Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoas. Sei que demorei demais, mas finalmente cheguei. Estou aqui.
Bem vindas Counting Stars, Yasmin, covinhas, hyunakim, Stalker, Anne, Red Queen, Renatinha Spinelli, Elizabeth e Docinhodecoco. Espero que continuem com o casal confuso.
Obrigada lindissimas Anjinha Maluquinha e Renatinha Spinelli pelas incriveis recomendações. Estavam maravilhosas, obrigada mesmo.
Boa leitura.
– Ninguém escolhe ser sequestrado. – rebato para Gregory. Não estava muito a fim de discutir.
– Eu sei disso. Agora temos que ajudá-lo e rápido.
– Como você sabe que ele foi sequestrado? – Demitri pergunta.
– O porteiro me falou.
– E por que ele não fez nada? – a indignação de Demitri era visível.
– Os homens estavam de terno e andava mal encarados, ele não podia fazer nada.
– E o que tem usar terno?
Não, fala serio. Eu aqui tendo um ataque de nervos pelo John e o Demitri fica se fazendo de aluno burro.
– Podem ser da máfia, seu demente. – Gregory responde bruscamente. – Ele não deixou nenhuma pista. Como iremos encontrá-lo?
– A única coisa que tem no meu apartamento é o meu celular quebrado.
– Quebrado? Como assim? – Gregory pergunta.
– Que não funciona mais, seu demente.
Demitri responde bruscamente. Não pude deixar de notar o tom que os dois estavam tendo um com o outro.
– É impressão minha ou está havendo uma intriga entre vocês?
– Não é nada demais, Claire. – Demitri responde calmamente. – Gregory apenas fez uma bagunça no meu banheiro e destruiu o meu manuscrito.
– Reescreve. – digo.
Ele me lançou um olhar assassino. Parecia que sua pele iria derreter. Dei graças a Deus por Demitri não possuir olhos que lança chamas. Entretanto tudo isso foi esquecido quando me lembrei para o que tinha vindo aqui.
– Desculpe-me, Demitri. Sei que é difícil reescrever um texto, digo isso por experiência própria. – falo com sinceridade. Odeio quando John me manda fazer resumo dos casos. – Mas precisamos encontrar o John e ajuda-lo. Deus sabe o que pode estar acontecendo com ele.
– Está bem. Vamos ao seu apartamento procurar alguma coisa.
Gregory e Demitri me seguem. Mostro a eles os destroços do que era meu telefone celular até ontem. Para alguém que foi sequestrado John deveria ter quebrado a casa toda e não apenas o meu celular. Será que ele foi de livre e espontânea vontade para que os sequestradores não me levassem junto?
– Vou dar uma olhada no seu quarto.
Gregory se levanta e some no corredor. Demitri vasculha a sala inteira atrás de pistas não visíveis. Sento-me no sofá tentando radicalmente raciocinar o que devo fazer. Bem, sei o que devo fazer, mas como?
– Claire, de quem é este celular?
Demitri volta da cozinha com um telefone em mãos. O aparelho tocava o que seria um apito de instante em instante.
– É o novo telefone do John.
– E por que está apitando deste jeito. – Gregory pergunta voltando do corredor.
– Não sei. – Demitri franze a testa. – O problema é a senha. Qual deve ser a senha desse troço?
“Troço”. Ainda por cima é escritor. Esse mundo está perdido.
– Aposto que é algo relacionado à Claire. – Gregory opina.
– Sabe que eu também pensei nisso. – Demitri concorda.
– Deve ser eu amo a Claire.
– Ou Claire, meu amor.
Não acredito que agora eles vão discutir isso.
– Vocês sabem que eu ainda continuo aqui, não sabem?
– Sim. – respondem em uníssono.
Mas é claro que sabiam. Faziam aquilo para me provocar. Às vezes conseguem, entretanto a única coisa com a qual me importo neste momento é o John. Nada mais além disto. Por que eles não podem entender. Em vez de se preocupar em adivinhar a senha do telefone celular ficam fazendo joguinhos com a minha pessoa. Inacreditável.
– Vou escrever o nome da Claire. – Demitri digita meu nome no teclado do celular com rapidez.
Se me dissessem que decifraram a senha do celular do John e me dissessem que a senha é o meu nome não iria acreditar. Contudo, é a senha. O meu nome é a senha. Uma muito obvia. No entanto é meu nome.
– Que imbecil! – Gregory exclama. – Essa senha é muito lógica.
– Acho que ele colocou o nome da Claire por que sabia que nós iriamos adivinhar.
– Está bem. – digo para não começarem a implicância. – Vamos descobrir o porquê do toque.
– Que estranho. É um mapa da cidade com uma luzinha vermelha piscando. – Demitri explica.
