POV Thalia.

Hoje seria a cremação da mortalha de Julie junto com seu minusculo corpo. Como eu estava? Acabada, destruida, quebrada. A dor me consumia a cada segundo, mas se coloque em meu lugar:gerei uma vida em mim por nove meses e no ultimo instante perdi minha filha. Isso está sendo demais pra mim, depois de tudo que passei, tudo que sofri tentando ser forte, mostrar para os outros que eu posso ser forte quando na verdade eu não sou e nem nunca fui forte.

Enquanto as pessoas me viam como uma lider, forte e sensata quando na verdade eu era apenas uma criança com medo. A coragem era a unica coisa que eu não fingia. Eu ja dei minha vida pelos que eu amo, e daria novamente sem pestanejar.

[...]

Foi incrivel a velocidade na qual os filhos de Hefesto entalharam um pequeno caixão tão lindo.Ele era branco com pequenos desenhos d flores e espirais imitando o movimento do vento. A mortalha que cobria lindamente o caixão tinha uma águia postada lindamente com as asas abertas em cima do caduceu de Hermes, as cores eram vívidas e os olhos azuis da águia me lembravam os meus próprios, o pano era preto e alguns raios dourados saiam da águia.

A tocha me foi erguida por Quirom, mas eu simplesmente não conseguia, eu mal conseguia ficar em pé sozinha, só não havia desabado no chão porque Luke me segurava firmemente pela cintura. Olhei nos olhos do direto e o que vi neles foi compreensão e compaixão.

Minha mãe apertou minha mão firmemente antes de me dar um beijo na testa de encorajamento.

Luke e eu pegamos a tocha juntos e finalmente vimos a mortalha arder em chamas. Assim que isso aconteceu meu peito doeu mais que nunca e não pude evitar que lágrimas rolassem por meus olhos. Me virei de frente para Luke e ele me abraçou apertado, imagens de tudo que passamos juntos, desde que nos esbarramos um dia até o dia de hoje passava diante de meus olhos. O pedido de namoro com a linda declaração de amor, a escolha do nome da nossa filha, o dia em que descobrimos o sexo do bebê, o desespero que vi em seus olhos antes de morrer, até o dia em que ele me salvou de mim mesma.

Eu sou fraca, fraca e tola. Eu não havia cumprido minha promessa com Luke, eu havia voltado a me cortar, e isso não era uma coisa que me deixava orgulhosa de mim mesma, os cortes em meus braços voltaram a se abrir, meu sangue voltara a se derramar.

Annabeth era a unica que sabia dos inumeros cortes pois me viu os produzindo. A loira apenas se sentou ao meu lado, me abraçou e me confortou até que eu desabafasse todas as minhas lágrimas.

Desde seus sete anos Annie era a unica pessoa em quem eu realmente podia confiar todos os meu segredos, que me entendia apenas com um olhar, a minha unica e melhor amiga. Talvez fosse por isso que tão fraca, porque o papel de Luke e Annie era ser fortes por mim, e nesse momento o loiro era com certeza meu porto seguro.

CONTINUA...