A Basketball wich Tetis plays escrita por Ladra de Estrelas, Kitsune Nayru


Capítulo 2
Capitulo 2: Conhecendo o Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Bem meninas acho que eu e a Kitsu realmente não conseguimos fazer capítulos pequenos, talvez este seja o mau de duas autoras na mesma fanfic rs
Obrigada mesmo pessoal, não esperava receber 6 comentários e uma recomendação.
Por falar nisto dedico este capítulo há Tsukiko por ter mandado a primeira recomendação da fanfic



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Tudo aconteceu em uma velocidade impressionante e quase que em câmera lenta, Yuriko se levanta e sai correndo em direção ao vestiário, enquanto Naoto se aproxima de Setsuko e levanta a sua blusa deixando a mostra um grande corte que atravessava o seu abdome, Asha rasga a calça a transformando em um short para que o tecido seja usado para estancar o sangramento, Amaya levanta as mãos no momento exato em que Yuriko – a que nunca erra o alvo – lança uma caixa de primeiros socorros.

Tetis fecha os olhos e estendo o braço enquanto Mariko o prepara para começar a retirar o sangue, Setsuko ainda estava completamente inconsciente do que acontecia ao seu redor. Os garotos apenas olhavam aquilo chocados enquanto processavam as informações das cenas que aconteciam diante de seus olhos.

Certo para começar Setsuko estava com um corte enorme no abdome, a um bom tempo e havia perdido muito sangue, as meninas sabiam disso, Yuriko arremessou uma caixa enorme de primeiros socorros exatamente nas mãos de Amaya e Asha tinha uma prótese no lugar da perna esquerda. Ah e é claro, Tetis estava doando sangue enquanto Kuroko a segurava pelos ombros conforme ela ficava branca.

– O que diabos está acontecendo aqui? – Aomine é o primeiro a se manifestar e recebe olhares furiosos de todas as garotas do time que estavam conscientes.

Em outras circunstancias os irmãos Naoto e Chiyeko teriam dado alguma satisfação aos garotos, talvez não totalmente a verdade, mas teriam falado algo. Porém aquela não era uma situação normal e os dois tão diferentes na idade estavam ocupados demais estancando a hemorragia e tentando costurar a bela loira oposta de Kise.

O As da geração dos milagres ia perguntar novamente ignorando totalmente o olhar gélido de todas as garotas – naquela altura do campeonato era difícil ignorar o fato de que elas definitivamente não gostavam dele – quando a ruiva capitã da equipe se coloca na sua frente.

– Creio que a sua falta de intelecto é realmente grave, caso não tenha notado estamos tentando impedir que a nossa amiga morra de hemorragia então não podemos atender aos seus caprichos – a voz da garota era gélida, ela arruma os óculos fundo de garrafa – você deveria ficar quieto afinal parte disto é culpa sua.

Depois disso a ruiva apenas se vira para ajudar as amigas enquanto Tetis estava sentada no chão sendo amparada pelo primo, Setsuko ainda estava inconsciente e Naoto estava todo sujo de sangue enquanto costurava o corte da bela loira uma vez que sua irmã já havia limpado o mesmo.

– Culpa minha!? Não lembro de ter esfaqueado-a – fala furioso o rapaz por conta da acusação.

Desta vez não foi a capitã do time que se dignou a olhar para o rapaz, mas sim a sua oposta a morena Asha que havia rasgado as calças e deixava a prótese na perna esquerda a mostra. Asha se levantou porém quase caiu ao dar o primeiro passo sendo amparada pela capitã do time que lançou um olhar sério para a morena.

– Você seu idiota a empurrou com tudo bem no lado machucado dela abrindo o corte, você me empurrou duas vezes com esse seu jeito de brutamontes e entortou a minha prótese... Então sim, você não é nenhum anjo ó todo poderoso As da Geração dos Milagres – a morena disse e então um sorriso cruel se formou em seus lábios – que nunca perdeu nenhum jogo, exceto para um time de garotas...

Aquelas palavras acertaram em cheiro os garotos, eles sempre se consideraram invencíveis, que apenas outros jogadores do time poderiam fazê-los perder e principalmente acharam que juntos eles eram imbativeis. Akashi não diz nada, ele nunca perdia em hipótese nenhuma e Murasakibara apenas não acreditava que havia perdido, ele tinha uma enorme vontade de nunca mais jogar basquete.

