NICK

—Valeu, mano -cumprimentei Josh -Vocês são demais!

—Que isso, cara -ele bateu nas minhas costas -Eu só ajudei a amarrar os balões.

—Nicolas, meu bem -Amy me abraçou - Feliz aniversario!

—Obrigado Amy, obrigado por isso -sorri.

—Ta crescendo hein, amigão -foi a vez do meu pai -Parabens, cara!

—Valeu, pai -ele sorriu.

—Nicolaaaaaas! -Grace pulou em mim -Parabéns pro meu amiguinho lindo -me abraçou -E ca entre nós, meio burro também, o que você tá esperando pra ir falar com a menina que você gosta de verdade, bocozão? -eu ri.

—Brigado Grace, suas palavras significam muito -a soltei.

—Ela tá vindo, atras de você -ela disse entre dentes -Perde essa chance pra você ver só o que eu faço -ela ameaçou.

—Ta bom, tá bom -a afastei. Respirei fundo e me virei. Ela estava segurando um cartaz (eu li bem, mais de uma vez) e sorrindo pra mim. Aquele sorriso...

—Feliz aniversario! -deixou o cartaz de lado e me abraçou.

—Obrigado -sorri -Foi muito legal o que você fez. Me enganou direitinho -pisquei pra ela.

—Eu não fiz sozinha -ela olhou em volta -Você tem ótimos amigos.

—E esse cartaz hein? -ela riu.

LANA

Vi Grace se afastar dele e me aproximei. Eu estava vermelha e minhas mãos suavam, mas mesmo assim tentei sorrir. Ele se virou e eu quase congelei. Aqueles olhos...

—Feliz aniversario! -tentei tirar o cartaz do meio pra abraça-lo.

—Obrigado -ele sorriu -Foi muito legal o que você fez. Me enganou direitinho -ele piscou! PISCOU, MANO! Que jogo sujo.

—Eu não fiz sozinha -desviei o olhar, eu tava me segurando... -Você tem ótimos amigos.

—E esse cartaz hein? -puta que pariu.

—Ah, isso? Foi a Grace -o olhei e vi que tinha ficado triste.

—A Grace?

—É, ela... ela que fez mas eu pedi pra segurar -gaguejei.

—Serio? -agora ele estava escondendo o sorriso, mas eu não consegui esconder o meu.

—Serio. Você gostou?

—Ta brincando? Ficou demais. Esse "amor" aqui... -riu.

—Claro, tinha que ter o seu bordão!

—Eu gostei muito -ele disse com um sorriso divertido. E depois pra acabar com o meu, a Lorany apareceu atras dele e segurou seu braço.

—Oi Lara! -ela olhou pra mim.

—Oi Lorany -nem me dei o trabalho de a corrigir, ela ia errar de novo mesmo.

—Ta bombando essa festa -ela sorriu -Vocês arrasaram!

—Obrigada, fica a vontade -ensaiei um sorriso. Coitada, ela estava tentando.

—Sabia Nickizinho, que foi ideia da Lana que eu te tirasse de casa enquanto eles arrumavam tudo? Ai, foi demais!

—Foi? -ele olhou pra mim.

—É... foi.

—Ah... Be-bem pensando.

—Valeu.

—Super bem pensando. Eu super achei. Afinal, a festa era surpresa, né? -ela estava claramente muito empolgada.

—É, verdade -fingi animação -Eu vou ajudar a Grace a servir o pessoal. Nos vemos depois -tentei não olhar pra Nick.

—Tudo bem -eles falaram ao mesmo tempo mas a voz dela se sobressaiu.

Fui procurar a Grace e a achei segurando uma bandeja de salgado e conversando com o Josh. Eu não queria atrapalhar, só queria um pouco de sossego. Resolvi que la fora ficaria mais tranquila, e com a brisa fria que batia na minha pele, eu conseguia relaxar.

Depois de um tempo pensando, percebi que todas as coisas na minha cabeça sempre acabavam no mesmo lugar: Nicolas Winchester.

É, ele era o Nicolas Winchester no começo, o garanhão que tinha um charme e um sorriso encantador que desmoronava qualquer garota. Ele era inalcançável. Quer dizer, antes ele era inalcançável. Agora ele era meu quase irmão, meu caso indefinido, meu parceiro de aventuras e mais que tudo, meu amigo. Agora ele era o Nick, e era muito mais que antes.

—Ta fazendo o que aqui fora sozinha? -ele falou fechando a porta atras de si.

—So pensando um pouco -respondi enquanto ele se sentava do meu lado na calçada

—E você? A festa é sua, afinal!

—Vim esfriar a cabeça -apoiou os braços no joelho -Eu tava te procurando também.

—Me procurando por que?

—Porque você não tava la dentro -ele respondeu como se fosse obvio.

—Não te entendi. Achou que eu tinha sumido? -ri.

—Não, não é isso -ele olhou pra mim por um bom tempo e depois voltou a olhar pra frente.

—Então é o que?

—Eu gosto de ficar perto de você -deu de ombros, ja eu, fiquei vermelha e me encolhi. Quando ele percebeu que eu não falaria nada, retomou a conversa -Ah, qual é, não vai falar isso pra mim também?

—Eu não quero mentir -brinquei.

—Eu sei que você me ama -ele me empurrou com o ombro.

—Convencido!

—Vai negar é? -eu ri mas não falei nada -Ta pensando no que?

—Em um monte de coisas -falei olhando pra frente.

—Eu to no meio dessas coisas?

—Você sempre tá -olhei de relance pra ele.

—E o que você me diz? -ele sorriu.

—Sobre o que?

—Sobre mim -ele se sentou virado pra mim e eu fiz o mesmo -Me analisa.

—Te analisar?

—É, eu vou te analisar também. E depois um fala alguma coisa do outro -anui e me concentrei nele -Parece que você está tentando ler minha mente.

—Eu levo meu trabalho muito a serio -ele riu e continuamos.

—Ta bom, acho que ja podemos falar -ele disse depois de uns três minutos -Quer começar?

—Pode ir primeiro.

—Bom, vamos ver -ele sorriu -Você é muito complicada, Lana -fiz careta -E eu amo te descomplicar.

—Vai, continua.

—Ahn... Você é bem brava também, mas eu não mudaria isso em você, não mudaria nada alias -eu ri -Você é com certeza uma pessoa da qual eu odeio me despedir. E também... -ele olhou pra baixo procurando as palavras -Você vê a vida de um jeito tão... Sabe, tão maneiro, tão novo... Que me faz querer ser parte desse mundinho secreto que você criou.

—Você é parte dele -eu o abracei -Sempre vai ser, não importa o quanto eu tente tirar você do meu pé -fiz ele rir -Agora é minha vez.

—Vamos la, eu aguento -separamos o abraço.

—Você, Nicolas, é muito chato -ele sorriu- Talvez pessoa mais chata que eu conheço. Ah, e muito irritante também.

—Mas...

—Mas é essa chatice que me faz rir quando eu só penso em chorar, que faz panqueca pra mim, que me anima e me faz viver varias aventuras... -sorri -Que não desiste de mim.

—Nunquinha -ele fez carinho na minha bochecha.

—Você tem um coração gigante, e é o tipo de pessoa que eu tenho a sorte de conhecer.