A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 41
Um truque de sedução e uma notícia inesperada




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XLI

SUZANA

SUZANA ACORDOU NO QUE parecia um grande salão. O chão era feito de papel, cola e fita durex – o que a deixou nervosa – mas o teto em abóboda e os lustres de cristal eram definitivamente impressionantes. Ela viu Auras voando para todos os lados, muito nervosas e estressadas. Aviõezinhos de papel acertavam várias, harpias corriam de um lado para o outro tropeçando em suas penas e Éolo sorriu para ela sentado em seu trono.

Ela notou que seus amigos pareciam voltar a consciência também. Eles tatearam os bolsos a procura de armas, mas elas aparentemente tinham sido confiscadas. Suas mãos também estavam amarradas em suas costas com correntes que pareciam ser feitas de ar.

Suzana tateou o bolso de trás – sentia a pequena bolinha de diamante e a caneta, Contracorrente. Provavelmente Éolo a tinha confiscado, mas ela já tinha voltado para seu bolso. Ele então sorriu para ela novamente.

Éolo era realmente... perturbador. Sua cara era cheia de maquiagem, muito esticada e se sorriso parecia lunático. Ele usava um terninho que parecia mostras imagens do céu – nessa hora cinza com neve, provavelmente. Suzana pensava que já devia estar no crepúsculo.
– Oh, vejo que estão acordando – ele disse em um voz de locutor de rádio – gostaria que soubessem o que está esperando para vocês.
– Para nós? Você que será queimado em pedaços no tártaro por trair meu pai de novo! – cuspiu John. Éolo apenas sorriu.
– Não, caro Johnathan. Minha oponente é mais forte do que o seu pai, não é por isso que ele a atormentou? Mas o assunto é outro. As meninas, bem, serão vendidas à Circe e Johnathan, você será drenado de si mesmo para que meu amo Samuel possa se apoderar de seu corpo. – Suzana levantou suas sobrancelhas, Éolo então se levantou e começou a caminhar de um lado para o outro – Isso, é claro, se vocês decidirem não se juntar a minha Senhora, a Feiticeira. Mas se mudarem de ideia...
– É claro que não! – cuspiu John. Suzana notou com um arrepio quando Sabrina sussurrou discretamente em seu ouvido.
– O Velocino está aos pés dele – ela disse – temos que o distrair para pegar.
– Eu tenho uma ideia. – ela disse, então sem jeito se levantou – Sr. Éolo, por que vós traístes Zeus? – ela disse de um modo que Elizabeth usava sarcasticamente, como se estivesse no séc. XV.
– Ah, Zeus tem uma cota a me pagar. – disse Éolo. Suzana sorriu, ele mordeu a isca – Veja, eu atendi o Olimpo dando tudo de mim. Apresentava um programa louco do tempo que mudava o tempo todo por causa dos Olimpianos! Agora, bem, a tralha televelística está trancada em algum lugar. Eu não vou mais servir aquele bando de loucos. Nem mesmo me deram o título de deus dos ventos, apenas senhor!
– Ah, eu vejo. – disse Suzana, com toda a doçura do mundo – O senhor é um pobre trabalhador desvalorizado. – ela caminhou cuidadosamente na direção de Éolo – Eu adoraria poder servir a uma causa como a da Feiticeira, como a do senhor. Veja, por que eu lutaria do lado de minha mãe? Apenas consegui uma previsão da minha morte. Agora, o senhor é todo bom.
– Ah, eu sei. – disse Éolo, caindo como um patinho.
– O senhor poderia me soltar, deus dos Ventos? É claro que eu lutarei ao seu lado.
– Suzana! – gritou John, completamente horrorizado no chão.
– É claro, é claro. – Suzana sentiu a pressão nas mãos baixar e puxou a caneta do bolço antes de deixar suas mãos caírem ao seu lado.
– Você acha que conseguiria isso deus Éolo? – ela perguntou, se aproximando de Éolo do modo mais promiscuo que pode (o que não era muito fácil, pra uma filha de Afrodite ela era tímida) – Acha que conseguiria convencer a feiticeira a deixar que eu trabalhasse aqui com o senhor? – Éolo levantou as sobrancelhas.
– Hm, parece uma boa ideia. – Suzana então sorriu maldosamente, puxou a tampa da caneta e colocou no pescoço de Éolo.
– Solte meus amigos – ela disse, apertando a espada contra o pescoço dele – agora. – Éolo arregalou os olhos.
– Sua... sua...!
– Eu disse AGORA! – ele estreitou os olhos.
– Você acha que pode me matar sua dissimulada – Suzana sorriu.
– Ah, eu sei que deuses não morrem – ela disse – mas há coisas piores – ela apertou mais a espada, icor, o sangue dourado dos deuses começou a gotejar de sua gargatan – não é?
– Ah – disse Sabrina com alívio quando seus braços se soltaram. Ela correu e pegou o velocino. E bateu os punhos com Johnathan.
– Você vai pagar – disse Éolo – você vai! Minha senhora vai esmagar você!
– Ah, como você é hipócrita – disse Suzana, de repente os discursos feministas de Elizabeth vieram em sua cabeça e ela sentiu raiva – segue uma mulher mas é tão machista que se deixa enganar por uma só por que acha que ela é submissa a você! Você é um lixo! – Éolo rangeu os dentes – Jure pelo rio Estige – ela disse – que vai nos deixar ir sem chamar os anemoi ou tentar nada parecido.
– Não! – ela cortou fundo no pescoço do deus.
Jure.
– Certo, certo. – ele bufou – Eu juro pelo Estige que vou deixa-los ir. – ela tirou a espada de seu pescoço e fechou com a tampa.
– Vamos sair daqui.