O único que parecia aceitar bem aquela situação era o jogador fantasma da geração dos milagres, talvez porque ele soubesse que aquilo aconteceria. Ele não gostava de perder, odiava aquele gosto amargo, mas ele entendia o porque da perda. Tetis a dois anos falou que derrotaria a Teiko por ele, que aquele time merecia isso. O azulado não gostava de perder porém entendia aquilo e para ele era mais fácil aceitar.

Momoi amava basquete talvez até mais do que os jogadores, porém ela sabia definir uma boa partida e aquela com toda certeza foi para um expectador comum e para ela que conseguia ver as habilidades dos jogadores aquilo fora ainda mais fascinante do que ela poderia se lembrar.

– Posso ajudar em algo? – pergunto a gerente da antiga Teiko para o treinador das garotas.

O rapaz terminava de dar os últimos pontos, ele tinha que se controlar para não fazer a sua mania de arrumar os óculos muito parecida com a de Midorima. O treinador das garotas estava tão concentrado em cuidar de Setsuko que nem percebeu a aproximação da rosada, quando olhou para ela e viu o quão perto ela estava o rapaz ficou completamente vermelho. Tudo bem ele cuidava de seis adolescentes e das irmãs, mas o seu conhecimento sobre as garotas eram quase nulo.

– Eu...é... está tudo sobre controle, já fiz isso antes – a língua de Naoto parecia tão pesada e enrolada naquele momento – mas se puder arrumar os meus óculos eu agradeceria.

Momoi ri da reação do rapaz e arrumo o seu óculos enquanto ele limpa ao redor do machucado da bela loira que ainda estava pálida, ele precisava repor o sangue dela e mesmo que Tetis já tivesse retirado do seu para colocar na bolsa de sangue fazer isso em uma quadra não era o aconselhável.

O rapaz agradece a garota um pouco constrangido e olha para a loira ele sabia que mais nenhuma das garotas teria a menor condição de carregar a loira no estado em que se encontravam. Naoto olha para a irmã enquanto pega a loira delicadamente no colo, ela não era pesada jamais seria.

– Vamos logo, não adianta ficarmos aqui. Ainda tenho que arrumar a perna de Asha, ver o medicamento de Tetis e não ache que escapou Yuriko tenho que ver se terei ou não que colocar uma tala no seu pulso – falou o treinado enquanto saia do ginásio sem esperar ninguém.

As garotas se entreolham e suspiram, Mariko ajuda Asha se oferecendo como apoio enquanto os dois primos iam andando de forma lenta. Tetis realmente estava mais pálida do que o habitual. Todas as garotas já haviam atravessado a grande quadra do ginásio, os primos eram os últimos e quando chegaram a porta viram o rosto de forma sincronizada para trás encarando os garotos e Momoi que ainda não se mexeram.

– Vocês não vem? Sei que amam basquete mas garanto que na casa as camas são melhores e mais confortáveis que as arquibancadas – a garota forçou um sorriso maroto enquanto estava realmente cansada.

Tetis tem um defeito quanto ao basquete, o único modo dela conseguir se manter invisível durante uma partida quase inteira é estando doente e não apenas um doente de espirros. Doente de verdade, e a pequena já tinha uma facilidade para ficar doente o que significava uma péssima combinação para a sua saúde fazendo com que ela sempre tenha que tomar remédios.

Os garotos se olharam sem sabe realmente o que fazer, eles não foram até a casa de praia da família Kuroko esperando passar mais do que alguns dias, eles não acharam que algo os prenderia lá mas agora havia um time que havia ganhado deles por uma cesta, havia um desafio.

Quando os garotos chegam na casa não havia nenhum sinal de ninguém por lá?Onde estariam as garotas? Eles andam pelo primeiro andar da casa de praia e nada, aquele mistério e silencio os estava deixando preocupados.

– Elas estão no quarto da Setsuko, estão preocupadas com ela – responde o azulado segurando um copo de Milkshake de baunilha.

Os garotos se assustam, não haviam percebido o menor do time ali. É claro que não o garoto não tinha quase presença e eles não estavam procurando pelo azulado e sim pelas garotas do outro time. E um copo de milkshake de baunilia?De onde isso surgiu? Kuroko não sabia cozinhar nada.