– Deve ser um GPS. – falo.
– Oh meu Deus. Entendi tudo.
Gregory praticamente grita. Ele dá uns pulinhos como se fosse um gênio que descobriu a cura para o câncer. O que é impossível já que o Gregory é o cara mais idiota que eu já vi em toda a minha vida.
– Entendeu o que?
– O seu telefone está quebrado por que o John engoliu o GPS e ativou-o. Assim o celular dele iria avisar e nós poderíamos encontra-lo.
Meu queixo caiu deliberadamente no chão. Mordo o lábio com força tentando evitar, sem sucesso, que o meu sangue não fervesse. Fecho a mão impulsivamente querendo socar alguma coisa ou quebrar algum objeto.
– Como é que é? Ele me espionava o tempo todo?
– Olha, sei que isso é invasão de privacidade...
– Não ouse defender ele Gregory! – cuspo.
– Claire, pensa por um lado bom. – Demitri e Gregory se afastam um pouco. – Foi por uma boa causa e desta vez deu certo.
Sei que o Demitri estava certo, contudo não justifica o que aquele deus grego dos olhos verdes fez. Isso é inadmissível. Agora estou me sentindo como se não fosse dona da minha própria vida. Irei repicar o John em pedacinhos. Sem dó e nem piedade.
– Espero que os bandidos tenham matado o John, porque se não o fizeram. Eu faço.
– Calma Claire. – Gregory segura meus ombros. – Não é pra tanto.
– Aposto que você sabia.
– Não sabia, mas suspeitava. – olho para Demitri indignada. Não acredito que até ele sabia. – Claire, ele é detetive. Recebe ameaças quase todos os dias. Com toda certeza ele apenas queria se certificar que você chegava em casa são e salvo.
Faço sim com a cabeça, entretanto não tirando o pensamento da morte de John.
– Bem, analisando atentamente este mapa isso mostra o deserto de Los Angeles. – Demitri explica.
– Fica no final da cidade. – disse Gregory.
– Então é para lá que temos que ir. – digo já a caminho da porta.
– Vamos!
Descemos as escadas rapidamente. Não tão rápido já que Demitri reclamava que deveríamos ir de elevador. Chegando a garagem Demitri faz um sinal para segui-lo.
– Eu não entro nessa lata velha. – Gregory aponta para o que Demitri chama de carro
– Idem. – concordo.
– Gente, dá um credito. – Demitri fala enquanto abre a porta do motorista. – Ele ainda está andando.
– Por um milagre.
Fico com medo do olhar assassino que Demitri lança para Gregory.
– Mas é o único transporte que temos. E vamos parar de enrolação que precisamos salvar o John.
– Vamos. – Gregory e eu concordamos e entramos no carro.
Sento na parte traseira do carro já que o Gregory praticamente me empurrou para ficar no carona. Demitri liga o carro fazendo o Fusca dar um estrondo assustador. Essa lata velha precisa de um fim.
Demitri tira um mapa da cidade de dentro do porta-luvas e me entrega. Abro-o e me sinto em um labirinto. Totalmente perdida. Fico feliz que Gregory esteja mostrando o caminho para Demitri e dando as coordenadas. Por que se depender de mim não sairiam do lugar.
Chegamos à parte deserta e esquecida de Los Angeles. O dia estava tão quente que dei graças a Deus por estar usando short e blusa de alcinha. Este mapa não vale de nada neste deserto. Ou será que eu não estou sabendo interpretar?
– Claire, que parte é essa do deserto? – Gregory pergunta vasculhando o celular.
– É...
Não tem como dizer por que eu não sei. Que listras vermelhas são essas? E essas linhas azuis? Se eu disser que não sei onde estamos eles vão me xingar de coisas que não quero imaginar.
– Você pode ser mais rápida?
– Bem...
– Não acredito. Você está lendo o mapa de cabeça para baixo.
– É mais fácil para saber o caminho. – tento explicar.
– Me dá essa porcaria aqui.
Gregory toma o mapa das minhas mãos bruscamente.
– Ai, meu rosto. – Demitri grita. – Quer tomar mais cuidado.
– Nós vamos acabar enlouquecendo. – cruzo os braços.
– Claire, você não ajudou. Então não atrapalha. – Gregory diz analisando o mapa.
Demitri freia o Fusca bruscamente fazendo com que o corpo de Gregory fosse arremessado para frente, batendo a cabeça com força no vidro.
– Não admito desrespeito no meu carro, Gregory.
Fico admirada com a sentença do Demitri. Ele falou com tanta convicção que eu quase não acreditei que naquele momento ele me defendeu. Apesar de que não precisava, porque receber uma ofensa do Gregory é o mesmo que ouvir uma ofensa de uma porta.
