Girl Light escrita por Nikoll Gardella


Capítulo 1
It Is Necessary


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoinhas, se é que vai ter alguém lendo :3
Bem... Vamos conhecer um pouquinho o passado e os sentimentos da Lauren Poynter. Ficou um pouco grande, espero que gostem assim u.u
Então é isso, vou deixar você lendo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/435051/chapter/1

A lua brilhava do lado de fora da minha janela, aquela tela na minha frente realmente me irritava, mas logo eu não precisaria mais olhar pra ela. Suspirei pesadamente sentindo pontadas de dor no estômago, fazia quase três dias que eu me sustentava apenas à base de água. Minha mãe achava que eu estava levando o tratamento de bulimia a serio, mas a verdade é que eu quase nunca levava nada a serio, ainda mais quando estava aqui, largada em Los Angeles. Definitivamente foi a pior ideia que eu já tive em minha vida, qual é? Quando foi que eu pensei que poderia ser bom ter ido morar com meu pai? Depois daquele dia, nada ficou bom.

Eu nunca vou me esquecer daquele tapa que ele me deu na cara, mesmo que ele estivesse bêbado, quando é que ele não estava? Depois do tapa ele caiu de joelhos e começou a chorar, não era eu quem deveria estar fazendo aquilo? Bem, foda-se. Dei as costas e me tranquei no quarto, sorte que eu estava indo embora logo. Esfreguei a mão no rosto, aquele broxa nem tinha força pra me machucar de verdade, pelo menos não fisicamente.

Sentei na cama, estava quente e abafado em LA, como sempre. Coloquei os pés no chão frio. Abri a porta do meu quarto e sai, passando silenciosamente pelo quarto dos meus primos e dos meus tios, entro no banheiro que fica no final do corredor e fecho a porta em silencio a trancando em seguida. Olho-me no espelho de corpo inteiro que tem ali, eu sou mesmo uma merda. Os cabelos negros batem quase nos quadris, qual foi a ultima vez que os cortei mesmo? Não me lembro, mas isso não importa. Imagino o quanto Dylan gostava de passar os dedos por eles, me pego fazendo o mesmo que ele fazia e soluço quando a imagem do seu rosto angelical cruza minha mente. Merda.

Meus olhos chocolates me fitam no espelho. Minha pele ridiculamente morena que eu sempre odiei, e meu corpo extremamente... Fiz uma careta. Depois que comecei a ter bulimia, eu tinha emagrecido bastante, mais ainda me via uma baleia no espelho, mas quando é que eu deixei de ser essa obesa mesmo?! Nunca. Eu me acho muito baixa, muito gorda, muito sem sal. Peguei algumas mexas de meu cabelo e as fitei cheia de ódio. Será que o Dylan iria ver o que eu fiz com os cabelos que ele tanto amava? Sorri maldosamente relevando meus dentes um pouco tortinhos com os caninos um pouco afiados, como eu os odiava.

Abri a segunda gaveta da pia e peguei uma tesoura de ferro que tinha ali, ela era um pouco pesada e estava fria. Peguei um tanto de cabelo e preparei a tesoura na altura do maxilar, algumas lágrimas molhavam meu rosto... Eu não cortava os cabelos há tanto tempo, mas eu precisava daquilo, era necessário. Cortei um tanto de cabelo de uma só vez e larguei os fios longos que estavam moles em minha mão, mordi os lábios para reprimir um grito e continuei meu corte. Quando terminei me olhei novamente, meus cabelos estavam curtos, muito curtos, mega curtos. Minha mãe teria um infarto, mas o Dylan também teria e sorri ao pensa nisso. Recolhi os fios do chão e os joguei no lixo.

Virei meu braço para cima, olhando a parte mais clara dele no antebraço. Uma cicatriz relativamente nova e bem alta, mostrando a intensidade do corte estava lá. Todos da minha família achavam que eu tinha caído da bicicleta, mas a verdade é que eu mesma havia feito aquilo, com uma faca de cozinha simples. Esmurrei a parede do box com raiva.

Eu odiava o que eu havia me tornado, eu odiava tudo o que minha vida era e foi naqueles últimos três anos. E eu definitivamente odiava aquele ser repugnante que eu havia me tornado. Sai do banheiro a passos mansos e voltei para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim e olhei as minhas malas feitas em um canto. Ande até lá e abri minha bolsa pegando o vidrinho de calmante que tinha roubado de minha mãe e pinguei em um copo d’água que tinha lá quase a metade dele, virando a água ‘’premiada’’ goela abaixo logo depois. Voltei a me deitar e só depois disso tudo eu consigo pegar no sono.