– A Yuriko tinha feito para mim, tem mais na geladeira – o azulado responde sabendo que o mais alto do time estava com vontade de comer mais doces – elas pediram para não subirem e esperarem aqui.

Akashi odiava aquela demora, odiava ter que obedecer alguém. Principalmente um bando de garotas, ele morde a língua com força enquanto se controla para não subir as escadas e ver o que realmente está acontecendo entre aquele time de garotas loucas, elas deviam algumas explicações para ele.

Aomine estava muito ocupado pensando nas palavras da sua oposta, primeiro ele havia perdido um jogo, além disso ele aparentemente tinha uma parcela de culpa pela hemorragia de Setsuko e por ter destruído a prótese da perna da sua oposta. Os garotos não falavam nada, a derrota ainda pesava pelas suas cabeças e a única garota estava muito ocupada revendo o jogo mentalmente em sua cabeça para analisar o que houve. Até que eles ouvem passos descendo as escadas.

A primeira a surgir foi Yuriko usando um shorts preto, uma calça estilo militar, os pés estavam descalços e o cabeço molhado indicando que havia acabado de sair do banho, ela soltara as presilhas do cabelo deixando que as duas mechas maiores que as outras ficassem soltas. Logo atrás dela vinham Tetis e Mariko lado a lado.

Mariko, a ruiva, tinha os cabelos ruivos soltos. Os grossos cachos estavam molhados e penteados e era possível ver que eram relativamente grandes, os óculos estavam arrumados e ela carregava uma maleta nos braços. Usava uma bermuda jeans até os joelhos, chinelos e uma blusa branca simples, seu rosto era tão sério quanto o de Yuriko.

Tetis tinha os cabelos curtos também molhados, ainda estava meio pálida porém a cor parecia voltar aos poucos a sua face, ela segurava com uma força além do necessário o corrimão para garantir que não cairia por motivo algum. Usava uma calça de moletom roxa, pantufas, uma regada e tinha um casaco amarrado na cintura.

Asha e Amaya eram as últimas, a morena estava de shorts e sem a prótese na perna por isso usava muletas e tinha a arrocheada para ajudá-la a descer a escada com as mesmas. Asha estava com todos os pircings a mostra, usava roupas despojadas e estava descalça. Amaya parecia mais delicada, com um vestido leve e rosa claro e maquiagem leve, de novo aquela impressão de que ela não passava de uma boneca indefesa passou pelos garotos.

– Ainda não tomaram banho? Eles estão fedendo Tetsu – Yuriko comentou torcendo o nariz enquanto se dirigia a cozinha para pegar um pouco de milkshake, a esverdeada era fissurada em doces.

As garotas passaram por eles e foram até a cozinha, Asha suspirou quando se sentou, a morena odiava a sensação de precisar depender de algo ou de alguém, de não ser capaz de fazer o que precisa. As garotas foram aos poucos se sentando e os garotos se aproximavam, aquela situação era nova e diferente para eles.

– O que aconteceu? Ela está bem? – perguntou Midorima enquanto arrumava os óculos.

Ela? Setsuko não havia descido, a bela loira que fora levada ao local com um machucado enorme não havia descido assim como Naoto e Chiyeko. As meninas do time trocaram olhares entre si, mas todas sabiam quem falaria, era sempre ela quem cuidava destes assuntos desde que o time foi fundado.

– Apesar de tudo Setsuko está bem, ela apenas não irá descer para o jantar... e o que aconteceu? Desvio de percurso, apenas isso – o tom de voz da Azulada era tão sério e o modo como ela falava deixava claro que não queria falar mais no assunto.

– Bom eu quero saber o que aconteceu – falou Akashi usando aquele olhar.

O olhar que ninguém contrariava, o olhar que era impossível resistir estava sobre Tetis que engoliu em seco. Então o que nenhum dos garotos esperava aconteceu, Amaya a garota que parecia um doce de pessoa se colocou na frente de Tetis recebendo o olhar para si.

– Não tente usar esse seu olho comigo, ele não funciona comigo Seijuro – falou a de cabelos roxos o encarando nos olhos e falando o seu primeiro novo.