– Vamos ao que interessa.
Demitri e Gregory ficam analisando o mapa de acordo com o do telefone celular. Percebo que o carro está mais baixo. Sinto um desconforto ao notar isso. Tento abrir o vidro do lado direito que só abre até a metade. Forço o vidro a abaixar por completo. Conseguindo, ponho a cabeça para o lado de fora e fico abismada com o que vejo.
– Meninos, temos um problema. – grito.
– Claire, por que você está com a cabeça para o lado de fora? – Demitri pergunta.
– Que tipo de problema você está falando? – Gregory pergunta já receoso.
– Estamos afundando em lama ou na lama. Tanto faz, só sei que é lama. – respondo olhando para o lugar onde deveria estar o pneu que foi engolido pela lama.
– Droga.
Gregory joga o mapa e o telefone celular para fora do carro. Não sei por que ele fez isso, vai que o lugar tenha lama para todos os lados. Os garotos saem pela janela subindo no capô. Trato de fazer o mesmo. Coloco metade do corpo para fora e Gregory me ajuda a subir no capô do fusca.
Olho para o horizonte atentamente. Estamos absolutamente no meio do nada. O ar é seco sem vida. Só há terra e mais terra. Nem miragem existe aqui.
– Temos que pular. – Gregory diz.
– Então você vai primeiro. – Demitri empurra Gregory que acaba caindo na lama.
– Demitri seu idiota. – Gregory xinga saindo da lama.
– Isso não foi nada legal. – faço careta.
– Sua vez Claire.
– Não, não, não...
Demitri me empurra e no esforço imediato tento me segurar nele acabando segurando em sua camisa levando-o junto comigo. Sinto a lama melar todo o meu corpo e um gosto horrível de terra na boca. Saio do “laguinho” de lama ofegante enquanto Demitri chora pelo carro agarrado a ele.
– Se você continuar agarrado a essa lata velha, vai acabar afundando junto com ela. – aviso.
– Deixa ele afundar, - Gregory para ao meu lado no mesmo estado que o meu, todo molhado da lama com o telefone celular e o mapa em mãos. – vai ser um a menos para dar trabalho.
– Muito engraçado. – Demitri sai da lama se juntando a nós. – Vocês não vão se livrar de mim nem tão cedo.
– Vamos, gente. – digo levantando-me – John precisa ser salvo.
Caminhamos desleixados em direção onde a luzinha vermelha do telefone indicava. Estávamos desgrenhados. Meus cabelos precisavam ser lavados imediatamente. Estou parecendo uma mendiga de rua. Eles gritavam pedindo agua e shampoo.
John é bom que ainda esteja vivo. Não sofri tanto até aqui para nada. Por favor, John, não faça nada imprudente. Apenas me espere. Peço mentalmente.
– Gente, eu tô morrendo. – Demitri resmunga.
Estávamos andando há uma hora e até agora nada. Demitri era o mais cansado de nós, estava mais para trás. Esses bandidos não são de Deus. Bem, nenhuns são. Mas onde raios esses homens esconderam o John?
– Falta pouco, pessoal. – Gregory tenta amenizar.
Abro a boca para perguntar quanto falta quando nos abaixamos ao som de tiros. Areia estava quente, queimando a minha pele. Contudo não me importei com isso. O que eu sei é que eram tiros, e se eram tiros o John com toda certeza estava no meio desse bombardeio.
Levantamos do chão rapidamente e corremos em direção aos tiros. Lá estava. Uma cabana velha, no meio do nada. A madeira velha e lascada e o telhado sujo. Nada se houve por um momento, mas os tiros retornam parando depois de um momento.
– Quem em sã consciência mora naquilo? – Demitri pergunta para si próprio.
– Temos que conseguir nos aproximar em silencio e sem sermos vistos.
Gregory faz um sinal para segui-lo. Fico um pouco receosa. Claro que já aconteceram coisas piores do que resgatar alguém de bandidos em uma cabana. Eu acho. Gregory se abaixa e começa a rastejar no chão. Não me abaixo. Não tem porque estar se rastejando na terra se não tem nada para se camuflar. Ele precisa passar mais um tempo com John.
Abaixei-me quando chegamos à porta. Gregory fez sinal de que iria arrombar a porta. Fiz um não com a cabeça. Se ele fizer isso, não daria um passo e estaria com o corpo com furos de balas. Não quero que o plano dê errado na fase A.
Ficamos abaixados em frente à porta. O som de moveis sendo arrastado emanava da casa. Fico admirada por essa espelunca ter moveis. A madeira era tão gasta e seca que arrepios só de toca-la.
– O que vamos faz...
Demitri para sua frase pela metade quando a porta é aberta. Droga. Agora é o nosso fim.
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