Quente escrita por LauC


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ha, está ai mais um capitulo. Não está tão longo, mas espero que gostem = P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/434782/chapter/2

Deitei na cama e me cobri com o cobertor. Não que aquilo fosse me esquentar, apenas me dava uma boa sensação. Fechei os meus olhos e aos poucos fui adormecendo, enquanto o sol iluminava a terra.

— Ei — Senti alguém tocando o meu ombro e abri os olhos.

Olhei para James, o meu criador e sentei na cama. Percebi que tinha me enganado a respeito da cor dos seus olhos. Não eram totalmente azuis e sim verdes, ou a mistura dos dois. Era difícil de dizer, por que estavam sempre mudando de cores. Seus lábios estavam em uma cor rosada, deu um sorriso para mim e eu sorri de volta. Tinham se passado alguns meses desde que eu tinha me tornado vampira. Estávamos na minha casa em São Vicente.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei . Ele negou com a cabeça e ficou de pé. Ele era mais alto do que eu uns 20 centímetros, estendeu a mão na minha direção e eu a aceitei.

— Está na hora de jantarmos — Sua voz era grave e alta.

Saímos de casa e caminhamos pelas ruas da cidade a procura de algo para comer. Rodamos por alguns minutos até que achamos uma jovem saindo de uma loja de comida. Seguimos ela a distancia e James colocou a mão na minha frente.

— Eu vou na frente — Disse, concordei e ele foi atrás da jovem.

James era 120 anos mais velho do que eu, conhecia a maioria dos truques dos vampiros e um deles era a compulsão ou hipnose se for mais fácil. Vampiros com mais de 100 anos conseguiam hipnotizar os humanos a fazerem o que eles quisessem. Vi ao longe James segurando o braço da garota e entrando em uma rua escura. Eles estavam cerca de 200 metros de distancia de onde eu estava, mas bastou eu dar dois passos e já estava ao lado de James. Um dos benefícios de ser um vampiro.

Olhei para a jovem que tinha os cabelos castanhos e usava aquelas milhares de camadas de roupas que eram completamente normais na época. James virou o pescoço dela na minha direção e eu sorri. M e aproximei da garota e toquei o seu pescoço com os meu lábios, senti a pulsação e o sangue quente percorrendo por todo o seu corpo. Abri minha boca e senti minhas presas crescendo, toquei seu pescoço e mordi sem cerimônia. Sangue invadiu minha boca e eu engoli, era uma sensação maravilhosa a de ter um corpo ganhando vida, seu sangue tinha o mesmo efeito que o Rum, esquentava o corpo em todas as partes. Engoli mais um ultimo gole e me afastei, sangue escorreu da minha boca pelo meu queixo e pingou nas minhas roupas. James levantou uma das suas sobrancelhas e voltou-se para a garota. Mordeu no mesmo lugar que eu e se alimentou, em menos de um minuto ele tinha drenado o resto de vida que sobrara na garota. Deitou a garota no chão e nos afastamos.

— Nikkie?

—Humm ?— Olhei para James ao meu lado.

— Que tal irmos para uma taberna? — Perguntou levantando as duas sobrancelhas para mim. Dei de ombros e soltei um suspiro. Minha reputação na cidade já estava acabada mesmo, pois eu vivia em tabernas com James, lugar do qual mulheres não iam a não ser as putas.

— Vou ter que trocar de roupa — Falei olhando para baixo onde haviam manchas de sangue.

— Certo — Deu um sorriso para mim e caminhamos rumo a nossa casa.

Procurei uma roupa no armário e me troquei, James estava esperando na sala. Saí do quarto e ele se levantou. Olhou para mim com um olhar surpreso.

— Está bonita.

— Ah, obrigada — Falei estendo o braço para ele.

— Ficou feliz de ter que passar a eternidade ao lado de uma moça tão linda – Disse e segurou o meu braço. Saímos de casa e entramos na rua escura da noite.

