano do colégio. Enquanto pudesse, viveria naquele mundo comum.
Era também o novo dono da Fundação Graad, e tal fofoca correu a escola, despertando interesse ainda maior no garoto. Seu "sequestro" parecia magnético somado a esta fofoca e muitas garotas o desejavam. E até mesmo alguns rapazes, mas todos eram afugentados por Frida, que fora "sequestrada" junto de Afonso.
Enquanto o rapaz continuava parecendo o mesmo, a garota estava fria e com um olhar perigoso e atitudes perigosas, tendo quase quebrado o braços de várias garotas ao que o jovem rapaz teve de intervir. Com o tempo, o medo que sentiam por Frida fora afastando.
Na verdade, se imaginassem que a menina era reencarnação de Saga de Gêmeos e a atual detentora da armadura, poderia temer ainda mais. Mas a verdade era muito mais profunda.
Frida, quando ainda era Saga, escolheu seu castigo (quando os deuses recusaram a castigá-lo), amando Atena, sendo castigada por atos de Atena enquanto ainda não despertasse... amando a reencarnação da deusa sem poder permitir que o relacionamento evoluísse, sendo ela uma guerreira do Santuário. Frida continuava se punindo, se ferindo em seu amor tóxico, e quando via as meninas dando em cima de Afonso, seu ciumes aflorava sob desculpa de proteger o jovem deus.
Mas Frida tinha seus sentimentos correspondidos, e sem saber, fazia Afonso sofrer em segredo junto dela. Ele procurava agir como se tivesse superado, mas não.
As noites eram longas enquanto ele sentia falta de Frida ao seu lado, até de forma mais pura e inocente as mais quentes e lascivas. Se lembrava do desejo que tinha de poder casar com ela. Tudo destruído de forma bruta e repentina, igual seu encontro com Kalisto ao ser salvo de um vingador de Nêmesis. Muitas noites de lembrança terminavam com o garoto homenageando sua amada amazona ou lágrimas.
Foi quando, enfim, a faculdade chegou, diminuindo o tempo útil de Afonso, que se dividia entre o curso e afazeres como Atena e presidindo a Fundação.
Odiava ver Frida trajar a armadura quando estavam na sede francesa da Fundação, mas ali a garota não era mais a velha Frida, mas a amazona.
Raramente falava algo com o jovem deus e isso machucava a ambos.

-Ainda inconformado com a escolha de Frida? - indagou Noah, que estava buscando na estante alguns livros para Afonso enquanto o mesmo redigia um trabalho da faculdade. - Eu entendo, provavelmente carregar a estigma de ter sido Saga é um fardo pesado.
-Ela não precisava disso. Mas sou incapaz de pedir que ela abandone o exército. - suspirou o garoto, largando a caneta e se soltando sobre a mesa. Frida dissera que mesmo assim jamais estariam juntos. E tê-la ali, sendo uma amazona, ainda era a solução menos cruel para seu coração.
Noah fora escolhido para se infiltrar como estudante devido ao seu temperamento juvenil e carismático, fora a aparência. E ao olhar Afonso perdido como estava, aquilo lhe entristecia. O cavaleiro de Leão deixou 2 livros ao lado de seu senhor e na cara de pau, se jogou numa espreguiçadeira. -Frida ama você. Mas a teimosia dela está a um nível absurdo.
-Eu sei. Queria achar um meio de acalmar o coração dela de vez, mas não encontro brechas! Quanto mais tempo ele teria de atuar que "tudo estava bem"? Aquele foi um dia que Afonso precisou tocar seu membro em meio as lembranças dela, se controlando para não avançar e usar sua autoridade para possuir a jovem.
Mas como sempre, ao final, o deus se desabava em lágrimas até adormecer. Cenas essas que o solitário e intocável Kanon observava, sem nada poder fazer. De certa forma estava arrependido de cumprir sua promessa a Saga. Mesmo a amazona de Gêmeos não sendo mais exatamente seu irmão, ele ainda velava e amava Frida como de fato irmãos fossem. Sua lealdade a Atena também não morrera, o deixando duplamente culpado. -Eu imaginava sua dor no final disso. A voz súbita de Afrodite, a deusa do amor, fez o fantasma se assustar. E então se lembrou que sua alma carregava o sangue da deusa e que graças a ele pôde falar com Frida. Estava ligado a bela deusa. -A senhora também aceitou essa loucura...
-Eu sou uma deusa, gosto de assistir aos momentos loucos dos humanos. - ela suspirou - Os sentimentos de Atena estão tão profundos que nem eu nua no colo dele o animaria. Os dois se encaravam e Afrodite quebrou o gelo. -Eu pensei em algo para ser feito a longo prazo. Talvez alguns anos de prazo. Mas com isso você poderá fazer algo.
-O que tem em mente? - indagou o ex-cavaleiro.
-Usar o sangue de Atena. Kanon também podia observar que na casa ao lado, Frida também sofria. Mas naqueles últimos tempos, o sofrimento da garota estava silenciado, ela estava sempre com um ar pensativo e distante.
Ele não podia imaginar, mas esse silêncio todo iria causar problemas em breve ao Santuário.
Foi no fim do primeiro mês da faculdade. Frida estava também matriculada na mesma sala que Afonso, assim como Noah e ambos os cavaleiros de ouro estavam no horário religiosamente. Mas naquele dia, Frida não estava lá.
Afonso ficou preocupado, e ligou na casa dela, ao que a mãe da jovem disse que ela não estava lá e pior: o carro desaparecera.
Isso alertou a reencarnação de Atena e o cavaleiro de Leão e abandonaram a aula, indo para a Fundação. Precisavam localizar o carro da família de Frida e ela própria, já que seu cosmo fora ocultado (e eles sabiam que ela podia fazer isso por anos). O carro fora encontrado na fronteira do país, mas abandonado. Nenhum rastro da amazona, nenhum bilhete. -Frida deve ter planejado esse sumiço. Perdão, mas... Que garota maldita e esperta! - resmungou o leonino.
Afonso estava em choque. Teria ela feito isso para poupar ele e deixar ela sofrendo sozinha?
Noah atendia o celular, quando do outro lado da linha, Corinto de Câncer dava outra notícia:


-Atena-sama, Corinto avisou que a armadura de Gêmeos desapareceu. Mas se ela levou, conseguiu ocultar até o cosmo natural da armadura.


O jovem deus sentou-se no banco do motorista do carro abandonado e finalmente extravasou a preocupação e tudo em si misturado na forma de raiva. O som da buzina parecia gritar desesperado em protesto pelos socos da divindade, como seu coração berrava em desespero.

-Atena-sama... Não vamos desistir de procurar a senhorita Frida.

Noah tentou tirar seu senhor do carro, mas ele protestou.

-Está tudo bem, eu consigo guiar o carro. Eu pretendo encarar a mãe da Frida sozinho. - Afonso fechou a porta do carro com agressividade, e deu partida, verificando que teria de parar no primeiro posto de gasolina que encontrasse. Afonso arrancou feito um louco, só parecendo menos agressivo já na estrada, deixando Noah e o motorista do carro negro que os trouxera sem ação.

"Atena-sama... O senhor jamais irá superar o caso da Frida, não?"


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