After Midnight escrita por Paloma Tsui


Capítulo 4
Uma anotação, um livro e uma música...




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Na manha de domingo seguinte, eu acordei com frio, então tive que trocar de roupas antes de sair do meu quarto, abri a porta e me deparei com a perfeita manha de domingo, meu irmão estava na cozinha fazendo café vestido um conjunto de moletom grosso, e a namorada dele sentada no sofá reclamando de qualquer coisa que a TV estava passando, vestida com qualquer coisa que eu não sabia o que, parecia àqueles pijamas de bebês, mas muito grande e terrivelmente laranja, eles disseram um bom dia, e meu irmão me entregou uma caneca de café.

_ Quando foi que esfriou tão rápido? – perguntei

_ Acho que foi enquanto você dormia – Debrah brincou

_ Vai fazer alguma coisa hoje? – meu irmão perguntou

_ Sim, me manter bem longe dessa porta e começar um novo livro – respondi – e também tenho que fazer uma ligação – falei e sai correndo pro quarto me lembrando do que eu tinha dito que faria. Peguei o celular e liguei pro Sam, ele atendeu depois do terceiro toque.

_ Blake! – ele disse animado

_ O John Green é um assassino impiedoso. Sabe eu entendo o porquê o George Martin mata as pessoas, ele na maioria das vezes tem motivo, sabe? Tem toda uma cena, uma ocasião, mas o Gus morreu por pura maldade, esses são os piores tipos de assassinos. – falei me adiantando

_ Esperai... Você já esta na fase da raiva? – ele perguntou confuso

_ Hexembiests superam a fase da tristeza melhor do que imagina.

_ Mas era pra você ter me ligado assim que terminasse – agora ele parecia mais desapontado

_ Sim, eu sei, mas é que agora eu não quero ser como o Gus e a Hazel, por que nós podemos muito bem, já que ser um wesen é como ter algum tipo de câncer, e eu não quero que nenhum de nós morra no final.

_ Huum... Interessante essa sua teoria, me fale sobre ela – ele pediu

_ Sabe, ser wesen e ter uma coisa que vive dentro de você, e que você nunca escolheu ou pediu, apenas esta lá, alguns casos são fáceis de controlar, mas às vezes consome você, e pode até te matar, não que ser um wesen seja ruim, mas não deixa de se parecer com um câncer.

_ Você tem toda razão, mas o seu “câncer” – ele disse dando ênfase na palavra câncer – é fácil de ser removido – eu não tinha resposta para aquilo então fiquei em silencio alguns instantes – E eu gostei do jeito e que você falou mascaradamente que poderíamos ser um casal, mas por que estamos tendo essa conversa por telefone? Você pode me encontrar em um lugar? – eu meio que também não tinha resposta para aquilo, então falei a primeira coisa que me veio à cabeça.

_ Não consegue agüentar um dia sem me ver agora? – foi o eu disse, mas não me pareceu inteligente

_ Se eu não tivesse te visto como Hexembiest teria certeza que você é uma Musai – ele brincou

_ Ta bem, onde?

_ Na entrada do parque? Tudo bem pra você?

_ Tudo sim, te vejo lá, então – e com isso eu quebrei a minha palavra de que me manteria longe da porta.

...

Vesti um, sobretudo preto e uma calça jeans clara, o meu tênis Sneakers e colocou uma boina tricotada e luvas, estava suficientemente quente, tanto que eu estava com vontade de tirar a aquela roupa, então sai do quarto e fui em direção a porta, mas meu irmão parece ter ouvido e saiu do quarto já perguntando:

_ Aonde vai? Achei que ia ficar longe da porta

_ Pois é eu ia, mas houve um imprevisto, preciso sair – respondi tentando contornar o assunto e sair logo

_ Ainda não respondeu aonde vai

_ No shopping, comprar um livro e tomar café e quem sabe até vou ao cinema- menti

_ Sozinha? – a mentira não estava funcionando muito bem

_ Quem sabe eu chame as meninas, mas preciso ir. Sério! – peguei as chaves, abri a porta e fui até o carro e liguei o radio e sai, estava tocando Laserlight da Jessie J. Feat. David Guetta, o que me fez ficar espantada por que essa musica é um pouco antiga, e também por que ela poderia bem ser a trilha sonora para aquele dia. Mas só continuei dirigindo e fui até o parque, Sam já estava lá quando eu cheguei sentado no banco do lado direito da entrada, ele se levantou imediatamente quando me viu, desci do carro, e o jeito que ele me encarou parecendo encantado, me fez ficar sem graça, então fiquei sorrindo olhando pro chão.