Ninguém nunca chamava o antigo capitão da Teiko pelo primeiro nome, o ruivo só permitia que o chamassem assim ou o encarassem nos olhos os seus subordinados isto é: os garotos da geração dos Milagres e os do seu atual time. Amaya sabia disso, ela podia ainda não ter ligo o relatório feito pela gerente do seu time, mas ela tinha total e plena noção disso, na verdade foi justamente para provocar o rapaz que ela o fez.

– Quem você pensa que é – o ruivo sentia o gosto amargo do sangue em sua boca enquanto tentava se controlar para não dar uma lição na garota naquele instante – eu quero saber no que vocês estão nos envolvendo.

As garotas trocam um rápido olhar e começam a rir, algumas de forma mais escandalosa do que outras. Elas eram tão livres, tão acostumadas a ser donas de si mesmas que ouvir alguém tentar mandar nelas era de longe engraçado. A quanto tempo estavam juntas viajando pelo pais para melhorar apenas entre elas, o treinador e a gerente? Muito tempo, tempo suficiente para não terem mais que se preocupar com professores ou pais.

Uma expressão dura se forma no rosto de Akashi enquanto ele olha ao redor procurando por algo para machucar a garota de faces de boneca, Amaya, que ousou desafiá-lo daquela forma. O rapaz ainda não acreditava que havia perdido, ele nunca perdia e os perdedores jamais conquistariam nada, quando ele localiza um garfo sobre a mesa um sorriso frio se forma em sua face.

– Hey gente o que é isso? Não vamos arrumar confusão na casa da Tetischi e do Kurokochi – disse o modelo tentando desviar o clima tenso e evitar que o capitão machuque uma das garotas – já que está tudo bem, vamos deixar isto para lá e ir comer.

Todos suspiram e os garotos sobem para tomar banho, porque eles realmente estavam fedendo e bastante para dizer o mínimo. Enquanto isso as garotas olham para as panelas e a comida e suspiram frustradas. A melhor cozinheira era sem duvidas nenhuma Setsuko e depois Naoto, no momento nenhum dos dois estava realmente disponível para cozinhar e aquilo seria um problema.

Tetis nunca havia realmente pegado em uma panela, viera de uma família rica com empregada e no tempo que estava com as meninas havia aprendido apenas o básico do básico. Mariko era proibida por todas as garotas de entrar na cozinha, a capitã do time podia ser incrivelmente inteligente e ter um raciocínio único mas na cozinha... Bem a ruiva de cabelos cacheados era capaz de colocar foto em tudo e explodir o fogão, na verdade ela já havia feito isso, 7 vezes. Yuriko adorava doces, todos os tipos na verdade, a esverdeada que nunca errava o alvo sabia fazer doces e só isso, antes de entrar no time a garota vivia de comida congelada, comida por quilo e doces.

– Por favor – as garotas falaram encaram Asha e Amaya como a última esperança no final do túnel.

Asha não cozinhava exatamente bem, porém comparada com as outras três ela quase poderia ser chamada de profissional por saber fazer macarrão descente sem queimá-lo ou deixá-lo paposo. Amaya era diferente, ela podia não ter o gosto que Setsuko tinha pela culinária, porém a arrocheada até que tinha algum talento. As duas garotas se olharam e suspiraram.

– A louça NÃO fica por nossa conta – as duas falaram antes de irem em direção a cozinha.

As duas ainda estavam cozinhando quando os garotos desceram com roupas mais informações e cabelos molhados. Kuroko já havia tomado banho então ele apenas ficou ao lado da prima conversando, Tetis sorria bastante enquanto tinha a cabeça deitada nas pernas do primo. Momoi encara a cena e corre para abraçar o objeto do seu afeto.

Mariko estava muito concentrada jogando xadrez, sozinha, ela estava no meio da partida contra si mesma sentada na mesa de centro da sala. Olhava concentrada para as peças de xadrez enquanto pensava em todas as possibilidades e qual caminho seguir, além disso ela precisava reiniciar a mente toda vez que mudava a vez das peças pretas ou brancas. Momoi continuava abraçando Kuroko de forma exasperada e falando alto, a ruiva arruma os óculos e desvia o olhar do tabuleiro.

– Será que você poderia ficar quieta? Assim eu não consigo me concentrar – falou a ruiva em um tom sério, o xadrez era realmente importante para ela.

