Gates of Hell escrita por GAS


Capítulo 2
Hambúrguer, café e sangue de vampiro.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e desculpe qualquer erro.



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Charlie I

Olho o hambúrguer a minha frente, ele não tem uma aparência muito apetitosa e o gosto devia ser parecido, até mesmo pior, eu devia saber disso, lanchonetes vagabundas em beiras de estradas raramente possuem algum prodígio culinário, porém eu estava morrendo de fome e aquele era o único ponto de parada em vários quilômetros.

Pego o hambúrguer e logo sinto meus dedos engordurados, dou um suspiro alto e fecho os olhos, talvez se eu não olhasse o gosto ficaria melhor, tomo coragem e mordo, surpreendentemente o gosto não é ruim, na verdade, é até bom, dou outra mordida e mais outra até que quando vejo metade do sanduiche já foi.

-Café? – me assusto, a garçonete esta ao meu lado, segurando um bule, olho o nome que esta no crachá “Betty”, acho que todos os restaurantes de estradas dos Estados Unidos possuem uma garçonete chamada “Betty”.

- Por favor – eu estendo a minha xicara, café era tudo o que eu precisava naquele momento, mais de duas noites sem dormir quase nada, mal acomodada no banco da minha picape, um Dodge Journey preto.

- Ah, querida a sua xicara esta suja, deixe-me pegar uma nova para você, sim? Já volto – Betty se vira e desaparece atrás do balcão, ela volta pouco tempo depois com uma nova xicara, já cheia do liquido preto.

-Muito obrigado – eu estendo a mão para pegar a xicara e estou prestes a leva-la aos lábios quando sinto os pelos de minha nuca se eriçarem, algo esta errado.

Pouso a xicara em cima da mesa e percebo que Betty me olha fixamente, algo esta muito errado, a garçonete vem em minha direção e para a apenas alguns centímetros da minha mesa.

- Algo errado, querida? – ela pergunta com uma voz doce, mas posso ver que ela esta se contendo por dentro.

-Deus, não – olho para o lado para ver a reação dela, não sou religiosa, mas um bom jeito de identificar o que você esta lidando é dizer o nome de Deus.

A garçonete não reage como se espera de um demônio, portanto risco essa possibilidade, em vez disso ela abre a boca para responder e pela primeira vez dou uma boa olhada em seus dentes, acho que a maioria das pessoas não tem caninos tão grandes. Eu me levanto e empurro a cadeira que estava sentada na direção das pernas de Betty, ela cai no chão, mas se levanta com uma velocidade surpreendente. Corro em direção a janela, mas a garçonete prevê meu movimento e se põe na minha frente.

- O sol já se pôs pequena caçadora, nada aqui poderá te salvar – ela da um sorriso maldoso, revelando seus longos caninos.

Olho em volta procurando algo para me defender, o único outro cliente parece muito absorto na televisão e de qualquer jeito eu não pediria ajuda, a ultima coisa que quero é envolver mortais.

Abaixo a cabeça, derrotada, Betty se aproxima e quando esta a ponto de me morder sente o beijo frio de uma lâmina de aço, eu a peguei de surpresa e antes que ela possa se recuperar, corto- lhe a cabeça com um golpe limpo e ágil. Sangue espirra em minha blusa e em meu rosto assim que tenho certeza de que ela esta morta, me abaixo e limpo o sangue em sua roupa.

Levanto, deixo 20 pratas sobre a mesa e ando até o banheiro, me perguntando o que um vampiro fazia tão longe da civilização e como ela fazia pra se alimentar já que não haviam tido mortes estranhas na região.

Entro no banheiro pronta para uma luta, mas felizmente nada me ataca, ando até a pia. Ela esta rachada e o espelho que há em cima esta sem uma grande parte. Suspiro e tiro meu casaco, ficando apenas de regata, esta frio portanto não quero demorar.

Assim que esta mais ou menos aceitável visto o casaco e lavo meu rosto. Saio do banheiro e ando apressadamente em direção ao meu carro, logo após checar se não há nenhuma ameaça nos bancos traseiros e na caçamba, entro no carro e parto daquele lugar.

Já no carro escuto meu celular tocando, vasculho em minha mochila até achá-lo:

- Alô – seguro o celular entre o ombro e a cabeça deixando as mãos livres.

-Charlie? – uma voz de homem responde do outro lado.

- Pete? É você?

- Oi garota, sou eu sim, quanto tempo hein... – Peter responde, posso ver que ele esta sorrindo.

-Sim, o que tem caçado? – eu pergunto animada

-Muitas coisas, onde você esta?

Nesse momento passo por uma placa “Jefferson City, Missouri”

- Não esta longe, será que poderia vir até aqui? Estamos em Wichita no Kansas, tem uma reunião para discutir aquele... –senti Peter ficar mais tenso – probleminha.

- Claro Pete, chego ai em algumas horas – pisei fundo no acelerador.

-Certo, conversamos mais quando você chegar, tome cuidado – Peter desliga o telefone, que eu jogo de qualquer jeito no banco de trás.

Olho para o relógio, são quase 8 da noite chegaria na casa de Peter lá pela uma da manha. Dirigi por mais duas horas até que o sono veio, cogitei parar para dormir mas queria chegar lá o mais rápido possível.

Segurei o sono até chegar na casa, um modesto sobrado amarelo nos arredores da cidade, uma casa bonita mas aconchegante.

Saio do carro exausta, minhas pernas doem, minha cabeça lateja e meus olhos estão pesados de sono. Olho para cima e vejo um movimento na cortina, assim que paro em frente a porta a mesma abre e Peter é quem esta segurando a maçaneta. Seus olhos outrora azuis brilhantes estavam quase sem brilho e demonstravam todo o cansaço que o corpo não sentia. Seus cabelos pretos já mostravam alguns fios grisalhos perto da raiz.

Mas assim que me viu abriu um sorriso e seus olhos se iluminaram.

- Você não parece nada bem, garotinha – ele me olha de cima a baixo, parando em uma mancha de sangue que eu não havia notado.

- Já tenho 22 anos Pete, não sou mais uma garotinha – eu tento limpar o sangue, mas ele esta seco.

-Para mim você sempre vai ser uma garotinha – ele estende os braços para me abraçar, mas nesse momento seus olhos se arregalam e sinto braços de ferro envolvendo meu pescoço.

By Nymeria


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Notas finais do capítulo

~Nymeria~



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