Era uma noite fria, as estrelas brilhavam tenuemente no céu. As árvores rangiam com o vento, arranhando as janelas de vidro do velho castelo escocês. A noite perfeita para um assassinato.

O pequeno Arthur usava uma capa verde escura cobrindo sua túnica de algodão branca. Seus pés, descalços, batiam silenciosamente contra o chão frio do corredor, a luz da lua iluminava seu caminho e acentuava a palidez de sua pele; e seus olhos verdes brilhavam tensos na penumbra. Em suas mãos, apertada fortemente, uma faca. A lâmina brilhava assustadoramente contra a luz do luar.

Ele parou em frente a uma porta entreaberta, levantando a mão para empurrá-la, entretanto parou no meio do caminho. Temeroso. Engolindo em seco, terminou de abrir a porta.

A porta dava para um quarto simples, onde uma cama de dossel se localizava no centro. Coberto com um lençol e virado para o lado contrário de Inglaterra estava seu irmão mais velho, Allistor, a personificação da Escócia. A cabeleira ruiva contrastando fortemente com os lençóis brancos.

O loirinho se aproximou da cama, a faca em suas mãos parecia cada vez mais pesada. Arthur apertou-a fortemente, os nós dos dedos brancos devido à força. Suas mãos tremiam. A jovem representação da Inglaterra parecia prestes a entrar em prantos. Fechando os olhos, preparou-se para cometer seu crime, mas foi interrompido.

“Você vai me matar?” Arthur abriu os olhos assustados; Allistor o encarava com seus olhos verdes, idêntico aos deles.

“Bro... Brother...”

“Quantas vezes eu o ensinei?” disse puxando Arthur e o jogando de maneira rude contra a cama, seu corpo sobre o do inglês. “Para matar você tem que cortar aqui”. O ruivo segurava o pulso do menor, fazendo-o apontar a faca para sua própria garganta.

As primeiras lágrimas começavam a verter dos olhos de Arthur.

“O que há de errado Inglaterra?” o rosto do escocês estava distorcido em uma expressão ensandecida “Essa chance não virá novamente”. Sangue. Sangue escorria pela garganta de Allistor, a faca pressionada cada vez mais forte. “Se continuar, em seguida, your big brother irá morrer”. O mais velho parecia sorrir de forma sádica. “Bem, apenas faça isto logo”.

“Não... Não...” O loiro se remexia, tentando, em vão, se soltar das mãos do ruivo. As lágrimas já escorriam por seu rosto pálido.

“Estou lhe falando para fazer isso”. Agora a raiva tomava conta das feições, como também da voz, de Allistor. “Se você não vai fazer esta porra logo, então, eu vou te matar, your bastard”. O mais velho apontava a faca para o pescoço do mais novo, pressionada contra um ponto especifico, a veia jugular, um corte e ele estaria morto.

Arthur rendeu-se ao choro e fechou os olhos, esperando. “Okay...”

O ruivo arregalou os olhos e saiu de cima do menor.

“Você é tão irritante”. Disse antes de se retirar do quarto, deixando Arthur entregue ao choro. “Kill your enemies... before they have a chance to kill you” . Sussurrou, batendo a porta.