–-Elas chegaram!—gritou Elena, observando as trinta e cinco garotas entrarem no Salão das Mulheres—Olá meninas!

–-Olá—disseram todas em coro

–-Sejam bem vindas! Eu sou Elena, este é o Salão das Mulheres, vocês vão passar boa parte do seu tempo aqui se arrumando, fazendo penteados e coisas do tipo. Então, agora, eu peço que cada uma de vocês se sente numa dessas cadeiras por favor, seus cabelereiros chegaram em um estante. Vejo vocês no almoço!

Arya Wandergell sentou-se e esperou até que alguém viesse a arrumar. Uma garota de olhos e cabelos castanhos se sentou ao seu lado, a menina estava muito inquieta, não parava de se mexer por um segundo. Elas trocaram sorrisos.

–-Eu sou Arya e você deve ser... Corinne?

–-Aprende uma coisa, se você quer fazer amizade comigo, não me chame de Corinne!—respondeu ela, irritada—Desculpe, como eu sou grossa. É que eu odeio meu nome. Você deve estar me achando uma monstra. Sou Rinn.

–- Tudo bem. Sou Arya. Venho de Atlin, sou uma Quatro. E você?

–- Venho de Tammis sou uma... Seis.

–- Não precisa falar assim, eu não ligo para Castas. — Arya deu um sorriso, mas antes que as duas pudessem começar uma conversa de verdade os cabeleireiros de Rinn a envolveram, tampando sua visão.

***

Scarlett estava um pouco nervosa. Seu cabelereiro pegava em seu cabelo e analisava cada fio.

–-Querida, já sei o que farei com seu cabelo! O que você acha de um alisamento? Talvez um corte em camadas?

–-Você acha que vai ficar bom? Eu gosto do meu cabelo meio ondulado...

–-Querida, me escute, eu sei o que estou fazendo.—depois disso, o cabelereiro pôs alguns apliques loiros e os picotou deixando-os em camadas. Sky ficou observando suas madeixas onduladas serem alisadas por uma chapinha.

***

Isabella olhava-se no espelho atentamente. Ela imaginava as mudanças que iriam fazer em seu visual. Não demorou muito para que chegassem seus cabelereiros.

–-Querida, eu acho que você está muito pálida. Seu cabelo loiro e essa pele branca, não tá combinando muito pra mim. O que acha de escurecer o cabelo? Vai ficar ótimo!—Isabella sabia que aquilo era o melhor pra ela, em casa, sempre foi orientada a fazer tudo que a mandassem fazer no castelo.

–-Okay, também acho que vai ficar ótimo.

–-Maravilha! Vou preparar a tinta e já volto!

Ela aproveitou seus últimos momentos do jeito que ela é. Seus cabelos loiros, uma das únicas características físicas que ela herdara de seu pai. Ela gostava de si mesma do jeito que era, mas não estava nos padrões do castelo. Ela não queria mudar, mas foi ensinada a ser o que eles queriam. Deixou uma lágrima correr pelo seu rosto, mas logo foi interrompida por uma voz.

–-Olá, por que está chorando?—perguntou uma garota de cabelo castanho encaracolado nas pontas e olhos castanhos. Isabella havia tentado decorar o nome de todas as selecionadas, mas aquela em especial, não vinha em sua cabeça. Seu nome era algo com “B”, algo como Brenda...Bianca...Bruna...—Ah, a propósito, sou Beatrice. A Watson, não a Ludwig.

–-Não é nada. O que eles vão mudar em seu visual, alguma pintura de cabelo ou algo do tipo?

–-Não, não deixei eles fazerem nada. Só cortaram um pouco meu cabelo. E em você, o que eles vão fazer?

–-Meu cabelereiro quer pintar meu cabelo de castanho, eu não sei se quero muito, mas, vou ouvi-los, eles sabem o que é melhor pra mim.

–-Você realmente pensa assim? Eu acho que você deve ser você mesma...

–-Querida, voltei!—exclamou o cabelereiro, com sua voz afetada—está pronta para uma mudança radical?—Isabella e Beatrice trocaram olhares.

–-Sim!—Beatrice saiu desapontada.

***

Melanie fazia ruídos a cada pelo que arrancavam de sua sobrancelha.

