O Ciclo dos Mortos escrita por Gabriel Barbosa Haguiô


Capítulo 10
Sem rumo




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4 horas após o descanso de Alastor...

KATHERINE:

Não sabia o porquê, mas eu sentia devidas saudades de Billy.

Naquele momento, eu meio que desejava me matar, ou que alguém me matasse. Sei que existem casos piores para ter pensamentos suicidas como estes, mas eu achava que os eventos que tomaram o mundo não eram pra mim.

Meus pais haviam saído para matar alguns errantes e caçar para conseguirem alimentos. Contudo, um dos guardas do Imperador (filho da puta, por sinal) os pegaram no flagra, e solicitaram para que estes fossem decapitados. O idiota do Imperador, obviamente, aceitou.

Se estas criaturas que vagam sem rumo nunca tivessem existido, meus pais não morreriam. Não só eles, mas a carnificina que matou todos os africanos, asiáticos e oceânicos nunca iria existir.

Ando, no escuro do Hotel San Villar, tentando encontrar Billy. Eu precisava de um abraço, um carinho, e não mais tristeza.

Surpreendentemente, eu o encontro.

– Katherine! - ele exclama.

– Billy! - retruco, abraçando-o.

– O que você está fazendo por aqui?

– Tentando encontrar você.

– Por que?

– Meus pais... bem... - não conseguia falar aquilo, mas já havia percebido que Billy havia entendido.

– Meus pêsames.- ele diz - para os seus pais. Com certeza eles irão ganhar uma estrela no céu.

– Como assim? - pergunto.

– Quando alguém morre, esta pessoa ganha uma devida atenção. Ela se torna brilhante para ofuscar as pessoas que acham que estão com uma vida ruim. Você nunca está com uma vida ruim. Desde que tenha um companheiro e algo para fazer por perto, está tudo bem.

Nunca havia pensado que Billy conseguiria criar uma frase tão filosófica quanto aquela. Ele era sim sentimental. Todas as pessoas são sentimentais. Todas. Não há exceção, há apenas certezas.

– De certa forma, obrigada, Billy. - agradeço.

– De nada. - ele responde.

– Afinal, o que você está fazendo por aqui?

– Tentando me recuperar de um choque que levei, mas já está tudo certo.

Então, começamos a andar pelos corredores, sem medo do que poderia vir pela frente. Não poderia haver nada mais vil que os zumbis e do que aqueles guardas (que estavam, felizmente, descansando).

– Billy - digo -, você pode me levar até o lugar onde meus pais serão decapitados?

– Mas eles já não morreram?

– Morrerão.

– Ah. Bem, onde é este tal lugar.

– Nos terrenos, lá embaixo.

– Vamos, então.

Porém, enquanto criávamos um diálogo, mal havíamos percebido que estávamos em um corredor com dois guardas há uns três metros de nós.

– Katherine, tente distrai-los.

– Como?

– Pegue aquela pedra - ele aponta para uma pedra que estava ali perto - e jogue naquela parede.

Obedeço. Então, os guardas viram para o outro lado.

– Vamos, vamos!

Então, nos dirigimos até o elevador, e vamos até o térreo.

–-

– NÃO! - grito.

Era tarde demais. Quando chegamos no térreo, vejo o Imperador cortando a cabeça de meu pai com um machado.

Assim como já era de se esperar, corro até o local da decapitação.

– POR FAVOR, EU IMPLORO, NÃO MATE MINHA MÃE! - exclamo.

– Saia daqui, garotinha estúpida. - responde o Imperador.

– NÃO SAIO!

Contudo, alguns guardas me arrastam até o que deveria ser o hall de entrada.

– Meus pêsames, Katherine. - Billy afirmava, enquanto eu ouvia ruídos que provavelmente seria a cabeça da minha mãe voando para longe.

– Obrigada. - respondia, enquanto chorava.

– PRÓXIMO: ETHAN BERMAN! - exclamava o Imperador, fazendo Billy hesitar.

– Olha, eu preciso que você faça algo, neste exato momento. Vá até o último andar e salve este tal de Ethan, o.k.? Não chame muita atenção.

– Snif, snif... o.k.

Então, vou até o elevador e tento ir até o último andar.


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