Ao ouvir isso as duas se afastam do fantasma, Tetis suspira e sorri antes de beijara testa do primo e se afastar ela realmente não queria irritar Mariko ou magoá-la. A mais baixa do time anda até Mariko e sussurro no seu ouvido um delicado desculpe-me antes de beijar a sua bochecha. A ruiva a encara e sorri de leve antes de voltar o olhar para o tabuleiro de xadrez. Kuroko pede um pouco de silencio para Momoi para não irritar a capitã do outro time e a rosada suspira mas continua abraçada no rapaz que se sente incomodado.

Momoi era absurdamente romântica e havia se apaixonado por Kuroko desde a época em que ela era gerente da geração dos Milagres, porém Kuroko não correspondia aos seus sentimentos ele só não sabia como fazê-la compreender que ela não era exatamente o tipo dele. Os garotos da geração dos Milagres optam por fazer silencio, eles não sabiam o quão parecidos os capitães das equipes são e se ela também podia chegar a tomar medias violentas.

Kise continuou encarando a capitã do outro time intrigado enquanto ela encarava o tabuleiro por longos minutos antes de mover uma única peça e depois voltar apenas a encará-lo. O loiro sorri enquanto se levanta do sofá e vai até Yuriko que estava concentrada tomando seu Milk shake enquanto arrumava a mesa de jantar.

– O que ela está fazendo? – sussurra o loiro para a esverdeada.

A garota puxa o Milk shake de baunilha pelo canudo até terminar com o mesmo sem falar nada para o rapaz que tentava controlar a ansiedade para saber a resposta. Quando o barulho irritante de que a bebida havia terminado ocorre a jovem suspira e pousa o copo na mesa que arrumava antes de encarar Kise o jogador do time dos garotos que tinha a habilidade de copiar os movimentos do adversário.

– Jogando xadrez – Yuriko diz revirando os olhos enquanto arruma os talhes na mesa.

– Mas ela está jogando sozinha! – o loiro diz de forma completamente indignada, qual a graça de se jogar sozinha.

Yuriko suspira, no inicio ela e as outras garotas do time assim como Naoto tentaram jogar com Mariko mas... Elas simplesmente não conseguiam vencê-la e eram derrotadas tão rapidamente que perdia a graça, só havia um único dia no ano em que elas jogavam quantas partidas Mariko quisesse, este dia era o aniversário da ruiva.

– É sempre assim, ela sempre vence por isso não jogamos contra ela – explicou a esverdeada abrindo um pacote de jujubas e levando uma a boca – se nem profissionais conseguem ganhar dela, o que nós meras mortais podemos fazer?

O modelo olhou mais uma vez para a ruiva enquanto Yuriko terminava de por a mesa e ia se sentar na escada para comer os seus deliciosos doces enquanto o jantar não ficava pronto. Murasakibara a seguiu com o olhar, ou melhor seguiu os doces que ela carregava com o olhar. Mesmo o arrocheado tendo mais de 2 metros de altura e podendo intimidar muita gente ele era quase que uma criança quando o assunto são doces.

A esverdeada jogava as jujubas para cima e abria a boca para pegá-las com a boca sem errar nenhum alvo, ela apenas sorria se deliciando com as jujubas quando o rapaz de mais de dois metros de altura apareceu na frente dela com olhos de cachorro que caiu da mudança enquanto olhava os doces com água na boca. O arrocheado já havia comido todos os seus doces e teria comprado mais, só que teve o jogo.

– Amanhã você irá me comprar M&Ms criança tamanho família – falou a garota e arremessou um doce bem na boca dele que sorriu animado.

A esverdeada suspirou quando o rapaz absurdamente alto se sentou ao seu lado e deixou o pacote de jujubas entre os dois que ficaram um bom tempo comendo em silencio. O rapaz a olhou por cima e não sabia exatamente o que falar, ele estava comendo os doces dela e doces eram algo sagrado para ele... Só que ele não a conhecia direito.

– Você também gosta de doces Yuriko? – ele perguntou e ela revirou os olhos enquanto colocava mais uma jujuba na boca – achei que a Amaya que fosse gostar.

A esverdeada revirou os olhos e colocou três jujubas na boca, mexendo com elas com a língua para sentir o gosto açucarado antes de mordê-las e engoli-las por fim. Yuriko coloca uma das mechas atrás da orelha e o olha de cima a baixo.