–- Ai!--ela gritou-- Por favor, acabem logo com isso, dói pacas!

–-Não é culpa minha se você tem uma sobrancelha grossa--disse a mulher arrancando mais um pelo, Mel estremeceu. --Pare de se mexer! Se eu tirar um pelo errado... pronto acabei! Espere aqui que vou chamar as manicures.

–- Está bem.

Melanie começou a observar todos a sua volta. Percebeu a garota ao seu lado. Marlena, ela escrevia algo em um pedaço de papel, era como se nada no mundo mais existisse, só aquele papel. Ela estava concentradíssima.

–-Olá, sou Melanie-- a garota a ignorou completamente. Alguns minutos depois ela disse:

–- Ah, desculpe não te responder, estava muito concentrada. Sou Marlena.

–-Ah, tudo bem. O que você estava escrevendo ali? Parecia tão concentrada, fiquei curiosa.--Marlena corou

–-É...Bem...É pessoal... Não falo com as pessoas sobre o que escrevo geralmente. Mas, para responder sua pergunta, são histórias.--Mel sorriu

–-Histórias? Nunca havia conhecido ninguém que escrevia. Ficaria honrada em ler suas histórias um dia desses.

–-Pode ser... Já vou indo, sua manicure está chegando. Tchau, Melanie.
***

Charlotte andava ansiosa até seu novo quarto. Ao abrir a porta, ela deu um grito fino de alegria. O quarto era dez vezes maior do que seu antigo, e era lindo. A menina correu e se jogou em cima da cama, ela era gigante e extremamente confortável.

Três criadas entraram no quarto com cara de assustadas, provavelmente pelo grito que a selecionada havia dado.

–-Está tudo bem, senhorita?—perguntou uma delas

–-Está tudo mais do que ótimo! Então, vocês são minhas criadas?

–-Sim—responderam elas em coro

–-Interessante...

–-Eu sou Georgia—disse a criada que aparentava ser mais velha, ela era loira e tinha olhos verdes

–-Eu sou France—ela parecia ter mais ou menos a mesma idade que Georgia, era ruiva e tinha olhos cor de mel

–-Eu sou Marine—ela parecia ser bem jovem não poderia passar dos 16, sua pele ela cor de café e seus cabelos eram crespos e castanhos escuros, seus olhos, por mais incrível que pareça, eram de um lindo tom de verde.

–-Vadias, eu não quero saber o nome de vocês. Você é... Marine? Saia, não quero um criada do seu tipo, quero outra criada, branca, não... assim. Saia de meu quarto. – as três criadas se entreolharam confusas -- Agora!—a criada saiu chorando do quarto—Agora, vou chamar você, ruivinha, de Vadia 1 e você, loirinha, de Vadia 2. Vadia 1, me vista para o jantar; Vadia 2, faça meu cabelo e me conte tudo que sabe sobre as outras selecionadas.

–-Sim, senhorita—disseram as duas em coro.

***

Julia entrou em seu quarto e se deparou com três criadas--duas de cabelos castanhos e olhos cor-de-mel, que mais pareciam ser irmãs gêmeas, e uma loira de olhos castanhos, que parecia ser mais nova do que as outras duas--a esperando de pé ao lado de sua cama.

–-Boa tarde meninas, sou Julia Santiago, hoje provavelmente será minha ultima noite aqui, então provavelmente não vamos ter muito tempo para nos conhecer...Mas, enfim, quais são seus nomes?—as criadas pareceram confusas, mas responderam a pergunta da selecionada mesmo assim:

–-­Eu sou Ísis, está é minha irmã...

–-Por que você acha que está será sua ultima noite aqui? Fez algo errado?--as duas gêmeas olharam a outra criada com um olhar de reprovação

–-Não, não, mas, cá entre nós não é todo dia que uma Seis ganha a Seleção, não é?

–-Devo lhe lembrar que a senhorita, a partir do momento em que foi selecionada, se tornou uma Três. Além do mais, todas aqui tem chances iguais de casar com este príncipe.

–-Se você diz...Continuem me contando seus nomes!

–-Sou Ísis e esta é minha irmã Íris.