_ Você esta... Incrível – ele falou ainda meio boquiaberto.

_ Você também não esta nada mal – ele estava vestido de um jeito um tanto combinando comigo, com um, sobretudo meio cinzento uma calça jeans escura um tênis de cano longo preto e um cachecol de um tom de cinza mais claro listrado. (UAU Cachecol).

_ Gosto de você no frio ­– daí ele desviou os olhos como se pensasse e daí falou – tenho que fazer uma coisa, vamos sentar aqui um pouquinho

_ Podemos ir ao shopping ou numa livraria? Preciso comprar um livro, foi isso que eu disse ao irmão que iria fazer – falei

_ É claro, posso fazer isso no caminho – ele concordou e entramos no carro de volta, ele tirou um bloquinho com folhas num tom de papel reciclável, e um saquinho com aqueles carvões vegetais e começou a desenhar alguma coisa.

_ Sempre anda com isso por ai?

_ Sim, sim... – ele respondeu como se a fosse a coisa mais normal do mundo e continuou desenhando, fui dirigindo em silêncio, até ele terminar e me mostrar o desenho. Ele havia desenhado uma boina como a minha e um cachecol como o dele e escrito em baixo entre aspas “Gosto de você no frio”, daí ele me deu o desenho, e eu sorri e prendi no volante para me lembrar de guardar depois, ele limpou o carvão das mãos, e depois disse:

_ Gosto de frases de efeito, assim como gosto de trilhas sonoras.

_ Trilhas sonoras? – perguntei sorrindo

_ Sim, como nos filmes, determinados momentos tem suas determinadas musicas, mas pro nosso dia ainda esta cedo pra decidir – ele olhou pra mim e ficou me encarando

_ Você desenha bem, considerando que eu avaliei isso a partir de um cachecol e uma boina – falei tentando cortar o silêncio

_ Bom, eu me esforço, tenho umas pinturas em casa, um portfólio sólido diria eu...

_ Não gosto de falsa modéstia viu – falei e ele sorriu olhando pro chão do jeito que eu mais amava

...

Chegamos à livraria, e estava um clima ótimo lá dentro, passei pelas prateleiras e fui olhando os livros.

_ Você me espera um minutinho? – acenei com a cabeça que sim ele foi até outro andar da livraria e eu fiquei lá escolhendo os livros.

Acabei ficando com O Teorema Katherine e Cidades de papel. Continuei olhando os outros enquanto ele não voltava. Quando voltou ele estava com um livro chamado “A garota que eu quero”.

_ Comprei pra você! – peguei e olhei a capa era do mesmo autor de A menina que roubava livros, então supus que deveria ser bom

_ Já ouvi em indiretas em forma de musica, mas não em indiretas em forma de livros – sorri e o abracei agradecida, o abraço pareceu durar uma eternidade – agora vou pagar isso e ai a gente vai fazer outra coisa. – dessa vez ele pegou os livros da minha mão e sorriu.

_ Mais John Green?

_ Ele é um assassino impiedoso genial, o que eu posso fazer – sorri e fui até o caixa, paguei os livros e saímos da livraria, o shopping era um lugar incrivelmente agradável.

_ Quer ver um filme? – ele perguntou

_ Quando isso se tornou um encontro? – perguntei brincando

_ No momento em que você disse que poderia me encontrar em algum lugar – ele rebateu

_ Mas não quero ver um filme não, pelo menos não hoje

_ Ta bem, então vamos pro parque? – ele sugeriu

_ Que tal comermos? – de algum modo parecia que eu estava evitando lugares escuros ou vazios com ele, mas não era isso.

_ Tudo bem – ele suspirou – o que quer comer?

Pensei por um segundo e respondi

_ Frango – mas lembrei de toda a coisa de Blutbad – Ah, desculpe, podemos tomar café também.

_ Não tudo bem, não tenho problemas com carne. Acho que carne frita é bem melhor que crua, e com pelos, e às vezes viva – dei risada com a brincadeira e fomos comer depois eu enfim decidi ir pro parque. E dessa vez ele dirigiu.

