Cosmic Love escrita por Salander


Capítulo 10
Just Kiss Me Slowly


Notas iniciais do capítulo

Música do Título: Kiss Me Slowly - Parachute



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–Aqui é mesmo muito bonito. Mais do que eu esperava- Emma sorri, continuando a olhar as coisas. Regina continuava parada na porta, de braços cruzados, muda; encarava o chão e as vezes de relance, para a mulher.

Swan parou do outro lado da sala, olhando para a morena.- Eu aceitaria alguma coisa para beber. Mas assim... só se você oferecesse.- sorri, andando em direção a anfitriã. Regina levanta os olhos do chão e anda até a cozinha com a mulher a seguindo.

–Água, suco? O que você quer? - abre a geladeira, se virando para trás.

–Rum? -Regina arregala os olhos, sem a loira ver. Fecha a geladeira e anda tranquilamente até o "bar".

–Tem passado bastante tempo com Jones, ahn?- serve no copo e entrega à mulher, com um movimento contido; cruza os braços logo em seguida.

–Não o vejo a dois dias, só nos falamos pelo telefone.- leva o copo aos lábios, a bebida gela sua garganta e ela dá uma tossidinha. Regina solta um riso e tira o blazer, o apoiando no sofá, ela se senta no mesmo.

–Então... o que há de errado no meu jornal, Swan?- Emma apoia o copo na mesa de centro e senta perto da mulher. Perto demais. Regina recua, desconfortável.

–Tudo. Bem, não sou perita em jornais, trabalho em uma revista, então... -fazia movimentos com as mãos.

–Você trabalha em uma revista?- se surpreende, por um momento havia esquecido que passara tanto tempo.

–É... Vogue.- sorri e Regina arregala os olhos.

–Wow! Bom, deve ter experiência então... o que quer mudar no jornal?- se ajeita no sofá, se sentindo mais confortável com a presença da mulher.

–Acho que poderia ter mais recursos visuais e a escrita poderia ser melhor, o logo também é horrível - franze o nariz - Desculpe. - as duas sorriem

–Eu sei... - Regina se apoia no braço do sofá, passando a mão pelos cabelos.

Uma hora e meia depois, aproximadamente, terminaram de resolver os negócios relacionados ao jornal. Emma tinha contado de sua vida na Europa e Regina escutava fascinada pela mulher que Emma Swan tinha se tornado; sempre sentiu que ela tinha potencial. Em algum ponto da conversa, as duas atingiram felicidade. Sim, felicidade. Aquele sentimento que chega sorrateiro, que é pleno; diferente da alegria e do entusiasmo. Elas estavam verdadeiramente felizes.

–Quer mais rum?- Regina sorri, pegando o copo, depois da mulher afirmar. Levanta e anda até o outro lado da sala; Emma acompanha o balanço do seu quadril, desce os olhos e morde o lábio inferior.

A morena volta e ela se recompõe. O silêncio reina, as duas não queriam arriscar falar mais nada, com medo de estragar a perfeita sintonia que tinham conseguido executar. Emma sente seus olhos pesarem, encosta a cabeça no sofá e se deixa levar. Regina percebe e não sabe o que fazer; levanta devagar, pega o copo de sua mão, o bota na mesa, posiciona a perna da mulher; hesita e segura o rosto da mesma.

Quando suas peles se tocaram, tudo que passaram juntas, surge na mente de Regina, sua respiração fica ofegante e seus olhos arregalados. Emma acorda e vai pra frente em um movimento brusco; não conseguia respirar direito. Assim que retomou a consciência, sentiu as mãos da morena, pousadas em sua face, e sua feição assustada.

Seus rostos estavam muito próximos, olharam dentro dos olhos uma da outra. Regina sentia a respiração quente de Emma; fecha os olhos, tentando não derramar nenhuma lágrima. Já não sentia seu coração batendo. Tudo aquilo era tão irreal pra ela, aquela mulher, ela... era tudo; toda a vida dela estava na sua frente, a encarando, muito perto. Não podia assustá-la agora, chorando. Se conteve, como todos esses anos.