–-E eu sou Lana. Já preparamos e seu vestido, venha nós vamos te vestir.— as criadas pegaram um vestido roxo com detalhes prateados dentro do ármario.

–-Que vestido lindo! Eu definitivamente vou usá-lo no jantar! Á propósito, eu vou conhecer a família real hoje, não é?

–-Sim—respondeu Íris, enquanto ajudava as duas outras a vestir Julia.

–-E o príncipe? Ele é... legal? Como é a família real?

–-Todos são ótimos patrões, exceto pelo antigo rei, Clarkson. Ele é uma pessoa muito amarga, rude...

–-Mas, isso não é desde sempre, ele ficou assim depois que a Rainha Amberly morreu, antes ele era bem... simpático.—disse Ísis, interrompendo Lana.

–-E quando ele descobriu o câncer, tudo piorou, ele se tornou bem mais distante e solitário. Só sai do quarto para as refeições...—falou Íris

–-De vez em quando, porque esta semana ele tem comido no quarto dele—completou Lana—E... Você está pronta!

Julia se olhou no espelho. O vestido estava perfeito nela. As criadas haviam deixado seus cabelos curtos, recém-cortados, soltos, o que ficou muito bom com o vestido.

***

Clarisse entrou em seu quarto e as três criadas fizeram uma reverência, ela deu um sorriso, um sorriso falso.

–-Bem vinda, senhorita Clarisse.—disseram as três em coro.

–-Ah, por favor , me chame de... Clary.

–-Como a senhorita desejar—disse uma delas, uma de cabelos pretos.

Clary. O apelido que ele havia dado a ela, que ele havia inventado e todos começaram a chamá-la assim. Ele, Logan. O Cinco que roubara seu coração. O músico com quem ela estava disposta a largar tudo e fugir. Toda vez que ela pensava nele, sentia um aperto no coração, lembrava que se não fosse sua mãe, talvez naquele dia, ela pudesse estivesse numa cabana longe de todos com ele, talvez se sua mãe não tivesse a obrigado a se inscrever na Seleção, ele ainda a amasse. Quando Logan descobriu que ela havia sido selecionada, que ela havia se inscrito e não havia contado a ele, parou de falar com ela completamente. Clary o compreendia, se estivesse no lugar dele, também se sentiria traída, mas compreensão não pararia a dor que ela sentia. Uma lágrima por seu rosto.

–- Está tudo bem senhorita?—perguntou outra criada, uma de cabelos castanhos escuros.

–-Sim, estou chorando de emoção por ter um quarto lindo desses!—mentiu Clary.

–-Eu acho que também choraria se tivesse—disse a de cabelos pretos—a propósito, sou Gina, esta é Dora—ela apontou para a de cabelos castanhos escuros—e aquela é Tina—ela apontou para a criada de cabelos castanhos claros.

–-Que vestido a senhorita gostaria de usar?—perguntou Tina.

–-Temos três prontos!—falou Gina.

–-Um vermelho, um branco e um azul.—completou Dora.

–-Eu quero o vermelho, é a minha cor favorita.

Beatrice entrou em seu quarto. Não conseguia parar de pensar em seu irmão. Nas meninas. Molly e Rose. Seu sonho era conseguir dinheiro o bastante para fugir de casa, de seu padrasto, com seu irmão e as meninas. Elas sofriam tanto. Moravam sozinhas na rua, abandonadas pelos pais.

–-Senhorita Ludwig?—chamou uma criada, salvando Beatrice de seus pensamentos.

–-Sim? Ah, olá meninas! É um prazer conhecê-las! Sou Beatrice.

–-Nós sabemos. Eu sou Trichia e elas são Vivien e Susana.—disse uma criada loira apontando para as duas outras de cabelos castanhos.

–-Então, o que eu vou usar hoje no jantar?—perguntou a Selecionada.

–-Nós preparamos quatro vestidos. Mas, gostamos mais de um em especial. Ele é turquesa e tem as costas nuas, lindo! Temos certeza de que cairá perfeitamente na senhorita!—as três sorriram.

–-Costas nuas? Não é muito meu estilo, sou uma pessoa mais reservada.

–-Está bem... Tem um azul claro, bem bonito também. –falou Viven.