Abri os meus olhos e encarei o teto cinza do meu quarto, não precisei pegar o celular para saber que horas são. Mesmo estando debaixo da terra conseguia sentir que o sol ainda estava a tona lá fora. Esfreguei minha cabeça e tentei dormir novamente, porem não consegui. Peguei o controle da televisão e a liguei, coloquei no canal cine pipoca da Sky, e estava passando um dos filmes que eu mais odiava. Van Helsing, o caçador de monstros.

Esse era um dos que eu mais me indignava em ver. Quer saber por que? Em meus 458 anos de vida, nunca, mas nunca vi um vampiro ter asas ou muito menos serem tão feios quanto esses. Nunca vi lobisomens ou qualquer outra espécie sobrenatural que dizem existir. Até hoje não sei de onde tiraram a existência de lobisomens. Posso dizer que pode ate existir demônios, agora lobisomens não, e também posso confirmar que vampiros não tem asas e muito menos que se transformam em morcegos. Ou que eles brilham quando se expõe ao sol. Faça isso para você ver como em menos de 2 minutos você já não virou uma pilha de pó!

Todos pensam que Drácula é o pai dos vampiros, graças ao escritor Bram Stoker. Não minto quando digo que a obra dele de fato foi interessante de ler na época. Porém, agora era algo que mais me indignava. Ele não era o nosso pai, era apenas outro vampiro que ficou louco por ter perdido a esposa. James era mais novo do que ele alguns anos e ele me confirmara que o criador dele era um dos mais velhos existentes na Terra naquela época. Ou seja, a historia de que o Conde Drácula tinha feito um pacto com o Diabo, não passava de nada alem de uma historia. E os filmes que eles tem feito com base nele, tsc tsc, péssima ideia.

Vou lhe dizer um pouco mais sobre a nossa espécie.

Somos magnificamente lindos. Isso é um fato, que não muda mesmo você tendo nascido feio. É como se todas as nossas “deficiências” físicas ou falhas desaparecessem, era até útil para aqueles que tiveram vidas miseráveis quando Humanos. Muitos de nós trabalhavam em filmes ou em passarelas. Podemos hipnotizar humanos, mas isso tem um porém, apenas os vampiros com mais de 100 anos tinham poder para usa-lo e somente poderiam ser usados em humanos, não tinha o menor efeito em vampiros.

Outro ponto que quero enfatizar. Nós não voamos. Temos super velocidade, força e super sentidos. Se temos poderes alem disso, como se vê em Crepúsculo? Sim, mas é um efeito raro. Tipo, uma vez James e eu encontramos um vampiro de 370 anos no Rio de Janeiro, isso foi o quê 200 anos atrás? Ele tinha a incrível habilidade de produzir fogo, isso até ele mesmo se matar carbonizado. É, eu sei, pode ser decepcionante ver que tudo que você vê na Tv não é verdade. Fiquei desse jeito, até mais aliviada, quando descobri que Contato de 4º Grau não tinha se baseado em fatos reais.

Mas enfim. Se eu tenho algum poder especial? Ainda não descobri. Apenas não desejo que seja o de produzir fogo, sou muito nova para morrer carbonizada. Esfreguei meus olhos e mudei de canal, coloquei no Cartoon Network, estava passando uma temporada de A Hora de Aventura, desenho bobo ,mas super da hora. Assisti os vários episódios até que senti o sol se pondo. Fiquei de pé no chão e fechei os olhos, senti o sol sumindo no horizonte e o céu escurecendo.

Saí do quarto e subi a escada, o alçapão abriu e eu entrei em casa. Olhei em volta e meu quarto estava completamente normal. Coloquei os meus tênis e uma casaco com capuz e sai de casa. Olhei para o céu escuro e sorri.

Algo que aprendi com os anos era, nunca se alimente ou faça algo com alguém que more perto de você. Foi uma lição que eu aprendi dos meus amigos que foram tachados de demônios e bruxos na época da Santa Inquisição, na Idade Média. Você podia acabar pagando um preço alto como ser queimado vivo em uma fogueira ou ter um caçador a sua procura. Antes que me pergunte, sim existem Bruxas e Caçadores de vampiros. Eu mesma já tive um encontro com eles e não tinha sido nada agradável.

