Romeu and... Julieto? escrita por Izzy Chibi


Capítulo 1
The theater for my life


Notas iniciais do capítulo

EU ESTAVA LOOOOOOUCA PARA ESCREVER ESSA ONESHOT!!
Tipo, eu estava sem sono, aí eu pensei "Eu estou sem inspiração para as minhas fic's, o que eu vou fazer?" pensei e pensei e cheguei a seguinte conclusão:
YAOI!! (yeah, eu só tenho 12 nos, pode isso? u-u)
Uma oneshot as vezes me ajuda a pensar e também não deixar um vazio de não postar nada!
Sem mais delongas, vamos a one!



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Sabe aquelas aulas insuportáveis que dá até vontade de dormir? Então, a aula de artes foi assim na sala do 2º Grau, número 2. Bem, você deve estar pensando: cadê os protagonistas dessa história toda? Tá, vamos primeiro por Altaïr, o primeiro principal dessa baboseira. Ele detesta estudar, com 16 anos nas costas e não planejava em nada da vida. Mas, nem por isso ele tirava notas ruins, na verdade ele é um dos melhores da sala e só tirava essas notas por certa ‘sorte’, e essa sorte se chama “consigo prestar atenção”. E o outro personagem se chama Malik, nome exótico não? Paquistanês, mas continuando, ele é um dos melhores (se não o melhor) aluno da sala, fecha todas as provas e é impossível ele não sair com menos de cinco matérias com 10, ele é sério e isolado, não fala com ninguém e tenta evitar trabalhos em grupo e todos ficam bobões com a habilidade de garoto conseguir fazer um trabalho gigantesco sozinho.

Bem, e o que cada um tem haver com o outro? É que nosso primeiro protagonista (lembram-se dele?) é apaixonado pelo nosso segundo protagonista e então criou essa ligação, mesmo eles nunca terem tocado em um assusto na vida, Altaïr sentiu que poderia mudar, e ele sentiu que esse dia seria na aula de artes. Vocês podem estar pensando que ele é uma pessoa iludida, que ele nunca pensou que a pessoa que ele gostava (lê-se amava) não era homossexual ou não gostava nem um pouco dele, obvio que ele já tinha esses pensamentos antes, mas ele se sentia preso em um amor platônico onde só se sentia bem em sua imaginação, mas depois se via na realidade.

A aula ocorria como todas as outras vezes, sempre tinha pessoas que importunavam Malik jogando bolinhas de papel ou cutucando-o e Altaïr sempre o olhava copiar a matéria no quadro, os únicos que sabiam dessa paixão eram seus amigos: Connor, Ezio, Leo, Lucy e Desmond e eles deixavam essa paixão rolar e sempre o incentivavam (principalmente Ezio e Leo, que eram um casal assumido).

— Bem pessoal, hoje eu quero ver como vocês vão se sair nesse trabalho que eu vou passar para vocês... — Disse o professor Edward, terminando de passar a matéria toda no quadro, e depois se virando para os alunos. — Quero que vocês façam uma peça de teatro, um grupo de no mínimo cinco e no máximo dez, quero que vocês façam peças famosas com modificação nas personagens e uma puxada original na história, darei o resto da aula para vocês ajeitaram seus grupos e conversar sobre o trabalho, vou reservar alguns horários no palco da escola para a apresentação do mesmo — Se deu uma pequena pausa para respirar — Podem se arrumar agora.

O som das cadeiras e mesas rangendo incomodou Malik. Sabia que esse era uma espécie de trabalho que não era permitido fazer sozinho, e isso fez Malik murmurar um “droga” e começou a vasculhar algum grupo que poderia o aceitar.

— Ei... Malik... — Disse uma voz, meio falha, parecia envergonhada. O que conseguiu prender a atenção do próprio, que conseguiu ver um par de olhos âmbar o olhando.

— O que você quer? — Falou rude, mas se arrependeu. Provavelmente perderia nota se o garoto a sua frente decidisse desistir de conversar com ele, o que não ocorreu.

— Quer entrar para o nosso grupo? Tem só cinco pessoas e nós queríamos que mais uma pessoa entrasse... — Disse firme, mas Altaïr queria explodir de tanto nervosismo. Ele fitava aqueles olhos castanhos escuros, uma cor tão comum, mas ao mesmo tempo tão única... Tão Malik...

— Tudo bem... — Suspirou, não perderia essa nota por nada nesse mundo, e poderia até ser bom talvez, fazer alguns... Amigos. Malik nunca teve amigos desde que entrou no colegial, talvez fosse repugnante o suficiente para não querer ninguém ao seu lado e isso o fez ficar solitário e faminto por notas, precisava ser superior em alguém em alguma coisa.