–-Cobre toda a área das costas—completou Trichia—é este aqui.

–-Está ótimo!—Beatrice sorriu—E, por favor, me chamem de Tris.

As criadas pegaram o vestido no armário e foram preparar a Selecionada. Trichia fora abrir o vestido que Tris estava usando, e ao abrir, viu várias cicatrizes imensas em suas costas.

–-Se me permite perguntar, senhorita, o que é isso em suas costas?—Perguntou Viven, as duas outras a lançaram um olhar desaprovador.

–-Não é nada demais... Quando mais jovem eu sempre doava minhas roupas velhas e um pouco de comida para os pobres de minha província, em segredo. Certa vez, num inverno, quando doava um casaco para uma garotinha, fui descoberta, e me castigaram na praça pública com vinte chicotadas. Minha mãe diz que tenho sorte por permanecer sendo uma Três, por eles não me rebaixarem a Oito. Mas, eu não tenho medo, continuo fazendo doações, só que agora sou mais cuidadosa.

–-Uau, a senhorita é bem corajosa. —disse Susana.

–-Obrigada. Só peço que vocês não contem isso a ninguém.

–-Está bem—responderam em coro.

***

Lenna entrou em seu quarto e ficou paralisada. O quarto era dez vezes o tamanho de sua casinha. Tudo era extremamente perfeito. O castelo, o quarto, tudo! Duas de suas criadas a esperavam perto de seu armário.

–- Boa tarde senhorita, somos suas criadas. Eu sou Díli, esta é Ada.

–-Mas, não era pra eu ter três criadas?—perguntou Lenna.

–-Sim, ela acidentalmente rasgou um de seus vestidos e foi consertar, mas, como sempre, Harleen se atrasou. —disse Ada.

–-Cheguei meninas!—Gritou Harleen, ao passar pela porta do quarto, esbaforida. Ao perceber a presença da Selecionada, a mulher arregalou os olhos—Ai meu deus. Mil perdões, senhorita Frine. Eu entenderei perfeitamente se quiser me dispensar.

–-Não, de jeito nenhum. —falou Lenna—Vocês são seres humanos, tem todo direito de errar. Vocês não são inferiores a mim, vocês provavelmente são Seis, não são?

–-Sim—responderam em coro.

–-Então, eu também! Não vou nunca trata-las como empregadas, e sim como minhas companheiras. —ela sorriu e as três retribuíram o sorriso.

–-Só para corrigi-la, agora a senhorita é uma Três.

–-Isso não importa! Vamos ao que interessa o que eu vou usar no jantar?

–-Na verdade, eu fui consertar este vestido vermelho aqui. O que acha?—falou Harleen.

–-Lindo! Eu meu cabelo? Ele está tão diferente. Antes era cacheado e cheio, agora tem apenas cachos nas pontas. Sinto-me tão estranha!

–-Não se preocupe, sei um penteado que ficaria lindo em você! –falou Dílis.

–-Então mãos a obra!

***

Amanda andava nervosamente pelos corredores do castelo em direção ao Salão das Mulheres, onde Elena falou para elas esperarem até a hora do jantar. Pelo que parecia, ela fora a primeira selecionada a ficar pronta. Ela se sentou em uma cadeira no Salão das Mulheres e esperou. Não demorou dez minutos para outra menina aparecer. Amanda tentou lembrar seu nome e sua casta. O nome dela é alguma coisa com M, pensou Amanda.

–-Olá, eu sou Melanie Cortez e você é Amanda Tyfort Hilary.

–-Nossa, você decorou meu nome todo.

–-Eu não tenho muita coisa pra fazer enquanto estava em casa esperando o dia de vir para o castelo, isso foi meio que um passatempo.—Melanie riu—você deve estar me achando patética.

–-Não, eu só estou percebendo como estou despreparada, você vai me derrotar. —as duas riram.

Amanda percebeu que Melanie não parava de olhar para os guardas que estavam na porta do Salão. Ela parecia estar à procura de alguém.

–-Não pude deixar de perceber que você não para de olhar pros guardas na porta. —falou Amanda.

–-É, meu irmão mais velho é guarda daqui do castelo. Desde que cheguei estou a procura dele e não o acho. O guarda da ponta é bem parecido com ele, mas não tenho certeza.