Um sentimento de alívio invadia o corpo de Emma, e tudo que queria era puxar aquela mulher para os seus braços. Aquele rosto, aqueles traços que eram tão conhecidos e desconhecidos ao mesmo tempo pra ela. Parecia que a sua vida estava ali na sua frente, e não sabia o porquê. Sentia a necessidade de chorar, mas não queria assustar Regina.

Emma cobriu as mãos que pousavam na sua face com as suas próprias e as segurou. As duas tinham os olhos brilhando e agora estavam mais próximas. Um palmo separava seus lábios. Seus dedos estavam entrelaçados; a tensão era mútua, sentiam seu sangue correr suas veias, junto com a adrenalina. Passaram alguns segundos se olhando, com as mãos juntas, para ter certeza que era real.

Emma se aproximou e juntou o rosto com Regina. Seus lábios e narizes se encontraram; as duas tinham os olhos fechados, a respiração mais irregular que antes. Bastou que uma lágrima de morena salgasse seus lábios e elas se entregaram. A boca delas se estalaram calmamente em um beijo.

As duas se encararam e Regina se entregou aos braços de Swan, segurando seu rosto e indo de encontro à sua boca. Emma tinha os braços ao seu redor, a apertando contra seu corpo, elas se devoravam em um beijo cheio de ressentimentos, mágoas, amor e pressentimentos.

Logo depois, Emma sentiu uma dor excruciante em suas costas, rasgando seu pulmão e se jogou para trás, gritando. Regina olhou aterrorizada e segurou os ombros da loira.

–Emma?! Emmaa?! - a morena não sabia o que fazer, desesperada. Saiu do colo da loira e segurava seu rosto. Viu que sua pupila estava muito dilatada. -Emma!

Alguns minutos depois, Swan parou de gritar e sentou no sofá, ainda sentia a dor, mas agora é como tivesse tido um trauma. Passou a mão pelas costas, em uma tentativa frustrada de sentir um machucado, alguma coisa que havia causado aquela dor surreal. Seus pulmões tentavam puxar o máximo de oxigênio possível;

–Emma, o que aconteceu?- Regina estava com os olhos arregalados, segurando o braço da mulher.

– e-eu não sei, uma dor muito forte, nas costas, no pulmão, eu não sei.. e-eu...- Regina fechou os olhos e apoiou a cabeça nas mãos. Sabia que tinha alguma coisa a ver com a maldição, nada mais que isso. Nunca devia ter deixado ela entrar, de qualquer maneira. Estava com raiva de si mesma, por não conseguir se conter, por não conseguir dominar.

–Vamos, vou te levar pra casa.- segurou o braço de Swan e puxou, a fazendo levantar. A mulher protestou, com um grito de dor. - Desculpe. Vamos. - limpou uma lágrima que escorreu com a palma da mão. Elas saíram e foram andando até a casa da rua da frente. Emma se apoiava em Regina, que protestava em pensamento.

Burra burra burra, porque foi fazer isso? Não consegue mesmo ser forte? Se não por você, por ela. Tão difícil, tão difícil. Ver você assim, nas luzes da cidade, estamos tão perto que posso te respirar. Duas sombras no meio da rua... eu não poderia te querer mais do que eu quis. Quando nos aproximamos. Ainda posso fechar os olhos e te ver na minha frente, com os olhos brilhando e o nariz vermelho. Agora, com a lua acima de nós, prendo minha respiração quando você faz força em mim... sentindo sua pele contra a minha. Quando os dias eram longos e o mundo era pequeno, que você estava em um quarto separado do meu, com meu coração partido.

Elas param na porta e Regina se apressa em limpar as lágrimas que formaram nos seus olhos; Emma abre a porta e se contém, virando para a rua, encarando a mulher que olhava para o chão.

–Fica comigo, não me deixa sozinha essa noite. - Regina levanta a cabeça, e sente seus olhos arderem novamente. - Eu não sei o que isso será, eu não sei até onde isso vai. E o que aconteceu hoje, eu não sei explicar, eu não entendi nada. Mas fica comigo, aqui, essa noite. Se é algo que você quer... não corre. - Emma olhou com os olhos brilhando, com um sorriso torto.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem hehe.