Ele caminhou até as mesas onde se encontravam o grupo do garoto dos olhos amarelos (levando a carteira e a cadeira) e se sentou ao lado de Lucy e começaram a discutir sobre o trabalho, até que uma lâmpada sai da boca da única menina do grupo e chega a sua cabeça.

— Vamos fazer sobre Romeu e Julieta então! — Disse ela batendo palminhas histericamente.

—Tá... E quem seria Romeu e Julieta? Você e Desmond? — Deduziu Connor, com uma sobrancelha arqueada.

— Não, quero colocar um casal homossexual... — Respondeu Lucy, todos pensavam que seriam Ezio e Leonardo que acabariam fazendo esse papel, mas quando a loirinha terminou...

— NÃO! — Gritou Malik, fazendo a sala toda o fitarem incrédulos — Eu não vou fazer isso. — Sussurrou, fazendo todos de sua mesa rir, menos o mesmo e Altaïr.

“Ele fica tão fofo quando está com raiva...” Pensou Altaïr, corando em seguida com o pensamento.

— Bem... Não temos outra opção, todos já sabem de Ezio e Da Vinci e ia ficar muito clichê se eles atuassem, então vamos colocar você, — Apontou para Malik — E Altaïr, — Apontou para o mesmo, depois colocando os dedos em cima da mesa — Para fazerem os principais, simples! — Terminou Lucy, vendo que o resto dos rapazes já conseguiu se recompuser.

Depois o sino toca, dando sinal para o último horário antes do intervalo que por ironia do destino estava vago, pois a professora de história (Lucrécia, conhecida por ter relações com seu próprio irmão, também professor) havia tirado licença maternidade e então Connor deu a brilhante ideia de falar com a coordenadora (Deborah Carter) se podia treinar no palco (já que ninguém havia alugado naquele dia) e ela permitiu sem problemas.

Altaïr e Malik ensaiavam, mesmo com uma vergonha de lascar e um frio na barriga incrivelmente avassalador, eles conseguiram sem problema nenhum, até o momento em que Lucy e Leo (os L’s impiedosos) pensaram na parte mais importante da peça e começaram a escrever no papel.

— Normal ou com língua? — Perguntou Leonardo.

— Hum... Se eles conseguirem, língua, se a vergonha for tão grande a ponto que sufoca-los, um roçar basta... — Disse Lucy, escrevendo no papel, enquanto Leo copiava o que ela escrevia, todos iriam atuar. Lucy seria a mãe de Malik, Desmond o pai do mesmo, Leo o tutor de Altaïr e Connor seria um navegante que trazia exportações de países distintos da Europa (eles fizeram isso por causa do professor, que havia certa tara por navios e piratas).

— Pronto, terminei o roteiro da cena mais importante — Suspirou Lucy — ALTAÏR E MALIK VENHAM ATÉ AQUI PARA PEGAREM O ROTEIRO! — Rapidamente os dois desceram do palco, envergonhados com a situação que se meteram, chegaram — Olha, essa vai ser a cena mais importante da peça, eu quero que vocês tenham na consciência que vocês podem errar todas as cenas, MENOS ESSA PORQUE DEU TRABALHO. ENTENDERAM? — Um certo medo floresceu em todos que estavam em volta dela, o que fez os mesmos concordarem, fazendo-a dar um suspiro de alivio — Tomem, eu quero que vocês façam agora para treinar, e nada de reclamar!

Quando os dois começaram a ler o roteiro, Ezio e Connor (que já sabiam das ideias dos dois) foram ao banheiro, junto com Desmond que viu que a coisa iria ficar feia, Altaïr e Malik ficaram boquiabertos, envergonhados e pasmos para a loira, o roteiro estava escrito da seguinte maneira:

“O primeiro ator se aproxima do segundo e eles ficam quase colados, suas respirações ofegavam bastante. O primeiro ator põe a mão no queixo do segundo ator, levantando seu rosto.

—Romeu: Eu senti a sua falta... Não quero ficar longe de você por tanto tempo...

—Julieto: Por que não ficou comigo? (começa a chorar) E- eu não quero perder você de novo!

—Romeu: Eu só quero você...

—Julieto: Então me faça seu!

Nesse momento, o primeiro ator o beija o segundo ator (língua ou normal, tanto faz) e assim seus pais aparecem”.

— Por favor, fala que isso é brincadeira... — Resmungou Malik, tentando se controlar. Ele não sabia o que era mais insano: beijar Altaïr na frente de todo mundo ou a modificação do nome da Julieta.