–-O único jeito de descobrir é ir perguntar.

–-Vem comigo?

–-Claro.

Não precisou as duas darem dez passos para que Melanie saísse correndo e pulasse dando um abraço nos pescoço de um dos guardas, provavelmente seu irmão.

–-Dan! Quanto tempo! Eu estava com tanta saudade!

–-Ah maninha, eu também estava com saudades. Mas, acho que isso é inapropriado demais para o lugar onde estamos, então desagarre de meu pescoço antes que você me enforque.—disse ele, ao perceber todos os olhares desaprovadores dos outros.

–-Amanda este é meu irmão, Danniel. Danniel, está é minha amiga, Amanda.

–-Olá.—disseram os dois apertando as maos. Ela deu um sorriso tímido.

–-E aí, pirralha, ansiosa para conhecer o príncipe?

–-Sim! Eu acho melhor eu ir me sentar, se colegas de trabalho parecem estar prestes a te enforcar.

–-Eu também acho melhor vocês iram sentando. Mas, fique tranquila, eles não conseguiriam de qualquer jeito. —Amanda deu uma risada tímida. Melanie a encarou.

As duas voltaram para se sentar. Três outras selecionadas já haviam chegado. Uma ruiva e duas loiras. A ruiva conversava com uma das loiras, que Amanda logo lembrou ser Charlotte Moore, filha de uma atriz com um esportista. Garota famosa, fez uns pequenos papéis em alguns filmes. Pelo que se via na TV, a garota parecia ser um doce.

–-Olá meninas. —disse Charlotte, dando um sorriso simpático.

–-Olá—responderam Amanda e Mel.

–-É um prazer conhece-las. Sou Charlotte e a ruivinha aqui é Valentina.

–-Olá. —disse Valentina.

–-Nós vamos sentar ali, foi um prazer conhece-las, Valentina e Charlotte.—falou Mel.

–-Ah meninas, podem me chamar de Char! –as garotas retribuíram com um sorriso.—Ah, Val, elas têm cara de falsas. Aposto que a de cabelo preto, Amanda, eu acho que ela já deve estar falando mal de nós.

–-Você acha? Eu duvido. Ela parece ser legal.

–-Querida, você não consegue ler pessoas, eu sim. Sempre escute o que eu digo.

***

Katrina entrou em seu quarto e se deparou com duas de suas criadas de pé a esperando.

–-Senhorita, nós estávamos preocupadas. Por que demorou tanto? Faltam vinte minutos para o jantar.—disse uma de suas criadas. Ela tinha cabelos loiros. Parecia ser bem mais velha do que a outra criada.

–-Eu... Hmm... Me perdi. –ela mentiu. Na verdade, estava andando pelo castelo e anotando em seu caderninho todos os detalhes para depois desenhá-los.

–-Não sei se percebeu, mas está faltando uma criada. Uma das selecionadas quis trocar, e, se não se importa, a criada que foi trocada vem para cá.—disse a outra, de cabelos pretos.

–-Mas, por que ela foi trocada?

–-Alguém não gostou da aparência dela ou algo...—a loira falava, mas foi interrompida por o baque da porta abrindo rápido.

–-Perdão pelo jeito que entrei. –disse ela. Era Marine, a menina que fora trocada pela cor de sua pele. Seus olhos estavam vermelhos, como os olhos de alguém que estava chorando.

–-Por que você estava chorando?—perguntou Katrina.

–-Nada de importante, só bobagem. Vamos, a senhorita está atrasada. Qual vestido irá usar?—ela continuava tentando segurar o choro—tem esse clarinho, muito bonito

–-Eu não vou vestir o vestido se você não me contar qual o problema!—protestou Katrina.

–-Eu sou negra, esse é o problema.

–-E? Você é linda. Se essa selecionada fez você chorar por causa disso, ela é uma babaca e você boba de ligar pra opinião dela. Vem, me ajude a me arrumar!—as criadas começaram a vestir Kate.—Me digam seus nomes. Você eu já sei que é Marine.

–-Eu sou Marleene—disse a que aparentava ser mais velha.

–-Eu sou Kaitlin—disse a de cabelo preto.