Dei um passo para a frente e depois outro, e rapidamente estava atravessando a cidade em segundos. Corri para o lado mais distante da cidade, para o Bairro Santa Tereza e parei na Av. Princesa Isabel. Ela era muito movimentada só que tinha vários pontos que não possuíam iluminação. Olhei em volta e vi uma jovem de cabelos castanhos e morena entrando em um carro da Fiat. Me aproximei rapidamente e parei ao lado da porta do seu carro. Bati na janela lentamente e sorri. Ela abaixou o vidro e me encarou, ela era bonita de perto.

— Desculpe incomodar — Comecei a falar e lhe dei um olhar caloroso. — Você sabe me dizer onde fica a rua Pirapitinga?

— Sei sim — Disse dando um sorriso rápido, apontou o dedo para o lado. — É essa aqui.

— Nossa! — Bati com a mão na testa e sorri bobamente. — Minha vista está péssima.

— Tudo bem — Sorriu. — Só tome cuidado, por aqui é perigoso a noite.

— Pode deixar — Falei. Olhei diretamente nos seus olhos e senti meu poder envolvendo a sua mente. — Posso entrar no carro?

— Sim — Disse destrancando a porta, dei a volta no carro rapidamente e entrei, sentei ao seu lado no banco da frente. Toquei o seu pescoço com a costas da minha mão e virei seu rosto para mim.

— Estacione o carro naquele canto escuro — Ela ligou o carro e parou o carro em uma rua escura. Soltei o cinto dela e aproximei o meu rosto do seu. — Não grite e não faça nada — Ela confirmou com a cabeça, levantei os vidros e tranquei a porta. Afastei o seu banco para trás e sentei em seu colo. — Apenas aprecie.

Virei seu pescoço para o lado e puxei a gola da sua blusa. Minhas presas cresceram, eles eram grandes e pontudos, os de cima eram maiores do que os de baixo. Senti meus olhos ficarem vermelhos como sangue e escutei o batimento do seu coração. Toquei seu pescoço gentilmente e o mordi. A garota soltou um gemido de dor e logo em seguida um de prazer. Quando queremos, podemos fazer a nossa mordida ser mais prazerosa do que o próprio sexo. Eu fazia isso, apenas nas vitimas que eu gostava.

A garota envolveu minha cintura e gemeu. O sangue dela era incrivelmente doce. Toquei sua barriga com a minha mão e ela tremeu. Afastei minha boca do seu pescoço e lambi meus lábios. Geralmente eu tentava deixar as minhas vitimas vivas. Beijei seus lábios e ela correspondeu, segurei o seu queixo e a fiz olhar diretamente para mim.

— Agora — Lambi meus lábios e olhei nos seus olhos castanhos. — Esqueça que do que aconteceu aqui. Você nunca me viu antes — Ela concordou com a cabeça. Olhei para o seu pescoço que estava sangrando e fingi dar um suspiro. Peguei um lenço do bolso do meu casaco e pressionei contra o seu pescoço. — Vá para casa e faça um curativo.

Abri a porta do carro e sai rapidamente. Corri o meu caminho de volta para casa e cheguei em poucos minutos. Entrei no meu quarto e tirei a minha roupa, estava na hora de ir para a universidade dar aula. Fui para o banheiro e tomei um rápido banho, peguei uma calça jeans, allstar preto, uma blusa de manga vermelha listrada e uma regata branca. Vesti-os, peguei meu celular e minha bolsa, verifiquei se a casa estava fechada e sai de casa no carro. E

Em poucos minutos eu estava entrando no estacionamento do meu bloco de ciências Humanas. Desci do carro e apertei o botão do alarme. Caminhei até a sala que eu daria aula e entrei.

— Boa noite — Falei quando vi meus alunos, eles deram um enorme sorriso para mim e eu iniciei minha aula. Por volta das 9 horas da noite liberei os alunos e fui para a minha sala. Desabei sobre a minha cadeira e fechei os olhos. Era cansativo dar aula. Liguei o meu notebook e comecei a digitar um trabalho para a aula de amanhã, quando estava terminando de digitar bateram na porta da sala. Era uma veterana que pagava aula de Historia comigo. Lizzie se não me engano.

