A Filha da Morte escrita por Morta viva


Capítulo 1
Capítulo 1




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Quem sou eu?

Bem, essa é a pergunta que sempre me afligiu, (acho que isso aflige todo mundo, mas enfim...) então vou falar o básico sobre mim. Tenho 14 anos, adoro ler e escrever (mesmo achando minhas criações um lixo). Não consigo passar um dia sem escutar SOAD, assim como não consigo passar um dia sem ler qualquer coisa que seja.

.Meu nome é Mabel. (Sim, eu tenho nome de bolacha, problema?) Mas, as pessoas mais chegadas me chamam de Bell. Pessoas estas que correspondem somente a uma pessoa: Minha mãe. Por que bem, não tenho exatamente amigos. Quer dizer, eu conheço pessoas, claro, mas estas não passam disso “conhecidos” e nada mais. Até por que esses “conhecidos” só sabem me chamar de estranha e de outras coisas que eu prefiro não comentar.

Não que eu tenha uma aparência exatamente normal, por que se tu olhar pra mim... Vai ver que eu não sou nada normal. Com cabelos prateados, olhos sempre com lentes vermelhas (a cor verdadeira dos meus olhos é prateada assim como meu cabelo), eu realmente tenho que admitir que seja estranha. Ora, pelo menos sou original, ué.

Só quero deixar uma coisa bem clara: eu não sou lésbica. Por que as pessoas ao me verem com as roupas e a maquiagem exageradamente pretas, costumam tirar conclusões por si só e achar que eu sou lésbica, coisa que eu não sou. Não cometa esse erro.

Outra coisa importante que você precisa saber sobre mim: também não sou uma adolescente normal. “Mas tia, você já falou isso” em primeiro lugar, não me chame de tia se não quiser que sua língua seja arrancada, okay? Em segundo lugar, minha anormalidade não se resume só as roupas e cabelos. Eu sou uma semideusa.

Não, eu não fumo. Eu realmente sou uma semideusa. A historia de como eu cheguei no acampamento? Hum... Historia muito longa, deixe para outra hora.

Se eu to ansiosa pra voltar ao acampamento?

Bom, não. Eu não sou maluca, juro, sei que qualquer pessoa se mataria para ser uma semideusa, ter poderes e morar num acampamento, e ate eu já fui assim. Mas depois que você descobre que é uma semideusa... Digamos que as coisas ficam ruins pro seu lado.

Sem contar que o acampamento pra mim, é a mesma coisa que a escola. Pessoas me olhando pelo canto do olho, sussurrando e rindo de mim. E eu não tenho nenhum amigo aqui. Ate mesmo o sátiro que me trouxe ate o acampamento, tem um completo ódio de mim que eu não sei de onde saiu.

Tudo bem que eu não sou a garota mais simpática do mundo, e que uma vez eu quase transformei ele em churrasquinhos de bode, mas por favor né, não é pra tanto.

Outro fato sobre mim, é que eu to no acampamento a mais ou menos três anos e nunca fui reclamada, e esse é um dos motivos pelo quais eles costumam me tratar tão mal. Dizem que eu sou tão fracassada que nem meu pai quis me reclamar.

Não que eu me importe com isso... Ta, eu me importo. Eles são apenas um lembrete que nem mesmo meu pai gosta de mim.

Parando oficialmente com o drama, e continuando a historia... Bom, Quíron e Rachel esperam que eu seja reclamada no dia do meu aniversário, que no caso é hoje. Mas eu não to alimentando expectativas, ate por que eles sempre acham que vai acontecer no meu aniversário, mas bom... Nunca acontece. No começo eu ate tinha esperanças... Agora, porém, elas todas desaparecerem por completo.

Enfim, o que importa é que eu to sentada em volta de uma fogueira, escutando os burburinhos de conversa ao meu redor me perguntando como deve ser fazer parte disso.

Coisa que provavelmente nunca vou saber.

Estava viajando em pensamentos sobre isso quando senti minha pele formigar. “Droga, mas que diabos esta acontecendo comigo?” foi a primeira coisa que consegui pensar.