– Nós não somos genders de vocês, que saco – a esverdeada se levantou e saiu dali com o pacote de jujubas deixando Murasakibara sem nenhum doce.

Murasakibara coçou a cabeça sem saber o que fazer e droga ele ainda tinha perdido os doces. Kise ainda encarava Mariko inconformado, mesmo ele sempre ganhando no basquete ele nunca ficou sem ter com quem jogar porque tinha um time. Mas no xadrez a ruiva de grossos cachos estava sozinha, ele sorriu e se aproximar da ruiva.

– Então... você joga xadrez né, Marikochi? - ele perguntou sorrindo e a ruiva se limitou apenas a encará-lo e erguer uma sobrancelha – na.. posso jogar?

Aquilo surpreendeu a ruiva o suficiente para que os seus óculos fundo de garrafa escorregassem um pouco pelo seu nariz, mas ela logo tratou de arrumá-los. A quanto tempo? A quanto tempo que ninguém pediu para jogar com elas?As garotas faziam isto as vezes, mas apenas porque eram...amigas, mas e ele? Porque?

– Você sabe jogar? – a garota disse ainda um tanto quanto que incrédula.

Kise sorriu abertamente enquanto se sentava de frente para a garota,ele não sabia jogar mais aprendia tudo rapidamente. Mariko o olha desconfiada, as pessoas não costumavam se aproximar dela sem segundas intenções porém ela se pôs a explicar como as regras e as peças do jogo funcionavam de forma lenta tendo a certeza de que o modelo a sua frente entendia o que ela dizia.

Enquanto Marika se demorava em cada jogada analisando cuidadosamente tanto o tabuleiro quanto o seu adversário fazia jogadas rápidas mais preocupado em conversar e tentar descobrir um pouco mais sobre a capitão do outro time do que com o jogo de xadrez.

– Então... você joga basquete a muito tempo – o loiro perguntou com aquele sorriso arrebatador de corações enquanto mexia uma das peças.

– Não – a ruiva diz muito mais interessada no jogo do que no rapaz.

Kise não estava acostumado a não receber atenção das garotas, na verdade todas as garotas sempre foram apaixonadas por ele a ponto de suspirar e persegui-lo. Mariko não ligavam para ele, garotos como ele não se interessavam por garotas como ela então ela preferia prestar atenção no que ela realmente gostava, isto é no jogo.

A ruiva finalmente fez a sua jogada, mas o silencio continuou. Se ele quisesse uma conversa não seria ela quem tomaria uma iniciativa, o rapaz teria realmente que se esforçar para arrancar de uma pessoa acostumada ao silencio, uma pessoa que não compartilhava informações.

– Porque trocou o xadrez pelo basquete? – ele diz comendo uma das peças da loira e sorrindo por isso.

– Não, eu não troquei... Eu pratico os dois – a garota não parecia realmente chateada por perder uma peça, sacrifícios são necessários.

Mariko jamais mudaria, o basquete e o time lhe trouxeram mais do que ela poderia esperar... Mas os computadores e o xadrez eram tudo para a garota, eram a sua vida e por isso jamais poderia se desfazer deles assim, ao mesmo tempo que a cada dia o basquete começava a fazer parte de quem ela era. Kise a encarava curioso, se perguntando quem estava por trás dos óculos, quem era aquela garota que liderava o time da prima de Kuroko.

– Porque começou a jogar basquete? – perguntou o loiro apoiando o rosto na mão.

– A Tetis me chamou, ela fez uma proposta que valeu a pena – a ruiva sorriu de leve.

Falar sobre o seu passado, sobre quem ela era antes não era algo confortável. Mariko na verdade não gostava de falar muito sobre si mesma e era bastante reservada fazendo com que poucas pessoas tivessem tido o prazer de serem consideradas merecedoras da sua confiança. A ruiva arrumou os óculos e olhou no relógio, aquela partida não havia durado muito como o esperado.

– Porque ninguém mais joga com você? – o loiro perguntou querendo instigar a garota a falar.

– Cheque – ela diz fazendo um movimento.

Naquela altura do campeonato a refeição já estava pronta e na mesa, mas ninguém comia. Todos encaravam a partida de xadrez dos dois, as garotas jamais interromperiam uma partida de Mariko sabendo o prazer que ela tinha ao jogar. Murasakibara olhava para o teto uma vez que o jogo não o interessava, Akashi olhava o jogo querendo compreender mais da capitã do outro time, Momoi ainda estava abraçada a Kuroko e Midorima apenas considerava Kise um tolo por achar que poderia ganhar.