–-Não vai dar tempo de fazer nenhum penteado. Vou de cabelo solto mesmo. —Katrina saiu correndo do quarto tropeçando em seus saltos.

Katrina corria loucamente nos corredores. Belo momento para se perder, pensou. De repente ela tombou em alguém e caiu no chão.

–-Mil desculpas soldado, eu estou muito atrasada. – disse ela se levantando. Ao olhar pra cima se deu conta de que a pessoa que ela havia tombado não era um soldado e sim o Príncipe Charles.—Meu deus. Vossa alteza, mais mil perdões.

–-Não há problema,...

–-Katrina. —completou. Ele riu.

–-Corra Katrina, você está atrasada.—falou o Príncipe.

Ao chegar ao Salão das Mulheres ela se sentou na última cadeira, ao lado de uma Seis que ela lembrava ser Emily Surrel. Era impressionante a quantidade de Seis naquela Seleção. Haviam, mais ou menos cinco Seis.

–-Katrina Lancer, você é?

–-Emily Surrel.—a garota sorriu.

–-E aí, nervosa para conhecer o príncipe? –perguntou Em.

–-Mais ou menos, não é como se ele fosse um monstro ou coisa do tipo.

–-Olá de novo, meninas! Agora vocês vão jantar com a família real e depois cada uma de vocês terá uma conversinha em particular com o príncipe. Podem me acompanhar para a sala de jantar. —disse Elena.

Todas as selecionadas a acompanharam. A família real já estava sentada a mesa. A mesa era longa numa ponta estavam sentados o Rei, a Rainha e a filha mais nova, Amberly. Na outra ponta, estavam sentados os dois Príncipes e a Princesa Angelina. Henry observava nervosamente todas as garotas entrarem no recinto. Charles e Angelina riam de algum tipo de piada contada pela Princesa. Todas se sentaram. Houve uma pequena disputa pelos lugares próximos a realeza, mas, não foi nada demais. Katrina se sentou ao lado de Arya Wandergell e Clarisse. A cada colherada que Arya dava em sua torta de morango, suspirava.

–-Então, minha querida, você gosta de comer?—perguntou Henry, se direcionando a Arya, que corou no mesmo segundo.

–-Érr, sim... Não especialmente de comer, mas de cozinhar. Adoraria aprender esta receita. —respondeu, timidamente.

–-Você cozinha? Que interessante, eu nunca tive a oportunidade de aprender a cozinhar neste castelo. Adoraria que me ensinasse. —naquele momento, boa parte das meninas lançou um olhas assassino a Arya.

–-Seria um prazer, vossa Alteza.—ele sorriu.

–-Desculpe, qual seu nome? Ainda não tive tempo de decorar todos. —perguntou o Príncipe.

–-Arya Wandergell.

–-Lindo nome.

O jantar não durou mais de meia hora. Logo, as Selecionadas estavam tendo suas conversas particulares com o Príncipe. Metade já havia tido a conversa. Kate observava as meninas comentarem entre si coisas do tipo : “Ai, ele é tão lindo, tão gentil”, “Eu não posso esperar para me casar com ele”, “Per feição devia ser o nome dele”. As demais, que ainda esperavam, estavam tremendo, ajeitando seus vestidos, cabelos. Katrina apenas desenhava em seu caderninho. Ela desenhava a vista do jardim do castelo que tinha da varanda de seu quarto.

–-Isso está muito bom. —disse Theresa Gray, que sentava ao seu lado. –Parece uma fotografia.

–-Obrigada—respondeu. –Você gosta de de fotografia?

–-Sim, fotografar é meio que um hobby.

–-Theresa Gray!—chamou o Príncipe.

–-Boa sorte! --Desejou Katrina.

–-Hmm... Obrigada.

A conversa dos dois não demorou mais do que dez minutos.

–-Katrina Lancer Leger!—ela se dirigiu até onde ele estava.

–-Olá minha querida.

–-Olá.

–-Então, Katrina Lancer Leger—ele riu—me conte um pouco sobre você.

–-Claro, mas, antes, deixe-me lhe fazer uma pergunta, por que a todos parecem rir quando ouvem meu nome?—ele deu mais uma risada, ela o encarou.

–-É uma longa história.