E ai eu tive a brilhante ideia de levantar a cabeça. E por todos os deuses, nada me preparou para o que tinha lá.

Uma nuvem prateada pairava de minha cabeça. De repente, ouvi um grito, e percebi que era meu todos os olhos se voltaram para mim a ponto de ver a nuvem minutos antes de desaparecer. Gritos, sorrisos debochados e burburinhos de pessoas falando encheram o local. Quíron e Rachel, que não tiravam os olhos de mim desde o inicio daquela noite, trocaram olhares preocupados.

E pela primeira vez naquela noite, eu senti um pequeno filete de esperança.

Foi quando senti os braços de Rachel me puxando para a Casa Grande. Era verdade de que eu não tinha ideia de quem era meu pai. Afinal, quem era representado por uma nuvem prateada, afinal?

Depois de segundos que pareceram séculos, chegamos a Casa Grande. Quíron e Rachel se olharam e começaram a discutir algo. Eu nem parei pra ouvir, apenas me deixei fitar o teto com um sorriso bobo. Minha mente apenas conseguia pegar fragmentos da conversa sem fazer nenhuma diferença pra mim, pois eu não conseguia ouvir nada. Foi então que ouvi ela dizer algo que me fez congelar “É ela, é ela a garota da profecia!” gritou Rachel.

Eu abri a boca em um “O” perfeito.

- Fecha a boca, vai entrar mosca. – Imediatamente, reconheci a voz, e não gostei nem um pouco de quem era.

Alexandre.

A pessoa mais idiota, estúpida e irritante me olhava com um sorriso debochado. No mesmo instante esqueci por que estava surpresa, e minha única vontade era enfiar um soco no queixo daquele infeliz.

Eu odiava aquele garoto.

E esse ódio não vinha de hoje. Eu o odiava desde que o conhecera. Fora apenas uma troca de olhares e BUM! se odiaram para o resto da vida. Ele chegara no mesmo dia que eu.

Ele me salvara de morrer.

E ai vocês deve estar pensando “Nossa, que agradecida você, o cara te salva e você odeia ele pro resto da vida”. Acontece que eu sempre quis fazer as coisas, sozinha. Odiava depender de qualquer pessoa. Principalmente se essa pessoa fosse um garoto idiota arrogante que passaria o resto da vida jogando na cara dela o fato de ele a ter salvado.

- O. Que. Você. Esta. Fazendo. Aqui? – perguntei, dando uma pausa em cada palavra enquanto fuzilava o garoto com o olhar.

- Simples, Rachel mandou me chamar – ele disse, dando uma piscadela pra Rachel.

No mesmo momento uma raiva me invadiu e eu não tinha ideia do por que. Virei para Rachel com um olhar assassino e perguntei, da forma mais calma que consegui.

- Por quê? – perguntei, incapaz de me controlar.

- Porque ele vai sair em missão com você, Mabel – disse, Quíron, nos olhando sugestivamente. Droga, aquele cara nunca ia parar de nos shippar? Foi então que uma a uma, as palavras começaram a fazer sentido no meu cérebro.

- O QUE?! – gritamos eu e ele ao mesmo tempo.

- Calem a boca e sentem! – gritou Rachel, visivelmente irritada.

Eu baixei a cabeça e me sentei o mais rápido possível. Pelo canto do olho, vi que Alex fez o mesmo.

- Vocês vão sair em missão, essa noite.

- Você quer que a gente se mate? – perguntei, o olhando incrédula.

- Vocês não vai querer fazer isso, garota.

- Mas Quíron... Você pode por favor, me dizer quem é meu pai? – perguntei, extremamente curiosa.

- Você é filha da morte, Mabel.

E foi esse momento que eu escolhi para engasgar e olhar para Quíron como se ele fosse louco. Olhei para o lado e vi que Alex estava tão surpreso quando eu. Pelo menos uma vez o garoto era inteligente, legal. Lancei um olhar pra Quíron que só queria dizer uma coisa “Você comeu FDL, cara?”.

Olhar que ele pareceu entender pois me deu somente uma resposta curta e grossa:

- Eu não to maluco, nem comi nenhuma FDL, Mabel. Você é filha da morte.


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