— Não, não, mas não fique revoltado, eu tenho certeza que você perderia até seu BV por uma nota dez no trabalho — Chantageou Lucy, rindo — Vamos lá, se Ezio e Leo conseguem, vocês também vão! — Determinou Lucy, enquanto Leonardo fazia um som parecido com uma batida contagiante.

— Vamos Malik, não temos outra opção — Proclamou Altaïr, tentando fazer um ar de quem não gostara nada do roteiro, mas no fundo tentava se controlar para não dançar Macarena e beijar o rosto da Lucy.

Malik suspirou e voltou para o palco, não havia notado que segurava a mão de Altaïr e quando notou, corou, mas não se soltou.

Quando chegaram finalmente ao palco, tentaram fazer a cena feita pela garota, que quase gritou ao ver que eles estavam fazendo a cena direitinho, Ezio e Connor voltaram do banheiro e viram a cena de quase beijo dos dois, mas de repente eles travaram. Não conseguiam mover um musculo, vergonha? Muita. Força de vontade? Não saibam. Mas, algo os impedia de continuar aquela cena e isso estava fazendo seus rostos ficarem mais rubros e por um momento pensaram em virar suas cabeças para o sentido contrário, até que...

— AltMal! — gritou Lucy, fazendo uma torcida (não organizada).

Primeiro foi Leo que começou a gritar junto com ela, depois Desmond (que recebeu um olhar mortal da loira), depois Ezio e no final Connor. O desfecho era que todos estavam gritando AltMal repetidamente, Connor batucava na mesa em que Leo estava escrevendo e Ezio fazia Beat box.

Quando eles reuniram um pouco de coragem por conta da torcia e se movimentaram um pouco mais o sinal tocou, indicando que era a hora do lanche, o que fez os dois virarem os rostos e murmuraram coisas sem sentido, descendo do palco, um pouco corados (teriam que camuflar isso quando fossem ao refeitório).

Chegaram lá e encontraram uma fila bem pequena, provavelmente outras salas estivessem atrasadas por conta da bagunça ou algo do gênero, o que tinha de lanche? Um sanduiche frio e sem graça, um suquinho cheio de corante com gosto de uva, uma maçã amarela e um pudim (a única coisa que ninguém podia por defeito, pois o pudim da escola era uma delicia).

Malik sentou-se afastado de todos, até mesmo do próprio grupo de trabalho depois daquele quase beijo com um cara, ele ficou realmente envergonhado com a situação que havia se metido. “tenho certeza que você perderia até seu BV por uma nota dez no trabalho” o pior é que ele tinha que concordar com ela, ele era tão vidrado nas notas que se o professor quisesse o torturar contanto que ele tirasse uma boa nota, ele ficaria quieto e deixaria assim, mas o que dava realmente medo era fazer aquilo, não pela nota, mas por algo diferente, algo temido pelo próprio.

— Por que não se senta com a gente? — Perguntou uma voz que ele temia ouvir. A voz do dono dos olhos âmbar. Ele o olhou nos olhos e respondeu:

— Não acho que é uma boa hora para sentar com pessoas que eu nem conheço — Começou Malik, sarcástico — A gente só vai fazer o trabalho, depois dele, vamos rumar um caminho diferente, apenas isso.

— E se eu quiser continuar andando com você? Quem vai me impedir? — Respondeu Altaïr, sereno, sem deixar a seriedade de lado — Você não fala com ninguém, interage com ninguém. É tão certinho que me decepciona as vezes, vamos, você não pode ficar assim para sempre!

— Não quero Altaïr... — insistiu Malik, tentando se soltar das mãos do colega.

— Você nunca vai ter ninguém assim! Nunca vai ter uma casa, filhos ou uma... — Engoliu seco — garota...

—Ah, se eu não fosse gay eu até pensaria nessa possibilidade... — Debochou Malik, mas depois ficou sério, ele acabou de se assumir homo para alguém que ao menos conhece.

— Sério? Também, agora você poderia parar de rabo doce e ir comigo até a mesa? — Disse Altaïr, tentando transparecer uma felicidade enorme. Agora que sabe que ele não é hetero, poderia tentar algo com ele, bem... Mas não poderia parecer muito na cara.

Ele se rendeu e foi sentar-se à mesa com os amigos de Altaïr, ele acabou rindo muito com eles, eram despreocupados e divertidos, se sentia como se tivesse conhecido eles há anos e isso fez com que eles ficassem felizes por ele.

As aulas começaram novamente, agora era aula de sociologia e o professor Charles Lee, conversava sobre a interação humana e blá, blá, blá. E como a aula não tinha movimento nenhum, Altaïr decidiu conversar com Malik por bilhete. A conversa foi mais ou menos assim.