Um sono chato e cheio de pesadelos claro. Pesadelos daquele demônio dentro de mim, me sussurrando coisas, controlando meu corpo, tentando me matar, dizendo coisas horríveis, sonhos da dor que ele me causou quando o obrigaram a sair de dentro de mim.

Sentei-me assustada na cama, arfando e suada, merda de calor de LA, merda de pesadelos/lembranças.

Levantei-me e coloquei a cabeça para fora da janela, tinha um monte de gente lá embaixo na quadra, quando Amanda me viu começou a berrar para eu descer. Mandei um “joinha” para ela e abri minha mala pegando um short cinza justo e uma blusa velha do meu pai, calcei meu All star vermelho de veludo e cano médio e não fiz nada com meus cabelos ridiculamente curtos. Sai do quarto e corri para o banheiro, empurrando meu primo para fora do mesmo que me olhou incrédulo com a escova quase caindo da boca.

– Nunca viu não? – Eu resmungo o empurrando para fora do banheiro e batendo a porta. Escovo os dentes e lavo o rosto, saio do banheiro empurrando Rick pra fora do meu caminho.

– Cortou o cabelo? – Ele pergunta só agora.

– Não narigudo, tirei pra lavar, semana que vem eu coloco de volta. – Eu falo sorrindo irônica de lado e nem me virando para ele.

– Que linda você Lalah! – Ele fala para mim.

– Eu sei, foi minha mãe quem fez sabia? – Eu falo indo para a sala onde meus dois outros primos, Lucca e Mathew, meus tios Suzanne e Nicolau e meu pai, Roger pararam de comer e olharam incrédulos para mim. – Sim, eu cortei o cabelo, não, eu não estou com vontade de falar sobre isso. – Eu já respondo.

– Ficou bacana, combina com seu estilo. – Lucca, que é o mais delicado de todos fala e Mathew faz um “joinha” com a mão. Rick aparece atrás de mim colocando a mão na minha cabeça. Todos eles são bem altos, pelo menos comparado a mim. Mathew é largo e meio gordo, tem muito cabelo e barba preta e cara de terrorista. Lucca é bem clarinho, cabelos encaracolados pretos e olhos castanhos escuro, um nariz fino e médio, ele é um lindo isso sim e Rick é louro com olhos verdes, alto e magro e tem um nariz bem grande, que incrivelmente não fica feio nele. Suzanne parece um botijão de gás, gorda, feia e brega, com cabelos ridiculamente cortados e pintados de louros, alisados e baixinha. E Nicolau... Bom Nicolau é enorme de gordo, tem cabelos pretos e lindos olhos verdes, e é baixinho também. Meu pai é moreno, meio careca, alto e tem uma barriga avantajada de cerveja e gandaia. Meu pai sorriu simpático para mim, é claro que não havia se lembrado do que fez, entrei nessa onda e coloquei meu melhor sorriso “anjinha” para todos eles.

– Esta com fome? – Minha tia pergunta.

– Na verdade não. – Eu falo dando de ombros. – Amanda me chamou lá embaixo então... Até mais tarde.

– Você tem que passar mais tempo com sua família, não quero que fique lá embaixo vadiando. – Meu tio disse entupindo a boca de comida. Virei-me para ele e o fuzilei.

– Posso pai? – Eu pergunto para o homem ao meu lado frisando bem a palavra, eu sei que ele ia deixar, afinal, ele sempre me deixa fazer tudo o que quero.

– Vai lá, divirta-se. – Ele fala sorrindo para mim e bagunçando meu cabelo. Sorrio vitoriosa para meu tio que faz careta pro meu pai que da de ombros confuso.

– Então ate mais tarde. – Eu sai correndo e chamei o elevador, quando ele chega me deparo com aquela cabeleira loura e encaracolada, aquele maldito corpo perfeito e olhos azuis. Seu queixo cai.

– Nossa Lauren... Cortou o cabelo? – Ela pergunta ainda em choque. Ah sua vadia.

– Nossa Joane... Que legal, agora eu entendo vacas mugindo. – Eu falo lhe dando as costas e indo pelas escadas mesmo. Vadia dos infernos.

– Orgulho ferido é foda! – A ouço gritar. “- Ah mais isso não vai ficar assim.” – penso e corro escada abaixo, seis andares na verdade, até o térreo e espero o elevador abrir, revelando novamente aquela vadia. Entro no elevador e acerto um tapa/soco naquela carinha perfeita dela.