***

Suzana sentou na pedra na qual eles tinham espreitado os anemoi antes de subirem a ponte. Havia sido uma subida difícil e uma decida muito louca.

John estava melhor com o Velocino, mas ainda estava um pouco pálido. Suzana não o culpava.
– Vamos avisar os acampamentos – disse Sabrina – primeiro romano já que eles podem fazer algo nesse momento.
– É. – disse Suzana. John parecia confuso.
– Vocês planejam ligar para o acampamento?
– Não – disse Sabrina – mensagem de Íris. Onde podemos conseguir alguma luz?
– Você tem algum isqueiro? – ele puxou um pequeno retângulo do bolço e o abriu. Suzana pegou um espelho de sua mochila e refletiu a luz do isqueiro para o chão. Sabrina puxou uma dracma do bolço e jogou no pequeno raio de luz.
– Oh deusa do arco-íris – ela disse – por favor, Theo Jefferson, Acampamento Júpiter.

Alguns momentos depois Theo apareceu na luz, como em uma videochamada.
– Ei pessoal! – ele disse contente – Vocês tem boa notícias pra mim?
– Mais ou menos – disse Sabrina – sabemos por que suas fronteiras não estão funcionando. Algum servo da feiticeira enterrou ferro estígio na sua entrada, é por isso que minha amiga consegui movê-la tão facilmente para matar aquele hipogrifo.
– Ah – disse Theo – isso é ótimo! Quero dizer, não é bom, mas poder tirar de lá é bom!
– Como você vai fazer isso? – perguntou John – Além de Cat, não temos semideuses infernais que possam tocar ferro estígio. – Theo parecia confuso.
– Por que Cat não poderia remover o ferro? – todos se entreolharam.
– Ela não está sequestrada no mundo inferior? – disse Suzana. Theo levantou uma sobrancelha ruiva e então uma voz se ouviu atrás dele.
– Theo, isso é uma mensagem deles? John... Johanthan! – Catherine estapeou Theo para um lado e apareceu na mensagem – Di immortales John você está péssimo.
– Você não está sequestrada! – John gritou feliz. Catherine parecia confusa.
– O que?
– Elizabeth teve um sonho do acampamento Júpiter – disse Sabrina, séria – ela foi para o Mundo Inferior te buscar! Pensamos que estava sequestrada! Eles mandaram um bilhete com um ultimato!
– Isso... – Catherine levantou as sobrancelhas – Di immortales a Feiticeira pode ter manipulado o sonho para que ela fosse! – Suzana quase caiu para trás.
– Ah deuses.... NÃO! – Sabrina gritou – Ela vai ser o sacrifício! É minha culpa, eu concordei, minha mãe me avisou que ela era a mais fraca contra a feiticeira, e a própria feiticeira me disse que não podia manipular os meus sonhos, mas só os meus!
– Não foi sua culpa – tentou dizer Suzana.
– Isso é muito ruim – disse Catherine – vocês tem que correr para o Acampamento meio-sangue e devolver o velocino agora – ela disse – por que com ou sem sequestro recebemos um ultimado dizendo rendição ou morte de todos essa noite. – ela falou – E Raphael me mandou uma mensagem de íris, eles também receberam o mesmo ultimato.
– Ah deuses – gemeu Suzana.


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Notas finais do capítulo

Alguém imaginou que isso fosse acontecer? XD



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