— Com licença — Disse entrando, levantei minhas sobrancelhas para ela e ela ficou vermelha. — Professora.

— Sim? — Perguntei voltando a olhar para a tela do notebook, digitei rapidamente a ultima pergunta e salvei o arquivo. Olhei para ela e esperei.

— Hã, me mandaram perguntar se a senhora vai deixar amanhã na Xerox a sua apostila — Disse, ela tinha os olhos cor de mel e os lábios rosas.

— Na verdade — Peguei a minha bolsa e tirei de lá uma apostila encadernada. Levantei em sua direção e ela pegou da minha mão. — Você pode ir deixar para mim na Xerox?

— Ah sim, claro — Lizzie deu um sorriso e saiu da sala rapidamente. Balancei a cabeça e ri alto. Olhei as horas no relógio 9:45. Escutei várias pessoas conversando alto perto da minha sala e resolvi esticar as pernas.

Andei devagar no corredor e vi que havia um grupo de calouros conversando, entre eles estavam Igor, Erica e Alex, tentei descobrir o que ele estavam falando e sorri ao descobrir que estavam falando sobre a minha aula. Caminhei e parei atrás de Erica, coloquei meu rosto quase ao lado do seu e falei.

— Fico feliz em saber que gostaram da minha aula — Erica deu um pulo de susto para o lado, Igor e Alex olharam em minha direção sem jeito. Coloquei minha mão no ombro de Erica e sorri. — Acabei de mandar Lizzie deixar a apostila na Xerox.

— Já mandamos tirar a nossa — Disse Igor dando um balançar de ombros. Olhei para Alex que estava quieta e ela desviou o olhar rapidamente.

— Isso é ótimo — Falei tirando minha mão de Erica e colocando no bolso do meu jeans.— Vamos ter um exercício amanhã.

— Vale ponto? — Perguntou Erica de repente ao meu lado, tive vontade de rir alto, mas me segurei.

— Vou pensar nisso — Dei um sorriso e me afastei, mas antes dei uma olhada em Alex, nossos olhos se encontraram por um segundo e nós desviamos o olhar. Os olhos dela me atraiam sempre quando estava por perto.

Segui até a Xerox e xeroquei um capitulo de um livro para mim. Os alunos que estavam lá me observaram da cabeça aos pés, tanto homens quanto mulheres. Imitei uma respiração funda e tirei o dinheiro do bolso, paguei a Xerox e fui para a minha sala novamente. Fiz outro exercício para outra turma e quando deu 11 horas, fechei a minha sala e entrei no corredor que estava completamente vazio. Peguei a chave do meu carro e fui para o estacionamento.

Escutei um barulho vindo da minha direita e olhei para o lado. Alex estava entrando em um Sandero cinza que estava estacionado ao lado do meu. Tinha acabado de jogar as suas coisas no banco de trás. Caminhei em sua direção e ela olhou para mim, dei um sorriso e apertei o alarme do carro.

— Pensei que não tinha carro — Falei olhando para ela ainda.

— Ah, ontem? Eu estava esperando o pessoal ir embora — Disse ficando sem graça.

— Hum, entendo — Me encostei na porta do seu carro e olhei para ela. — Mas saiba que andar por aí a essa hora da noite pode ser perigoso.

— Isso é verdade — Disse dando um sorriso tímido. Ela era linda e eu tinha quase certeza que ela ficava tímida, como todos os outros , quando está perto de mim. Estendi minha mão para ela e ela a segurou. — Boa noite, professora.

— Boa noite — Sua mão era macia e o aperto era firme, dei um sorriso para ela e fui para o meu carro, dei partida no carro e fui direto para casa. Passei o resto da minha noite fazendo projetos de aulas e escutando rádio.

E quando o dia chegou eu me aconcheguei no subterrâneo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

KKK, entao que acharam? Proximo capitulo vou explicar o porque de ela estar presa na cidade.
E mais uma coisa que acho q é legal deixar claro. A história é contada apartir do diario do qual Nikkie escreve todos os dias, por isso que as vezes ela parece que está conversando com alguem quando explica algumas coisas. Se você leu algum livro de diarios de vampiro, vai entender o que quero dizer.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.