– O que? – o loiro perguntou surpreso enquanto mexia outra peça do jogo, não havia entendido o que ela disse.

– Porque eu sempre ganho, cheque-mate – a ruiva sorriu ao derruba o rei do adversário, vencer sempre seria interessante para ela – você perdeu.

O loiro arregalou os olhos quando ouviu que perdeu, como assim? O jogo durou tão pouco, xadrez não é um jogo que demora horas e horas? Antes a ruiva ficou quase 1 hora na mesma partida e a deles não durou nem 15 minutos? Como assim? Porque? Ao ver a reação escandalosa do loiro a sua frente, Mariko se permitiu rir de leve.

– O que eu perdi?Mas já!!! – o loiro olhava o tabuleiro completamente embasbacado.

– Sim o seu rei foi morto – falou Mariko arrumando as peças de xadrez.

Aquela partida havia sido rápida e não exigira nenhum grande esforço mental, havia sido inclusive mais rápida do que muitas partidas que já tivera com as meninas do time. Como esperado agora era a vez de jogar sozinha, o loiro fora gentil em jogar com ela. Mas a hora da gentileza acabara.

O loiro começou a ajudá-la, ele não irai deixá-la jogando sozinha simplesmente porque ela parecia tão solitária. Ele notava o quanto ela apreciava a relação que tinha com as amigas, mas a ruiva de óculos fundo de garrafa realmente gostava de xadrez e isto era algo pelo qual as amigas não podiam realmente ajudá-las. Quando o tabuleiro estava montado, Kise foi mais rápido e moveu uma das peças brancas sorrindo para ela, ele iria continuar jogando.

– Porque ainda quer jogar? – a ruiva o encarou, não costumava ser surpreendida assim tão facilmente.

– Porque você ainda está aqui, não vou deixá-la jogar sozinha de novo Marikochi – o sorriso do loiro era aquele brilhante e arrebatador de corações.

As garotas que ainda estavam na sala trocaram olhares entre si e suspiraram, Amaya preparou dois pratos da janta e levou até a mesa onde eles jogavam para que pudessem comer e jogar ao mesmo tempo, Tetis se encarregou de levar o suco. As garotas afagaram os cabelos ruivos de Mariko antes de irem jantar.

Os garotos e Momoi apenas suspiraram e foram se juntar a mesa,assim que se sentaram e começaram a se servir Naoto e Chiyeko finalmente desceram fazendo com que todos na mesa lhes encarassem. Os dois apenas sorriram de leve enquanto se sentavam lado a lado nos lugares livres, Naoto ficou de frente para Momoi que sorriu com simpatia para eles.

– Vou tentar arrumar a sua prótese depois do jantar Asha, e o pulso de Yuriko está melhor mas ela ainda não poderá mexê-lo por mais duas semanas – Naoto informou as garotas que apenas confirmaram – ah e amanhã quero todas prontas para o café da manhã as 7 horas em ponto, ainda temos muito o que treinar.

As garotas soltaram suspiros desanimados enquanto olhavam os pratos da refeição, Chiyeko mexia no celular a quase 30 segundos e então terminou de comer rapidamente e se levantou sem falar nada com ninguém. As garotas que a conheciam bem apenas soltaram risadinhas leves sabendo muito bem o que a jovem iria fazer.

Aomine comeu de forma quase que mecânica, ele ainda não sabia como se sentir pelo machucado de Setsuko e a perna de Asha, entendia o porque das garotas o culparem mas... Ele apenas não havia feito isto de forma intencional, porém as palavras rudes que falou para a loira durante o jogo o faziam se sentir mal. Ela era uma jogadora incrível assim como todo o time, mas ela estava machucada, perdendo sangue e mesmo assim continuou jogando de igual para igual com ele.

O As da geração dos milagres terminou de comer, pegou um copo de milkshake e falou que ia dormir, ninguém realmente estranhou isso afinal de contas o rapaz era um preguiçoso nato que por muitas vezes preferia ficar dormindo a treinar. O moreno subiu as escadas de forma lenta até os quartos, o primeiro quarto era o de Yuriko a porta estava aberta e a garota de cabelos verdes jogava dardos em uma foto enquanto comia alguns doces. Aomine arregalou os olhos ao perceber que a foto era dele e engoliu em seco achando melhor sair dali rapidamente.