“Oi”

“Você não tinha mais nada pra fazer não?”

“A aula está um saco, como é q voc. quer que eu faça?”

“Sei lá...”

Altaïr pensou bastante antes de mandar aquela mensagem, e então a mandou.

“Voc. Está nervoso pra... Voc. Sabe, pro beijo...”.

“Eu estou explodindo, isso vai acabar me matando rs”

“A Lucy é insana :p”

“Pior que é mesmo xD”

E eles continuaram mandando o pedaço de papel até a aula de sociologia acabar e prestaram atenção no resto das outras aulas, o professor Haytham, de química, aplicou uma prova aos alunos, fazendo os mesmos saírem mais cedo, Altaïr descobriu que Malik morava a duas quadras da sua casa e isso foi uma ótima informação. Malik sem perceber já havia ganhado um amigo.

Uma semana depois...

Era hoje, hoje seria o dia da apresentação do trabalho de artes! O coração de Malik palpitava, toda vez que falava era com puro desespero. Claro que Altaïr também estava nervoso, mas o “Julieto” estava mais e parecia que se ele pegasse uma garrafinha de água naquele momento, ele poderia estoura-la com pouco esforço.

— Não vou conseguir me controlar Altaïr, sabe o que todos podem pensar de mim depois disso? — Ele tremia e parecia que a qualquer momento teria um ataque e começaria a quebrar tudo no caminho, isso se ele estivesse mais nervoso.

— Calma Malik! — Ele exclamou, enquanto o menor andava para lá e para cá.

— Não dá para ter calma assi, — Ele foi interrompido por um beijo na testa, o que o fez corar um pouco, tá eu confesso, ele quase virou um tomate, só faltava a folhagem verde na cabeça e ficar pendurado em uma árvore, lentamente Altaïr separou os lábios da cabeça de Malik.

— Acalma tá? — Reconfortou Altaïr, dando um abraço.

A cortina se abriu e finalmente Lucy poderia mostrar seus dotes de atriz, os outros atuaram bem, uma mistura de comédia com romance e drama, agora, havia chegado à parte que eles mais temiam, o coração de ambos (Altaïr e Malik) parecia querer saltar pela boca e tudo que pudesse acontecer para atrapalhar ou adiar seria o suficiente.

Altaïr se aproximou de Malik o suficiente para que se pudesse sentir o hálito do moreno baterem em seus trajes, ele pegou suas mãos e levemente levantou a cabeça do menor.

— Eu senti a sua falta... Não quero ficar longe de você por tanto tempo... — Começou Altaïr, com seu papel.

— Por que não ficou comigo? — Malik começa a forçar um choro— E- eu não quero perder você de novo!

— Eu só quero você...

— Então me faça seu! — Depois de dito isso, Malik decidiu acabar logo com isso. Pegou a gola da camisa que Altaïr usava e acabou com a distância entre os dois, roçando os lábios levemente, um misto de borboletas no estômago, cabeça embolada e coordenação perdida se mantia no ar em que os dois estavam. Isso fez o povo todo da sala gritarem “Mais! Mais! Mais!”, então Altaïr pediu passagem com a língua que Malik não recusou.

O mundo congelou, assim, parecia que só havia os dois e as luzes do palco, as mãos do maior acariciavam seu rosto, enquanto Malik fazia absolutamente nada, não queria estragar esse momento carinhoso entre os dois.

O oxigênio acabou para os dois e eles se separaram ofegantes, enquanto todas as garotas e até garotos aplaudiam pela bela atuação feita pelos dois.

— AltMal! — Gritou Lucy de cima do palco, fazendo que todos gritassem junto.

Logo, o palco inteiro foi preenchido pela palavra “AltMal” e aplausos, os dois sorriram e todos do grupo fizeram uma reverencia antes de descerem do palco, sendo surpreendidos por uma torcida louca: louca por AltMal.

Depois da comemoração (que Altaïr estranhou, já que Malik saiu mais cedo que todo mundo) Altaïr recebeu um SMS de Malik: “Poderia vir aqui em casa, por favor?”, e é claro que Altaïr não iria negar, afinal era Malik.

Chegando à casa de seu amor, viu que tudo estava apagado e decidiu ir para o quarto de Malik (que durante o trabalho já havia visitado) e viu que estava escura então acendeu a luz.

Ele não se arrependeu do que fez.

Lá estava Malik, apenas de boxer fazendo uma posição sexy e o chamando com o dedo indicador. Altaïr chegou próximo a ele e o deitou na cama, ficando por cima dele, e ouviu um sussurro vindo do menor.

— Então me faça seu...


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