– Pode ficar com o caroço daquela fruta sua invejosa, aquela ali eu já chupei, mordi, devorei, mas já que faz tanta questão, fica com as sobras que eu não quero mais. Aproveita que eu to caridosa hoje. – Eu falo a largando ali no chão e saindo pela porta de vidro, dando a volta no prédio ate chegar à quadra. Quase sou sufocada pelo abraço de Juan, Trevor, Jonathan e meu francês.

– Calma gente, calma! – Eu falo com um riso forçado, depois de eles falarem o quão linda eu fiquei com o cabelo curto eles me permitiram respirar. Mas eu via a maldita pena nos olhos deles, e eu não queria aquilo, não por causa do que o Dylan tinha aprontado. – Eu estou bem, é serio, não ligo. Eles que fiquem felizes juntos. – Eu falo sorrindo fofa para eles. Amanda vem me abraçar e me entregou um maço de cigarro.

– É meu presente de despedida. – Ela fala me jogando um isqueiro roxo. – Gostou?

– É a melhor coisa que você poderia ter me dado. – Eu falo sorrindo largamente, falsamente, para ela.

– Ainda não acabou. – Eu ouço aquela voz rouca nas minhas costas. – Não acredito que cortou o cabelo, era a única coisa que você não podia ter feito.

– Claro que eu podia, eram meus cabelos, eu faço o que quiser. – Eu falo me virando para ele. Alto, cabelos negros estilo emo, e grandes olhos azuis, pele clara. – Você não tem nada com isso. Alias o que te deu para ter a cara de pau de aparecer na minha frente? Passei quase todas as férias aqui e você me aparece no dia em que vou embora? Que grande homem você é.

– Qual é Lauren, faz quase dois anos, você ainda não me perdoou? – Ele pergunta irritado se aproximando de mim. Recuo dois passos. – Você não entende que o que eu fiz foi burrice?

– Entendo. Parabéns, finalmente você esta vendo que é um imbecil. – Eu dou de ombros. – E daí? Você continua com ela.

– Porque não tenho você, já que infantilmente você resolveu me abandonar ao invés de resolveu às coisas. – Ele esbraveja.

FODA-SE! – Eu grito com toda a força que posso. – Foda-se você, foda-se ela. Eu quero mais é que você morra! Me esquece Dylan, pois eu já esqueci você!

– Não é o que parece. – Ele retruca sorrindo de lado. – Cortou os cabelos só de vingança, pois sabe o quanto eu amava ficar deslizando os dedos neles.

Sorri maldosamente.

Foda-se. – É a ultima coisa que falo antes de me virar para voltar ao elevador, aceno brevemente para os meninos e para a Mandy, eles entendem que odeio despedidas chorosas. Dylan fica lá, parada feito um retardado, sem saber o que fazer e a ultima coisa que vejo é meu francês dando um murro na cara do meu ex.

Ficar no avião é entediante, muito. Logo anunciou que pousaríamos, e tudo passou muito rápido, eu me coloquei no modo mecânico. Desembarcar, pegar as malas, achar minha mãe. Ela me abraçou ternamente, me apertando contra si.

– Cortou os cabelos. – Ela afirma passando os dedos nas madeixas curtas. Dou de ombros sorrindo. – Eu gostei. – Ela fala depois de um tempo. – O Harry esta ai, louco para te ver.

Sorrio assim que vejo meu irmão. A pele morena, gordinho, alto, com aquele tique de ficar piscando quando fica ansioso, vestido todo formalmente e fazendo careta assim que me vê.

– Você parece um menino. – Ele resmunga. Olho para meu jeans gasto e cinza, meu All star velho e a blusa larga que estou usando.

– Obrigada, é bom te ver também. – Eu retruco sarcástica.

– Tá toda tiradinha essa menina hoje. – Ele fala e depois sorri, exibindo dentes brancos e perfeitos, me abraça apertado. – Vem, vamos comprar seus materiais e algumas roupas que prestem. – ele fala e vamos para o estacionamento. Ele guarda as mala e eu entro em seu carro e ajeito meus óculos e relaxo no banco vendo a paisagem passar da cidade passar rapidamente pela janela. É nova vida, nova merda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso ai, eu só vou continuar se souber que alguém leu e gostou então, me deixem algum comentário, um simples ''gostei'' ou ''ta uma bosta, volta pro jardim de infância'' ta servindo :3
É isso, eu posto o próximo assim que tiver algum comentário >u



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Girl Light" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.