Voltamos ao lugar onde nos encontramos e paramos o carro daí, dessa vez nós entramos e começamos a caminhar devagar com o braço dele dado ao meu. Nós andamos um tempo depois ele disse:

_ Voltando ao assunto da conversa no telefone, você gosta de ser uma Hexembiest?

_ Sim, eu gosto – respondi – Sou um dos wesens mais interessantes – brinquei

_ Mas sabe, pra você é mais fácil, muitas vezes o seu lado wesen não influencia na sua vida, e você quando quiser, pode simplesmente acabar com isso...

_ Como assim acabar com isso? – não estava entendo o rumo da conversa

_ Se talvez o sofrimento pudesse ser evitado sabe, você pode simplesmente tomar sangue de Grimm e nunca mais precisa ser uma Hexembiest, mas eu serei um Blutbad pra sempre, tenho medo que isso possa me matar também.

_ Mas não vai, você só precisa ter o pensamento certo na cabeça e o meu numero de telefone – sorri – e quando achar que esta mal, pode me ligar que eu irei até lá, tudo bem?

_ Tudo bem – ele sorriu dessa vez – Mas por quanto tempo isso vai durar?

_ Torceremos que sempre e pra sempre – acenei com a cabeça que sim

_ É um bonito lema

Chegamos a um banco e nos sentamos, ele passou o braço pelos meus ombros.

_ E aquilo sobre sermos um casal? – ele disse

_ Acha que podemos? – perguntei

_ Se seu irmão permitir e nós dois quisermos, não deve ter problema – nós sorrimos

_ Acho que iremos empacar no primeiro passo, mas vamos ter calma por enquanto – falei e daí um longo silencio de prolongou, só ficamos lá um tempo sentados

_ Como você esta? – ele perguntou

_ Sei lá, acho que meio congelando – o frio havia aumentado consideravelmente

_ Quer ir pra minha casa? – ele perguntou, mas não havia pretensão na voz dele.

_ Tudo bem – concordei

Voltamos pra entrada do parque, e voltamos pro carro à mensagem ainda estava lá, ele dirigiu de novo, mas a casa dele ficava atrás do parque, o que explicava, ele ter ido a pé pra lá.

Era uma casa verde, com janelas e uma varanda no fundo e tinha uma pequena sacada no segundo andar, nós entramos e estávamos na sala, tinha uma lareira, uma TV grande e um Xbox 360.

_ Quer ver minha sala de artes? – ele perguntou e eu só acenei que sim, nós subimos as escadas e lá em cima só havia o quarto dele, um banheiro e a sala de artes, tinham varias pinturas e tintas espalhadas pelo quarto inteiro, mas também havia desenhos, muitos desenhos. Um em particular chamou infinitamente minha atenção

_ Sou eu? – perguntei chegando perto do desenho, que tinha exatamente minha estrutura facial, e um pouco do meu cabelo.

_ Eu ainda não terminei, mas era pra ser você – ele sorriu

_ É incrível, você... É incrível – falei

_ É gentileza sua – ele sorriu daquele jeito de novo

_ Preciso te dar mais uma coisa antes de você ir – ele pegou na minha mão e me puxou gentilmente até o quarto dele, havia um teclado e um violão lá, ele se apressou a pegar o violão e me apontou um sofá no canto da sala, me sentei lá e ele se sentou do meu lado, com o violão apoiado no joelho. E começou a dedilhar o violão na mais doce melodia que alguma vez já ouvi

Era um som que no começo eu achei que fosse só som, mas uma hora ele começou a cantar com a voz mais linda que eu já tinha ouvido.

Give me Love like her (Me dê amor como ela)

Cause lately I've been waking up alone (Porque ultimamente tenho acordado sozinho)

Paint splattered teardrops on my shirt (Pinte lágrimas escorrendo na minha camiseta)

Told you I'd let them go (Disse a você que os deixaria ir)

And that I'll fight my corner (E que vou lutar pelo meu canto)

Maybe tonight I'll call ya (E que talvez eu te ligue hoje à noite)

After my blood turns into alcohol (Depois do meu sangue virar álcool)

No, I Just wanna hold ya (Não, só quero te abraçar)

Eu já havia ficar em total êxtase com aqueles pequenos versos e enquanto ele continuava, assim como a Hazel, eu me apaixonei gradativamente, quanto cada verso parecia de dirigir a mim. Quando a musica acabou não havia mais nada pra fazer a não ser beijá-lo...


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Espero que sim, minha inspiração e esses caps grandes shaushausha xoxo



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