O garoto continuou procurando pela loira, sabia que a sua consciência irritante pedia para que fosse logo falar com a oposta de Kise. O quarto dela era o terceiro e assim que abriu a porta a viu sentada na cama olhando pela janela. Os cabelos loiros estavam bagunçados, o rosto ainda um pouco pálido, usava uma camisola azul com alguns babados, ela estava recendo o sangue de uma bolsa de sangue no braço.

– Você não deveria estar deitada? – Aomine falou ao entrar.

Setsuko levou um susto, arregalou os olhos e a mão foi para algo embaixo das cobertas, mas assim que seus olhos se encontraram com o do rapaz ela respirou aliviada, era apenas ele. A loira tinha que se acalmar, se ficasse assim tão nervosa cada vez que ouvisse uma voz masculina entraria em problemas uma vez que passaria as férias em uma casa cheia de rapazes. Ela iria ficar calma, ela tinha que ficar.

– Tão durona na quadra e quase tendo um treco só levou um sustinho – o rapaz brincou se aproximando da cama.

Naquele momento ele notou o quanto a garota era bonita, era diferente de vê-la na quadra como uma inimiga irritante. Mas também, ela era a oposta de Kise e Kise era um modelo. Elas podiam não ser gender bender exatas deles como Yuriko disse mais cedo, mas tinham muito em comum com toda certeza. A loira finalmente conseguiu se acalmar o suficiente a ponto de conseguir falar.

– Nada haver seu idiota! Eu... só não esperava você aqui – a loira comentou ainda sentada na cama mas se afastando da janela.

O garoto suspirou e estendeu o copo de milkshake para a garota, ela piscou os olhos algumas vezes e sorriu logo depois aceitando o mesmo e tomando um gole antes de oferecer mais para o garoto que fez que não com a cabeça. Setsuko era de longe a mais sociável do time, ela já tinha passado por muita coisa na vida...mas, mesmo assim gostava das pessoas de poder confiar nelas e ter amigos. A loira ia se esforçar para deixar os rapazes confortáveis mesmo não gostando muito deles, eles talvez tivessem algo de bom.

– Obrigada – ela disse tomando outro gole da bebida.

– Achei que podia estar com fome e...desculpe pelo que ouve na quadra, bem o que eu disse...e... – o As não era bom com desculpas, ou em ter que lidar com as pessoas mas sabia que precisava se desculpar com a loira.

A garota provavelmente teria corado se tivesse sangue o suficiente para isso, nem ela esperava que o garoto tivesse uma atitude assim. Não o conhecia muito, Chiyeko ainda não havia entregado o relatório sobre o rapaz mas mesmo assim o que sabia dele já não lhe agradava. Porém aquele gesto não condizia com as informações que tinha então talvez os garotos da Geração dos Milagres realmente tivessem algo de bom.

Antes que a garota pudesse responder o seu celular começou a tocar, seus ombros ficaram um pouco tensos mas depois relaxaram ao ver que era. A garota comprimiu os lábios sem saber exatamente o que fazer ou falar, não poderia atender a ligação com o rapaz ali por isso teria que dispensá-lo educadamente, afinal ele viera ali com boas intenções.

– Sem problemas... Mas cuidado com Yuriko e Amaya elas são as mais vingativas – a loira disse ainda segurando o celular – acho que vou descansar... Boa noite.

Aomine saiu dali, não tinha o porque ficar batendo papo com a garota. Ele fez a coisa certa e pronto, não significava que ficaria amigo da peituda ou algo do tipo. A sensação de que havia algo errado com as garotas ainda era presente, segredos demais. Ainda no corredor ele conseguiu ouvir a voz de Setsuko falar: “Oi amorzinho, como está...” o resto da voz foi perdida enquanto ele se afastava até o quarto que foi determinado para si. Então a loira tinha um namorado...

Por falar nisso, a fanfic ganhou o primeiro fanart feito pela Caeli. Com vocês Kise e Mariko:

Se alguém quiser fazer fanarts para a fanfic saiba que será bem vinda *--*


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?Se encontrarem algum erro de grafia me avisem para que eu o arrume ^^